Category Archives: {#2023.Julho}

{#212.154.2023}

9 anos hoje em que o meu corpo expulsou de mim o que não era para ser. Ou o que não podia ser. Ou…

9 anos hoje de colo vazio.

Mas o que não posso trazer no colo, o meu filho, trago na pele tal como o vi no dia em que o meu corpo disse “Não”. E na pele fica para sempre. No braço esquerdo. Junto do coração. De onde nunca saiu desde o primeiro dia ainda que os dias tenham sido apenas 42.

9 anos hoje.
Como se tivesse sido ontem. Como se fosse hoje…

E lembro-me daquele dia de calor horrível e céu cinzento. Que começou a chover ao mesmo tempo que eu começava a chorar…

Hoje já não choro. Não por falta de vontade. Porque hoje, depois do trabalho, só me apeteceu chorar. Não aconteceu. Como agora nunca acontece. Simplesmente não consigo chorar. E hoje precisava. Muito. Tanto. Porque o colo mantém-se vazio. E vazio estará sempre. Para sempre. E para sempre é muito tempo.

Nove anos. 9. E foi ontem. Foi hoje. É todos os dias. 9 anos…são mais de três mil dias. São, na realidade, 3287 dias e noites e uma imensidão de tempo que passou a correr e tão devagar.

E o colo mantém-se vazio…

{#211.155.2023}

Domingo. E as férias que acabaram. Dia de preparar o regresso ao trabalho, esta semana em teletrabalho. E confirmar o que suspeitava: a VPN não está configurada. Sem VPN não tenho acesso a nada. Mas não foi nada que não esperasse… Enfim. Vai ser começar o dia a chatear-me.

E cada vez quero menos voltar para ali… Não para o trabalho em si, que gosto. Mas para quem gere a equipa. Onde tudo nos é exigido. Onde nada nem ninguém é valorizado. E eu sei que posso mais. Muito mais. E por isso espero… Mas não posso esperar eternamente sem fazer nada. Assim é que não mudo para melhor mesmo…

Estou cansada. Passa pouco das 22h e já devia estar na cama. Ainda não estou porque sei que, quando o despertador tocar, vai ser para trabalhar e não me apetece…

Anyways, um dia consigo sair. Não sei quando nem como nem para onde. Sei, sim, que posso muito mais.

Amanhã será melhor. Porque eu quero que assim seja. Hoje estou apenas carente de mimos e algo ansiosa. Mas vai correr tudo bem. Porque não pode ser de outra forma.

{#210.156.2023}

Sábado, aquele dia aborrecido da semana. E hoje não foi excepção.

E, de repente, caem-me todos em cima…

Por esta eu não esperava.

{#209.157.2023}

Sexta feira e o fim das férias. Nada de extraordinário se passou, tirei tempo para cuidar de mim e pouco mais.

Amanhã? Logo se vê como será.

{#208.158.2023}

Hoje foi um daqueles dias em que foi absolutamente desperdiçado. Acordar muito para lá da hora do costume, não fazer nada o dia todo, sair só ao fim do dia para o café do costume. Dia vazio, portanto…

…e, enquanto isso, do outro lado do Mundo o risco eminente da Depressão. E vou assistindo sem poder fazer grande coisa…

Não, não foi um dia mau. Mas também não posso dizer que tenha sido bom. Foi só um dia desperdiçado e com a preocupação em crescendo…

Amanhã? Sexta feira e logo se vê. No que eu puder ajudar, à distância de milhares de quilómetros, ajudo. Mas não posso fazer muito mais. E isso custa…

Mas saber-me uma espécie de luz na escuridão, um porto de abrigo, o que for que possa marcar a diferença, já é bom. Porque é nestas alturas que é preciso estar presente e esticar a mão. Ainda que à distância de meio Mundo…

Sim, amanhã será melhor. Porque eu quero que assim seja…

{#207.159.2023}

Dia de Yoga com jantar do grupo a seguir à aula. É dia de (tentar) socializar. De (tentar) pertencer.

Se é fácil? Não, não é. Mas tento. Afinal, faço parte do grupo de Yoga. Porquê autoexcluir-me…?

{#206.160.2023}

Terça feira e análises feitas. Resultados amanhã ou depois. Manhã de passeio depois das análises, com passagem pelo paredão e pelo parque. Muitas paragens pelo caminho porque o joelho esquerdo já viu melhores dias. E eu, no geral, também…

Tarde de preguiça. Sofá e televisão que não vi porque o sono me venceu. E são estes os meus dias de férias. Nada de extraordinário a acontecer, mas com um jantar programado para amanhã com um grupo que não conheço mas que já faz parte de alguns dos meus dias: grupo do Yoga.

