São saudades. Tão só saudades. E essas saudades deixam-me assim, melancólica. Mesmo com um dia cheio, sem nada de especial a acontecer mas em trânsito de um lado para o outro, essa melancolia esteve sempre presente. E a cabeça cheia de barulho e muita confusão. Não, não foi um dia mau. Mas também não foi bom. Foi confuso. Foi estranho. Foi o que foi, como há muito tempo não era.
Não, não quero (nem posso!) voltar àquele sítio escuro e desconfortável onde já estive. Conheço-o demasiado bem para saber que, mesmo sendo escuro e desconfortável, é fácil deixar-me ficar por lá. Afinal, já não me é desconhecido. Já lhe conheço todos os truques para me prender. Já lhe conheço todas as manhas. E é tão fácil voltar para lá. E voltar a cair. E voltar a deixar-me ficar.
Não quero (nem posso!) voltar lá. Mas não é fácil silenciar a minha cabeça quando tenho que guardar tudo para mim. Quando não falo com ninguém para além do terapeuta fofinho que agora percebe a importância de outra forma. Falo com ele, mas sei que, por muito que ele se esforce para entender o que sinto, nem toda a gente o entende verdadeiramente. E só há uma pessoa à minha volta que o entende verdadeiramente. Felizmente é alguém com quem posso desabafar facilmente…mas não é suficiente.
Sim, são saudades. Do que não tive. Do que não tenho. Do que não terei.
E são, também, já 4 dias de contagem. De algo que também me deixa com saudades. E que também não me está a ajudar neste momento. Mas aqui irei ter que esperar e aguentar. Não vou (nem quero!) impôr a minha presença. Se me quiserem presente, é presente que estarei. Se me quiserem por perto, sabem como me encontrar. Mas não espero que me procurem. Não para já. Não ainda. Vou dar espaço e tempo. Se tiver que voltar a ser o que era, será.
Sim, são saudades. Tanto num caso como no outro, são saudades. E nem sempre é bom ter saudades. Ou, pelo menos, senti-las da forma que sinto. E ouvir novamente aquele ruído confuso na minha cabeça não me ajuda a lidar com ambas as situações em simultâneo.
É. Não foi um dia mau. Mas também não foi bom. Foi o que foi. Confuso. Acima de tudo confuso. E absolutamente melancólico.
Amanhã? Logo se vê. Mas espera-se que seja melhor. Pelo menos mais tranquilo. As saudades? Hão-de amenizar. Tanto num caso como no outro. E depois logo se vê…