Category Archives: {#Set/2019}

{#273.93.2019}

Às vezes gostava de não ser quem sou. Mas depois lembro-me que custou muito a ser quem sou e o esforço não pode ser desperdiçado.

Prefiro passar a imagem da miúda estranha no trabalho que não se dá com ninguém nem se mistura do que fazer parte daquele grupo que mesmo espremendo ao máximo não sai sumo nenhum.

Sim, às vezes penso que gostava de ser outra que não eu, mas depois lembro-me que bem espremida ainda dou algum sumo. E volta tudo a ficar bem.

{#270.96.2019}

Continua a não ser fácil ficar sozinha em casa. Mas sempre é melhor não ser fácil do que não ser aconselhável.

Seja como for, sozinha em casa os fantasmas tentam reaparecer. Por isso fujo deles. Da melhor forma que consigo: desligo do mundo.

Um dia, estar sozinha em casa vai voltar a ser bom. Mas não é já.

{#268.98.2019}

“Always expect the unexpected”, ouvi dizer.

Não me tinha ainda ocorrido que o inesperado podia ser cruzar-me com um submarino ao passar o Tejo.

Menos mal… Podia ser um inesperado mais desagradável. Ainda bem que não foi.

{#267.99.2019}

As primeiras chuvas fazem-me balançar com medo do que o Outono possa trazer. É sabido que a Depressão não se dá bem com a falta de Sol e com os dias mais curtos. Por muito que esteja melhor, e estou!, há sempre o risco de voltar a cair.

É-me importante acreditar que vai correr tudo bem. E sei que se balançar demasiado tenho a quem recorrer para me ajudar a reencontrar o ponto de equilíbrio.

Para já, tenho apenas que aceitar que começou um novo ciclo. Com todas as características que o Outono tem. Boas também, algumas delas. Mas acima de tudo lembrar-me que é mais um ciclo e que faz parte.

E depois lembro-me de outros Outonos e das coisas boas que vieram com eles. E sei que, se depender de mim, este que agora ainda vai no início também me trará coisas boas. E vai trazer!

Que venham as tardes de chuva. Os dias inteiros! Não estou preparada, mas vou fazer o melhor para me adaptar. E reaprender a dançar à chuva.

{#266.100.2019}

Sol de Outono, quase tive vontade de te tocar.

Aproveito cada bocadinho que posso para deixar o sol tocar na minha pele antes que o Outono prometa o Inverno.

Um dia de cada vez. Hoje, o primeiro de Outono. No fundo hoje, o primeiro de tantos.

Hei-de agarrar todas as oportunidades que o Outono me trouxer. Vai ser bom. Vai valer a pena.

{#264.102.2019}

De novo, e para ficar, o frio e a chuva.

Não estou preparada para isto… Falta-me o Verão que não veio.

{#263.103.2019}

Às vezes é preciso recorrer às instituições para que algumas coisas mudem.

Hoje foi mais um passo. Há coisas que têm que ser resolvidas como posso resolver.

De resto, mantém-se a espera e a dúvida. Tirando isso, o frio e a chuva chegaram e eu não estou preparada para eles.

{#262.104.2019}

A espera gera ansiedade. As borboletas também. Mas prefiro a ansiedade das borboletas à ansiedade da espera.

Mas sempre fui paciente, sempre soube esperar. Vou fazê-lo mais uns dias. Depois volto a repetir o passo que não foi entendido.

{#261.105.2019}

O primeiro passo foi dado. Mas não sei até que ponto foi entendido. Resta-me agora repetir e quase insistir. Quase, porque só o farei por não ter sido entendido. Não gosto de insistir. Assim como não gosto de reticências nem de silêncios incómodos que me deixam ainda mais insegura do que já sou e a fazer filmes na minha cabeça.

Mas depois há surpresas boas na caixa de correio. Que já não contava receber. Com mensagem que me faz parar para pensar. E é mais um pequeno nada que vou guardar para mim e que, desta vez, poderei reviver as vezes que quiser.

É, o primeiro passo foi dado. Sim, vou ter que o repetir. E as borboletas na barriga agitaram-se.

Não deixem morrer as borboletas. Morrer de agitação ou de outra coisa qualquer.

Sigamos em frente. Cabeça erguida. Já falta pouco.

{#260.106.2019}

Só custa o primeiro passo. A coragem não é ausência do medo, mas a capacidade para o enfrentar.

São frases feitas. Mas são o que preciso agora para dar o primeiro passo que ando a adiar há meses.

Hoje, sem falta, dou esse primeiro passo. Mesmo com pouca coragem, mesmo que seja um passo trémulo, a medo. Mas de hoje não pode passar. Não vai passar! E é só esse passo que depende de mim, o resto deixo para o outro lado, para a disponibilidade que não a minha. Até que volte a depender de mim…

Mas hoje é um dia tão bom como qualquer outro para dar um passo em frente.

