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{#365.01.2021}

Último dia do ano.

Não foi um ano muito mau, apesar dos cinco meses à nora e sem rumo ou norte de estar sem emprego. Já tive anos piores, e não foi assim há tanto tempo…

Retorno. Houve ontem. Houve hoje. E houve também uma tentativa falhada de ouvir de viva voz aquele sorriso que se ouve ao telefone. Não foi possível. É pena. Ficará para outra altura, não sei quando. Assim como também não sei quando volto a ver esse sorriso.

Tenho saudades desse sorriso. Dessa presença. Da risada que me conquistou no primeiro dia. Daquele olhar que me disse tanto aqui há umas semanas.

Mas será em 2022 que as coisas vão mudar. É um gut feeling mais uma vez a sussurrar-me ao ouvido.

Enfim. O ano termina como começou: incerto. Mas sereno e tranquilo. Amanhã? Amanhã será um novo ano para além de um novo dia. E será bom só por isso.

{#364.02.2021}

Na dúvida se já é quinta feira ou ainda é quarta… Felizmente já é quinta, já sei. Mas a dúvida pairou por aqui ao final da tarde.

Mais um dia de trabalho, sem nada a registar. Mais uma ida ao café para desligar o chip.

E conversas, como a de ontem, que permanecem muito depois de terminadas. E, novamente, aquela sensação que já várias vezes me fizeram sentir de que há coisas que são como são porque eu não me esforço para as mudar, como se fosse eu a responsável pelo mal estar instalado. Não sou. Mas fazem-me sentir que sim. Eu simplesmente não esqueço o que aconteceu no passado, que nunca entendi e aprendi a não aceitar.

Não, a culpa não é minha. E não, não sou eu que tenho que me esforçar para as coisas melhorarem. Mas como é que se pode melhorar algo que simplesmente não existe? Não há ligação. Não há nada. Como é que se melhora o nada? E porque é que tenho que ser eu a tentar fazer um esforço para melhorar o que não existe?

Não, não tenho que ser eu a tentar nada. Não tenho que ser eu a fazer nada. Estou cansada de ser invisível e ignorada e mal tratada. Por isso pergunto: porque é que tenho que ser eu a tentar fazer um esforço?

Esforço-me por quem merece. Por quem me respeita. Por quem me aceita. Por quem reconhece e aceita a minha existência, para além da minha presença.

Estou cansada disto e do que isto me faz sentir. E não gosto de como me sinto cada vez que o assunto aparece e tenho que explicar que não, o problema não sou definitivamente eu.

Enfim…amanhã é sexta feira. E final de ano. Só pode ser melhor.

{#363.03.2021}

Sair de casa todos os dias um bocadinho. Já não saía desde Domingo. Sentia-lhe a falta. Mas recuso esplanadas fechadas carregadas de gente sem máscara. Prefiro ficar cá fora e pouco me importa o frio e a humidade. Não sou fã de takeaway Covid.

Saí e fiquei ao frio enquanto outros 10 caramelos sem máscara se aconchegavam na esplanada fechada. Não entendo esta gente e chego a pensar que não vivemos no mesmo planeta…

Os números assustam-me. E dou por mim a pensar que dificilmente sairemos deste filme e a vida parou por aqui. Hoje percebi o quanto esse cenário me dói e me pesa. Parece que estou num pesadelo e não há forma de acordar. Tenho vontade de fazer acontecer, mas percebo que é praticamente impossível conseguir fazer seja o que for. Porque o risco existe e é grande, mesmo que a vontade seja muita e forte.

E depois há dias em que não há retorno quando sinto que preciso de um pouco de aconchego. E essa falta de retorno, esse silêncio, deixam-me a sentir meio perdida.

Enfim, é o que é. Se num caso sei exactamente o que fazer para me proteger, no outro não sei como contornar o silêncio. Ainda hei-de aprender a lidar com esse silêncio. Não gosto dele nem o desejo, mas hei-de encontrar a melhor forma para lidar com ele.

Amanhã? Será melhor. Haja retorno e tudo melhora.

E eu só queria ver aquele olhar novamente…

{#362.04.2021}

Terça feira. E, mais cedo do que previsto, restabeleceu-se a normalidade em minha casa. Voltei a ter o meu espaço, as minhas regras, permissão para as minhas rotinas.

De resto, trabalho. Muito mas tranquilo.

E o retorno. Com dois dedos de conversa pelo meio. E sabe sempre tão bem quando conversamos um bocadinho. Sim, é pouco. São pequenos nadas. Mas é importante que esses pequenos nadas aconteçam.

Agora é avançar. Amanhã? Será mais um dia de trabalho.

