Author Archives: Kooka

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Se perguntarem por mim, dir-vos-ei que não estou. Esta que vos fala é outra que não eu.

{#120.246.2025}

Dia riscado à força do calendário. Sem capacidade de ir à Fisioterapia, sem capacidade de ir ao Yoga. E, de repente, é Janeiro outra vez…

Ainda a recuperar de uma anemia que Janeiro me trouxe, ainda a repôr os níveis de ferro que Janeiro me roubou e dou por mim no mesmo cenário praticamente 4 meses depois. E com dores que dispenso, sem energia absolutamente nenhuma, sem força para nada, nem para sair do cadeirão depois do café pós almoço para aterrar no sofá…

Não, não gosto nada disto. E não me posso esquecer que o meu novo agora, o meu novo normal, é diferente do que era, requer outro cuidado, outra atenção.

Já decidi que vou dar até segunda feira para ver como corre. Se melhora. Se pára. Se não melhorar, a Saúde24 vai ter que me encaminhar, especialmente agora que estou sem médico de família. Centro de Saúde ou Hospital, é-me indiferente. Desde que tratem de mim.

Este cansaço absurdo de hoje trouxe-me a vulnerabilidade, a fragilidade e a insegurança. E, no meio disto tudo, o medo. O medo de perder o melhor que me aconteceu, que me acontece todos os dias há praticamente dois anos: ele. Não gostei, claro que não gostei!, de toda a insegurança que tomou conta de mim hoje. A fragilidade. A vulnerabilidade. Que assumi perante ele, claro. E que justifiquei com o cansaço que sinto agravado pela violenta TPM que tomou conta de mim hoje. Quando tudo o que mais queria era tê-lo aqui, ao meu lado, não a 135km de distância. Queria ter o colo dele. O abraço dele. O cheiro dele. O beijo dele. Queria só tê-lo. A ele. Aqui. Comigo. Junto a mim…a proteger-me, a acolher-me naquele abraço quentinho e protector. Não duvido que, com ele aqui, comigo, ao meu lado, ser-me-ia mais fácil repousar este corpo cansado e sem energia ou força que é o meu neste momento…

Descansar. O meu corpo precisa urgentemente de descansar. E é isso que vou fazer agora. Amanhã, feriado, não há horário para acordar. E eu vou ter que conseguir descansar…

{#119.247.2025}

Depois do estranho dia de ontem, o regresso à normalidade. Que, ainda assim, foi uma estranha normalidade. Pelo menos de manhã.

Sem trânsito, o autocarro chegou à paragem de destino 15 minutos antes da hora normal. Almada, numa praça central e sempre movimentada, quase vazia, quase sem carros, quase sem gente. A escola não sei se estavas a funcionar ou não, mas percebeu-se o sossego à entrada, faltava a confusão típica das movimentações de adolescentes de um lado para o outro.

Na minha manhã, a Fisioterapia manteve a normalidade apesar da estranheza da vida lá fora. A minha tarde? Ceder ao cansaço. Ou à fadiga, que não é o mesmo que o cansaço. E às dores nas pernas que se ressentiram do ar frio com que não contei de manhã.

Adormecer no sofá depois do almoço. Tenho que retomar esse hábito enquanto posso. Porque o corpo não aguenta e exige repouso, descanso, recuperação. E sei que já não falta assim tanto tempo quanto isso para o ritmo dos meus dias mudar para uma rotina mais exigente…

Agora é importante descansar sempre que me for possível. Como agora. Porque amanhã o despertador volta a tocar cedo e, apesar de ter dormido à tarde, estou cansada. Ou continuo cansada. Ou…

{#118.248.2025}

Apocalypse Now…?

Segunda feira, 28 de Abril de 2025., 16h00…

Sem electricidade, telefone e Internet desde as 11h30, mais ou menos. 

Começou por ser “só” uma falha de electricidade na clínica de Fisioterapia. Depois passou a ser ali e provavelmente no prédio do lado. Depois já era, afinal, na rua toda. Na praça. Afinal era geral.

Rapidamente se percebeu que o geral não ficava só por ali. Não era só na cidade. Ou no concelho. Era um apagão aparentemente nacional. E pouco mais se conseguiu saber porque tanto a rede telefónica como a de Internet deixaram de funcionar…

De vez em quando, e sabe-se lá muito bem como, alguém trazia novidades: “começou em França”, “vão demorar 72 horas a repôr tudo”, “vamos deixar de ter água”. E, na minha cabeça, com base em informações que “ouvi dizer”, os filmes de terror apocalíptico começaram a rodar…

Como não? Sem acesso ao mais básico da informação, sem fazer a mais pequena ideia do que aconteceu, do que vai acontecer, do que pode acontecer!, sem conseguir comunicar com ninguém porque, no telemóvel, a indicação de “Sem serviço” insiste em ocupar o lugar do nome da minha rede fornecedora de serviço telefónico e Internet…

Sabendo que o Mundo está um lugar cada vez mais estranho, e até perigoso, esta súbita ausência de normalidade assusta. Na era do imediato, porque está logo tudo já ali à mão num qualquer telemóvel, a impossibilidade de aceder à informação para se perceber o que se passa assusta.

