Category Archives: {#2020.Abril}

{#121.246.2020}

Mais um dia, menos um dia. Melhor hoje do que ontem. Todos os dias um bocadinho melhor.

Ainda cansada, mas a acreditar que neste fim de semana de três dias vou conseguir descansar. E a acreditar que as noites vão voltar a ser inteiras de um sono que preciso.

As saudades, claro, ainda cá estão. E irão permanecer. Mas tudo passa e um dia também elas irão passar.

Até lá, mantenho o meu caminho. Em frente, sempre, para me reencontrar todos os dias mais um bocadinho.

{#120.247.2020}

O acumular de noites mal dormidas juntamente com um horário de trabalho que não lembra a ninguém começa a ter efeitos. Demasiado cansada para seja o que for. Até para escrever.

Hoje não houve Sol ao fim do dia. E fez-me falta. Como me fazem falta algumas pessoas que não sei quando volto a ver. E algumas se sequer volto a ver.

É quando estou mais cansada que me sinto mais vulnerável, é quando as defesas caem. E é quando me faltam mais as pessoas que trago comigo, em mim.

É só cansaço. Nada mais. Mas as saudades são isso mesmo: saudades.

Fazem-me falta as borboletas na barriga. A antecipação. O encontro. Até mesmo a simples interacção à distância.

Faltam-me algumas pessoas. Mas, no fim, é só cansaço.

{#119.248.2020}

Devagarinho volto a encontrar-me. E é muito bom sentir e saber que há quem me incentive a melhorar.

Obrigada =)

Só preciso de tempo. Do meu tempo…

{#118.249.2020}

Voltar ao que gosto é sempre uma boa aposta. E hoje aceitei o desafio de voltar a pegar na máquina fotográfica.

Mesmo sem grande tema de foco, foi bom fazer uns clicks. Espero voltar à máquina mais vezes nos próximos tempos. É sinal que me estou a reencontrar.

{#117.250.2020}

Não conto os dias de isolamento imposto, a contagem dos dias pertence ao passado. Sei apenas que já são muitos e que ainda faltam uns quantos até podermos voltar a sair. Mas será uma saída, para já, pouco segura. Longe ainda da normalidade que, se calhar, nunca mais será a mesma. E isso assusta um pouco. Não sou grande adepta da mudança imposta, sou-lhe sempre resistente. Mas acabo por me adaptar, com tempo.

Por outro lado, o isolamento imposto tem-me trazido coisas boas. Tem-me trazido pessoas quando mais preciso delas para uma interacção que me é necessária. Que me ajudam na manutenção de alguma normalidade, mesmo que acompanhada de novidade.

Os últimos dias têm sido curiosos. Têm sido bons porque não me sinto (nem estou) sozinha.

Agora chegam-me desafios. Para desabrochar. Para voltar a ser eu. Nunca deixei de o ser, mas tenho andado esquecida de mim mesma. Meio escondida, com medo.

Vou aceitando os desafios, dentro do que me é possível corresponder. E, só por isso, já estou a ganhar ao que nos isola a todos.

Hei-de voltar a ser eu em pleno. E quando tudo isto for passado hei-de olhar para estes dias com um sorriso. Porque todos os dias ganho mais um bocadinho.

{#116.251.2020}

Sábado. Pouco ou nada a assinalar. Mais um dia, menos um dia.

E o isolamento imposto que continua sem se saber até quando. Valem os contactos online para ajudar a manter a estabilidade da saúde mental. Mas continuam a faltar-me pessoas por perto. E sinto que se afastam.

Mas não posso esquecer-me que, se esse afastamento acontece, não sou eu que fico a perder.

De resto, ninguém larga a mão de ninguém.

{#115.252.2020}

Fim de formação, início de actividade nova. O friozinho na barriga de novos começos.

E é de novos começos que se trata. Novas experiências. Novos contactos e conhecimentos.

E, mais uma vez, o friozinho na barriga.

Gosto desse friozinho. Mas tenho saudades das borboletas. As borboletas na barriga da antecipação de encontros que agora não podem acontecer. Nem sei se alguma vez se irão repetir. Com muita pena minha…

São saudades que batem de vez em quando. Daqueles que trago comigo, em mim.

{#114.253.2020}

Quando o céu me traz o cor de rosa, é porque vai correr tudo bem.

E vai. Porque não pode ser de outro modo.

{#113.254.2020}

Mais uma noite igual às outras. Mal dormida. Mais um dia emigrada sem sair de casa. Mais uma vez a madrugar.

E o cansaço acumulado a fazer-se sentir.

Amanhã repete. À mesma hora, a mesma rotina.

E continuam a faltar-me pessoas. As minhas pessoas.

{#112.255.2020}

As manhãs a horas da madrugada depois de noites mal dormidas têm tudo para serem dolorosas. Hoje não foi excepção. Mas teve um pequeno pormenor que aliviou um pouco. Mais uma vez, pequenos nadas. Mas é a esses pequenos nadas que me vou agarrando para tentar manter um pouco a normalidade.

E, finalmente, a ajuda que pedi há duas semanas chegou.