Hoje foi o dia que foi. Mas amanhã quero que seja melhor. Quero praia de manhã para poder preguiçar um bocadinho à tarde antes do Yoga para estar em condições para o jantar. Vamos ver como corre o dia…

Para já é preparar-me para jantar, são 21h10 e ainda não jantei… A partir da próxima semana a esta hora tenho que começar a preparar-me para a cama. Felizmente a primeira semana de regresso ao trabalho ainda vai ser em modo remoto. É voltar devagar…

Tenho que voltar ao registo de um dia de cada vez. Sem pressa. E, acima de tudo, sem pressões. Mas sei que, no que diz respeito a trabalho, a pressão vai lá estar. E não me sinto com coragem para isso… Vai ser, claro, fazer o melhor que posso, o melhor que sei, o melhor que consigo…

Por hoje não deverá haver muito mais a acrescentar. Agora é jantar, depois é o descafeinado do costume no cadeirão e depois então cama. Mas estou cansada de dias vazios…

{#205.161.2023}

Segunda feira mas, por várias vezes, a sensação de que é quarta. E também a sensação de que deveria estar a trabalhar quando, na verdade, ainda é o meu período de férias.

De manhã, consulta com a médica de família e tudo devidamente encaminhado para consulta hospitalar e realização do estudo neurológico completo para despiste de doença desmielizante do sistema nervoso central. O protocolo hospitalar exige análises muito específicas e serão feitas amanhã. Depois, é entregar os resultados e esperar. 90 dias. Parece uma eternidade. Não é. Também é verdade que é só uma estimativa temporal. Vamos acreditar que não está longest da realidade…

Praia ao fim da tarde e um vento do demo. Não deu para saborear como deve ser, mas souber melhor do que estar presa em casa ou, no limite, ir até à esplanada do costume fazer nada.

Sinto-me cansada. E preocupada com o outro lado do Mundo. Sei que as coisas por lá levaram uma grande reviravolta para pior e não está a ser fácil. Não posso fazer grande coisa para ajudar. Mas estou presente da única forma que mesmo é possível estar.

Cansada. Muito cansada. E amanhã é dia de acordar cedo e dar o passo para cumprir o protocolo de encaminhamento hospitalar: fazer análises.

Agora? É hora de recolher e enroscar. Amanhã será melhor. É só o que peço agora…

{#204.162.2023}

Domingo e aquele dia de muita preguiça.

Consulta com o terapeuta fofinho logo pela manhã, falaram do que pode vir a fazer partes do meu caminho como antecipado na consulta de neurologia na passada quinta feira. Acordámos ambos que podem nem seria nada do que o médico disse.

Sem exame não há certeza de nada, essa é que é a verdade. Mas a incerteza é, para mim, comprar tentar equilibrar um tabuleiro cheio enquanto ando na corda bamba, não resulta bem.

Cansada. De não fazer nada. Mas cansada. E amanhã ainda estou de férias. E, logo para começar bem o dia, novamente consulta com a médica de família porque ela também quer ver o resultado da Ressonância Magnética. Mas ela está sabe, ainda, for pedido do neurologista e do despiste que quer fazer…

Digo a mim mesma mil vezes que vai correr tudo bem. E quero muito acreditar que estou certa. Mas…e se não estiver…?

Nestes momento não quero pensar. Amanhã, dia de consulta com a médica de família, logo se vê…

{#203.163.2023}

Sábado: manhã de Yoga, tarde de preguiça.

Um joelho avariado por causa do Yoga e mais um dia em que não fui à praia. Faz-me falta lá ir, claro que sim. Descer até à areia, ir até ao Mar. Mas há sempre desculpas para não o fazer: ou porque está demasiado calor, ou porque o vento está muito forte ou, como hoje, porque é fim de semana e a praia tem demasiadas pessoas e não me apetece lutar por um metro quadrado de areia. E até porque tenho dores e me custa muito andar…

Sempre me disseram que, quanto mais perto morasse da praia, menos vezes lá iria. Nunca acreditei até 2010, altura em que deixei Lisboa para trás e vim parar a esta terra à beira do Mar. O ano passado? Uma ida à praia no Verão.

