Monthly Archives: June 2022

{#181.185.2022}

É estranha a capacidade de recuperação depois de uma simples conversa. Ainda estou sob o efeito da terça feira que aconteceu. E em muito melhor estado do que na pré conversa.

Não, já não tenho vontade de chorar. Já voltei a sorrir e a ter vontade de sorrir. Já não me dói o corpo como se tivesse sido espancada. E volto a sentir-me aconchegada. Porque sei que vale a pena.

Há coisas que são, sem dúvida, para manter. E isso é bom. E por isso não vou mudar. Até porque não há razão para mudar. Mantenho o sorriso e voltarei a dá-lo sempre que mo pedirem. Não há razão para não o fazer. Muito pelo contrário.

Aconchegada. Novamente. E isso é tão bom. E, para mim, é só o que interessa.

Amanhã? Voltarei a sorrir. Como sorri hoje. E ontem. E na terça feira à noite.

{#180.186.2022}

Quarta feira, dia do meio, dia nim, nem não nem sim. Mas hoje foi um dia sim depois de uma terça feira que, de facto, aconteceu.

E foi bom ter acontecido. Porque recuperei o sorriso. A pedido, é certo, mas correspondido sincero e com vontade. E hoje o sorriso mantém-se. E será para manter. Porque faz sentido. E vale a pena.

Ontem serviu também para confirmar algumas coisas. Boas. E essas já ninguém mas tira. A única pessoa capaz de mas tirar sou eu mesma. E não é isso que eu quero. Por isso volto aos hábitos de sempre que não têm razão para desaparecer e se perder por aí por razões que não interessam. Há coisas que sim, valem a pena manter.

E, se me voltarem a pedir um sorriso, voltarei a sorrir. E irei sorrir também com o olhar, se a máscara se impuser.

É bom saber que mantenho o meu porto de abrigo. Julguei-o perdido, é certo. Mas, afinal, estava no mesmo sítio de sempre. E ter essa confirmação fez tanta diferença.

Agora é seguir. Não sei para onde este seguir me leva. Mas há, de novo, um gut feeling presente. Demore o tempo que demorar, um dia vou dar-lhe razão.

{#179.187.2022 – parte 2}

E a terça feira aconteceu.

Sim, precisava que acontecesse, tal e qual aconteceu. Tranquila. Conversa de gente adulta. Com respeito, como seria de esperar. Se foi tudo dito? Não sei…mas também sei que nada ficou por dizer. Se faz sentido? Talvez não. Mas sei que me ajudou.

Agora? É recuperar o sorriso e a vontade de sorrir. Com tempo, encaixar e seguir. Em frente, claro.

Se as coisas têm que mudar? Não. Claro que não. Se eu mudei? Talvez um pouco. Se voltarei ao que era? É o mais provável. Mas ainda vou precisar de tempo. Porque eu levo tempo a digerir o que sinto. Porque sinto sempre tudo de forma intensa. O bom, o menos bom, o mau. E isso exige tempo para encaixar e permitir-me seguir.

Foi importante. Foi necessário. Mas a amizade é para manter. Porque faz sentido. Porque me faz bem. E porque sim.

Amanhã? Será melhor.

{#179.187.2022 – parte 1}

Parte 1 se houver parte 2…

Terça feira que, até ver, vai acontecer…

Nervosa, claro. Como não?

Logo se vê como corre…

Por agora, e como sempre, espero…

{#178.188.2022}

Segunda feira que começou com silêncio. Um daqueles silêncios que fazem doer. E, do meu lado, a certeza da resposta à pergunta que fiz ontem. Porque, já sabemos, o silêncio também fala.

A resposta chegou ao fim do dia. Surpreendeu-me por ser o oposto do que estava à espera. Veio a confirmação de que terça feira vai acontecer. Mas eu, como sempre, só vou acreditar quando acontecer mesmo. Por isso, mantenho a expectativa em baixa para depois não custar tanto. Já o tenho dito, deixei de acreditar em promessas há muito tempo. E planos desisti de os fazer há muitos anos.

Vamos ver. Claro que a ansiedade já se instalou. Não vai ser uma noite fácil. Vai ser incómoda. Desconfortável. Já está a ser desde aquele dia. E não sei o que vou dizer. Sei que estou triste. Mas também estou zangada, para além de magoada. A conversa tem que acontecer, mas já devia ter acontecido há muito tempo. Se ainda faz sentido? Às vezes não sei…mas sei que não quero perder uma amizade. E, parece-me, do outro lado também não se quer perder alguma coisa. Resta saber o quê. Ou, pelo menos, tentar perceber o quê.

