Sábado que não foi. Foi quarta feira. Feriado. Dia em que o Yoga que ia acontecer ao fim do dia, como acontece todas as quartas feiras, aconteceu de manhã, no horário dos sábados. Foi o suficiente para me baralhar um pouco o calendário. But then again, desde Setembro que, para mim, os dias são todos o mesmo. Ainda me vou guiando pelos horários do Yoga para me orientar na semana. Mas hoje o jogo ficou mesmo estranho. Não é sábado. É quarta feira. Não me posso esquecer disso.
E, à quarta feira, depois da aula normal de Yoga, temos Yoga Nidra. Tenho que ler mais sobre isso, sim basicamente é uma sessão de meditação guiada. Que ainda não me levou a nenhum sítio como aquele onde estive o ano passado, mas que, confirmei hoje com o professor, me levou a algo no tempo, se é que posso descrever desta forma.
Voltar de um estado de relaxamento profundo é sempre difícil. E, já sei, comigo a meditação facilmente me leva para algum lugar de onde me é difícil regressar sem ajuda. Mas tenho trabalhado sempre para regressar mais facilmente. E quando regresso é-me demorado voltar ao estado de alerta normal. Acontece sempre lentamente.
Na semana passada, no entanto, ao regressar ao estado de alerta em que, depois do relaxamento deitadas, nos sentamos de pernas cruzadas, ao colocar as mãos em cima dos joelhos como é suposto, tive a nítida sensação de estar bem mais pequena em tamanho, quase como se tivesse novamente apenas 5 anos de idade…
Foi muito estranho. Uma sensação que, não nego, assusta. Porque eu tenho noção do tamanho do meu corpo mas, naquele momento, senti nitidamente que tinha andado para trás no meu tempo…
Não tinha tido, entretanto, oportunidade de falar com o professor. Queria, muito, partilhar essa experiência com ele. E hoje, depois da medicação guiada em que voltei a sentir o meu corpo mais pequeno do que é na realidade, partilhei com ele. E a resposta foi: isso é sinal de que houve uma regressão. Assim, sem hesitar.
Contei-lhe, muito por alto, a experiência que tive há um ano. Uma regressão. Onde me encontrei enquanto criança. Não houve tempo para falarmos muito. Mas a partilha ficou lá. A mensagem chegou lá. Ao ponto de, esta noite, ter recebido mensagem dele a referir que foi uma experiência sensorial.
Mas que não é para ficar a matutar agora. Havemos de conversar sobre tudo isso. E eu vou querer saber mais. Conhecer mais. Entender mais. Mas, o que já entendi, é que mais uma vez me apontam numa direcção: a espiritual. Não duvido disso.
Mas não vou ficar agora presa nesse pensamento. Vou simplesmente deixá-lo a pairar. E, se no próximo sábado tivermos oportunidade, iremos falar sobre isso. E eu quero muito falar sobre isso. Porque, já sei, há algo em mim que sobressai e que é perceptível a quem sabe ver. E é tão curioso como já várias pessoas que não se conhecem, nunca falaram, nunca sequer se cruzaram, me apontam todas na mesma direcção…
Quarta feira que não foi sábado, foi feriado. De manhã, Yoga e Nidra. E à tarde aquilo que já tenho notado depois do Nidra: dormir profundamente. Não sei se é normal. Mas já percebi que é depois do Nidra que mais durmo profundamente.
Fico com esta na cabeça até sábado. Ou seja lá quando for que iremos conversar sobre isto. Mas é bom saber que não estou sozinha e que tenho quem me possa orientar de alguma forma…
Hoje foi este o meu dia. Com duas coisas que me fizeram sentir muito bem:
– quando o professor de Yoga, à saída, diz a uma responsável pelo espaço que eu sou uma aluna exemplar porque não desisti nem desisto apesar das notórias dificuldades;
– fazer o caminho de regresso a casa sozinha, com o apoio da bengala, claro, e em apenas 20 minutos quando com companhia já passou largamente dos 30.
São pequenos passos, pequenas vitórias. Mas que me sabem muito bem. E que me fazem ainda melhor. Porque, já sei, posso não voltar ao meu normal, mas sei que vou chegar ao meu melhor.
Amanhã? É outro dia. E depois logo se vê. Mas sinto-me bem. Sinto-me aconchegada. E, para mim, é só isso que importa.