{#361.05.2021}

Não me posso esquecer que estou em minha casa. Posso e devo ditar as regras. Chega de tentarem fazer de mim aquilo que não sou. Já sei que fico com o rótulo de embirrante e implicante. Seja. Mas não posso aceitar que continuem a tratar-me mal.

E ainda falta tanto tempo para quinta feira…

{#360.06.2021}

Domingo e uma dor de cabeça que se instalou devagarinho e que a esta hora chateia a sério.

Consegui restaurar um bocadinho de normalidade no meu dia, tendo-me apoderado do comando da televisão. É triste chegar a isto, mas só assim consegui não passar mais um dia fechada no quarto como ontem.

Amanhã, dia de regressar à rotina, desta vez sem acordar de madrugada e sem ter que enfrentar os transportes públicos. Trabalhar de casa. Devia ser assim sempre. Será assim nas próximas duas semanas, pelo menos. Mas bem que podia ser para continuar.

Agora é assumir a dor de cabeça e tentar dormir cedo. E a vontade de desejar uma boa noite de viva voz é mais que muita, mas vai ficar pela vontade. Hoje, sendo Domingo, também não haverá por escrito. Regra que impus a mim mesma já há algum tempo e que tem sido mais ou menos cumprida.

Mas tenho saudades… Da voz. Do sorriso. Do olhar. De tudo, no fundo. Mas acima de tudo da presença.

É melhor não pensar muito, para não me alongar. Basta recordar a presença que nem foi há tanto tempo assim e sinto-me um pouco mais aconchegada.

Amanhã será melhor. Dia de trabalho e consulta. A presença será quando tiver que ser.

{#359.07.2021}

Gosto muito de ter os meus sobrinhos cá em casa. Não me chateia demasiado ter que adaptar os meus hábitos e rotinas por causa deles.

Já a presença do meu irmão incomoda-me. E muito. Mexe com tudo o que trago cá dentro de uma forma menos positiva. Não tenho paciência para a sobranceria e arrogância de quem assume que está na sua casa quando na realidade não está.

Vão ser longos os dias até 5a feira…ainda hoje é sábado e já não suporto a alteração profunda que a sua presença trouxe. Hoje foi um dia de treta, confinada no meu quarto porque a televisão só dava porcaria escolhida por ele. E o comando, claro, na sua posse exclusiva. Amanhã não deverá ser muito diferente.

Enfim…não sei mesmo lidar com a presença de quem não me faz, nem nunca fez, bem nenhum.

Amanhã logo se vê.

{#358.08.2021}

Natal. Véspera de.

Dia longo que começou demasiado cedo só porque sim. E que vai terminar cedo também porque estou cansada.

Mas fiz a minha parte, telefonei a quem queria. Especialmente a quem queria presente. Foi bom. Soube foi a pouco.

Quem sabe num outro Natal seja diferente. Para melhor.

Não tenho pressa. Tenho apenas vontades e desejos. Mas sei esperar. Até quando, logo se vê. E como está, não está mau. Tirando o silêncio que de vez em quando impera. Mas não está mau. A ausência seria pior.

Natal. Véspera de. E os Meus Dois aqui presentes. Os melhores presentes, sempre.

Amanhã? É tentar não acordar novamente às 6h da manhã sem necessidade. De resto, o que vier será bem vindo. E será bom.

{#357.09.2021}

Quinta feira com sabor a sexta. Dia muito tranquilo no trabalho. E ainda o silêncio.

Não quero dar demasiada importância ao silêncio. Afinal, não há obrigação nenhuma de retorno. Mas, e já o tenho dito, o silêncio mói e dói.

Se calhar está na hora de baixar os braços, desistir e seguir em frente. Mas esse seguir em frente significa o vazio. E eu não quero o vazio. Só queria a repetição do retorno, já que não posso querer mais. Qualquer coisa é melhor que o vazio.

O vazio assusta-me. E por isso não o quero. Seria andar para trás em tantos aspectos e isso não é opção.

Não sei o que fazer, na verdade. Nem tenho com quem falar para pedir conselhos. Apenas sei que o silêncio pode ter mil e um motivos para existir e nenhum ser sinal de afastamento. Mas o meu medo do abandono fala sempre mais alto. E eu não sei lidar com esse medo ou com a realidade do abandono ou afastamento. Nunca soube. E não é a idade ou a experiência que me vai esclarecer.

Seja como for, não me posso esquecer disto: É O QUE É!

Amanhã? Será melhor. Ou logo se vê. Até porque amanhã é Natal e o único presente que eu queria vai ser apenas ausente. Mas será melhor. Porque acredito sempre que o dia seguinte é sempre melhor.