Já não sabemos viver assim. Estamos já demasiado formatados e habituados a só não sabermos se não quisermos. A informação, toda a informação!, à distância de um clique envolve-nos numa bolha de segurança, numa zona de conforto de que não abrimos mão. Mesmo que inconscientemente. Já nem nos apercebemos de que estamos constantemente a ser bombardeados com tanta informação, muita dela sem qualquer interesse ou utilidade, outra tanta falsa ou apenas incorrecta, que fica muitas vezes difícil de reconhecer o que realmente é verdadeiro, necessário, útil. 

E hoje, cinco horas depois de nos privarem do acesso à informação de que, neste momento, precisamos, há tantas perguntas que não temos a quem fazer, tantas dúvidas que não serão esclarecidas no imediato a que nos habituámos, tantos medos e receios que guardamos em silêncio… 

Quando falamos em “apagão”, rapidamente somos transportados para dois cenários reais que ainda existem na memória de uns quantos: a cegonha há mais de 20 anos e a rede eléctrica de França que alimenta a rede eléctrica em Portugal há 3 anos. E pensamos em tempo de resolução à altura de cada evento e as proporções de cada um. 

No caso da cegonha, foi uma noite inteira de Portugal às escuras. Na manhã seguinte já o fornecimento eléctrico estava reposto. A Internet era ainda muito incipiente em Portugal ou praticamente inexistente. Redes sociais como as conhecemos hoje não eram mais do que uma mera ideia futurista. Portanto, não havia conversas com ninguém que se encontrava nos antípodas para discutir o assunto do momento: o facto de não haver luz. Em lado nenhum.

Quando a rede eléctrica em Portugal deixou, por breves instantes, de ser alimentada pela rede eléctrica francesa por ter havido uma qualquer avaria, estávamos no Verão. Mais uma vez o país estava apagado, mas tanta gente nem se apercebeu. Sábado e Verão combinam perfeitamente com tarde de praia. Entre grande parte do país sem luz daqui até França e as ondas refrescantes numa praia qualquer, ganhou a praia, claro. Mas, apesar da extensa área geográfica afectada, a resolução foi rápida e em 3 horas já era possível ver que, por todo o lado, a electricidade estava de volta. E, nesta tarde de um qualquer sábado de Agosto há 3 anos, as redes sociais foram acompanhando passo a passo o desenrolar da avaria desde o primeiro “faltou a luz?” até ao último empolgado”voltou!”…

Costa da Caparica confirmava com Oeiras que também não tinha luz enquanto Algés e Vila Nova de Gaia conversavam sobre o mesmo. E, pouco mais do que 3 horas depois de Portugal, Espanha, França se apagarem sem nunca se perder a rede de Internet, a normalidade voltou.

22h34m

Ainda sem electricidade, telefone e Internet, a esta lista de ausentes junta-se a água que já não corre nas torneiras. Lá fora, durante algum tempo, um carro estacionado deu algum conforto a toda uma rua apagada mantendo os faróis ligados. Até se ir embora, parecia quase uma noite normal. Depois…depois deu para perceber, ou relembrar!, que a noite é, de facto, um lugar muito escuro. A Lua Nova também não ajuda a confortar quem, como eu, não se sente confortável com a escuridão.

De repente, uma SMS é recebida. O nome da rede já se apresenta no canto superior esquerdo do meu telemóvel, o que me permite alguma comunicação. A SMS? Da Protecção Civil. A dar conta de que a electricidade será reposta gradualmente e apelar à serenidade. A verdade é que, mesmo não resolvendo nada no imediato, esta mensagem faz-nos sentir acompanhados. Quase aconchegados.

A escuridão lá fora, acompanhada de um silêncio pouco habitual apenas cortado de vez em quando por um qualquer carro que passe na estrada, é desconfortável. Muito desconfortável… Felizmente, não é uma longa noite de Inverno. Não está frio. O Sol pôs-se depois das 20h30. E, com sorte, amanhã já teremos luz… Agora? É preciso descansar. Dormir. E, acima de tudo, não pensar nos filmes de terror apocalíptico que rodam na minha cabeça…

{#117.249.2025}

Domingo que começou desnecessariamente tão cedo e que, depois de um dia inteiro a lidar com dores, fadiga que não é o mesmo que cansaço, ainda mais dores e uma dose desmedida e absolutamente desnecessária de ansiedade e os seus efeitos psicossomáticos, termina bem mais tarde do que tinha programado.

Mas, da minha janela, tive a oportunidade de ver as cores de final de dia que tenho deixado passar sem lhes prestar a devida atenção. Tenho que voltar rapidamente a perseguir essas cores e até a ver o pôr do Sol na praia, que já não faço há tanto tempo que nem me lembro quando foi a última vez…

{#116.250.2025}

Sábado. Que, como sempre, começou estupidamente cedo, mas sendo para uma aula de Yoga é sempre por uma boa causa.

