Category Archives: {#2023.Outubro}

{#304.062.2023}

Terça feira que pareceu Domingo de tão preguiçosa. Sem histórias ou História. Apenas a repetição da confusão do final do dia de ontem. Parece de propósito para me baralhar e confundir. Não sei o que pensar, menos sei o que fazer. Parece promissor, but I’ve been there already…

Não vou pensar. Vou deixar fluir. Tentar mudar o foco. E depois logo se vê. Por agora dou o dia por terminado. Amanhã? Será melhor com Yoga logo pela manhã para começar bem o dia. A tarde será o que tiver que ser. Mas vai ser bom porque eu quero que assim seja.

{#303.063.2023}

Segunda feira longa, cansativa, dorida, confusa.

Desde manhã cedo na rua, desde as 10h da manhã num centro comercial. Dores nos pés, dores nas pernas, dores nas costas, dores na lombar. Dores, dores, dores.

Pouca vontade de estar o dia todo num centro comercial, percorrer 5km ali, como assim?, vontade de voltar para casa e, mais uma vez, chorar. Mas nem voltei para casa quando quis nem chorei o choro que não sai…

Chegar a casa e, mais uma vez, alguém que reaparece para me confundir. Não sei bem que voltas são estas que me baralham, não sei qual o objectivo, qual a intenção. Sei, sim, que uma parte de mim gosta da confusão, acha-lhe uma certa graça. Mas a outra parte quer um jogo claro e sem truques ou, até, aditivos.

Mas a verdade é que me sinto, porque estou!, demasiado cansada para agora parar para pensar numa situação que não me é 100% clara. Amanhã. Amanhã procuro tentar entender, não hoje. Não agora. Não assim.

Dar o dia por terminado, é preciso. Amanhã será um dia muito mais tranquilo, novamente sem horários e sem obrigações que me levem novamente para fora de casa por tão longo tempo.,,

Amanhã. Amanhã será melhor. Por hoje já chega. Amanhã só acontece depois de dormir, é isso que vou fazer. O resto? Logo se vê…

{#302.064.2023}

Domingo de chuva. Sem histórias ou História. Um dia profundamente aborrecido. Manhã de consulta com o terapeuta fofinho e o resto do dia nada.

Uma ida ao café ao fim da tarde foi o momento mais movimentado do dia. Estou cansada de dias assim. Tenho que regressar ao trabalho, eu sei, mas não quero sequer pensar nisso por agora. Não me sinto em condições para a pressão que nos é imposta e o mau estar que isso (me) gera. Tenho que voltar a procurar alternativas. E rapidamente. Mas, também rapidamente, não posso só procurar as alternativas. Tenho que as encontrar.

Para já tento recuperar do estado em que estou. É necessário, enquanto estou por casa, encontrar forma de preencher os dias. Já sei exactamente como quero passar o tempo e o que fazer. Mas falta-me algum material. Vamos ver como corre no final da semana a consulta com a médica de família e depois se vê o que posso, ou não, fazer.

Domingo. Preguiçoso. De manta, televisão e chuva. E a ausência que se fez presente, tirando aquele início da manhã. Eu sei que o timeout é necessário. Entendo e aceito. Mas custa-me a ausência, não posso dizer que não. Mas aqui estarei. Venha o que vier depois desse timeout necessário. Porque, e não duvido, esta história não acaba aqui.

Amanhã prevê-se um dia longo. Sem ter nada programado para mim, mas a precisar de estar lá para os outros. Pelo meio irei procurar momentos para mim. Mas, para já, dou o Domingo preguiçoso por terminado.

Amanhã? Logo se vê.

{#301.065.2023}

Sábado, aquele dia aborrecido da semana. Tirando a manhã preenchida com duas horas intensas de Yoga, o dia foi só longo e aborrecido.

Com excepção daquilo que me chegou à distância de um clique. E, cada vez mais, a certeza de que é tão bom. E sabe tão bem. E faz tão bem. Venha o que vier, aconteça o que acontecer. Oh it’s what you do to me…

Podem duas pessoas que estão tão longe uma da outra, que nunca se viram ao vivo, que nunca se tocaram sequer ter uma ligação tão grande e tão especial…? Pelos vistos podem.

Continuo sem nomear o que isto é. Não me atrevo a fazê-lo. Mas não duvido que sei o que é. De ambas as partes. É igual para ambos. E é algo bom. Daquelas coisas que tornam o dia mais aborrecido da semana em algo muito melhor.

Oh it’s what you do to me…e só por isso o meu sorriso aparece de forma fácil. E com o ar mais pateta possível. Porque o que está à distância de um clique me faz sorrir assim. E esse sorriso diz tudo.

Há coisas que só nós sabemos. Há coisas que só a nós interessam. Há coisas que acontecem à distância de um clique. Mas que, ao vivo, seriam iguais. E serão.

Timeout do timeout? Vai acontecendo. Porque não dá para suportar tanto tempo na ausência. De cá para lá. De lá para cá. Sempre à distância de um clique.

Gêémedêtê. Tanto tanto. O resto? Não sei…mas neste momento não quero pensar muito nisso. Quero apenas sentir o que sinto. E que é recíproco. E é tão bom.

