Category Archives: {#2021.Fevereiro}

{#59.307.2021}

Fim de semana dedicado a nada. Ou melhor, dedicado à preguiça. Dormir até tarde como há muito tempo não dormia. Sofá, televisão e mantas. Televisão ligada, é um facto, mas nem por isso a olhar para ela.

Na realidade foi mais um domingo a ver o tempo passar, sem dar por isso. No sábado ainda percebi que o tempo passava, mas hoje nem por isso.

Resumindo, foi mais um fim de semana que passou sem nada a registar. Amanhã regresso à rotina. Para iniciar os últimos dias até um intervalo forçado que não sei quando irá terminar.

Enfim… Vai correr tudo bem. Tem que correr tudo bem. Não pode ser de outra forma. Depois logo se vê.

{#58.308.2021}

A hipocondríaca que há em mim não gosta de se sentir mal… Activa a ansiedade que tem andado calma e causa desconforto e algum sofrimento.

Não gosto disso. E gostava de dizer que é só uma mania que tenho, mas não consigo. Porque, lá está, hipocondríaca.

Amanhã será melhor.

{#56.310.2021}

Dia de nuvens de algodão. Já tinha saudades destas nuvens.

Continuo magoada com o descaso e desvalorização daquilo que sinto. Sou de sentir, tudo, o bom e o mau. E estas pequenas coisas magoam, especialmente vindo de uma amizade já com bastante tempo. Mas também irá passar. A mágoa, não a amizade.

De resto, continuo a sentir todos os dias um pouco mais aquela coisa bonita que trago cá dentro. E só isso importa.

Espero que as nuvens de algodão tenham chegado a quem quero bem. Também elas são bonitas e são das poucas coisas que posso partilhar por agora.

{#55.311.2021}

Fico triste quando desvalorizam o que sinto, como se fosse possível controlar o que vai cá dentro e que todos os dias cresce mais um bocadinho. Entristece-me porque o que trago comigo é algo bonito. E fico com a sensação de que não posso partilhar com ninguém. E não é justo. Porque se partilho é porque sinto necessidade de o fazer. Porque realmente preciso de o fazer.

Mas é o que é. Agora já sei onde não ir quando sentir necessidade de partilhar novamente.

Por outro lado, não sou só eu quem aparentemente “alimenta” alguma coisa. Parece-me a mim que é recíproco. E isso sabe-me bem. Muito bem mesmo.

Por isso já sei: não volto a partilhar com quem não dá valor ao que sinto. Quanto ao resto, não estou errada quando sinto reciprocidade. Porque ela de facto existe.

Guardo para mim. E sei que o meu gut feeling um dia vai ser um real feeling.

O que trago comigo é bonito. E é isso que importa.

{#54.312.2021}

Não tenho tempo para perder Tempo. E não me posso esquecer disso, ainda que às vezes pareça que me esqueci.

Não gosto de Tempo perdido. Mas gosto de Tempo investido. E nos últimos anos tenho investido algum Tempo em algo que, acredito, ainda vai ser muito bom.

É tudo uma questão de acreditar. E investir. E acredito que se não tivesse investido esse Tempo, hoje o meu tempo seria muito mais vazio.

Também por isso não desisto do bom dia e boa noite, todos os dias ou praticamente todos. Mesmo que entre um e outro não haja mais nada. Já sei que não faz mal ser esse assim. Vamos acompanhando o dia a dia de uma forma que ainda me faz sentido, e acima de tudo me faz sentir. E eu sou de sentir. E, neste caso concreto, gosto do que sinto.

Não tenho tempo para perder Tempo. E não o tenho perdido, de facto. E por isso mesmo vou continuar a investir a única coisa que realmente importa: o meu Tempo. E sei que não vou sair a perder.

{#53.313.2021}

E tu, lembras-te onde estavas há exactamente um ano? Quando ainda podíamos sair e reunirmos em jantares e festas de aniversário?

Eu lembro-me, ou não fosse a minha memória assustadora. E foi tão bom há um ano aquele jantar de aniversário e angariação. E tudo o que envolveu. Foi aí que comecei a confirmar o que me tinha sido dito poucos dias antes: nada iria mudar.

Um ano depois, de facto nada mudou. Acho até que melhorou, mesmo que o Mundo tenha sido obrigado a mudar e tanta coisa tenha piorado. Mas num plano mais pessoal, nada mudou, e ainda bem. E ter a sensação de que até melhorou é tão bom também.