Este ano tenho que ir mais vezes. Esta semana que vem é a altura certa para bater os valores do ano passado. Com mais ou menos dores, maior ou menor dificuldade em andar, tenho que ir à praia. Sentir o Mar na pele. Permitir-me receber o Sol e o Sal…

Por hoje, que foi um dia muito preguiçoso, já chega. Posso não ter feito muito, mas sinto-me cansada e bastante ensonada. Amanhã? Dia de terapeuta fofinho logo pela manhã e tentar encaixar as notícias de quinta feira que tenho feito por não pensar… Mas, para já, é dormir. E não me faltam sítios onde enroscar. Mesmo que à distância…

{#202.164.2023}

E depois há aquele momento em que o telefone toca e do outro lado da linha está o sobrinho-maravilha mais velho só para dizer “sabes, tia, hoje passámos o dia todo no Jardim Zoológico. E agora, antes de irmos embora, fomos à loja do Zoo. Não havia nada de jeito, mas havia postais e comprei um para te enviar”…

Não é preciso dizer que este menino está bem ensinado e sabe como fazer a tia feliz. E o que eu estava a precisar hoje de coisas boas no meu dia.

Obrigada, Miguel. Por seres o sobrinho-maravilha que és e o pré-adolescente que não se esquece do que a tia gosta.

De resto, continuo em choque com as novidades de ontem. Pensei que até estava a encaixar melhor. Mas não estou… Vamos ver como corre. A fase da negação pode chegar a qualquer momento, mesmo sabendo que, para já, não passa de uma possibilidade…

{#201.165.2023}

Quinta feira e a consulta de neurologia para traduzir para português o relatório da Ressonância Magnética. E, às vezes, a ignorância é uma bênção. E hoje preferia ter-me mantido na ignorância. Mas não mantive.

Entrei agora no modo “vamos ver”. É necessário fazer um estudo neurológico completo para despiste de doença desmielizante do sistema nervoso central? Faça-se. É preciso, para esse estudo, internamento e punção lombar? Seja. E quanto mais rápido melhor.

Não está nas minhas mãos a rapidez da realização do estudo, por isso regresso, mãos imagem vez, ao registo um dia de cada vez. E depois logo se vê. Quero acreditar que o que tiver será simples, não será aquele bicho papão que o médicos diz ser possível. Não quero que seja possível. Não agora. Não assim.

Sei, isso sim, que não adianta não querer. Se tiver, já cá está. Não há nada a fazer para evitar. Por isso, repito o mantra: vamos ver. Um dia de cada vez e depois logo se vê.

E é em momentos como este que me sinto perdida. Pequenina. A precisar de colo. Que, de certa forma, estou a ter. Mas precisava de chorar para digerir a informação e gerir a ansiedade e, claro, não consigo.

Amanhã. Amanhã será melhor. E segunda feira a médica de família espera por mim e pelo resultado da consulta de hoje. E, a partir desse momento, estou nas mãos da disponibilidade hospuralar para saber o que tenho ou não tenho…

Apetece-me muito chorar, estou assustada, preocupada, sem Norte. Mas também isto vou enfrentar e superar…

{#199.167.2023}

Completamente perdida no calendário, sem saber muito bem que dia é hoje. Ter que olhar para o calendário do telefone várias vezes para confirmar que é terça feira…e é, de facto.

Receber um telefonema de manhã em que quem supostamente lidera uma equipa mais uma vez demonstra não ser mais do que um calhau com olhos. E, mais uma vez, virou-me do avesso. E não pode. Não posso simplesmente ficar tão transtornada como fiquei. Como fico… E, mais uma vez, quem errou não fui eu. E, a juntar à incompetência, ainda os termos usados por alguém que não me conhece de lado nenhum e já acha que podem tratar-me como trata… Não pode. Não deve nem pode. Mas será reportado. Já chega. Respeito é o mínimo que se exige de qualquer pessoa. E, neste caso, não é excepção.

De resto, muito preocupada com o que se passa do outro lado do Mundo. E não, não posso fazer nada a não ser estar presente da única forma possível. Mas nem por isso deixo de ficar preocupada.

Enfim…são férias. Não é altura para me preocupar com trabalho. Já basta estar preocupada à distância…

Amanhã? Logo se vê. Mas quero acreditar que será melhor.

{#197.169.2023}

Domingo e a dor de costas ao acordar duas horas antes do despertador tocar…

E aquele momento em que te pedem ajuda para uma coisa tão simples e shit hits the fan… Seja o que tiver que ser. Fiz o que me pediram? Fiz. E mais não posso fszer. Mesmo que tenha corrido mal.