Vai ser um longo dia amanhã. Vai ser uma longa noite hoje. E, desta vez, às 20h de amanhã tenho a resposta se a terça feira acontece conforme combinado. Isto, claro, se não houver novidades outra vez durante o dia.

Vamos ver. Espero há muito tempo por uma mesa para dois e tenho noção que esta será, provavelmente, a última vez que essa mesa será para dois. Porque, já sei, para mim está destinada uma mesa para um.

{#177.189.2022}

Domingo que começou cedo e foi muito longo. Dizem que esteve um dia bonito lá fora. Não sei se esteve. Recusei-me a sair de casa. Sei que devia ter saído, fazia-me bem apanhar ar e sentir o Sol na pele. Mas cada vez tenho menos vontade de sair.

Preciso de lamber as feridas que ainda estão muito abertas. Ainda vão demorar a cicatrizar. Ainda é tempo de tratar delas, dar-lhes atenção, lambê-las para que não infectem e senti-las. Sentir tudo. Não sei ser de outra forma…

Terça feira está quase aí. E eu tenho medo de perguntar se o que foi combinado há uma semana se mantém…tenho medo que, mais uma vez, seja desmarcado seja lá porque motivo for. Tenho medo de mais uma promessa quebrada. De mais um plano que não se realiza.

Quero acreditar que à terceira é de vez…mas tenho medo do que a experiência me diz e me repete, história atrás de história.

E onde é que anda a tempestade perfeita quando se precisa de um novo foco? Não sei…Sei apenas que, conforme apareceu, desapareceu. Mas agora era importante que reaparecesse. Não vai acontecer, já sei.

Domingo longo e dorido. Ainda é dorido. E terça feira está quase a chegar…

Amanhã, dia de trabalho, dia de ter a cabeça ocupada. Vai ser um dia melhor do que o de hoje…

E terça feira está quase a chegar…

{#176.190.2022}

Sábado. Aquele dia aborrecido da semana. Hoje dedicado a descansar e a ocupar as mãos para distrair a cabeça.

Ficar sozinha em casa. Estou de novo a não o querer. E isso não é bom sinal. Mas hoje tive que ficar. Não foi muito tempo e felizmente estava ocupada. Mas foi o suficiente para perceber o risco novamente.

O cenário vai ter que melhorar. Mas continuo sem saber como fazer para não me sentir como sinto. Porque, já sei, sinto tudo intensamente. O bom e o mau. E o mau pode ser muito mau. Como está a ser…

E eu não quero isto para mim. Não outra vez. Mas é aqui que estou. É assim que estou. E dói muito estar deste modo.

{#175.191.2022}

Sexta feira e as saudades de sorrir. Semana longa e pesada, complexa. Um turbilhão de emoções. Trabalho e pouco mais. Ou, para variar, nada mais.

É difícil silenciar a cabeça nas horas mortas. E, também por isso, aceito sempre quando me pedem para fazer mais horas no trabalho. É só mais uma hora por dia, mas sempre é uma hora em que a minha cabeça está ocupada. E, estando ocupada, não pensa em disparates, asneiras e dores. Porque ainda dói. Muito. Já passaram muitos dias desde aquele murro no estômago. Mas ainda dói.

Já pensei em procurar de novo a tempestade perfeita, agora que perdi o meu porto de abrigo. Talvez me reencontrasse a mim mesma. Mas se uma tempestade perfeita se afasta de um momento para o outro, se se remete ao silêncio e prefere a ausência depois de todos os planos que idealizou, quem sou eu para procurar novamente a inquietação?

Prefiro mil vezes um porto de abrigo que se desfez à instabilidade e incerteza de uma tempestade perfeita.

E a semana passou quando pensei que fosse demorar a passar. E a contagem dos dias até terça feira continua. E sempre aquela sensação de que terça feira vai chegar e não vai passar disso mesmo, mais uma terça feira que não aconteceu.

Espero tanto estar enganada. Quero tanto estar enganada. Quero muito que terça feira aconteça. Não sei para quê. Para uma conversa, eu sei. Mas que conversa? Falar do quê? Do que sinto? Do quanto me doeu aquele murro no estômago? Do quanto ainda me dói a ressaca? Para quê? Não sei… Sei que preciso dessa conversa. E que, se não acontecer agora, não vai acontecer nunca. E isso vai doer ainda mais. E durante muito mais tempo.