E as aulas de Yoga são, para mim, momentos de superação. Alcançar e manter uma postura que, com a falta de equilíbrio, me atirava literalmente ao tapete e que hoje consegui não cair e tentar nova postura desafiante e conseguir…tudo isto são pequenas grandes vitórias! E fico tão contente quando consigo ir um bocadinho mais além. Não precisa de ser muito longe! Mas só um bocadinho todos os dias e em menos de nada já avancei muito! Porque pode ser difícil. Ou não ser fácil. Como quiserem descrever. Mas eu sei que consigo e é só isso que me interessa!

O resto do dia? Ceder ao cansaço de nada, ou à fadiga que vem disto que me apanhou na curva. Descansar é obrigatório. Mesmo que não se tenha feito muito…

Agora? É ir dormir. Estou, mais uma vez, a apagar lentamente. Preciso muito de dormir. Aproveitar que amanhã ainda é sem despertador e sem pressa ou hora para acordar…

{#115.251.2025}

E hoje, para o jantar, a companhia surpresa dos 2 homens da minha vida, os meus sobrinhos. Cada vez maiores, mais altos, mais bonitos. Cada vez mais meus, desde sempre e para sempre.

À direita, o microsobrinho e os seus crescidos 12 anos. À esquerda, aquele que daqui a 5 anos já será um jovem adulto de 20. E que hoje, no auge dos 15 anos, de voz grossa e bigode feito, está a meros 5 cm de diferença da altura da tia, que sou eu com 1,71cm, e prestes a pôr-me debaixo do braço.
Aqueles que antes eu chamava de mini-homenzinhos da minha vida, já posso chamar de homens da minha vida. Mini, aqui, já não se aplica, embora o microsobrinho seja eternamente o microsobrinho.

Já não os via há muito tempo. Demasiado tempo. Sabia-os crescidos. Mas nada como ver para crer.

Não sei o que fizeram aos meus meninos pequeninos. Mas não duvido que, como meninos crescidos que já são, vão continuar a trazer-me coisas muito boas. E vão continuar a ser os homens da minha vida.

Foram embora nem há 10 minutos. E já estou cheia de saudades deles!

{#114.252.2025}

Eu sei que, ao final da manhã, disse que queria ir ver GNR em Almada esta noite. E queria mesmo muito.

Também disse que, fisicamente, não estou em grandes condições para aventuras. E, por aventuras, refiro-me a sair de casa já cansada porque, à tarde, não fiz o que o meu corpo me pediu tanto: descansar e, eventualmente, dormir um par de horas para recuperar da aula de Yoga de ontem e da manhã na Fisioterapia. Que, se ontem de manhã já foi puxada, hoje foi mais do que isso.

Sim, eu sei que 10 minutos numa bicicleta estática não é grande coisa. 2,4 km de distância pedalada também não é nada por aí além. Mas a uma velocidade de 17km/hora fiquei entretanto a saber pelo Fisioterapeuta que já é um bocadinho too much.

Mas assim que me vi em cima da bicicleta, que só comecei ontem!, fiquei subitamente cheia de pressa. Para não ir a lado nenhum, eu sei. Mas até para ir a lado nenhum ele me perguntou se fui de mota…e não me refiro ao Fisioterapeuta (“Fui de Casal-Boss”, foi a minha resposta. Mas até podia ter sido de Sachs-Sis que era a mesma coisa…)

Claro que não fui a Almada ver GNR esta noite. Mas continuo a querer muito ir vê-los num sítio qualquer onde actuem. Porque, sim!, há muitos anos que gosto muito de GNR. Lembro-me de, ainda nos anos 80!, saber de cor a letra de Efectivamente. E de, nos anos 90, numa colónia de férias aos 15 anos ter ganho a alcunha de GNR porque no Walkman que me acompanhava sempre só passava uma cassete: GNR in vivo. Como eu quero tanto! E no festival Sol da Caparica, não me lembro em que ano, estar à noite na esplanada das mesas infinitas a ouvi-los foi só tão bom!

Por isso, não!, hoje não fui vê-los ao vivo em Almada. Mas, neste momento, no meu Spotify quem canta é Rui Reininho. Por isso, não me moam! Mas podem sempre levar-me a um concerto de GNR. É coisa que não me importo mesmo!

{#113.253.2025}

As pessoas deviam ser como as aulas de Yoga. Vá, não digo as pessoas…mas digo, claro que sim!, o Mundo! Porque no Yoga nunca nos é exigido mais do que aquilo que realmente conseguimos dar. Tão simples assim.

E, depois de mais uma fabulosa aula, volto a agradecer ao Professor @pedro0912andrade que realmente nunca nos pede mais do que podemos dar. Diz tantas vezes “vão só até onde conseguem“. Tão simples quanto isso.