{#300.066.2023}

Nos dias maus aprendi a olhar para cima para tirar os olhos do chão. Agora, nestes dias estranhos, não me posso esquecer de olhar para baixo. Não porque a vontade é de me esconder do Mundo, como fiz nos dias maus em que não queria ver o Mundo nem queria que o Mundo me visse. Hoje olho para o chão para não perder o equilíbrio e para obrigar as minhas pernas a seguir as oscilações do solo sem tropeçar. Coisa que é cada vez mais comum. E não gosto disso. Assim como não gosto da descoordenação das minhas pernas e do que isso pode significar…

Olho para baixo quando a vontade é olhar para cima. Ou até mesmo olhar em frente sem receio. Mas perco facilmente o equilíbrio. O físico, porque o emocional, apesar da vontade de chorar, está bom. Ou, pelo menos, não está (muito) mau…

Custa-me a ausência. Até porque a maior droga para um ser humano é outro ser humano. E é essa droga que me está a faltar. Não me está a falhar, apenas a faltar. Porque em tão pouco tempo ganhou dimensões inesperadas. E eu sou de sentir tudo. O bom e o menos bom. E, neste caso, é tão bom. Mas existe um mas. E tem, neste momento, que existir um timeout. O que virá depois desse timeout não faço ideia. Sei apenas que a ausência é notada. E com essa ausência os dias são tão diferentes e custam mais a passar.

Como o dia de hoje que teimou em não chegar ao fim… Felizmente está na hora de dar o dia por terminado. Vai-me faltar novamente aquele aconchego de final de dia, aquela conchinha ao estilo bichinho de conta, aqueles mimos antes de dormir e que ajudam a ter uma noite tranquila. É a ausência. É o timeout. E há que respeitar. Não vou impôr a minha presença porque não quero ser um problema para ninguém. Mas bolas…a vontade de impôr presença é enorme…

Amanhã será melhor. Regresso ao Yoga de manhã e o resto do dia logo se vê… Mas era tão bom um timeout do timeout. Porque, sei-o, não é só a mim que custa esta ausência.

Sim, amanhã será melhor. O resto? Logo se vê. E não, não me esqueci que foi há 6 anos que aprendi a esperar…

{#299.067.2023}

Há dias que até nem correm mal. Mas a vontade é apenas uma: chorar…

Um breve time out no time out foi o suficiente para começar o dia com um sorriso, sim. Mas a cabeça não pára e acaba por descambar no desânimo. É a Depressão a falar? Talvez seja. A verdade é que só o terapeuta fofinho já não é suficiente…e a consulta da semana passada que foi desmarcada de véspera faz-me falta. É preciso algum reajuste? Talvez. E também por isso preciso tanto dessa consulta.

Assim como preciso de tanta coisa mais mas que não me atrevo a enumerar. A única que me atrevo a dizer a verbalizar é esta: chorar. Preciso de chorar para conseguir aliviar toda esta pressão que sinto-me em cima de mim.

Não, o dia não correu mal. A junta médica manteve a autorização para continuar longe do trabalho. Não sei até quando vai ser possível. Mas a verdade é que, neste momento, não me sinto capaz de voltar. Não, não ia fazer-me bem. Porque ponho em causa tudo o que faço. Sei que não devia, mas ponho. Sei que o meu trabalho é bom, mas também sei que para os senhores dos diplomas nunca é o suficiente. E para pressão já chega tudo o que carrego sozinha há meses…

Não choro. Mas não é por falta de vontade…

Amanhã. Amanhã será melhor. Tem que ser melhor. E se o time out no time out se repetir sei que o dia será melhor.

{#298.068.2023}

Há dias em que as pernas simplesmente não querem colaborar. E a vontade é de me atirar para o chão e chorar. E desistir do caminho a fazer de casa ao Yoga. Mas desistir é o caminho mais fácil. Por isso, nem desisto nem me atiro para o chão.

Mas, sozinha, o caminho fica difícil de fazer. Quando me dão a mão é sempre mais fácil. Mas, de uma maneira ou de outra, o caminho faz-se caminhando. Por isso, siga! Se achava que ia ser uma aula fácil hoje? Tive as minhas dúvidas. Mas não desisti. Não hoje.

A verdade é que a descoordenação das minhas pernas é grande. E não é por falta de andar. Se devia andar mais? Claro que sim. Mas ainda assim… Há descoordenação, há dores, há falta de força…há uma série de coisas que me deixam alerta e apreensiva, especialmente depois daquela consulta de neurologia em que se falou numa hipótese pouco animadora. Claro que agora tenho que esperar pelo encaminhamento para consulta hospitalar, fazer um estudo neurológico completo para despiste de doença desmielizante do sistema nervoso central e só depois de ter os resultados é que posso saber o que se passa. Mas a descoordenação das pernas é grande e preocupante. E os desequilíbrios. Sempre presentes. E que nas aulas de Yoga não me deixam ir mais longe.

Sinto-me no meio de um carrossel. Ou de uma montanha russa, nem sei bem. Sei, sim, que não precisava de nada disto agora… O que precisava era de algo mais tranquilo enquanto espero. A Depressão está presente e agrava-se com esta apreensão e preocupação.

