Dia 1461. Depois de 42.
E continuas a faltar tu aqui. Sempre. Para sempre.
Amo-te muito, bebé. Mas estou melhor. Não quero que te preocupes comigo. Estou melhor do que há um ano. Dois. Três. Mas não 4, porque aí ainda te tinha.
Daqui a um ano estarei ainda melhor. Não te preocupes comigo, pode ser? Vou sempre sentir a tua falta, mas trago-te em mim, gravado na pele, e sempre dentro de mim.
Continuas a faltar tu. Mas já sei viver sem apenas sobreviver. Quero que te orgulhes de mim por cada pequeno passo que vou dando. Porque dou sempre contigo cada novo passo em diante.
1461 dias depois de 42. Mais serena, acredita em mim. Acredita na mãe, bebé. Mas vais sempre faltar-me tu.
Hoje, esta noite, vou experimentar voltar no tempo até este dia há 4 anos. Quando ainda estavas comigo. Não te sentia, era demasiado cedo para isso. Mas bastava-me saber-te em mim. A crescer. Vou fazer de conta que ainda estamos nesse dia, pelo menos por um momento, para te saber de novo em mim.
Fazes-me falta, mas já não choro. Não como chorava há um ano. Aliás, não me lembro quando foi que chorei a última vez. Estou uma crescida, bebé. Mas fazes-me sempre falta.
Dia 1461 depois de 42. Mas já preciso de fazer contas, somar os anos, para saber que dia é porque já não conto os dias. Mas não preciso de cábulas para me lembrar que foram 42 dias.
Solto-te por agora. Deixo-te voar. E despeço-me só por agora. Só por instantes. Sei que voltas sempre para mim.
Amo-te muito, bebé. E nunca te esqueças que és tudo para mim.