Logo se vê. E talvez o silêncio se rompa.

{#356.10.2021}

Quarta feira e o teletrabalho. Já tinha algumas saudades. Especialmente de não acordar de noite e sair de casa demasiado cedo para regressar tarde e só a tempo de jantar e ir para a cama.

Dia do meio. E silêncio. É uma semana complicada, eu sei. Mas bastava dizer bom dia.

E dou por mim a pensar que não quero ser uma resolução de ano novo se isso significar mais silêncio…

Será o que tiver que ser. Porque, afinal, é o que é. E eu queria que fosse mais.

Foco-me no trabalho, pronto. É o que é, as coisas são como são e não há nada a fazer senão aceitar e seguir em frente. E para mim será o que tiver que ser. Não adianta querer mais ou menos alguma coisa. É o trabalho que importa agora, e é só isso que tem que importar.

Amanhã será melhor. Pode ser que mude alguma coisa, especialmente a minha visão derrotista e negativa. Insegura. Pode ser que haja algum retorno. Antes do Natal seria importante. E já não falta muito tempo.

Enfim. Veremos como corre amanhã. Pode até ser que, como hoje, a caixa de correio me sorria. Mas até isso eu acho que não vai acontecer.

{#355.11.2021}

Terça feira. Não me posso esquecer que hoje ainda só é terça feira. Todo o dia convencida que é sexta. Só que não é.

Chuva à hora de almoço e o chapéu que ficou no trabalho quando eu fui à rua. Molha, claro. Mas soube bem. Para pôr as ideias no sítio. Que só não resolveu o estranho fuso horário de sentir sexta feira à terça.

Tenho saudades. Sei que não devia porque é o que é. Mas tenho. Daí também a vontade de um presente que não vou ter.

Amanhã regresso ao teletrabalho. Vai correr bem. Por agora dou o dia por terminado. Começou demasiado cedo. Foi demasiado longo. Amanhã irá começar mais tarde. Duas horas mais tarde que vão fazer a diferença.

Lá fora chove de vez em quando. Cá dentro procuro o calor. E mais qualquer coisa que venha e me aconchegue.

{#354.12.2021}

Segunda feira e a chuva. O vento. O frio. A semana a começar.

Tudo normal no trabalho. Tudo normal fora dele também. Tirando a parte em que estou sozinha em casa e não gosto.

Hoje houve retorno. E quando há sabe sempre bem. E esta semana é importante que haja. Pelo menos para mim. A semana vai passar a correr e já percebi que dificilmente esse retorno se irá traduzir em presença.

Amanhã será mais um dia. De chuva, vento e frio. De trabalho. E possivelmente de retorno também.

E o medo a querer apoderar-se de mim…

{#353.13.2021}

Domingo e nada a registar. Nem a declarar.

Amanhã o regresso à rotina. Logo se vê como será a semana, sendo que um dia não trabalho, dois dias vou ao escritório e os outros trabalho de casa.

Ainda vou a tempo de reforçar o meu pedido de presente para o Natal?

{#352.14.2021}

Quebrei o silêncio e tive retorno. Percebi que, do outro lado, nem tudo estará a 100%. Mas há vontade de mudar. E isso é importante. Haver essa vontade e haver a noção de que uma mudança é precisa. E é tão precisa. Porque não os dias não podem ser preenchidos só com trabalho. É preciso haver tempo para o resto, que também é importante. Mas haver a noção da necessidade de mudança é bom sinal. Haja vontade de concretizar, e a coisa faz-se. E no que me for possível, estarei presente para ajudar.

De resto, foi mais um sábado que já passou. Três horas num centro comercial e assim se passou mais um sábado desinteressante. Valeu-me o retorno logo pela manhã para dar algum significado a este dia.

O Natal está a chegar e eu só quero um presente. Que sei que não vou ter. Mas enquanto houver retorno, que é uma forma de estar presente, já fico contente. Mas gostava muito de repetir aquele final de tarde na véspera de Natal de há quatro anos. Que aconteceu muito provavelmente pelo factor novidade. Mas que soube muito bem. Ou aquele final de dia 23 há dois anos, que aconteceu porque as agendas se alinharam nesse sentido e que também soube muito bem. Foram, de longe, os melhores presentes desses anos. E este ano gostava de os repetir. Porque há presentes que, por muito que se repitam, nunca são demais.

E lá fora a Lua Cheia. Que, sei, olha por mim e ouve o que não digo a ninguém. Quem sabe ela não me concede um presente. Que, no fundo, nada mais é do que uma presença.

