Category Archives: {#2022.Novembro}

{#334.32.2022}

Tirar tempo para mim também é permitir-me mudar um bocadinho. E o caminho mais fácil para iniciar a mudança é por fora.

A mudança por dentro é mais complexa, mais difícil, dá muito mais trabalho. Mas é necessária. E vale a pena. E a melhor forma para começar essa mudança interior é começar a cortar o que não interessa, o que já foi mas já não é, as coisas que não me acrescentam nada. E, tantas vezes, isso implica cortar pessoas da minha equação. Por muito que custe. Mas, se já não há mais nada a dizer, se já houve uma mudança de comportamento, se a disponibilidade é, na verdade, uma grande indisponibilidade, então está na hora de agradecer, soltar e deixar ir.

Mudo por fora um bocadinho hoje. Mudo por dentro um bocadinho todos os dias.
Quem quiser saber, pergunta. Quem me quiser encontrar, sabe como fazê-lo. Quem não quiser nada disso, está bem. É da forma que sigo o meu caminho por mim. Apenas e só por mim.

Hoje há jantar de raparigas porque uma delas (que não eu!) fez anos ontem e decidiu que há vinho. Parece-me muito bem. Um copo de vinho em ambiente protegido é sempre muito bem vindo. Mas como assim, não há copos pequenos?

Antes do jantar, queimo tempo na esplanada do costume. Hoje na parte coberta porque a chuva molhou o meu lugar lá fora. Não costumo vir para a parte coberta porque tem sempre gente a mais. Mas hoje só cá estou eu.

É tempo, portanto, de reflectir sobre o dia, sobre os dias, e encontrar-me comigo mesma.

Se é altura de cortar com algumas coisas, também é altura de deixar entrar coisas novas. Permito-me, portanto, ir à descoberta. E a fase da descoberta, seja do que for, é sempre a melhor. Seja o que for que a descoberta me traga, é sempre melhor do que ficar quieta e calada, sossegada no meu canto.

{#333.33.2022}

Há rituais, que foram diários por muito tempo e que aconteciam duas vezes por dia, dos quais abri mão. Custaram mais do que me atrevo a admitir. Mas deixaram de fazer sentido a partir do momento em que percebi que não eram bem-vindos.

Mas há outros rituais que me são importantes e dos quais não abro mão enquanto não voltar ao trabalho presencial (que deve acontecer já segunda feira): o café ao fim do dia na esplanada do costume. Esse será para manter, nem que seja só ao fim de semana porque durante a semana vou passar a chegar a casa muito tarde.

Não há companhia para o café na esplanada ao fim do dia. Mas também prefiro assim. É o meu momento. É quando faço alguns (poucos) telefonemas. É quando páro para reflectir sobre o dia. Sobre os dias. É quando estou apenas comigo e mais ninguém.

Os outros rituais, os tais que eram diários e aconteciam duas vezes por dia, tiveram a sua importância. Tiveram o seu tempo. Mas deixaram de ter o seu lugar. Deixaram de ser bem-vindos. Por isso abri mão deles. Não que essa mudança tenha sido notada, sei que não foi. Porque, lá está, nunca tiveram qualquer importância.

Mas é aqui, na esplanada do costume, que me procuro e me encontro. E foi também aqui que percebi que mereço muito mais e que o mais importante sou eu.
E, por isso mesmo, vou aproveitar os próximos dias para saborear o café do fim do dia na esplanada do costume.

Quem quiser, sabe como me encontrar. Afinal, sou uma presença online de fácil acesso.

{#332.34.2022}

Segunda feira de férias. E ainda aquela estúpida sensação de que devia estar a trabalhar! Mas não, não devia. Tenho direito a estes dias, que são meus, para fazer o que quiser sem me preocupar com o trabalho (mas preocupo…) ou para não fazer nada, que é o que tem acontecido. Mas já a semana passada tinha esta estúpida sensação, como se estivesse em falta com o trabalho. Não estou, eu sei. E só voltarei a ter dias livres daqui a 7 meses e meio, mais ou menos, e 7 meses é muito tempo. Por isso, em vez de me sentir assim, tenho mais é que aproveitar estes dias. Este tempo. Que é meu.

E hoje fiquei, novamente, com a nítida sensação de que o jantar não vai acontecer. Questionei uma data da próxima semana, para me responderem o que eu já sabia: que esta semana não era possível. Por isso pedi, pela segunda vez, uma data da próxima semana. Não obtive resposta, claro. E isso, para mim, é uma resposta. É a confirmação de que o jantar não vai acontecer. Como, aliás, eu já esperava desde o primeiro dia.

Não vou voltar a pegar no assunto. Vou deixar passar a semana que ainda agora começou e depois logo se vê… Novamente percebo-me zangada. E não queria. Mas é o que sinto com esta falta de resposta a uma simples pergunta. Não custa dar uma resposta. Mas, quando não há interesse, é o caminho mais fácil…

Amanhã? Será melhor. Continuo a ir à descoberta e, mesmo sabendo que não dá em nada nem tem que dar, vou indo e sorrindo e rindo. É uma massagem ao ego. E também tenho direito a isso. Faz-me sentir bem. E faz-me bem no geral. Ajuda-me a gerir esta zanga que sinto de uma forma mais suave. E é disso que preciso.