Tenho saudades de sorrir. Mas não tenho vontade de o fazer. E depois de terça feira vou continuar desse modo. Porque foram quatro anos e meio de dedicação a nada e a coisa nenhuma mas que me deu algum significado a cada novo dia. E agora essa dedicação fica sem rumo…

Um dia volto a encontrar-me. E volto a dedicar-me a alguma coisa como me dediquei este tempo todo a algo que sempre me fez bem. Sempre me aconchegou. E sinto falta desse aconchego diário. Muita falta.

Mas também a isto vou sobreviver. Não sei como. Um dia de cada vez. E um dia talvez deixe de doer.

Mas bolas…foram quatro anos e meio de algo que sinto de forma intensa, como sinto sempre. Quatro anos e meio de algo que trago comigo, cá dentro, em mim. E que todos os dias fiz questão de fazer presente de alguma forma.

Não foi suficiente. Ou será que eu é que não fui suficiente…? Não sei…

{#174.192.2022}

Perdi o meu sorriso. E, com ele, a vontade de sorrir.

Sempre fui uma miúda de sorriso fácil. Hoje não sou. Não tenho vontade de sorrir. Nem encontro, mesmo com retorno, motivos para sorrir.

Aquele murro no estômago foi tão mais do que um simples murro. Foi demasiado violento para ser só isso. Arrancou um pedaço de mim. Um pedaço grande, imenso, como acho que nunca me tinham arrancado.

Mas dizem-me que também a isto vou sobreviver. Não sei como o vou conseguir, mas é a única opção.

O tempo ajuda, sempre ouvi dizer. E já sei que sim, por experiência. Mas não invalida que não era nada disto que eu queria para mim.

Não outra vez…

{#173.193.2022}

Busy hands quiet the mind. E é disso que eu preciso agora. Nem que para isso fique, como fiquei, com bolhas nos dedos. De tanto queimar fios, queimo-me a mim também. De alguma forma, disfarça a outra dor que sinto…

Se é saudável? Não, não é. Se é intencional? Não. É resultado de um pedido de ajuda ao qual não soube dizer que não. Quando quem precisa de ajuda também sou eu. Ajudo no que posso, como posso. Queimo-me porque o trabalho assim o dita. Mas dói menos queimar os dedos do que um murro no estômago…

…que ainda dói e que me roubou o sorriso e a vontade de sorrir.

Amanhã continuarei a queimar os dedos. E, pelos vistos, continuarei também a falar sozinha. Como hoje. E eu não gosto de falar sozinha…

Mas falar sozinha é algo a que terei de me habituar, pelos vistos. E entretanto vou contando os dias até à próxima terça feira, já sem saber muito bem que hoje é quarta pensando que ainda é terça e logo a seguir sexta. Ando perdida nos dias, novamente. Não é bom sinal, mas não é nada que me admire. Porque, na verdade, é perdida que me sinto. É perdida que estou. Um dia volto a encontrar-me.

E, de repente, volto a não saber que dia é hoje…

{#172.194.2022}

Terça feira. E corpo que continua muito dorido. E a ansiedade a fazer-se presente.

E, do outro lado, a pergunta se estou melhor. Não sei a que parte se referia, porque o corpo físico pode estar ligeiramente melhor apesar de manter as dores, mas o corpo emocional não está melhor. Respondi que continuo com dores, que se aplicam tanto ao corpo físico como ao emocional. Porque continua a doer. Tanto num como no outro, continua a doer.

Tento manter-me serena. Mas a ansiedade aparece sempre quando não estou a trabalhar, quando não tenho a cabeça ocupada. Como agora, à noite. A noite, juntamente com o final do dia, é sempre uma porta aberta para pensar no que e o que não devo. Felizmente a ansiedade ainda me deixa adormecer com alguma facilidade. Mas, descobri esta noite, faz-me acordar de madrugada sem motivo.

Fico curiosa com o motivo da pergunta se estou melhor. Pode ser uma pergunta genuína, pode ser uma pergunta simplesmente desinteressada para fazer conversa. Não sei, nunca saberei. Mas sabe bem.