Mas, e já vai fazer 2 anos que me apresenta desafios que nem ele sonha, só posso mesmo agradecer por me fazer querer sempre ir um bocadinho mais além. Sempre acompanhada pela respiração profunda e consciente, a verdade é que, e dadas as (minhas) circunstâncias, às vezes até eu me surpreendo onde já cheguei! E prometo (a mim mesma, acima de tudo!) que qualquer dia volto a conseguir alcançar o Sarvangasana sem ajuda e o Trikonasana sem me estatelar no tapete! Mas, para já, vamos apostando num Surya Namaskar adaptado com muito Adho Mukha para fortalecer os braços e relaxar as costas. E, em casa, não me posso esquecer de que 30 minutos de Viparita Karani por dia fazem maravilhas às minhas pernas!

Muito obrigada, Pedro! E na próxima aula lá estarei mais uma vez para dar o que posso e não me ser exigido o que ambos sabemos que não posso dar!

{#112.254.2025}

Passaram duas semanas desde o dia da infusão. Ia jurar que tinha sido há bem mais tempo… Mas as análises pós-medicação são feitas sempre duas semanas depois. Amanhã já devo ter os resultados, e só posso esperar que a medicação não me esteja a alterar valores que não deve… Acredito que não esteja, mas…

Hospital – Fisioterapia – Casa. Muito cansada, claro. Mas hoje não fiquei de castigo no cadeirão a tarde toda com a gata ao colo. Mergulhei no sofá e foram três horas que passaram a correr. Foram o suficiente? Não…

E, desde há alguns dias que já não sei quantos, a perna esquerda… Que me dói. Que sinto a ficar sem circulação. Que sinto que precisa de estimulação. De trabalho. De exercício. E que me faz ter muita vontade de chorar. Porque incomoda. Muito. Demasiado

Amanhã tenho que conversar com o Fisioterapeuta. Temos que fazer alguma coisa a esta perna. Porque eu não aguento ficar sempre assim…

…até amanhã o desconforto mantém-se, a falta de circulação incomoda, a vontade de chorar aumenta

Eu não procurei nada disto. Mas isto encontrou-me. E trouxe tanta coisa atrelada. Porque a questão da minha perna esquerda, todas as questões da minha perna esquerda!, estão directamente ligadas a isto que me apanhou na curva. Quando o sistema nervoso central deixa de conseguir comunicar e transportar correctamente a informação, não há muito a fazer. Mas, o que houver, eu quero e vou fazer!

Neste momento é a vontade de chorar provocada pelo incómodo na perna. Amanhã pode ser o mesmo ou qualquer outra coisa. Não interessa…estou farta disto. Disto que não procurei, que não me pus a jeito, que não provoquei. Mas que me encontrou e veio para ficar

Descansar o corpo é obrigatório. Mesmo que a cabeça esteja a mil, como agora!, é obrigatório dar descanso ao corpo. Com mais ou menos dores, mais ou menos incómodos, mais ou menos seja o que for que isto escolher para hoje…porque para amanhã pode tão bem ser outra coisa qualquer.

{#111.255.2025}

Palavra do dia:

exacerbação
|z|
(e·xa·cer·ba·ção)

nome feminino

  1. Acto ou efeito de exacerbar ou de se exacerbar.
  2. Agravamento ou aumento do que é penoso, doloroso, irritante, mórbido, etc.

Quem o diz é o Priberam. Devia deixar aqui o link, eu sei. Mas é tarde, a noite roça a madrugada, estou muito cansada, tenho sono e não me apetece ir à procura do link…

E não é o Priberam que diz que exacerbação é a palavra do dia, sou eu. E, na realidade, nem é a palavra do dia, mas sim de todos os dias. Porque todos os dias sinto a exacerbação a acontecer. Se está frio, as dores nas pernas são horríveis. Se está calor, horríveis são. Não há meio termo. E se lhe juntarmos pouco descanso, noites dormidas a correr, não há muito a dizer: as dores estão cá sempre.

E eu tenho que aprender de uma vez que preciso de descansar, preciso de dormir, não posso ter a gata em cima das pernas durante horas a fio porque o peso e o calor dela não me ajudam. Nada! Muito pelo contrário…

Está mais do que na altura de me obrigar a mim mesma a mudar! A criar hábitos que me permitam descansar e recuperar, criar um horário de fecho de dia que me permita dormir cedo e acordar bem. Tenho que meter na cabeça de uma vez que preciso de tomar melhor conta de mim!

O auto-cuidado nunca foi o meu forte. Mas tem que passar a ser. E há mais de um ano que ando a prometer a mim mesma que vou começar a tomar conta de mim como deve ser! E há mais de um ano que continuo a falhar comigo mesma…e não posso!

Amanhã. Digo sempre que é amanhã. Mas depois faço exactamente o contrário daquilo que prometo a mim mesma. E não pode ser…!