Que seja o que tiver que ser. Depois logo se vê. Mas estou cansada de falta de respostas e notória falta de interesse. Por isso, volto a recordar-me daquela mensagem “a vida é gigante. E pessoas há mais que muitas!”…

Siga! Mereço muito mais do que isto. Amanhã será melhor. E o dia vai ser bom. Porque eu quero que assim seja. Porque o mais importante sou eu. O resto é o resto. E já não é o que era…

{#331.35.2022}

Domingo de ronha. Que começou com um dia bonito e consulta com o terapeuta fofinho. Passou para uma tarde de chuva a preparar o envio do telemóvel para a garantia. E uma noite profundamente aborrecida.

Podia ter passado pelo menos a tarde e a noite a fazer algo de útil. Por outro lado, lembro-me que foi a querer fazer exactamente o mesmo que levei o maior murro no estômago de que tenho memória…

Já sabia que era este fim de semana, mas não disse nada. Muito provavelmente por saber, de antemão, que iria levar uma nega. Ainda fiz referência a esta dia, hoje numa curta conversa, para me dizerem “para a próxima se quiseres”. A próxima será daqui a seis meses. Tanta coisa pode (e vai) acontecer em seis meses que não duvido que quem me disse isso não se vai lembrar. Como não se lembrou de outras coisas que falámos em Novembro do ano passado que seriam para acontecer em Março deste ano, no limite em Setembro.

O único problema aqui é a minha memória. Que regista tudo. Todas as conversas. Tudo o que se combina. E depois acabo por perceber que foram coisas ditas só para me calar.

Como o jantar que foi falado há poucos dias. Recebi resposta sobre o dia de hoje, mas sobre a data que pedi para o jantar nem uma palavra. Mas ainda hei-de lá voltar. E sim, desta vez irei cobrar uma resposta. Para perceber se é para acontecer mesmo ou se foi só mais uma coisa dita só porque sim, sem intenção de acontecer, só para me calar. Porque se foi…não, não me calo. Não parto a loiça, não tenho feitio para isso, mas não vou ficar com nada por dizer. E depois disso? Logo se vê. Afinal, estou no processo de deixar ir. E um dia terá que ser a última vez.

Se calhar já foi…mas se me sugerem que algo vai acontecer, é preciso que cumpram. Porque eu não sou assim. E não gosto que façam de mim parva. Porque não o sou.

Percebo agora, enquanto escrevo, que estou zangada ainda. Mas não quero que essa zanga aumente. Vou esperar. Mas não muito tempo…

Amanhã ainda é dia de férias. A semana toda, aliás. Ainda tenho muito tempo, demasiado tempo, para pensar no que quero e no que vou fazer. Porque confusa estou. E não gosto de estar assim. Nem quero. Mas é o que é.

{#330.36.2022}

Sábado, aquele dia aborrecido da semana. Hoje uma mistura de aborrecimento e animação. Não tenho feitio para andar muito tempo em centros comerciais, não gosto de andar a bater perna por aí, não tenho grande interesse em andar em lojas a menos que precise mesmo de comprar alguma coisa. Não era o caso hoje. Aproveitei para procurar um casaco de Inverno, visitei as três lojas que queria e podia ter ficado por aí. Mas não foi o que aconteceu. Foram mais de cinco horas num centro comercial… É o que acontece quando se está dependente de terceiros. Era só uma visita rápida para que alguém comprasse umas camisolas, foram cinco horas sem paciência. Impaciente, com dores, com gente à espera para uma entrega. Não, não tenho paciência. Mas, às vezes, tem que ser.

E assim se passou um dia que era suposto ser apenas aborrecido e se transformou em algo que não sei como lhe chamar.

Enfim…

A primeira semana de férias terminou. Felizmente ainda tenho outra. E, desta vez, estão a saber a férias. Uma semana que passou a correr mas que, ao mesmo tempo, pareceu demorar a acabar. E sempre aquela estúpida sensação de estar em falta com o trabalho…

Amanhã é dia de consulta com o terapeuta fofinho. E ainda bem que é. Porque preciso de ajuda de alguém de fora para me entender a mim mesma. Para perceber o que sinto, afinal. Um dia digo a mim mesma que ponho ali um ponto final e no outro estou à espera de uma data para uma próxima vez. Um dia estou muito zangada, no outro está tudo bem. Não, não pode estar tudo bem. Porque há motivos para não estar. Ou houve. Já não sei…e é por não saber que preciso que alguém de fora me ajude a organizar a confusão que vai na minha cabeça.

Continuo, claro, à espera de uma data. E sei que será de ficar à espera muito tempo. Mas não o vou permitir. Vou, como já disse, cobrar essa data. Espero até meio da semana. Não vou ficar eternamente à espera. Porque, se ficar, sei que a resposta não vem, a data não é marcada, o jantar não sai. E isso eu não quero. Nem aceito. Não depois da proposta vir do outro lado.