E sinto que estou sozinha de novo, quando até há bem pouco tempo dizia que não estava. Faz-me falta aquela certeza de que teria uma mão para me guiar no caminho. Especialmente quando o caminho é tão cheio de curvas e percursos sombrios. E, para além da descoordenação das pernas, ainda tenho que me preocupar também com aqueles 8,5mm que vêm no exame e continuam a doer, quando em exames anteriores não passavam de 4mm sem dor.

Sim, posso dizer que tudo isto me assusta. E tudo isto me ocupa a cabeça e me preocupa e me angustia. E é neste ponto que me encontro neste momento. E, claro, sozinha. Porque tentar falar disso em casa não acontece. E, se não falar em casa, falo onde e com quem? Na consulta com o terapeuta fofinho, claro, mas (e tenho que lhe dar razão) primeiro temos que esperar pelas consultas e pelos resultados dos exames necessários.

Mas caramba! Tenho medo. Claro que tenho medo. E queria muito acordar e perceber que, no que diz respeito a exames médicos, os últimos meses tinham sido apenas um sonho menos bom…e, sabendo que não foi, é também por isso que a vontade de chorar está cá sempre.

Posso parar um bocadinho? Reencontrar-me no meio desta confusão que vai na minha cabeça? E, quem sabe, conseguir chorar um bocadinho. Não me canso de dizer: chorar não resolve nada, mas alivia.

E o que eu precisava agora deixo um abraço? De um bocadinho de colo? Só para me recordar que, aconteça o que acontecer, não estou sozinha…porque este carrossel, esta montanha russa, este cenário, já é demasiado assustador para ainda ter que lidar com ele sozinha…

E depois lembro-me que não são os outros que me magoam. Sou eu quem o faz a mim mesma. E neste momento dou por mim magoada comigo mesma. Porque coloco em cima de mim o peso da responsabilidade de um diagnóstico que ainda nem existe. E, se se confirmar, não tenho responsabilidade. Mas, mesmo não tendo, assumo sempre que falhei comigo mesma algures no caminho.

Começo a não fazer muito sentido, eu sei…mas preciso tanto de mandar tudo cá para fora. De falar. De conversar. De aliviar a pressão. Mas não me apetece fazê-lo sozinha como tenho feito…como estou a fazer.

Não quero sentir-me sozinha. É algo que conheço demasiado bem, desde sempre. E ao qual até já me habituei e com o que já aprendi a lidar. Mas agora, com todos os cenários à minha volta, não quero estar sozinha. E muito menos sentir-me sozinha…

Se isto é um grito por socorro? Se calhar é. Mas é um grito silencioso que ninguém ouve…

Amanhã será melhor. É dia de junta médica e tudo pode acontecer. É só mais uma coisa que me deixa ansiosa… Mas sim, amanhã será melhor. Tem que ser. E será mais um dia de espera…

{#297.069.2023}

À beira da rotura…limite quase, quase, quase ultrapassado.

Não quero sentir que preocupo alguém. E já sei que o faço. Um dia reencontro-me novamente e isto melhora. Sei que está tudo à distância de um clique, mas não quero que a preocupação também esteja…

Sou péssima com time outs, mas tenho que o aceitar e respeitar. Ainda que a ausência pese. Especialmente em dias como o de hoje em que a ausência foi o que mais se fez presente. Porque GMDT tanto, tanto. Mas também sei o meu lugar. E, já sei, o meu lugar é na ausência.

Não, hoje não está a ser um dia fácil. Foi um dia absolutamente vazio. A única coisa que me ocupou o dia, depois de uma manhã passada na vila ao vento e à chuva, foi finalmente actualizar a loja online. Já falta muito pouco para estar tudo disponível. Mas até isso me faz ter vontade de baixar os braços e dizer “Não vale a pena”. Claro que vale!, mas o desânimo é grande. E hoje, mais do que nos outros dias, a vontade é de chorar…

Porquê essa vontade? Não sei… Desânimo, desalento, frustração, perceber que nada mexe, nada avança. E há até o que regrida.

Se calhar estou só cansada. Não sei do quê. Mas, se calhar, é só isso. Depois de uma boa noite de sono logo se vê. Amanhã será melhor. Com chuva ou sem ela, com mais ou menos frio, vai ser melhor. Não haverá conchinha ao estilo bichinho de conta para aconchegar à noite, mas amanhã será melhor.

Por agora digo: se calhar é só cansaço. Amanhã? Logo se vê.

{#296.070.2023}

Dia demasiado longo que começou cedo. Uma ida à vila logo cedo para uma análise cuja recolha não consegui fazer e que terei que tentar novamente amanhã. Vacina da Gripe tomada. Regresso a casa. E a tentativa frustrada de actualizar a loja online. Outra coisa que terá que ficar para amanhã…

E dou por mim a pensar – e a perceber! – que esta cabeça já viu melhores dias. Foco e concentração são duas coisas que não consigo, de maneira nenhuma, atingir. Especialmente por ter tanta coisa às voltas na minha cabeça ao mesmo tempo. Parece um carrossel. E às vezes uma montanha russa. E eu já vi este cenário antes…e não gostei.