Sinto falta do aconchego que o porto de abrigo me dava. E hoje sei que não posso olhar para esse porto de abrigo e esse aconchego da mesma forma. Mas não posso evitar dizer que sinto falta. Porque sempre me soube bem. Sempre me fez bem. E hoje faz-me tanta falta…

Se eu queria estar assim como estou? Não. Se eu sabia que isto podia acontecer? Sabia. Se alguma vez imaginei que fosse doer tanto e deixar-me no estado miserável em que estou? Nunca. Mas estou. E não sei como vou conseguir sair disto.

Dizem-me que hei-de sair mais forte. Mas mais forte do que o quê e para quê? Não era nada disto que eu queria quando dei aquele primeiro passo há 4 anos e meio. Também não queria apaixonar-me. E deu no que deu. Que é muito mais para lá do que uma simples paixão. É algo mais forte e intenso do que uma simples paixão. E mais bonito também.

Enfim. Não queria nada disto. E sinto isto como uma perda das grandes. Muito, muito grande. Como se, com aquele murro no estômago, tivessem arrancado um pedaço de mim.

E, de certa forma, arrancaram. Só me resta agora aprender a viver sem esse pedaço que me arrancaram. Por muito que agora doa, um dia vai abrandar. E talvez um dia deixe de doer tanto. E, quem sabe, talvez um dia simplesmente deixe de doer.

Mas, por agora, dói.

Muito…

{#171.195.2022}

A capacidade de reacção do corpo é impressionante. Tenho dores no corpo como há muito tempo não tinha. Como se aquele murro no estômago de há três semanas tivesse sido, de facto, físico. Não foi. Mas logo naquele momento o meu corpo reagiu. Foi uma reacção demasiado física para algo que foi um choque emocional.

É a somatização. A forma como o corpo físico reage a um peso emocional. Não me lembro de alguma vez ter reagido assim. Aliás, sei que nunca reagi assim. Não bastava o desânimo, a tristeza, a depressão. Também tinha que vir a somatização.

Acho que a forma como estou a reagir diz muito do que sinto, muito do que trago cá dentro, comigo, cá dentro. Eu sabia que o que sinto é muito forte. Não sabia que ia reagir desta forma a algo que sabia que podia acontecer.

Continuo sem conseguir chorar. E isso assusta-me. Sei que, se conseguisse chorar, iria aliviar a pressão que sinto, a ansiedade iria diminuir, a somatização iria abrandar. Mas não choro. E, no dia em que finalmente conseguir fazê-lo, não vai ser fácil.

Já tive resposta. Já existe uma nova data. Mas continuo a só acreditar quando chegar o dia e realmente se concretizar. Quero muito acreditar que à terceira é de vez. Quero muito que aconteça na data programada, ainda a uma semana de distância. Sei que, até lá, a ansiedade vai aumentar todos os dias um bocadinho. Mas vou ter que lidar com ela. E vai-me dar tempo para regular um pouco mais as emoções e chegar à data marcada menos zangada. Até porque já tive resposta. E sei que, até lá, continuarei a ter retorno. Como tenho tido. Mesmo que, por vezes, seja ignorada, o retorno acaba por acontecer.

Ansiedade em alta, mas um pouco mais tranquila hoje. Tirando as dores no corpo todo, foi um dia mais sereno. Porque já tive uma resposta. Às vezes é tão simples parar uma bola de neve. Basta haver vontade. E ontem, pelos vistos, houve.

Hoje durmo mais serena. Não necessariamente melhor. Apenas mais serena. E com saudades de me sentir aconchegada pelo habitual porto de abrigo que, já sei, não posso dizer que seja meu. Porque não é.

Amanhã? Vamos ver como vai reagir o meu corpo. Espero que com menos dores, apesar de toda a pressão que ainda sinto.

Eu não merecia isto…mas é isto que tenho que passar agora. E sentir tudo. Até que um dia deixe de doer.

{#170.196.2022}

Domingo que começou com uma aproximação que teve retorno. Ao contrário dos últimos dias. Mas que continua sem uma resposta a uma pergunta tão simples.

Domingo dorido. Consulta de manhã, como sempre acontece aos Domingos e que tem sido tão necessária nas últimas três semanas. Onde falo, questiono, digo tudo o que sinto. E onde vou filtrando o que posso e o que não posso dizer quando chegar a altura. Ou pelo menos a forma como o farei.

Manter um canal de comunicação aberto. Não quero eu outra coisa. Mas cada vez parece mais um canal unidireccional, uma vez que só eu faço um esforço para que a comunicação se mantenha. Mas sei que não fui eu a primeira a dizer que esperava que as coisas não mudassem muito. Porque, disse-me, há amizades que são para manter.