Mas já é tão tarde…era suposto estar a dormir há muito tempo. Mas ainda aqui estou. A fazer esticar o dia, como se não tivesse começado demasiado cedo!

Estou cansada. Tenho sono. E, como sempre, tenho a cabeça a mil…e também não pode ser…

Amanhã! Amanhã vai ter que ser! Hoje já não dá. Mas amanhã…!

{#110.256.2025}

Dia demasiado longo. Com vários marcos. Vários assuntos por onde poderia pegar. Desde a exaustão que um simples banho causa, passando pela coragem de arrumar as cápsulas de café no sítio delas e com uma organização que só eu entendo, até ao pedido de ajuda atabalhoado que é lido como se fosse a falar de cabelos. Não foi. Não é. E, para terminar a noite, ele a dizer-me a temida frase “temos que falar“… Mas, e talvez para não me deixar tão assustada, apreensiva, insegura, a mensagem seguinte: “está tudo bem, só estou preocupado contigo“. E voltei a conseguir respirar, não nego.

Apesar de, devagarinho, estar a conseguir dar passos pequeninos na direcção certa, também eu estou preocupada comigo mesma. Porque os sinais de alerta estão cá. E eu já sei reconhecê-los. Daí lançar um pedido de ajuda. E a única coisa que peço é tão simples quanto continuar ao meu lado quem realmente gosta de mim e se preocupa comigo e me quer ver bem. E que, no fundo, é exactamente o mesmo que eu lhe peço a ele. Que, desde o primeiro dia, ainda isto que me apanhou na curva não passava de uma suspeita, me deu a mão, prometeu não largar enquanto fazíamos o caminho juntos até à confirmação e nem depois disso ele me largou a mão para que eu fizesse o caminho sozinha. Não. Mantém-se de mão dada comigo. Faz o caminho comigo sempre sem me largar a mão. Ele, sempre ao meu lado. Do meu lado.

E, não nego, depois do pedido de ajuda atabalhoado que lancei hoje acho perfeitamente normal que ele me diga que está preocupado comigo. Sei que, se fosse ao contrário, também eu estaria preocupada com ele.

Mas a conversa só irá acontecer amanhã. Porque já é tarde. E porque esta conversa vai ser tida com tempo. Sem pressa. Para não haver coisas por dizer. Não haver confusões e mal entendidos. Não tenho pressa. Deixei de ter pressa quando entrei nesta espiral dos últimos dois anos que culminou num diagnóstico que continuo a não conseguir aceitar e muito menos verbalizar. E é muito por isso que lanço um pedido de ajuda atabalhoado a quem o quiser aceitar.

Amanhã. Amanhã é um novo dia. Agora é preciso ir dormir e descansar depois de um dia tão longo e tão intenso e preenchido de tantas coisas que me deixaram com a cabeça a mil. E amanhã logo se vê. Agora é urgente descansar. O resto? É só isso mesmo: o resto!

{#109.257.2025}

Sábados de tempo instável lá fora.

Cá dentro, uma única palavra de ordem: descansar!

E descansar também é não fazer nada! Ainda que a vontade fosse sair, ir apanhar ar, beber café na esplanada, dar uso às pernas. Mas a força do vento lá fora não o permitiu. Se, sem falta de equilíbrio e com as pernas 100% funcionais, já é difícil enfrentar o vento forte, no meu caso seria queda garantida. Por isso não saí. Quem sabe amanhã?

Agora é não pensar em mais nada por hoje e ir dormir. E já vou muito mais tarde do que tinha programado…

{#108.258.2025}

Sexta feira. Feriado. Que é o mesmo que dizer que não houve horas para acordar, tomar banho, tomar o pequeno almoço e sair de casa para apanhar o autocarro para seguir para a Fisioterapia.

Não houve despertador a tocar, mas nem por isso me deixei dormir demasiado. Às 9h eram horas de beber café. O dia lá fora, cinzento e chuvoso, convidavam a ficar por casa. E, mesmo que não estivesse a chover, não havia muita vontade de sair de casa. O dia de ontem foi puxado e hoje foi dia de descanso e recuperação.

À tarde o tempo lá fora mudou. Deu uma volta de 180 graus e quando antes se via, da minha janela, um céu cinzento e carregado acompanhado de chuva às vezes intensa, passou a haver um céu profundamente azul com um Sol brilhante e acolhedor.

Não pus sequer a hipótese de ir à rua. Tive vontade, claro, de sair, passar na esplanada das mesas infinitas e seguir até ao paredão para ver, ouvir e cheirar o Mar. Mas o cansaço do meu corpo falou mais alto. O sofá chamou por mim e o meu sono dizia-me que o sofá seria o companheiro perfeito para a tarde desta sexta feira.

Seria mas não foi. Porque, cá dentro, uma agitação que se fazia presente há já alguns ainda numa espécie de incerteza acabou por me deixar a pensar em coisas que há muito tempo não pensava. Que se resumem numa palavra simples: insegurança.