Só tenho medo que seja mais um passo em direcção ao abismo novamente………

{#259.107.2019}

Hoje o medo. O medo da perda novamente. De perder o que não tenho por ser totó. O gelo. Gelei por dentro e apenas por filmes criados na minha cabeça. Porque continuo perita nisso, nos filmes que aparecem na minha cabeça.

Hoje novamente o medo da perda. Mas como é que se pode perder o que não se tem? Perdendo… Perdendo o pouco que se vai recolhendo aqui e ali, pequenos nadas que só eu valorizo. E que contabilizo… E o medo de perder esses pequenos nadas gelou-me por dentro. Não gostei do que senti, como se esse filme que fiz ali no momento dentro da minha cabeça fosse real, fosse um facto consumado. Não gostei e percebi que esse medo gera sofrimento. Mais do que guardar comigo o que precisa ser dito.

Hoje chorei por dentro… Por uns breves instantes chorei por dentro. Por medo da perda e por me recriminar por não conseguir sair deste poço de insegurança e dizer o que tem que ser dito. Porque gosto de ti mais do que pensava e hoje, se ainda houvesse dúvidas, tive a confirmação do que no fundo já sabia.

Faço filmes na minha cabeça, mas são tantas as vezes em que acerto em cheio que agora tenho medo de estar certa mais uma vez.

E agora? Até quando é que vou guardar isto? Até quando é que vou aguentar sem me magoar ainda mais?

Tenho medo. Mas tenho que ter coragem de enfrentar esse medo e parar com os filmes que faço na minha cabeça e acalmar a ansiedade que esta dúvida me traz.

Vai correr bem. Vai ter que correr bem. Porque eu mereço que corra bem. E mereço mais do que apenas pequenos nadas.

O medo. Hoje novamente o medo… Da perda. De perder o que não tenho. De te perder a ti.

{#255.111.2019}

Não estou à espera do fim do mundo. Do mesmo modo que não sou nenhum comboio que possa eventualmente descarrilar. Sou um poço de insegurança e baixa auto-estima que de vez em quando perde um pouco o norte e sai dos trilhos.

Mas olho para cima enquanto vou, aos poucos, ganhando coragem para combater as inseguranças. E olho em frente para me manter, todos os dias, nos trilhos certos.

Nem tudo depende só de mim. O mundo não há-de acabar entretanto e eu hei-de dar o passo que há muito tempo devo a mim mesma. Mas nem tudo depende só de mim.

Vou combater as inseguranças. Vou aumentar a auto-estima.

Vou, lentamente, deixar de ser tão totó.

Mas não preciso que me recordem constantemente que estou a falhar comigo mesma.

{#254.112.2019}

Mudar as voltas à rotina, seguir por caminhos pouco habituais ao final do dia. Mudar a perspectiva.

Devia fazer disto mais vezes, já o tenho dito. Muito dito, pouco feito.

É urgente uma nova quebra de rotina no final de mais um dia das 9 às 6. É urgente seguir por novos caminhos. É urgente mudar a perspectiva.

Não foi, hoje, o que ando a pensar há tanto tempo, foi o que era necessário. Mas pode ser amanhã ou num qualquer amanhã próximo uma nova quebra da rotina como há tanto desejo. Haja vontade e, muito importante, disponibilidade e a coisa acontece.

Por mim era já hoje.

{#253.113.2019}

Dou por mim a visitar, demasiadas vezes, o mundo da fantasia. Uma espécie de mundo do faz de conta, mas que não é o mesmo de há uns anos.

Neste mundo da fantasia os meus desejos vão-se desenrolando ao sabor do que sinto, do que guardo cá dentro e que teimo em não partilhar. Sonho acordada, cabeça no ar, a saltaricar em bicos de pés como se fosse realidade o que sonho.

Esqueço-me, tantas vezes quantas visito o mundo da fantasia, que tudo o que sonho pode tornar-se real se eu revelar o que guardo comigo. Ou pode, pelo menos, fazer-me voltar a pôr os pés bem assentes na terra se as coisas não correrem como eu gostaria.

É bom visitar o mundo da fantasia. Porque me faz acreditar que sim, é possível. Mas faz-me mal manter-me por lá demasiado tempo. Porque corro o risco de ser totó a rodos e não ver o que está à minha frente.

Está na altura de ter uma conversa. De revelar o que guardo comigo. Não posso continuar a visitar o mundo da fantasia a toda a hora sem saber se não me irei magoar no mundo real.

Tenho medo do mundo real. E talvez seja por isso que me sinto tão bem no mundo da fantasia.

Mas é no mundo real que essa conversa tem que acontecer. É no mundo real que tenho que viver.

Até quando vou continuar a visitar o mundo da fantasia?