É possível ter uma recaída da Depressão? É. Acontece em 60% dos casos de Depressão Major. Como foi a minha…

Encolho os ombros. Também a isto hei-de sobreviver. Porque, ao contrário do que cheguei a pensar há uns anos, hoje quero (muito!) viver. Não apenas sobreviver. Já não grito por socorro como há uns anos, mas todos os sinais do retorno da Depressão estão cá.

Não choro porque não consigo. Não tenho vontade de fazer muita coisa e o que vou fazendo sou eu que me obrigo a fazer. Para me manter ocupada e, consequentemente, distraída. Desmotivada, muito. Sem muita da pouca energia que preciso para me manter activa durante o dia. Sem sentir prazer hoje com as coisas que me davam prazer antes. Como actualizar a loja online. Faço-o porque me imponho essa acção. Mas prazer, entusiasmo, ânimo para isso não há…

Das coisas que não estava à espera: sair de casa ao fim do dia e encontrá-la. E sorrir para ela porque sei que também é visível à distância de um clique. Olho-a e deixo um recado que ela tratará de entregar: vai correr tudo bem. E diria mais, mas há coisas que sei que não é preciso dizer aqui. A Lua sabe. E à distância de um clique também.

Senti a falta todo o dia. Mas à noite tive respostas à distância de um clique. Ainda numa espécie de time out que eu entendo, aceito e respeito. Mas a presença está lá, à distância de um clique. E isso é tão bom.

Lido com a recaída da Depressão ao mesmo tempo que, à distância de um clique, me acordam as borboletas na barriga que estavam adormecidas há tanto tempo… E são essas borboletas e essa presença à distância de um clique que me fazem querer tentar reorganizar a cabeça. Que me fazem querer novamente estar bem, estar melhor.

Vou respeitar o time out. Dar tempo e espaço a quem precisa de se reencontrar para poder avançar. Não interessa agora avançar para onde. O que interessa é que se reencontre. Porque, dizia-me ontem, esta história não acaba aqui.

A minha vontade neste momento? Pedir colo, pedir um abraço, roubar um beijo, provocar um sorriso cúmplice, recíproco. Dizia eu ontem que tinha perdido o sorriso…e, de facto, perdi-o. Mas decidi hoje recuperá-lo pois sei como fazê-lo ir daqui para lá: a minha Lua leva-o. Porque não sou a única a ver a Lua. E duas pessoas a 200 km uma da outra conseguem ver, ao mesmo tempo, a mesma Lua. Que olha pelos dois. Que brilha para os dois…

Sorriso reposto, dia terminado. Amanhã será melhor ou, na pior das hipóteses, igual.

GMDT e tu sabes. E a Lua também sabe e vai-to sussurrar sempre para que não te esqueças.

{#295.071.2023}

Domingo tinha tudo para ser só um dia sem histórias ou História, daqueles dias em que chove lá fora e convida a sofá e mantas cá dentro. Não foi…

Começou, como começam todos os Domingos, com o terapeuta fofinho e o resumo da semana, onde finalmente pude verbalizar os meus medos, a minha apreensão, a minha ansiedade. E, claro, ele diz-me que é preciso esperar pela consulta e resultados. E depois sim, segue-se a partir daí com o que vier.

Cansada, muito cansada. Voltei para a cama, depois de uma breve ida à rua. E sim, notei o silêncio, a ausência de quem está à distância de um clique. Não estranhei. Havendo um mas, havendo uma série de limitações, não estranhei. Mas notei…

…e, perto do final da tarde, a confirmação: o que há, o que existe porque é real, o que é bom, o que é bonito só porque é como é, não pode continuar. Perdi o sorriso. Não chegou a ser um murro no estômago porque já sabia que a possibilidade de acontecer era grande. Mas sim, perdi o sorriso. Porque rapidamente me habituei a algo que nasceu nem sei como mas que cresceu todos os dias um bocadinho e agora tenho que dizer um adeus que não quero dizer.

Dizem-me que esta história não acaba aqui. E eu quero tanto que não acabe aqui. Aqui ou noutro sítio qualquer, simplesmente não quero que acabe. Porque é uma história bonita. Que, digo-o novamente, nasceu nem sei como mas que cresceu todos os dias um. E nasceu porque tinha que nascer da forma que tinha que ser. E quero, muito!, acreditar que não acaba aqui.

Eu vou continuar deste lado. À espera de um clique porque é essa a distância mais curta entre duas pessoas. A distância física, para mim, não é problema, não seriam 200 km a ditar o fim de alguma coisa se essa coisa tivesse pernas para andar. E tem…

Têm sido 4 meses de descoberta imensa e intensa. De reciprocidade. Equilíbrio. E aprendi nesse tempo que não estou sozinha seja em que circunstância for. Porque, já sei, se for difícil para mim caminhar há quem esteja disposto a levar-me ao colo. E não duvido que essa disponibilidade se vai manter.