E não é fácil deixar de sentir essa insegurança quando os sinais estão lá todos…e que, em parte, acabaram por se confirmar.

Mas não quero, por agora, pensar muito mais nisso. O fim de semana está programado para descansar e tratar de mim. E não pensar naquilo que me incomoda também é tratar de mim.

Amanhã? Será, mais uma vez, um dia a começar sem despertador. A aula de Yoga foi desmarcada por causa do fim de semana de Páscoa, por isso será um acordar quando for. Sem pressa, sem horário a cumprir. E à tarde, se estiver bom tempo, logo se vê. Mas, saindo de casa ou não, há uma coisa de que não me posso, nunca!, esquecer: tratar de mim! É a minha prioridade. Porque o mais importante sou eu! Tudo o resto é só isso mesmo: o resto.

{#107.259.2025}

Hoje? Dia de passear com Mámãe e almoçar por aí. Sushi é coisa pouco recomendada neste momento com a infusão há tão pouco tempo, mas um Yakisoba de frango é sempre bem-vindo. Bem…no Verão nem tanto, mas nos dias de Inverno é a autêntica comida de conforto. É certo que já não é Inverno, mas também ainda não é Verão, por isso…Yakisoba para o almoço!

No sítio do costume para estas coisas de conforto, neste caso comidinha boa.

(durante ANOS eu fui a primeira a dizer que sushi de centro comercial era obrigatoriamente mau. E tinha vários exemplos disso. Até que, há 12 anos, apareceu no mercado de food courts de centros comerciais o Hanami Sushi. E posso, finalmente!, dizer: há bom sushi nos centros comerciais. E este é só um dos exemplos. Mas o sushi, para mim, vai ter que esperar…)

{#106.260.2025}

Dias difíceis? O de hoje…ou pelo menos a manhã foi extremamente difícil.

Luta intensa entre corpo e mente. Porque o meu corpo, cheio de dores, com os músculos das pernas duros e muito doridos só porque, antes de sair da cama, não tirei a manta de cima das pernas acabando por aquecer mais do que as minhas pernas aceitam, o meu corpo cheio de dores teimava que não conseguia dar um único passo, ao mesmo tempo que a minha mente insistia que tinha que conseguir, que ia conseguir!, independentemente do tempo que levasse a chegar à paragem do autocarro. Que foram, a muito custo, praticamente 20 minutos e que me fizeram dizer adeus ao autocarro que ainda vi passar mas que não tive condições para chegar a tempo à paragem.

Pouco depois, já em Almada, quase 15 minutos para atravessar a Praça até à clínica de Fisioterapia. Subir, com extrema dificuldade, aquela esquina até ao prédio da clínica. Dificuldade testemunhada à chegada por quem nunca me tinha visto a queixar-me desta maneira.

A fisioterapia, onde é requerido movimento e exercício das pernas? Fez-se. Devagar. Muito devagarinho. Com muitas dores. Muitas queixas. Muitos gemidos. Até muitos grunhidos. Tenho tido dias menos bons por lá. Mas hoje…

A parte boa da fisioterapia? Início de novo ciclo de tratamentos em que o Fisiatra prescreveu o regresso daquilo que preciso tanto: massagem! Na lombar e cervical! Seguida de calor. Se quase adormeci com o calor? Só não aconteceu porque me ligou a Terapeuta da Fala. Para saber se a minha voz já está de volta. Não está… E, logo hoje que é Dia Mundial da Voz, continua a faltar-me aquela que já foi ferramenta de trabalho. “É da doença“, diz-me a Terapeuta da Fala. Não duvido que seja, respondo.

No café, à espera do autocarro de regresso, mais uma coisa que me roubou um sorriso: um Pai Natal na semana da Páscoa gravado numa colher de café. As colheres de café em Almada são mais giras, está visto. E ainda bem que roubam sorrisos quando é preciso.

A tarde…ainda as dores nas pernas. A aula de Yoga, que hoje seria de 2 horas e meia, cancelada porque muita gente está de férias. Compensamos depois. Vai-me fazer falta, claro que sim.

Enfim…quarta feira, né? Pois…

{#105.261.2025}

Dormir. É um acto de auto-cuidado. De extrema importância. E eu, numa espécie de acto de revolta, vou empurrando com a barriga e faço por esticar demasiado a duração dos meus dias acabando por ir dormir tarde. Muito tarde. Muitas vezes bem mais tarde do que é suposto até em dias chamados normais.

Teimo em fazer por me esquecer que os meus dias actualmente já não se podem encaixar na tradicional normalidade. Existe todo um novo normal. E esse novo normal diz-me que o meu corpo já não suporta os embates de outros tempos ditos normais. É obrigatório parar, de preferência antes que o meu corpo me diga que já não aguenta mais. É obrigatório regular o horário de ir dormir. Porque, no meu novo normal, o meu corpo exige, porque precisa!, tempo para recuperar. Mesmo que não tenha feito nenhum esforço por aí além! Mas, não me posso esquecer!, acordar cedo para ir para a Fisioterapia, aquela hora de exercício, o caminho até lá e o regresso a casa, tudo isto cansa e esgota um corpo que exige mais recuperação do que antes.