Novamente, de manhã, a pergunta. Que irei manter até ter resposta. Seja ela qual for, vai ter que haver uma resposta. Porque também não fui eu quem sugeriu um jantar para conversarmos. Nem foi por minha causa que, já por duas vezes, esse jantar foi desmarcado. Não quis, ele, chamar desmarcado mas sim adiado. Da primeira vez foi, de facto, adiado. Mas da segunda parece que foi mesmo desmarcado. Porque, até ver, não há uma nova data.

E a bola de neve vai aumentando. E era tão fácil de a travar. Eu não quero ser um problema para ninguém, nem para mim mesma. E neste momento estou a ser um problema para mim. Porque o corpo manifesta já fisicamente o que sinto cá dentro e que teima em não ser resolvido. A ansiedade que aumenta todos os dias um bocadinho, as dores no corpo, a indisposição, as náuseas. A somatização, no fundo.

Era tão fácil parar isto. Nada que uma simples conversa não resolva. Mas é uma conversa que não sai. Tenho noção que poderá ser desconfortável para o outro lado. Mas também não é confortável para mim. E a cada dia que passa se torna ainda mais desconfortável.

Não quero, para mim, o papel da que insiste. Mas não vejo outra forma de resolver este problema. E estou cansada. Tão cansada…

Um dia vai ter que haver essa conversa. E é bom que aconteça rapidamente. Porque eu não estou bem e a tendência está a ser piorar a cada dia. E não quero voltar para aquele lugar onde já estive. Mas é para aí que estou a voltar…

{#169.197.2022}

Estou cansada. De me sentir mal. De me sentir triste. De me sentir magoada.

Mas estou ainda mais cansada de me sentir ignorada. Porque estou, de facto, a sê-lo.

Merecia mais do que isso. Nem que fosse apenas por uma questão de respeito pelo que sinto.

Mas cada um sabe de si. E, mais uma vez o digo, quem quer chegar a todo o lado, não chega a lado nenhum. E acaba por (se) perder.

Amanhã? Logo se vê se tento novamente a aproximação. Para ser novamente ignorada, claro.

{#168.198.2022}

Sei quando estou a ser ignorada. Não entendo o motivo quando, quem me ignora, é a mesma pessoa que me disse esperar que nada mudasse. Corre o risco de mudar se o problema não for enfrentado e resolvido, se simplesmente continuar a ser ignorado.

E, neste momento, é isso o que me custa mais: ser ignorada e ver o problema, tal como uma bola de neve, a crescer a olhos vistos. E não depende de mim fazer essa bola de neve parar.

Já sei que, mais cedo ou mais tarde, me irão apontar a mim o tamanho do problema, been there, done that. Mas não fui eu quem criou o problema. E sozinha não o resolvo. E quero, muito, resolvê-lo de forma a não se perder tudo. Porque, disse-me, há amizades que valem a pena porque é bom.

Não está a ser.

Quando há vontade, não custa olhar para a agenda. Quando há vontade, não custa enfrentar o problema que se criou e resolvê-lo. Adiar a resolução só o vai aumentar e pode levar a um ponto sem retorno. E não é isso que eu quero. Não é isso que eu mereço.

Já o disse tantas vezes: o que trago comigo, em mim, é bonito. Mas está a começar a ficar feio. E eu não quero isso. Quero manter a amizade. Quero que continue um sentimento bonito. Mas, neste momento, para além de magoada pelo murro no estômago, estou zangada. Porque estou a ser ignorada sem motivo e a ver o problema a aumentar e a ser eu a suportar o estrago.

Perdi o meu porto de abrigo. E estou a ganhar algo que é exactamente o oposto e não sei como lhe chamar. E não estou a gostar nem um bocadinho.

Não me sinto bem. Já passei por isto antes e não me lembrava como podia mexer fisicamente. Ou, se calhar, por serem situações tão diferentes, nunca senti o que estou a sentir ao ponto de o sentir de forma tão física. Dói. Muito. No corpo todo. E faz com que não me sinta bem. Fisicamente também.