Para já, uma pausa. Tempo e espaço são necessários para reorganizar ideias e para se reencontrar. E eu dou esse tempo e esse espaço. E acredito que esta história não acaba aqui. Por isso, uma pausa.

À distância de um clique. Tudo isto à distância de um clique. Que é para manter e acreditar que, um dia, será à distância de uma mesa de esplanada no sítio do costume. Ou até noutro sítio qualquer. E, a acontecer, essa distância entre duas pessoas será ainda mais curta do que à distância de um clique.

Estou triste, claro que sim. Mas, apesar de ter perdido o sorriso e da enorme vontade de chorar, é uma tristeza que aconchega. Porque sei que não sou a única a senti-la. É uma tristeza partilhada. Que pertence a duas pessoas. Mesmo à distância de um clique.

Perdi o sorriso. Mas não será uma perda permanente. Porque há tatuagens na memória que ficam para sempre e sei que, de cada vez que revir essas memórias, o meu sorriso irá regressar como só o sorriso cúmplice sabe regressar.

Não, o final da tarde não foi o melhor. Mas, apesar das notícias menos boas, foi bom saber que, à distância de um clique, está alguém no mesmo comprimento de onda que eu. E só por acredito que esta história, a nossa história, não acaba aqui.

Gêémedêtê. Ou GMDT. Ou, em português correcto, gosto muito de ti. E não duvido que é recíproco. Nunca duvidei, desde o primeiro instante. Já to disse antes, digo-o novamente: eu vou continuar aqui. Take your time and space. Quando for dia de café na esplanada do costume, será lá que estarei.

{#294.072.2023}

Noite difícil e complicada como há muito tempo não tinha. Hipocondria faz disparar a ansiedade. E a ansiedade descontrolada facilmente leva a um ataque de pânico. Pedi ajuda a tempo de evitar o ataque de pânico, mas esteve muito perto de acontecer.

Noite pouco e mal dormida resultou numa aula de Yoga fracassada. Nada correu bem, muita coisa ficou por ser alcançada. Mesmo posições mais básicas ficaram longe, muito longe de serem concretizadas. Há muito tempo que a ansiedade não tomava conta de mim desta forma. E não pode voltar a acontecer.

Já a tarde teria sido mais tranquila se tivesse ficado em casa. Festas de aniversário de pré adolescentes? Não é, de todo, o que mais precisava para hoje. Queria, porque precisava, sossego e sofá para conseguir recuperar da última noite. Não aconteceu, claro. Duas coisas que não gosto: estar presente seja no que for por obrigação e estar dependente de terceiros para poder voltar para casa.

Mas finalmente estou em casa. E, à distância de um clique, a partilha daquilo que ainda hoje me dói, da ferida aberta que teima em não cicatrizar: os 42 dias em que, de facto, estive grávida. E, ao fim de nove anos, percebo que ainda me incomoda falar sobre isso. Mas falo. Para exorcizar. E para me lembrar que um dia de cada vez melhorei e estou hoje melhor do que há 9 anos, 7 anos, 6 anos até! Poder partilhar a minha história é importante. Sei que poucos são os que querem, de facto saber, mas depois há aqueles, raros, que eu acho que devem saber. Porque faz parte da minha história, logo faz parte de mim. Faz com que eu seja quem sou.

O dia foi longo. Cansativo. Muita gente, muita confusão, muito barulho. E, agora, muito cansada. Com muito sono. Mas, claro, com medo que a noite anterior se repita. Não vai repetir porque eu não o vou permitir, mas o medo está sempre presente, claro.

Amanhã? Dia de consulta com o terapeuta fofinho logo pela manhã. E, mais uma vez, um pedido de socorro para ultrapassar isto que nem eu sei definir o que é. E, depois da consulta, descansar e recuperar. De resto, vou continuar com a companhia à distância de um clique que faz toda a diferença.

Seja como for, amanhã será melhor. Vou ter tempo para mim. Tempo para descansar. E, se assim o entender, não fazer nada. Ou, se me apetecer, actualizar a loja online.

Sim, mesmo com tempestade prevista para o dia de amanhã, vai ser um bom dia. Simplesmente porque eu assim o quero.

{#293.073.2023}

Cada vez mais preocupada. Cada vez mais assustada. Coisas básicas que me escapam. Dadas como garantidas e que me começam a escapar…

…não quero pensar. Não quero mesmo pensar nisso. Vou esperar ela consulta de especialidade e, com os exames que tenho e os sinais todos que me atrapalham, ouvir o que têm para me dizer. E seguir a partir daí.

Não, não quero mesmo pensar. Mas dou por mim a querer atirar-me para o chão e chorar. Chorar. Não resolve nada, eu sei. Mas alivia a frustração…

Hoje doem-me as pernas. 5 km o dia todo parece muito. Não é. Mas doem-me as pernas. Amanhã, depois do Yoga, logo se vê…

Não me posso esquecer que não estou sozinha. E que, se for preciso, tenho quem me estenda a mão à distância de um clique. Mas agora, neste exacto momento, a vontade é de chorar. De frustração. E de medo. Muito medo…

{#292.074.2023}

Dia estranho, o de hoje. Muita apreensão devido às previsões de muito mau tempo, muita vontade de pegar na máquina de costura e começar a fazer alguma coisa, muitas horas sozinha. O mau tempo veio e passou, a máquina de costura lá continuou intocada e passar demasiado tempo só comigo não me faz bem.