E era tão que assim fosse…

{#351.15.2021}

Sexta feira e o silêncio.

Continuo a achar que não posso ser eu a quebrar o silêncio, mas irei fazê-lo. Hoje. Só porque sim. E sei que o mais provável é continuar a ter silêncio e nenhum outro retorno.

Mas é o que é. Já o sei há muito tempo, desde o primeiro dia. Na verdade, ainda antes do primeiro dia já sabia que seria assim.

Se custa? Claro que sim. E chega a doer. Mas não vou deixar-me levar por aí. Um dia hei-de seguir em frente. Não sei quando nem como o farei. Nem sei como será. Mas um dia…

Fico contente, no entanto, por ter partilhado mais do que uma vez o que trago comigo, cá dentro, em mim. Não serviu de muito. Mas tirou-me um peso de cima. De dentro. E sei que, antes de seguir em frente, voltarei a partilhar, mesmo sabendo que não irei ter retorno.

Os dias têm sido azuis. Frios, mas azuis. A previsão para a próxima semana é de cinzento no céu. Mas não irei permitir que o cinzento se aloje em mim. Prefiro manter-me no azul. Venha o que vier.

E não deve vir muita coisa, à semelhança dos últimos dias.

Enfim. É o que é. I should have known better.

{#350.16.2021}

Quinta feira e perdida nos dias. É triste ter que olhar para o telemóvel para saber que dia da semana é…

E o silêncio…que me mói e me dói. Continua o silêncio. E eu permaneço quieta. Não quero ser eu a quebrá-lo…mas acho que se não for eu, não será mais ninguém.

{#349.17.2021}

Sou menina para não só ficar contente mas também orgulhosa pelo sucesso dos outros. E mais uma vez estou. Acordar com notícias do sucesso de quem quero bem é uma boa forma de acordar.

Mas depois há o silêncio…outra vez o silêncio que me dói e me mói. Não posso esquecer-me do meu lugar no que diz respeito ao outro lado. Só assim o silêncio não pesa tanto. E eu sei o meu lugar. Às vezes esqueço-me, é verdade. Acho que o meu lugar é um bocadinho mais acima na lista de prioridades, quando não é. E eu sei que não é. Mas o que trago cá dentro, comigo, em mim, faz-me desejar ser mais. E isso é um passo para fazer doer e para me magoar. E o pior é que desta vez sou eu que me magôo, sou eu que inflinjo em mim mesma a dor que não quero. E não posso. Não pode ser assim. Não posso esquecer-me de que é o que é. Nem mais, nem menos.

Hoje não vou repetir o ritual nocturno de sempre. Não vale a pena. Não enquanto houver silêncio. Quando for quebrado do outro lado, logo se vê.

É quarta feira e a semana vai a meio. Mais um dia nim, nem não nem sim. Mais um dia de trabalho. Mais um dia que passou. Mais um dia vazio…

Amanhã será melhor. Apesar do dia não ter sido mau, sei que amanhã será melhor. Por hoje guardo o silêncio que vem do outro lado. E vou fazer de conta que não me incomoda.

{#348.18.2021}

Parar todos os dias para ver as cores do nascer do dia. Mesmo quando, ou especialmente quando, esse nascer do dia se mostre mais difícil e complicado porque não se acordou à hora certa e o trânsito lá fora esteja o verdadeiro caos.

O dia não foi mau. E trouxe a notícia do regresso, ainda que temporário, ao teletrabalho. Vão ser poucos dias, mas vão saber bem.

E houve ainda tempo para seguir um impulso, uma coisa de momento que se gostaria de concretizar e repetir durante muito tempo. “Just because”, disse-lhe. Só porque sim, senti. E porque me apeteceu.

Os dias de uma vida normal às vezes parecem desinteressantes. Mas prefiro este estado de vida normal ao turbilhão de emoções constante de outros tempos.

E também por isso paro todos os dias um bocadinho. E amanhã voltarei a parar. E, quem sabe, voltarei a seguir impulsos, coisas de momento. Só porque sim.

{#347.19.2021}

Segunda feira. Nova semana. Velhos hábitos.

Um dia deixo esses velhos hábitos. Mas enquanto me fizerem sentido, como agora, mantenho-os e faço-me presente. Sempre.

Se é boa política? Não sei. Mas é o que é.

{#346.20.2021}

Domingo. Vontade de fazer acontecer, mas nada a mexer. Para variar. Fugi das mantas e sofá e saí de casa. Aproveitei o Sol e o quentinho que estava na rua e fui ver o mar.

Não era nada disto que eu queria fazer, mas foi este o Domingo possível. Quem sabe se o próximo não será melhor.