Domingo tinha tudo para ser só um dia sem histórias ou História, daqueles dias em que chove lá fora e convida a sofá e mantas cá dentro. Não foi…
Começou, como começam todos os Domingos, com o terapeuta fofinho e o resumo da semana, onde finalmente pude verbalizar os meus medos, a minha apreensão, a minha ansiedade. E, claro, ele diz-me que é preciso esperar pela consulta e resultados. E depois sim, segue-se a partir daí com o que vier.
Cansada, muito cansada. Voltei para a cama, depois de uma breve ida à rua. E sim, notei o silêncio, a ausência de quem está à distância de um clique. Não estranhei. Havendo um mas, havendo uma série de limitações, não estranhei. Mas notei…
…e, perto do final da tarde, a confirmação: o que há, o que existe porque é real, o que é bom, o que é bonito só porque é como é, não pode continuar. Perdi o sorriso. Não chegou a ser um murro no estômago porque já sabia que a possibilidade de acontecer era grande. Mas sim, perdi o sorriso. Porque rapidamente me habituei a algo que nasceu nem sei como mas que cresceu todos os dias um bocadinho e agora tenho que dizer um adeus que não quero dizer.
Dizem-me que esta história não acaba aqui. E eu quero tanto que não acabe aqui. Aqui ou noutro sítio qualquer, simplesmente não quero que acabe. Porque é uma história bonita. Que, digo-o novamente, nasceu nem sei como mas que cresceu todos os dias um. E nasceu porque tinha que nascer da forma que tinha que ser. E quero, muito!, acreditar que não acaba aqui.
Eu vou continuar deste lado. À espera de um clique porque é essa a distância mais curta entre duas pessoas. A distância física, para mim, não é problema, não seriam 200 km a ditar o fim de alguma coisa se essa coisa tivesse pernas para andar. E tem…
Têm sido 4 meses de descoberta imensa e intensa. De reciprocidade. Equilíbrio. E aprendi nesse tempo que não estou sozinha seja em que circunstância for. Porque, já sei, se for difícil para mim caminhar há quem esteja disposto a levar-me ao colo. E não duvido que essa disponibilidade se vai manter.
Para já, uma pausa. Tempo e espaço são necessários para reorganizar ideias e para se reencontrar. E eu dou esse tempo e esse espaço. E acredito que esta história não acaba aqui. Por isso, uma pausa.
À distância de um clique. Tudo isto à distância de um clique. Que é para manter e acreditar que, um dia, será à distância de uma mesa de esplanada no sítio do costume. Ou até noutro sítio qualquer. E, a acontecer, essa distância entre duas pessoas será ainda mais curta do que à distância de um clique.
Estou triste, claro que sim. Mas, apesar de ter perdido o sorriso e da enorme vontade de chorar, é uma tristeza que aconchega. Porque sei que não sou a única a senti-la. É uma tristeza partilhada. Que pertence a duas pessoas. Mesmo à distância de um clique.
Perdi o sorriso. Mas não será uma perda permanente. Porque há tatuagens na memória que ficam para sempre e sei que, de cada vez que revir essas memórias, o meu sorriso irá regressar como só o sorriso cúmplice sabe regressar.
Não, o final da tarde não foi o melhor. Mas, apesar das notícias menos boas, foi bom saber que, à distância de um clique, está alguém no mesmo comprimento de onda que eu. E só por acredito que esta história, a nossa história, não acaba aqui.
Gêémedêtê. Ou GMDT. Ou, em português correcto, gosto muito de ti. E não duvido que é recíproco. Nunca duvidei, desde o primeiro instante. Já to disse antes, digo-o novamente: eu vou continuar aqui. Take your time and space. Quando for dia de café na esplanada do costume, será lá que estarei.