Viajei no tempo, andei 18 anos para trás, repesquei trabalhos de 2005 que pretendo voltar a disponibilizar.

Tive a desmarcação da consulta prevista para amanhã. Volto a estar fora de pé por tempo indeterminado.

A minha cabeça não pára. E não traz nada de bom.

Falei com quem há muito tempo não falava e que, durante cinco anos, foi companhia diária. Em dia de aniversário tinha que lhe dizer alguma coisa.

À distância de um clique continua a vontade mútua, recíproca, de manter o que já existe. E que é bom. E bonito. Se é perfeito? Dentro do que é possível ser, é.

Quinta feira e a chuva lá fora. E o frio que se vai aproximando devagarinho. Amanhã? Vai ser um dia longo e ocupado. Pena não haver a consulta. De resto, acredito que pode ser um bom dia.

{#291.075.2023}

Quarta feira, dia do meio, dia nim, nem não nem sim.

À hora de almoço, ir até ao paredão. Ao fim da tarde, uma longa aula de Yoga. Durante a tarde, a vontade de me sentar em frente da máquina de costura e fazer acontecer. Mas ainda não foi hoje.

Podia dizer que foi mais um dia igual aos outros, sem histórias ou História. Mas não digo. Porque as tatuagens na memória fazem História e contam histórias. E hoje de manhã comecei o dia a tatuar na memória um momento bonito. Que começou ontem à noite e que hoje de manhã terminou da única forma que podia terminar. E não só foi bom como também foi bonito. E intenso. E cheio de significado.

Não me vou alongar sobre o momento desta manhã. Vou guardar para mim, comigo, a tatuagem na minha memória.

Sei que o que aconteceu esta manhã não fica só na minha memória. À distância de um clique também há tatuagens na memória. Tatuagens que ficam gravadas como se fosse na pele.

Agora sinto-me muito cansada. Já é tarde. 23h30 já é demasiado tarde para ainda nem ter saído do cadeirão. Mas está na hora de recolher e enroscar. Numa conchinha que existe à distância de um clique. E não quero saber de muito mais a não ser que me faz bem. E só isso importa.

Amanhã? Prevê-se tempestade lá fora. Mas nem por isso será um mau dia. Será altura de fazer acontecer. E, tendo resposta à distância de um clique, tenho tudo o que preciso para ter um bom dia. E só por isso continuo de sorriso no rosto e brilhozinho nos olhos.

{#290.076.2023}

Dou por mim, tantas vezes, perdida por aí, perdida no momento presente, sabendo que não se pode manter para sempre. E perdida é o mesmo que dizer sem rumo…

Sei que não posso ficar ad eternum neste momento, que as coisas vão ter que voltar ao normal, à rotina. E o registo deste momento, ainda que seja um momento em que procuro melhorar, não é 100% saudável.

A verdade é que, sim, estou doente. E preciso de me orientar e reencontrar para melhorar. Mas não está fácil. E os dias sempre iguais também não ajudam. No entanto, no regresso à rotina também teria dias sempre iguais. Teria? Terei… Porque, mais dia menos dia, vou ter que regressar. Mas preciso de tempo, que não tenho, para me fortalecer e recuperar. Estou melhor hoje do que estava há 5 meses, mas ainda assim…

Os dias são sempre iguais, mas depois, à distância de um clique, há quem lhes dê um toque especial. E vão-se criando momentos daqueles de fazer tatuagens na memória que tornam dias aborrecidos em dias diferentes.

Continuo sem encontrar um substantivo para designar o que temos. Mas encontro pelo menos dois adjectivos: bom e perfeito.

Que continue assim. E que continue a colorir os dias cinzentos que se abateram sobre mim. Porque essa cor que encontro à distância de um clique faz-me bem a vários níveis.

Amanhã será um dia bom. Vou tentar avançar com costuras que tenho em mente. Vou fazer com que o dia seja diferente. Ou, pelo menos, vou tentar. A chuva lá fora não tem permitido deslocações, há que aproveitar o tempo em casa de alguma forma. E é isso que vou tentar.

Sim, amanhã será um dia bom. Será melhor. Será diferente. Porque eu quero que assim seja. E só isso importa.

{#289.077.2023}

Segunda feira e mais um dia sem histórias ou História. Mais um dia igual aos outros. E não quero, nem posso!, para já pensar que isso um dia tem que mudar.

Apesar do dia igual aos outros sinto-me cansada. De nada, na verdade.

Ainda preocupada, como não?, assustada e um bocadinho ansiosa. E ao mesmo tempo zangada comigo mesma. Por não dar a volta a isto. Por me deixar levar. Por não conseguir ser melhor. Ou será estar melhor em vez de ser melhor? Nem eu sei, embora a diferença entre um e outro seja enorme.

Não, hoje não há muito para reflectir. E só por isso por hoje já chega, dou o dia por terminado. Amanhã? Logo se vê…

{#288.078.2023}

Domingo. Preguiçoso como bom domingo que é.