Por isso, sim!, se for preciso durmo à tarde. Mas tenho que, de uma vez, começar a ir para a cama a outras horas. Para poder dormir, descansar e recuperar durante a noite para que a manhã seguinte não seja tão esgotante como tem sido…

Dormir é um acto de auto-cuidado. Mas eu sempre me esqueci de cuidar de mim mesma. E não posso continuar nesse registo…

{#104.262.2025}

Não sei exactamente o que se passou, se foi o desafio que lancei a mim mesma e às minhas pernas ontem ou se serão ainda efeitos da medicação recebida há uma semana. A verdade é que, ao contrário de ontem, as minhas pernas disseram-me “não“… Não desistiram por completo, felizmente, mas fizeram-me acreditar que, afinal, não sou capaz de tudo

Lembrei-me, também, do que escrevi no sábado sobre eu ser a minha própria Kryptonite… Ele pediu-me que voltasse a ler o que escrevi, para não me esquecer quando, por momentos, voltei a vacilar depois de uma manhã que foi tudo menos boa…

Mas não foi o vacilar que mais me incomodou. Aceito que esses momentos aconteçam, que me fragilizem. Mas sentir-me novamente sozinha num processo que sei ser exclusivamente meu e que assusta e frustra quem gosta de mim…isso é o que realmente me faz doer. Muito. E foi assim que me voltei a sentir hoje. E não quero. Não posso…

Preciso que me oiçam. Não peço muito mais do que ser ouvida e que me dêem colo quando mais preciso. Como hoje. E a minha manhã foi má. Muito má. E não pude falar sobre isso. Apenas fui forçada a continuar em frente. A prosseguir. A cumprir horários e rotinas que me são impostas quando não me sinto capaz de nada…

Hoje foi mau. Muito mau. E, a julgar pelas horas que são agora e pela intensa luta comigo mesma dentro da minha cabeça, amanhã não será melhor…

Mais uma vez, quero chorar. E não consigo. E, só por causa disso, tem tudo para correr mal…

Não. Não me sinto bem. Não me sinto bem comigo mesma. Mas não vai ser por isso que vou deixar de acreditar em mim, mesmo que o meu corpo teime em dizer-me que não é capaz. Mas a minha mente teima em dizer que sim! É esta a luta que travo neste momento. E a vontade é simplesmente chorar…porque ambos têm a sua razão e depois existe uma terceira parte, que sou eu, nem corpo nem mente, que já não sabe bem o que fazer para lidar com tudo isto…

Talvez se me deitar sossegada em posição fetal…talvez consiga sentir-me mais aconchegada, mais acolhida por mim mesma. Sei lá…já nada do que estou a debitar aqui parece fazer qualquer sentido…quando tudo o que mais quero e preciso é de chorar! Resolve alguma coisa? Nada, eu sei. Mas alivia. Afasta esta pressão que sinto em mim. E eu preciso tanto de aliviar tudo isto… Porque, se não dá para voltar atrás e sair deste filme, então que seja aliviada a pressão rapidamente! Porque eu preciso de mim mesma de volta!

…e, mais uma vez eu digo: eu não aguento…! E menos aguento sozinha…!

Amanhã. Amanhã vai ter que correr melhor. Tem que correr melhor…

{#103.263.2025}

Serão estas pernas, agora (muito) cansadas, agora (muito) doridas pelo (muito pouco) que andei hoje que me irão levar a superar crenças que não são minhas mas que habitam na minha cabeça. Serão estas pernas, as minhas pernas!, que me irão confirmar que sim!, AINDA POSSO!

Nunca lidei muito bem com o “não podes”. Se me explicarem por A+B porque é que “não posso” alguma coisa, aceito. Mas se me disserem que “não posso” porque “não consegues”, então não páro até tentar e conseguir de facto.

E, neste momento, se há coisa com a qual não lido mesmo nada bem é que me digam “JÁ NÃO CONSEGUES”. Como se, de facto, esta coisa que me apanhou na curva me tenha encostado às boxs de vez…quando não é verdade.

Eu sou a primeira a sentir todas as dificuldades. Todas as dores. E são muitas, tanto umas como outras. Sou a primeira a recusar as limitações que, mais cedo ou mais tarde, acabarão por surgir. Sou a primeira a recusar desistir quando a vontade é deitar a toalha ao chão. E dou mais um passo. E outro. E ainda outro. Os que forem necessários até chegar lá. Seja esse “lá” onde for. E sou também a primeira a sentir as dores tantas vezes agonizantes quando dou o passo seguinte. Mas dou! E sigo! E chego lá!