A normalidade vai demorar a voltar. E eu tenho que encontrar o meu caminho no meio disto tudo.

Vai correr bem. Vai ter que correr bem.

{#111.256.2020}

Pequenos nadas. Sempre os pequenos nadas. Que agora me são ainda mais importantes. Porque me sabem bem. E, ao saber-me bem, fazem-me bem.

O gut feeling está adormecido, por não saber quando termina este distanciamento imposto. Mas o desânimo está a querer instalar-se no seu lugar.

Vou insistindo nos pequenos nadas. Já me falta tanta coisa, não vou deixar que me falte isto também.

{#110.257.2020}

Do distanciamento social imposto, o que me assusta é o perder pessoas. Especialmente as que trago comigo, em mim.

Vou fazendo os possíveis para que nada se perca, até porque a distância já existia de certa forma. Mas assusta-me ainda assim. Porque antes sempre surgia de vez em quando a possibilidade de uma interacção mais próxima. Mas agora não há sequer uma previsão de quando isso será possível. E pode ser o suficiente para um afastamento definitivo. E isso custa-me……

{#109.258.2020}

Não conseguir dormir uma noite inteira está a tornar-se preocupante. Depois de acordar à meia noite, voltei a acordar às 4h da manhã para já não voltar a adormecer…

A ajuda continua a não chegar. E eu preciso tanto dela…

{#108.259.2020}

Cansada de uma semana de trabalho com mudanças grandes. Daquelas a que eu habitualmente resisto até me adaptar. Novos projectos, nova equipa, acima de tudo novos horários.

Vai correr tudo bem, tenho a certeza. Mas até começar a mexer a sério, fica sempre a dúvida sobre se serei capaz, se estarei à altura.

Continua a ansiedade em alta. Continuo a não conseguir dormir uma noite inteira. Continua a ajuda a não chegar. Continuo à espera e a pôr-me à prova.

Por outro lado, há toda uma distância que vai aumentando. E essa distância é tudo o que eu não quero. Tudo o que eu não preciso. Preciso precisamente do oposto, apesar da distância física ser agora obrigatória. Mas há a outra distância, aquela que nos faz próximos e que eu não quero nem posso perder.

Estou cansada… Talvez seja isso que me desanima. Talvez quando conseguir voltar a dormir uma noite inteira a perspectiva de tudo melhore.

{#107.260.2020}

Emigrante sem sair de casa. Podia ser interessante se não tivesse que acordar e começar a trabalhar 2 horas mais cedo para enfrentar uma língua estrangeira que, por muito parecida que seja, continua a ser isso mesmo: uma língua estrangeira.

Mas não posso queixar-me. Tenho trabalho, é só isso que interessa agora.

E entretanto sinto falta de pessoas. Mais ou menos próximas, sinto falta da interacção. Seja de que forma for.

O ruído na minha cabeça continua, hoje um pouco mais baixo, mas continua cá. E a ajuda continua a não chegar…

Um dia tudo isto vai passar. Duvido que tudo volte a ser como antes, mas vai passar. Até lá repito o mote de outros tempos: um dia atrás do outro atrás do um.

{#106.261.2020}

O barulho na minha cabeça começa a incomodar. Ainda não são as vozes da minha cabeça, mas o ruído já se começa a fazer sentir. E não gosto nada disso.

A ansiedade já se instalou. E com ela a somatização.

A ajuda continua a não chegar… Mas quero acreditar que amanhã há Sol na minha janela.

{#105.262.2020}

E, de repente, a meio da viagem as coisas mudam. E eu resisto sempre à mudança quando me é imposta. Mas, desta vez, prefiro estar grata a esta mudança. Por ser um bom sinal em tempos de incerteza e insegurança.

Mas não esperava. E, apesar do que digo, ainda me assusta a mudança.

Vamos esperar e acreditar que vai correr tudo bem.

{#104.263.2020}

Do que sinto mais falta? Não é de sair de casa. Aí sinto-me confortável e cada vez mais. Vai ser difícil voltar à rotina de sair de casa. E isso começa a preocupar-me. Mas do que sinto mesmo falta é da interacção com outras pessoas. É ver pessoas e falar com elas.

Podia resolver-se facilmente, mesmo à distância. Mas não está a acontecer…

{#103.264.2020}

Cansada de ver sempre a mesma paisagem. E com cada vez menos vontade de sair de casa. O isolamento, ou o confinamento, pode ser demasiado confortável.

Apenas sinto falta de ver gente e de falar com alguém. Coisas que são fáceis de resolver mesmo nesta fase. Mas que não acontecem.

A minha sanidade mental está a começar a ressentir-se. E a ajuda que já pedi nunca mais me chega…

Quando tudo isto passar, vai ser difícil voltar às rotinas que obrigam a sair de casa. Porque, lá está, este isolamento pode tornar-se tão estupidamente confortável…

{#102.265.2020}

Absolutamente aborrecida. E um tanto triste. Para o aborrecimento encontro solução. Para a tristeza não.

Ou pelo menos não de forma fácil…