O gut feeling mantém-se. Tal como há um ano. Ou ainda mais forte.

E tu? Ainda te lembras de onde estavas há exactamente um ano? Eu lembro-me. E neste caso posso dizer: ainda bem.

{#52.314.2021}

Dia de actualizar o currículo, 4 anos depois… Está feito. Agora é aguardar mais uns dias até começar a enviá-lo e esperar que haja resposta positiva.

Acordar com um bom dia que soube muito bem, que aconchegou numa manhã fria entre a chuva e o Sol que se quis fazer presente e que ficou o resto do dia.

De resto, nada de novo. Mais um dia igual aos outros.

Amanhã será melhor, novamente.

{#51.315.2021}

Chuva e frio. Muita chuva. Dia perfeito para o confinamento.

Tirando isso, mais um dia igual aos outros. Amanhã será melhor, com chuva ou sem ela. Também não faço tenções de sair de casa.

{#50.316.2021}

Estado de espírito dos últimos dias: um recorrente encolher de ombros. Isso e um bocadinho chateada, quase zangada.

Enfim… Amanhã vai ser melhor.

{#49.317.2021}

É rir para não chorar. Ou para não dizer muitas asneiras. Há dias que só assim se aguentam.

Vai correr tudo bem. Só pode correr bem. Não há outra forma.

Amanhã será melhor. Depois? Logo se vê.

{#48.318.2021}

Um dia de cada vez e o regresso à rotina. E cada vez mais chateada com o que aconteceu e sem grande vontade de me esforçar. Para quê? Pelos vistos não serviram de nada os últimos 4 anos, mas especialmente os últimos meses. Sempre disponível, para quê?

Amanhã será melhor. Um dia cai-me a ficha. Para já é esta fase de estar chateada. Hei-de estar frustrada, magoada, irritada, só não sei por que ordem, até estar finalmente resignada.

Até lá, um dia de cada vez. E amanhã será melhor. O que não é difícil, porque hoje não foi muito bom.

Até ao final, é manter o esforço e tentar manter-me calada nas reuniões que não servem de nada. Afinal, ninguém vai sentir a minha falta naquela equipa de gente vazia.

Enfim… Amanhã vai ser melhor. E vai correr tudo bem. Só me resta mesmo acreditar que sim.

{#47.319.2021}

Não gosto de dias perdidos. E hoje foi um desses dias. Amanhã regresso à rotina até chegar o dia de dizer adeus a mais de quatro anos. E já não falta tanto tempo como isso. Depois hão-de vir mais dias perdidos que vou ter de aprender a gerir.

Até lá, segue um dia de cada vez.

{#46.320.2021}

Um dia que devia ser de rotina mas não foi. Que podia ter sido igual aos outros mas que terminou com uma visita surpresa. Um grande pequeno nada. Que soube por tanto.

Só isso me fez acreditar que sim, as coisas agora podem não estar muito bem mas vão melhorar.

E as borboletas na barriga? Lá se fizeram sentir outra vez. Nunca desapareceram totalmente, mas há muito tempo que não as sentia como hoje. Costumo senti-las pela antecipação. Hoje senti-as pela surpresa. E continuo a sentir.

E foi tão bom. Tão simples mas tão bom.

E o meu gut feeling? Novamente a dar sinais, claro.

“Gostei de te ver…”

E eu a ti… Muito.

{#45.321.2021}

Sair um bocadinho, esticar as pernas, apanhar Sol. Também é necessário no meio deste tempo estranho.

De resto, mais um dia igual aos outros. A ver o tempo passar, novamente.

Amanhã? Não será muito diferente.

{#44.322.2021}

Dia de Sol lá fora. Não me posso esquecer de deixá-lo entrar, especialmente nos próximos tempos.

Dia de ver o tempo passar. Novamente. E assusta-me saber que, quando for tempo de deixar o Sol entrar, vai também ser tempo de ver o tempo passar sem previsão de regresso à rotina.

A ficha ainda não caiu. Mas as notícias de ontem já começaram a fazer estragos.

Vai correr tudo bem. Tem que correr tudo bem. Não pode ser de outra forma…

{#43.323.2021}

À espera de me cair a ficha…

Dia de más notícias com uma reacção estupidamente tranquila que me está a deixar apreensiva. Um dia a ficha há-de cair. E não sei se estou preparada para isso.

Por outro lado, acho que vai correr tudo bem. Vai ter que correr. Não vai poder ser de outra forma.