Se eu queria estar aqui outra vez? Não, não queria. Mas é aqui que estou novamente. E, mais uma vez, só preciso de uma conversa. Não peço muito. Especialmente depois de nunca ter pedido nada. Mas estou a ser ignorada… Até quando? Não sei. Mas sei que vou insistir pelo menos mais uma vez. Depois disso, fica no ar a mensagem. Que faça com ela o que quiser. Mas, se há amizades que são para manter, neste momento não parece…

Sim, estou triste. Mas também estou magoada e, acima de tudo, zangada. E não gosto.

Nem quero…

Mas de uma coisa eu sei: quem quer chegar a todo o lado, não chega a lado nenhum. E acaba por (se) perder. E é pena.

{#167.199.2022}

Quinta feira e o feriado que finalmente tive. Hoje não consegui estudar. Precisei de descansar e de ter tempo para mim. E percebi que, quando não tenho a cabeça ocupada, ainda me dói. Muito. Ao ponto de me fazer doer o corpo todo. Como se o meu problema fosse físico, como se tivesse sido espancada. Afinal, foi um murro no estômago. E, por muito que seja uma imagem metafórica, foi real e doeu. Dói.

Continuo à espera de uma abertura de agenda. Há 7 dias numa semana. 30 ou 31 dias num mês. Só não quero relembrar que há 365 dias num ano. Só quero uma data livre. Porque é preciso conversar. Para evitar perder mais do que já perdi.

Continuo a não chorar… E isso não é bom. Tenho vontade, mas a apatia instalada não deixa que caia uma única lágrima. E, já sei, quando cair a primeira, vai doer muito…

Não queria nada disto. Não queria, nem quero, o caminho que está a tomar. Mas não depende só de mim. E, por não depender só de mim, a ansiedade aumenta e a distância também… E eu não quero a distância. Sei que ainda tenho que aceitar o que aconteceu, mas também preciso de aceitar e entender o porquê de ter acontecido como aconteceu. E é por isso que preciso de conversar.

Quando existe uma amizade que se preza é preciso fazer tudo para a manter, desde que seja sincera. Mas, neste momento, parece que o esforço parte só de mim. E isso também aparenta dizer tanto. Mas que tem que ser conversado para evitar mal entendidos, como também sei que podem acontecer…

Amanhã relembro que há uma agenda que precisa ser consultada. E relembro (e explico) que há uma conversa que é necessária. Hoje fiz o que tinha que fazer, fiz a minha parte.

Se continuo zangada? Sim. Enquanto não houver essa conversa, continuarei zangada. Porque não quero perder uma amizade, muito menos desta forma. Não quero perder um amigo…

Não quero…

{#166.200.2022}

Faltam 200 dias para acabar o ano…e a questão que se impõe é: quantos dias faltam para o jantar que teima em não acontecer?

“Tenho que olhar para a agenda”, dizem-me. Pois que olhe. E, para variar, eu que espere.

Quem quer chegar a todo o lado, ou não chega a lado nenhum ou perde(-se) pelo caminho. E eu aposto na segunda parte.

Estou zangada. Não queria, mas estou. E tenho todo o direito a estar. Sei o meu lugar na lista de prioridades, mas também sei que neste momento merecia um bocadinho mais. Nem que fosse um bocadinho mais de respeito. Pelo que sinto e pelo tempo que passou desde o primeiro dia. E o tempo, para mim, é muito importante. E o outro lado sabe da importância que dou ao tempo. Ou devia saber…

Zangada. Muito. Tanto. Como há muito tempo não estava. Com quem nunca pensei estar. Mas estou. E triste com tudo, mas acima de tudo triste por estar zangada.

Sei que mereço mais. Apesar de tudo, mereço mais.

Um dia, quem sabe, acerto. Hoje ainda não foi o dia.

{#165.201.2022}

Terça feira começa a ser aquele dia que não aconteceu… Tal como na semana passada. E não aconteceu porquê? Porque alguém quer chegar a todo o lado e, obviamente, não consegue. Claro que não.

Sei que não sou uma prioridade. Nunca fui. E agora pareço ser ainda menos. Para quê combinar alguma coisa que já se sabe que não vai acontecer?

Pelo menos desta vez deixei claro o que vai deste lado. Que não, não estou bem. E fui surpreendida com a resposta “não podes estar”… Não estou, claro que não estou. Mas é bom saber que é evidente. Não para que tenha pena, mas para sentir um bocadinho do estrago que fez.