Agora é hora de desligar e enroscar. E deixa-me adormecer. Amanhã logo se vê.

{#196.170.2023}

Sábado e acordar (muito) cansada. Yoga logo pela manhã não foi suficiente para acordar. Tinha planeado chegar a casa, tomar banho, comer qualquer coisa e dormir. Porque preciso de dormir. Preciso muito.

Não aconteceu. 360 km que, de repente, se tornaram a distância de um abraço. E um café. E um almoço. E a conversa que se desenrola sempre sem hesitação. E já são 20 anos disto. E é sempre tão bom. E hoje, claro, não podia ter sido diferente.

Depois de almoço, regressar a casa e ficar no cadeirão à conversa até ganhar coragem para me atirar para cima da cama. E aí sim, dormir. Duas horas e pouco, talvez. Não foi um sono profundo. Mas foi dormir. Depois disso o sono continua cá. São 22h45 e dou o dia por terminado. Até amanhã às 10h ainda tenho muito tempo para dormir…

E o que me preocupa este cansaço quase extremo depois de apenas uma semana de trabalho…? Não quero voltar ao estado que me levou a ficar em casa… Não quero nem posso.

Hora de ir dormir porque já não dá mais… Amanhã será o dia todo dedicado a descansar. E, felizmente, estou de férias.

{#195.171.2023}

Sexta feira e o fim da primeira semana completa de trabalho depois de dois meses e meio de baixa. 200 chamadas atendidas. E a sentir-me já demasiado cansada. Esgotada fisicamente. E com a certeza que a energia mental e emocional estão presas porque um fio.

Três colegas hoje perguntaram se eu estava bem. Porque não lhes pareceu que estivesse. E não estava. O cansaço físico que veio de uma semana de noites curtas não me fez sentir em condições de sorrir como faço habitualmente. E preocupa-me ainda agora ter regressado ao trabalho e já estar assim, tão cansada…

O fim de semana vai ser para voltar a recuperar. E, logo depois, tenho duas semanas de férias para descansar. E para repôr os níveis de energia. Vamos ver como corre…

Por hoje chega. Já devia estar a dormir há muito tempo….

{#194.172.2023}

E, ao fim de 5 dias de trabalho depois de dois meses e meio de baixa, a vontade é de voltar para a minha concha. Não pelo trabalho em si, mas por quem é responsável por nós, os que poem a máquina a funcionar. Mas não posso permitir que essa gente me afecte novamente. E muito menos da forma que me afectou. Não posso…

Continuo a acreditar que é possível mudar para melhor e que vai acontecer. Tanto acredito que voltei a mexer-me nesse sentido. Não está dependente de mim. Mas a minha parte tangível está feita. Falta a outra…e eu não duvido que se me mexer dessa forma as coisas acontecem… Tenho que voltar a isso. E rapidamente. Ou volto a cair rapidamente. E não posso. Nem quero…

{#193.173.2023}

Quarta feira, dia do meio, dia nim, nem não nem sim. E eu já estou demasiado cansada…

Amanhã é dia de dar tudo por tudo. Estou cansada de estar à espera e a indefinição não faz bem a ninguém. O que tinha que fazer está feito. Deixou de estar na sala minhas mãos. E o que pretendo é a mudança. Para melhor.

Estou cansada, mas não é aquele cansaço de quem dorme a correr. É um cansaço mental de quem é desvalorizada onde passa a maioria parte do tempo: no trabalho,

Mas hoje o sono e o cansaço tomam conta.

{#192.174.2023}

Das coisas que eu já devia saber fazer e ainda não sei: desligar do trabalho às 18h em ponto. Nem o Burnout me ensinou a desligar. E não é bom.

Se, à hora de almoço, até me soube bem partilhar o resultado da auditoria que correu (mais ou menos) bem, à tarde só me apetece mandar tudo ao ar e resmungar e barafustar. Passa das 22h30m, eu saí às 18h. E ainda não desliguei. Faz-me bem? Nada! Bem nenhum! E começo a pensar em dar razão a quem me disse (e foi muita gente) que ainda era cedo para voltar.

Não sei se era. Sei, sim, que o problema não sou eu. Ou só 22 meses depois é que deram por isso…?

Seja! É continuar a encolher os ombros, sorrir e acenar. Vou continuar a fazer o meu trabalho o melhor que posso e o melhor que sei. E SEMPRE com um sorriso na voz.