Daily Archives: 11/07/2016

#day193 out of 365plus1

Um bocadinho à nora, admito. Tempo para parar e pensar, repensar?, tanta coisa, tanto rumo.

Não me apetece escrever, não me apetece continuar a escrever. Faz sentido? Faz sentido continuar a escrever? Não. Especialmente quando a escrita não é o suficiente para acalmar aquelas vozes que ecoam insistentemente na minha cabeça. Porque se uma me diz que tomei a decisão certa porque não podia ser de outra forma, porque não adiantava manter aquela ilusão de proximidade que era apenas isso mesmo, uma ilusão, que tenho que dar mais importância e valor ao que sempre fiz questão de achar que não merecia muito, que tenho que começar a olhar para mim mesma com outros olhos, ao mesmo tempo há outra voz que se ri de mim, do que decidi e que insiste em dizer-me que não adiantou nada, porque no fundo é só um alívio para terceiros que já não precisam de se esforçar para manter essa ilusão. E há também outra voz que me diz que não devo ouvir as outras duas porque não é nada daquilo mas é tudo junto.

Estou cansada. De me iludir. De me esforçar por ser melhor. Por merecer melhor. Estou cansada de insistir em querer mais quando tantas vezes, demasiadas?, sinto que nada disso importa porque o que tenho é o que mereço. Pouco ou nada. Sempre. Nunca muito.

Cansada de sentir isto. Cansada de me sentir assim. Cansada de me descobrir apenas anos depois. Cansada de não me ver como se calhar sou, cansada de me ver como, se calhar, apenas uma mera ilusão.

Não sei qual o caminho agora. Não sei qual o rumo neste momento. Não sei nada. Sei apenas que dei um passo que achei necessário mas que, afinal, parece não ter feito qualquer diferença do outro lado. Que muito provavelmente ainda nem deu por isso nem dará tão cedo. Porque simplesmente era uma proximidade ilusória. De circunstância.

Caramba…sinto a falta. Sim, a tua falta. Até mesmo dessa proximidade ilusória de circunstância. Não tinha que ser assim. Não era assim que devia ser. Mas, provavelmente, é assim que é porque sempre o foi desta forma.

Estou cansada. De me lembrar que estou sozinha. Que me disseram que não estaria e que durou tão pouco esse não estar.

Não posso querer muito mais. Ou apenas muito. Ou até mesmo pouco. Não adianta de nada. Nunca adiantou ter sonhos, vontades, desejos. Porque, tal como os planos, já devia saber que nunca nenhum desses sonhos, nenhuma dessas vontades, nenhum desses desejos alguma vez se irá concretizar. Cada vez acredito mais que mereço que assim seja…

Cansada. Tão cansada. De tudo…

Não, hoje não há sorrisos. Porque também estou cansada de sorrisos ilusórios. De circunstância. Só porque um dia achei que seria bom ter 365diasmais1 para sorrir.

Cansada. Farta. De tudo. Porque já pouco faz sentido. E não sei continuar a jogar ao Faz de Conta.

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