Daily Archives: 05/04/2024

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Hoje não há muleta. Hoje estreia-se a bengala que me ofereceram no jantar de aniversário. É linda. E, oh espanto!, é minha.

Se foi um bom dia para a estrear? A julgar pelas dores que tenho hoje nas pernas, com os músculos e os joelhos muito presos como estão hoje, se calhar não… E garanto: já estivemos mais longe de usar duas muletas para caminhar… E, a vontade de chorar, essa ninguém me tira…
Bora lá para a fisioterapia. A ver se alguma coisa melhora… (Não, o dia não está fácil. Nem bom…)

Ontem abusei. Era para ser só uma caminhada até ao parque. “Vamos até onde conseguires”, disse-me a minha Mãe. Claro que eu fiz questão de ir até ao paredão ver o Mar. Não o via desde Janeiro e achei que conseguia sem stress. E consegui… Mas depois houve o caminho de volta. Entre ir e voltar foram 2,5km. Não é muito. Para vocês. Para mim é imenso. Tanto o é que hoje estou como estou…

Fisioterapia terminada por hoje. Comecei com tudo preso. Pernas e joelhos principalmente. Com enorme dificuldade em andar. Mas depois fui entregue ao Miguel, o estagiário que agora me põe a mexer e parece que fui passada a ferro por um rolo compressor.

Não há nada que não me doa, essa é que é essa. Mas também não há nada que não tenha sido mexido e trabalhado. Só faltou porem-me a correr. E mesmo assim não faltou muito…Usain Bolt no corredor do hospital, diz-me ele que é assim que me quer. Está bem. Logo se vê.

Vamos ver como corre o jogo deste fim de semana (e eu não ligo a futebol), mas já lhe disse que quem vai ganhar é aquele que está em primeiro com menos um jogo, ao que ele respondeu logo que não, que quem vai ganhar são os encarnados. E que, se por acaso perderem, na segunda feira vem zangado para a fisioterapia e vinga-se em mim. Vamos ver.

A verdade é que, apesar de ser apenas estagiário, está muito bem preparado para trabalhar comigo.
Se um rolo compressor tiver nome, chama-se Miguel. E eu só posso agradecer o trabalho que está a fazer comigo.

E, depois de chegar a casa, foi hora de me instalar no sofá. Ainda cheia de dores. Desconfortável. Muito cansada. Ainda não eram 17h30 quando enviei a última mensagem antes de adormecer. Para acordar só às 21h10. Ainda cheia de dores. Sem saber o que fazer às pernas, porque já não as aguento e não tenho posição para elas. E amanhã às 9h e pouco é hora de ir até ao Yoga. E quem vai tem que voltar… A recomendação do Miguel, o fisioterapeuta, para o fim de semana é caminhar. E, só de manhã, vou ter de fazer, ida e volta, mais de 2km. Vai doer. Muito. Mas não vou faltar ao Yoga. Se vou caminhar à tarde? Não faço ideia. Vai depender de como vão estar as minhas pernas depois de voltar do Yoga.

Eu sei que tenho que caminhar. É o melhor remédio que tenho neste momento. Mas não deixa de ser verdade que as dores têm agravado. Assim como os desequilíbrios. E hoje foi prova disso.

Eu quero ver melhoras. Mas também quero senti-las. E não as vejo nem as sinto. Essa é que é essa. Trabalho muito na fisioterapia. Faço tudo o que me dizem para fazer. Mas não me sinto melhor…

Sei que tenho que continuar e não desistir. Mas, por enquanto, só posso continuar a esperar por um diagnóstico que nunca mais está fechado. E eu não sei até quando vou conseguir aguentar. Estou cansada. Cansada de esperar. E muito cansada disto que me apanhou na curva e não vai passar, que veio para ficar.

Sim, estou muito desanimada. Muito. Tanto. E, mais uma vez, a vontade é de chorar. Mas, como já vem sendo hábito, não consigo…

Amanhã, com mais ou menos dores, a manhã está preenchida. A tarde? Em parte vai ser para recuperar da manhã. E tentar não desanimar ainda mais. Vai ser fácil? Não. Não mesmo. Mas não posso, de todo, desanimar. É respirar fundo, levantar a cabeça e avançar. Depois logo se vê…