Verbalizei, pela primeira vez, o medo que tenho. A preocupação. Não, a consulta hoje não foi levezinha e risonha como costuma ser. Hoje foi uma consulta num registo mais sério, mais pesado talvez. Mas foi dia de verbalizar o que ainda não consegui falar com ninguém com todas as letras. Já tinha pegado no assunto com quem (me) está à distância de um clique. Mas nem nesse caso ousei verbalizar o que realmente sinto. Porque é medo o que trago comigo.

Mantém-se a ansiedade da espera. A espera por uma consulta que já está marcada, por outra consulta que ainda não tem data prevista.

Faço por não pensar. Muito, pelo menos. Mas esta manhã foi o momento certo para verbalizar com o terapeuta fofinho. Agora é esperar as consultas e ver o que vai sair daqui…

Vale, volto a dizer, o que tenho à distância de um clique. Que não me atrevo a dar-lhe um nome. Mas que é bom. É bonito. É sincero. É puro. E é recíproco. E que (me) traz momentos intensos de conexão e entrega. Mútua. São as tais tatuagens na memória. Tatuagens que ficam gravadas como se fosse na pele. Que não são para partilhar com ninguém excepto com quem está do outro lado, à distância de um clique.

E, mais uma vez, a intensa vontade de chorar e não o conseguir fazer. E não encontrar razão para o que me leva a ter esta vontade. Frustração? Desalento? Não sei… Depressão, claro… E já estive tão melhor. Mas é aqui que estou. É assim que estou. E não quero continuar assim. Quero não voltar a sentir esta pressão sem sentido. Ou, se tem sentido, ainda não percebi qual é…

Não interessa. Por agora, a esta hora, 23h30, num Domingo à noite, já nada disto interessa. Interessa apenas desligar, aninhar e enroscar. Amanhã? Logo se vê como será. Vou ali em busca de um mimo à distância de um clique e depois tentar dormir. Porque só será amanhã quando acordar de manhã.

{#287.079.2023}

Sábado. Aquele que já deixou de ser o dia mais aborrecido da semana. Porque o Yoga é só de manhã mas acaba por condicionar o resto do dia. Tal como hoje.

A tarde podia ter sido, de facto, aborrecida. Mas valeu-me uma saída de casa pouco depois do almoço tardio e um telefonema… 50 minutos de conversa que costuma acontecer à distância de um clique, esta tarde foi de viva voz. Não interessa a distância entre dois locais tão diferentes. Quando se quer mesmo, a distância de um clique pode tornar-se mais próxima quando se comunica de viva voz. E será de repetir assim que for possível. Porque faz todo o sentido que se repita.

E, claro, continuo preocupada e assustada. Muito. Mas faço-o em silêncio. Só aqui me permito dizer que tenho medo. Amanhã, dia de consulta com o terapeuta fofinho, será dia de verbalizar o medo e trabalhar a partir daí. Porque não quero preocupar ninguém nem quero ter como resposta o silêncio que já sei que terei em casa. Mas sim, tenho medo. E sinto-me assim pequenina, desprotegida e a precisar de colo. Sei que me basta dizer que preciso de colo para o ter. Porque, já sei, o que está à distância de um clique não está presente só para o bom. No que é menos bom, pega-me na mão e segue caminho comigo. E é-me tão importante saber isso. Saber que, desta vez em que o Mundo pode desabar, não estou sozinha. Mesmo com mas pelo meio, tenho uma luz que me ilumina o caminho.

Sábado, 23h30. E, novamente, a vontade de chorar. Ou ainda. Nem sei. Sei que tenho medo. Muito. E ela-que-sou-eu também… Estamos ambas sem saber como proceder diante do que é, para já, uma suspeita. Mas que pode passar a certeza, a algo desconhecido. E que pode mudar tanta coisa.

Mas, à distância de um clique, tenho colo e tenho uma mão estendida para seguir caminho comigo.

Agora vou tentar desligar a cabeça e deixar de pensar no que me gela de cima abaixo. E vou tentar descansar. Porque amanhã será melhor. Só pode ser melhor mesmo sabendo que a distância será a de um clique e não novamente 50 minutos de viva voz. E não peço nada que seja impossível de concretizar, só peço que seja um bom dia. Porque também o mereço. E, entretanto, vou olhando para cima e nunca para trás esquecendo o acto de olhar para a frente sem definição.

Sim, amanhã será melhor. Porque eu quero que assim seja.

{#286.080.2023}

Há dias mais fáceis do que outros. E hoje não foi um desses. Sei que não devia ter consultado o Dr. Google, mas ontem – sem saberes bem porquê – consultei. E não gostei nada do que li. Talvez da mesma forma que o neurologista não gostou de ler os resultados da TAC e da Ressonância Magnética. Está tudo lá…e eu insisto que é só coincidência. Mas e se não for…?

