2017. Parece que foi ontem. Outubro 27, não foi ontem mas quase. 8 anos depois. Uma pandemia pelo meio, de entre tudo o que poderia acontecer e nunca um hipotético confinamento esteve nos planos. Até que foram vários. 2? 3? Já não sei. Mas sei que ainda ontem foi aquele final de tarde, sexta feira depois do trabalho, um jardim, uma esplanada. O sushi ao jantar. Uma conversa que se prolongou pelo início da madrugada no paredão junto à praia. Conversa reatada novamente no paredão no Domingo.
2017 foi, sem dúvida, uma autêntica montanha russa, daquelas com a componente de comboio fantasma e com a particularidade de não precisar de moedas para continuar o terror das subidas muito lentas e das descidas estupidamente rápidas.
Mas 2017 foi também um ponto de viragem importante. Aprendi a despedir-me de quem nunca esteve realmente presente, permiti novas entradas.
2017 podia ter sido ontem, lembro-me demasiado bem do quão violentamente doloroso foi o primeiro semestre. Lembro-me da tranquilidade que fui conquistando a pulso desde que tatuei o meu filho, aquele que não pude ter, aquele que não pode ser, na pele.
2017, o ponto de viragem tão vincado naquele fim de tarde de dia 27 de Outubro numa esplanada de um jardim.
Desde essa data tanta gente veio, tanta gente se foi, tanta coisa aconteceu e, ao contrário do que tantos julgam, eu continuo cá. Com exactamente a mesma base que já tinha em 2017. Mas todos os dias a aprender e a crescer um pouco mais.
A minha luz trago-a comigo, em mim. O que não me impede de encontrar casa num abraço dele quando me acolhe e aconchega em segurança.
2017, Outubro 27. Parece tanto que foi ontem. O que ficou era o que estava previsto nas estrelas. O que não ficou não era para ser.
Mas o Universo sabe o que faz e quando faz, por isso estou tranquila. Enquanto mantiver a minha luz não me perco. Não completamente, pelo menos…