Não desisto, ainda assim, da conversa que preciso de ter. Porque acho que a mereço. E vou arriscar a querer combinar alguma coisa. Mas vou ser eu a ditar as regras…

Amanhã? Logo se vê como será o dia… Por hoje já chega, foi um dia mau. E continuo sem chorar. Mas agora estou, finalmente, zangada…

{#164.202.2022}

Esperar. É tudo o que tenho feito nestes 4 anos e meio. Desde o primeiro dia. Esperei sempre. E hoje continuo a esperar. Por uma resposta, apenas. Que era tão simples e rápida de responder. Mas continuo à espera.

Amanhã? Vai depender dessa resposta. Resposta que vai confirmar (ou não…) que as terças feiras existem. Ao contrário da semana passada em que a terça feira, que era para ser, não aconteceu.

Continuo à espera. À espera que não aconteça, na verdade. Porque não acredito em promessas há muito tempo e planos deixei de os fazer há muitos anos.

Só vou acreditar quando acontecer. Especialmente quando a resposta demora a chegar.

Continuo sem conseguir chorar. Continuo apática. E continuo a sonhar acordada. Nada disto me faz bem. Consome-me todos os dias um bocadinho. Mas não sei como afasto de mim isto que sinto. Aprendi, com os anos, que não conseguimos evitar o que sentimos. E muito menos conseguimos desligar. E se não o conseguimos fazer, temos que aprender a viver com o que sentimos e a lidar com o turbilhão de sensações e emoções. E eu só consigo, só sei, lidar assim: sentindo tudo intensamente.

Se é fácil? Não. Não é. Mas é a única forma que eu conheço de sentir.

Amanhã? Hei-de esperar novamente. Já sei que sim. Isto, claro, se a resposta for positiva e confirmar mesa para dois.

Até lá espero… Mais uma vez espero. Como sempre, desde o primeiro dia.

{#163.203.2022}

Domingo. E o peso da apatia. Sem capacidade de reacção. Sem conseguir, ainda, chorar. Nem a consulta desta manhã ajudou.

Simplesmente apática. Conversa de manhã e perceber que, como sempre, do outro lado está tudo bem como está sempre. E com a sensação de que, de acordo com o outro lado, eu não devia estar como estou.

Mas a verdade é que estou. Mal. Como não pensei ser possível. Mas é.

Para além do peso da apatia, da incapacidade de reacção, ainda a dor. Da perda. Porque é disso que se trata, uma perda. Do quê, não sei porque não havia nada para perder, mas é isso que sinto, como se tivesse perdido algo ou alguém muito importante.

Duas semanas depois e ainda não chorei. Sei que chorar não resolve nada, mas alivia este peso que se apoderou de mim. É a apatia instalada. É um bloqueio. E que tem que ser derrubado. Porque não reagir ao que sinto não me faz bem. Consome-me todos os dias mais um pouco.

Vou ter que reagir, mais dia menos dia. Mas quanto mais o tempo passa, mais medo tenho da minha reacção. Que vai ter que acontecer em casa, não com ele. Não perto dele. Não em frente a ele. Não pode. Já vai bastar ver e perceber (ou não) como estou.

Se vai ser fácil? Claro que não. Vou ter que fazer um esforço enorme para tentar passar a imagem de quem está melhor do que realmente está. Mas eu não sei fingir. E fingir emoções não sei mesmo.

Tenho um bloqueio emocional? Tenho. Daí continuar sem reagir para além da apatia, que também é uma reacção. Mas não estou a conseguir reagir de outra forma…

Amanhã, dia de trabalho. Vai ajudar a ocupar a cabeça. A passar o tempo até saber se terça feira acontece ou não. E já não sei se quero que aconteça ou não. Porque, lá está, tenho medo de como irei reagir.

Enfim…podia continuar aqui a noite toda a falar do peso da apatia, da dor, de tudo o que sinto. Não iria adiantar de nada. Porque eu não queria ter razões para escrever sobre nada disto. E era tão mais fácil de encaixar se o outro lado fosse um canalha…mas não é. E com boas pessoas, pessoas boas, eu não sei lidar quando me magoam. Porque é isso que estou: magoada. Triste. Doída. E magoada.

Amanhã? Logo se vê. Um dia de cada vez. Mesmo que haja quem ache que eu não tenho que estar no estado em que estou porque do outro lado está sempre tudo bem… Mas eu não sou assim e preciso de sentir tudo. Especialmente o que é mau para valorizar o que é bom. E foi bom durante tanto tempo. Até ao dia em que levei um murro no estômago.