Daily Archives: 08/04/2024

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Já tenho dito por aí que digo Olá a todos os cães e gatos que se cruzam comigo por aí. E, às vezes, acontece eles responderem-me olhando para mim e acabando por se aproximar de mim para receberem festas. E basta um simples Olá. Um bocadinho como aquele Olá que deixei a 5 de Julho. Não foi um cão ou um gato que se aproximou, mas alguém que olhou para mim. E bastou um simples Olá que se mantém 9 meses depois.

Mas, dizia eu, páro sempre para lhes dizer Olá. E, esta tarde na papelaria, não foi excepção quando me voltei a encontrar com o Thor. Disse-lhe simplesmente Olá. E a reacção foi erguer aquela cabeça enorme do chão e olhar para mim. Trocámos mimos, claro. E, quando se levantou, mostrou que pode ser um cão de muito grande porte, mas é uma delicadeza sempre que nos encontramos.

É um cão enorme, com uma cabeça monstruosa e umas patas extraordinariamente grandes e pujantes. Quem não o conhece pode ficar apreensivo. Mas é uma delícia de cão mimalho.

Vou continuar a dizer Olá por aí sempre que me cruzar com um cão ou um gato. Mas só a eles. Porque aquele Olá que dei a 5 de Julho já me trouxe tudo o que procurava e não sabia.

Se me preocupa o facto de dizer Olá a cães e gatos que se cruzam comigo? Não, nem um pouco. Mas começa a preocupar-me um bocadinho (grande) o meu estúpido hábito cada vez mais recorrente de falar sozinha. Seja para “mandar calar” quem está a fazer barulho na esplanada ou a fazer obras aqui ao lado, seja para resmungar porque me dói a cabeça ou as pernas. Ou seja simplesmente porque sinto necessidade de vocalizar e dizer alguma coisa que não interessa a ninguém e que só eu entendo o contexto. Ou ainda estar a ditar o que estou a escrever no telemóvel.

Também é um facto que me preocupa sempre que começo a cantarolar sem sentido e que toda a gente ouve ou quando começo a gemer entre dentes porque alguma coisa me dói. Levantar-me (a custo) do cadeirão então é uma sinfonia de ais e uis e o caminho a percorrer até ao sofá ou até ao meu quarto é toda uma outra experiência sonora significativa.

A sério que isto começa a preocupar-me. Porque eu não era assim.
But then again, claro que falo sozinha. Às vezes preciso de ouvir “experts” seja lá sobre o que for.

Não, começo a não achar piada a isto. E começa mesmo a preocupar-me. Se até um cão a ladrar eu mando calar e depois passo horas no cadeirão a falar comigo mesma que é o mesmo que dizer que passo horas a falar sozinha…

É continuar a encolher os ombros, sorrir e acenar. Nothing to see here. Move on…