Entretanto, fico à espera que a ficha caia…

{#42.324.2021}

Mais um dia igual aos outros. Mais um dia cinzento visto pela janela. Mais uma consulta por telefone. Mais uns meses valentes de medicação que queria deixar de tomar.

Mais um dia de trabalho e mais uma vez a certeza que não somos mais do que apenas números.

Estou cansada. De estar permanentemente fechada. Do trabalho. De tudo. Ou quase tudo.

Vão-me valendo os poucos momentos de partilha, de pequenos nadas. São breves momentos, mas que me trazem ânimo de manhã e me ajudam a dormir à noite.

“Está estável”, disse-me hoje a médica. E de imediato me lembrei da frase “tu és instável, sempre foste” dita como se fosse uma verdade absoluta. Não. Eu não sou instável. Ou melhor, somos todos instáveis. Porque não é possível estar-se sempre bem todos os dias sem excepção. E agora dizerem-me que estou estável faz-me pensar que um dia posso voltar a não estar. O que estou, na realidade, é bem. Eu estou bem. Muito longe do que estava quando fui pela primeira vez à consulta que durante tanto tempo recusei. E nessa fase não estava instável. Estava mal. Muito mal.

Ainda me custa o rótulo de estável ou instável. Porque na verdade todos somos instáveis. Não é possível estar-se bem 100% do tempo, porque as emoções não são estanques. Há dias bons e há dias menos bons e até dias maus e muito maus.

Mas querem, para efeitos de registo, dizer que estou estável. Então seja. Eu prefiro dizer que estou bem, mesmo que todos os dias de forma diferente. E isso não faz de mim alguém instável.

Enfim, mais um dia igual aos outros, mais um dia cinzento visto pela janela. Amanhã será melhor, nem que seja por haver previsões de Sol, mesmo que só o vá ver pela janela. De resto, posso ser só um número no trabalho, mas sei que fora dele sou muito mais que isso. E sei que estou bem. E só isso me importa agora.

{#41.325.2021}

Tudo acaba por passar um dia. Até o Inverno. E hoje a laranjeira cá de casa recordou-me isso mesmo. Mesmo que dê laranjas principalmente no Inverno.

Tudo passa. E já muito passou por aqui. Mas há coisas bonitas que espero que não passem tão depressa.

E, quem diz coisas, diz pessoas. Há pessoas que quero manter por perto muito tempo. Porque me fazem bem. São quase como as laranjas: recordam-me que há coisas boas que acontecem. E, se continuam por perto, é porque é para ser e porque também lhes faço bem. Há reciprocidade aqui.

Hoje foi dia a começar com um sorriso bom. Porque uma pequena piada de manhã também pode ter esse efeito. E o dia correu ligeiro e sem stress, simplesmente porque sim.

Gosto quando me fazem rir. Mas gosto ainda mais quando me fazem sorrir.

É altura de nutrir as minhas pessoas-laranjas. Fazê-las sorrir sorrindo para elas, em jeito de agradecimento por continuarem por perto.

O Inverno há-de acabar. Mas as minhas pessoas-laranjas hão-de continuar. E gosto de saber que sim.

{#40.326.2021}

Não é possível fazer restart, por isso mantenho firme o meu caminho. Não esqueço nada do que ficou para trás, nem ninguém. Mas fico contente por saber que há coisas que já ficaram lá bem atrás e algumas pessoas também.

Sempre fui muito de pessoas, mas aprendi que nem todas são bem vindas. Algumas são tóxicas. E se cheguei a achar que num determinado momento estava a ser bafejada pela sorte, o meu gut feeling gritou bem alto logo no primeiro momento e acabei por lhe dar razão pouco tempo depois.

Cortei com o que me faz mal. Sejam as pessoas tóxicas, sejam aquelas que desiludem mesmo não sendo completamente tóxicas. Hoje procuro ter à minha volta apenas pessoas me trazem algo de bom. Nem que seja em pequenos nadas.

São essas pessoas que me recordam que estou no bom caminho e que devo manter o rumo. E, por isso, ainda bem que não é possível fazer restart. Se o fizesse, talvez reiniciasse num ponto ainda sem essas presenças. E iria sentir falta de pessoas assim, que me acompanham e aconchegam.

Sim, não é possível fazer restart. Mas é possível manter o meu caminho. E é por aí que sigo, em frente. Pode já ter sido bastante duro, mas tem valido a pena. E, não só por isso, mantenho o meu caminho. Só em pessoas boas já ganhei tanto. Porque não hei-de continuar a ganhar?