Os dias vão passando e vou notando as dificuldades a aumentar. E hoje não foi excepção. Foram 4,5km a muito custo. Especialmente o último quilómetro quando as pernas começaram a querer ceder. Mas, mesmo sabendo das dificuldades, insisto em ir. E vou. E, se vou, também tenho que voltar. A custo, porque no regresso as pernas já estão muito cansadas, desobedecem e ameaçam ceder.
Mas já só faltam 6 dias para a consulta pedida, com carácter de urgência, a 10 de Agosto.
Não vou, obviamente, desistir da consulta, o único sítio onde vão realmente poder começar a ajudar-me. Mas também não vou desistir de ir ao paredão ver o Mar e passar pelo parque onde encontro sapos e rãs a caminho da praia e cães que, mesmo com os donos, vêm pedir mimos e festas. Porque, se desistir disto tudo, estarei a desistir de mim. E desistir não é opção. Muito menos desistir de mim.
Cada passo é incerto e inseguro. Mas tenho que dar cada um dos passos que dou. E se, hoje, foram 4,5km também foram 6656 passos. Cada um dado devagar, com cuidado, mas com a certeza que preciso de continuar a dá-los.
Dia 5 está quase aí. E aí vou poder pedir ajuda. Até lá? É um dia de cada vez. Sem pressa. Sem pressão. Mas com muita frustração. E também com ela preciso de aprender a lidar.
Mas amanhã vai ser um bom dia. Porquê? Porque, já sei, não estou sozinha. Há quem caminhe ao meu lado, de mão dada e disposto a continuar, mesmo sabendo que o meu caminho não é fácil…