O outro ponto que me preocupa, fiquei hoje a saber, já vem de família também. Foi retirado e analisado, felizmente era benigno. Nem por isso deixo de estar preocupada e assustada…

Não devia ter procurado informação nenhuma, não devia ter consultado o Dr. Google. Mas, enquanto não tiver as consultas que preciso, não fico tranquila. E também por isso os dias ficam menos fáceis…

Mas depois, e à distância de um clique, há quem me estenda a mal e me diga que seguimos caminho juntos, levada pela mão ou, se for necessário, ao colo.

E é também à distância de um clique que me dizem “ouvi uma música que me lembrou de ti. De nós.” E essa música, que adoro, e essa lembrança tornaram todo o resto do dia mais leve…

Ficam aqui as palavras dessa música que me chegou à distância de um clique porque, de facto, lembra-nos de nós…à distância de um clique…

Hey there, Delilah
What’s it like in New York city?
I’m a thousand miles away
But, girl, tonight you look so pretty
Yes, you do
Time square can’t shine as bright as you
I swear, it’s true

Hey there, Delilah
Don’t you worry about the distance
I’m right there if you get lonely
Give this song another listen
Close your eyes
Listen to my voice, it’s my disguise
I’m by your side

Oh, it’s what you do to me
Oh, it’s what you do to me
Oh, it’s what you do to me
Oh, it’s what you do to me
What you do to me

Hey there, Delilah
I know times are gettin’ hard
But just believe me, girl
Someday I’ll pay the bills with this guitar
We’ll have it good
We’ll have the life we knew we would
My word is good

Hey there, Delilah
I’ve got so much left to say
If every simple song I wrote to you
Would take your breath away
I’d write it all
Even more in love with me you’d fall
We’d have it all

Oh, it’s what you do to me
Oh, it’s what you do to me
Oh, it’s what you do to me
Oh, it’s what you do to me

A thousand miles seems pretty far
But they’ve got planes and trains and cars
I’d walk to you if I had no other way
Our friends would all make fun of us
And we’ll just laugh along because we know
That none of them have felt this way
Delilah, I can promise you
That by the time we get through
The world will never ever be the same
And you’re to blame

Hey there, Delilah
You be good, and don’t you miss me
Two more years and you’ll be done with school
And I’ll be makin’ history like I do
You’ll know it’s all because of you
We can do whatever we want to
Hey there, Delilah, here’s to you
This one’s for you

Oh, whoa, whoa
Oh whoa, oh
Oh, oh

Oh, it’s what you do to me
Oh, it’s what you do to me
Oh, it’s what you do to me
Oh, it’s what you do to me
What you do to me

Hey there Delilah . Plain White T’s

{#285.081.2023}

Quinta feira e mais um dia igual aos outros. E, novamente (ou ainda…?), aquela vontade de chorar sem motivo aparente e sem conseguir fazê-lo. Sei que não resolve nada. Mas alivia. A pressão de sei lá o quê.

A verdade é que já me senti melhor, a todos os níveis, comparando com o que sinto hoje. Também já me senti, e estive de facto, pior. Mas aí era apenas (apenas…? “Apenas”…) a parte emocional que não estava bem. Hoje, parece-me, é a parte física que não está bem. Sei que há um estudo que tem que ser realizado, sei que há um exame que tem que ser analisado. E sei que tudo isto me assusta. Se, em relação ao exame, sei mais ou menos o que esperar, relativamente ao estudo não sei nada. Nem sequer se existem sintomas associados aos quais deva estar alerta. Sei, sim, que existem em mim neste momento situações que me deixam alerta sem saber ao certo a que se devem e como ultrapassar. E tudo isso, todas essas coisas que me incomodam neste momento, preocupam-me, assustam-me e frustram-me. Porque continuo à espera de uma consulta e não sei o que esperar.

Dou por mim a caminhar e a ter vontade de parar, desistir ali no meio do caminho e simplesmente chorar. Chorar porquê? Para além do medo? Não sei. Mas acima de tudo é o medo. Do que pode ser e não sei.

No meio disto tudo não estou sozinha. E é tão importante não estar e saber que não estou. E sentir esse apoio, saber que tenho uma mão que me guia e um colo disponível se o caminho se tornar mais difícil, é tão importante. E tudo isso à distância de um clique.

Resiliente. Sei que o sou. E tenho que continuar a ser. Não me basta ser forte. Tenho que ser forte e saber como me adaptar a tudo o que vier. O bom e o menos bom. Felizmente não estou sozinha e isso é o que de bom surgiu de forma inesperada nos últimos meses e que também obrigou a alguma adaptação. E é essa distância de um clique que tem feito a diferença todos os dias e vai continuar a fazer.

Sim, tenho medo. Não, não estou sozinha. Sim, sou forte e resiliente. Não, não faço ideia do que pode vir aí depois do estudo a realizar e da análise do exame. Mas tenho que me lembrar que é tudo um dia de cada vez. É o aqui e agora. O hoje. E, mais uma vez, já estou preocupada com o que está para vir. Ainda não veio. Mas o medo…

Amanhã será melhor. E, se me esquecer de pensar apenas no aqui e agora, sei que à distância de um clique me vão trazer de novo para o momento presente. Por isso, sim, amanhã será melhor. Porque eu quero que assim seja. E por hoje chega de pensar no que ainda não veio…