Por isso, não me digam que não posso porque já não consigo! Consigo! Pode custar-me horrores! Mas nunca gostei de caminhos fáceis que não levam a lado nenhum!

Serão estas pernas, as minhas pernas!, a provar a mim mesma que sim!, eu posso! Porque EU CONSIGO! E não serão as crenças alheias a ditar os meus passos! Crenças alheias são crenças limitantes. E eu SEI que não há limites quando se quer muito alcançar alguma coisa. E eu vejo uma meta lá à frente. E VOU cortar essa meta! Com estas pernas (muito) cansadas e (muito) doridas que são AS MINHAS!

E, garanto-vos, vou-me propor o que tantos acham impossível. Mas VOU conseguir! Porque eu quero! E porque, mais do que qualquer outra pessoa, EU AINDA ACREDITO EM MIM! E não é um diagnóstico que me vai fazer mudar de ideias. Sobre MIM! Eu CONTINUO a acreditar em mim! E eu SEI que CONSIGO!

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Dormir. É a forma de excelência para uma total recuperação do corpo. E se à noite dormi pouco e mal, tendo acordado de manhã bem cedo, a tarde fez-se hora de dormir e o corpo descansou.

Das 16h às 20h o sofá aconchegou-me, acolheu o meu corpo e embalou-me num sono profundo. Que soube tão bem. Que fez tão bem. Não recuperei, ainda, na totalidade, claro. Mas estou no caminho certo.

E, ao acordar, perceber que tenho tantas mensagens a desejar as melhoras e a darem-me força para recuperar rapidamente. Mensagens das minhas colegas do Yoga, as mesmas que, há quase 2 anos, me receberam e acolheram tão bem e que têm acompanhado de perto o meu percurso desde a suspeita à confirmação do diagnóstico e a progressão disto que me apanhou na curva e que veio para ficar. Nunca, em momento algum, me senti posta de parte por elas. Muito pelo contrário. E é tão bom e tão importante sentir que sim!, eu pertenço ali.

Agora que a noite já roça a madrugada é hora de fazer o que mais preciso: dormir. E fico feliz por saber que, a 135km daqui, ele leu as minhas questões sobre o resgate de uma corujinha, ainda junior, que certamente terá caído do ninho com a tempestade que está por lá. E sabê-la resgatada e recolhida por ele até amanhã ser levada para um centro especializado que, melhor do que ninguém, vai tratar dela até ser altura de a devolver ao habitat natural, deixa-me muito feliz também. Mas, para estar completamente bem, tenho mesmo que descansar. Dormir! O resto? Agora não quero saber. O resto é o resto! E amanhã logo se vê! Mas, agora? Agora eu!

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O extremo cansaço de ontem, exacerbado pela agressão violenta da infusão de 600ml de químicos que invadiram o meu corpo, levou a uma noite que terminou relativamente mais cedo do que o normal.

Antes disso, ainda a habitual troca de mensagens com ele. E ser comparada com Kal-El, originário de Krypton, com super poderes para suportar tudo. E cada palavra dele a relembrar-me que já passei por muita coisa, mas sobrevivi a todas. Algumas que me vergaram o suficiente para ameaçar quebrar mas que, de alguma forma, recuperei e reergui-me. E provavelmente mais forte, quem sabe mais sábia, talvez.

Kal-El ou não, não sei. Quero, muito, manter a minha visão sobre mim mesma: reajo porque não há outra opção viável. A alternativa, em cada tempestade que me vergou, era desistir e permitir(-me) a minha quebra. Mas, para mim, essa nunca foi uma alternativa viável. Nunca foi, sequer!, opção. Por isso, sim!, posso ter vergado muitas vezes a muitas tempestades, mas optei sempre por reagir. Reagir enfrentando os fantasmas que cada tempestade acabou por me deixar. Conhecer cada um deles, aprender a conviver com a sua presença, viver sem permitir a sua intervenção a cada novo capítulo.

Não, não sei se é possível ser comparada a Kal-El. Mas entendo quando ele o faz. Entendo cada palavra que ele me diz do que vê em mim que eu não vejo. Ou não quero ver, talvez. E, agora que penso nisso, talvez o não ver em mim ou não querer ver o que os outros vêem seja a minha Kryptonite. A minha grande fraqueza. O que eventualmente me poderá, um dia, derrubar.

Mas, assim como Kal-El tinha Lois Lane para o fortalecer e, de alguma forma, o proteger da Kryptonite, eu tenho-o a ele, que me protege, que me fortalece, que acredita em mim, na pessoa sou, na força que tenho, na coragem que me impede de parar, na vontade de conseguir alcançar um bocadinho mais de cada vez.

Afinal, eu e Kal-El temos mais em comum do que eu pensei de início. Mas, mais uma vez!, não fui capaz, ou não quis!, ver isso em mim mesma. Foi ele que me apontou nessa direcção. E talvez seja essa a minha Kryptonite: não ser capaz de, ou não querer!, ver em mim o que os outros vêem…