Sinto falta dos rituais matinais e nocturnos. Mas não vou regressar a eles. Por muito que lhes sinta a falta depois de cinco anos sempre presentes. Mas, e aprendi a detestar esta frase, é o que é. Não quero migalhas. Quero o que não tenho. Mas não o vou exigir. Nem fazer qualquer menção a isso. Um dia, quem sabe, o tempo vai dar razão ao meu gut feeling. Para o bem e para o mal.

Mas hoje não quero pensar mais sobre um assunto que me dói. Que me pesa. Hoje vou pensar apenas em mim. Porque o mais importante sou eu.

Amanhã? Logo se vê.

{#329.37.2022}

Sexta feira que foi longa. Começou a horas razoáveis para quem está de férias com um pouco de descoberta vinda do que já se esperava ser. E, já sei, dali só a música pode ser coisa boa. Mas está a ser uma descoberta interessante a nível musical. O resto é mais do mesmo.

Sexta feira que foi longa. Uma manhã que nunca mais acabava e uma tarde na rua que se transformou em duas horas e meia de um lado para o outro e quatro kilómetros percorridos. E um final de dia à beira da praia para, mais uma vez, assistir ao pôr do Sol.

Pôr do Sol na praia e uma vontade enorme de voltar ao pôr do Sol na baía. Que, já sei, não vai voltar a acontecer. Já não há disponibilidade para isso do outro lado. Nem vontade, de certeza.

Mas há uma promessa de jantar para breve. Resta saber se será só mais uma promessa porque sim ou será mesmo para acontecer. Mas, lá está, não vou fazer planos. Desisti de fazer planos há muito tempo. E promessas…bem, deixei de acreditar em promessas há muito tempo também. Especialmente depois de as ver a serem quebradas tão facilmente. Resta-me tentar perceber se esta também vai ser quebrada ou se é para concretizar. Quero muito que se concretize. Há algumas coisas que quero tentar perceber e esse jantar seria o ideal para o fazer. E depois então decidir o que fazer. Mas o mais certo será manter a distância que já existe e não voltar aos rituais que só a mim faziam sentido. Essa parte, por muito que me custe, não vai voltar a acontecer. Afinal, até uma simples presença online tem que ter peso, conta e medida. E, se essa distância e mudança forem notadas agora como foram notadas há seis meses, sei que acabarão por ser questionadas. Mas dificilmente serão notadas. E não serei eu a pegar nesse assunto. Mas, se pegarem, então será dito tudo o que trago comigo.

Já não sei se ainda estou zangada. Sei apenas que estou muito confusa. Sem saber muito bem o que pensar, fazer, sentir…não sei mesmo. Sinto-me perdida e, já sei, quando me sinto perdida acabo por me deixar levar ao engano. E aí entra a descoberta das últimas semanas.

Já sei que serei eu a sair magoada desta história toda. Como já saí. Mas acredito que ainda será possível magoar-me mais. E não quero…

Um dia. Um dia vou sair por cima numa qualquer nova história que venha a acontecer. Nesta cheguei a acreditar que o desfecho fosse diferente. Mas enganei-me. E isso ainda dói.

Agora é esperar para ver se o jantar acontece ou não. Mas, desta vez, vou cobrar esse jantar. Porque, se for para não acontecer, vou querer saber porque surgiu a ideia de irmos jantar. Só para parecer bem? Só para me calar? Eu não gosto de cobrar nada a ninguém. Mas também não gosto de coisas ditas sem intenção de acontecer. Por isso vou cobrar o jantar ou uma explicação. Uma das duas coisas vai ter que acontecer.

Já atirei o barro à parede, desta vez para pedir uma data. Ainda será uma data a alguma distância. Mas quero que fique registada na agenda com tempo. Ainda não tive resposta. Nem devo ter tão cedo. Mas vou voltar a essa questão até ter uma data.

Enfim…é encolher os ombros, sorrir e acenar. Entre uma nova descoberta e uma velha amizade, nada me vai levar a lado nenhum. Mas, seja num caso ou no outro, só não quero voltar a magoar-me.

O dia foi muito longo. E, por muito que tentasse, não consegui desligar a cabeça. E preciso de o fazer. Preciso de pensar apenas em mim e no que é melhor para mim. Porque o mais importante sou eu. Tudo o resto tem que vir depois. Mas estou confusa. Muito confusa. E um bocadinho perdida…e com saudades do pôr do Sol na baía. Por tudo o que representa para mim.

{#328.38.2022}

Já sei que não adianta fazer planos. E eu tinha planeado que hoje seria o dia para pôr um ponto final em algo que dura há cinco anos. Mas não sou capaz…

O que tinha sido desmarcado e remarcado para hoje aconteceu. E, ao contrário do que eu queria, as borboletas na barriga fizeram-se presentes. Manifestaram-se em forma de grande ansiedade. Como há muito tempo não sentia. Como há muito tempo eu não queria sentir…

Se correu como eu tinha planeado? Não. Muito pelo contrário. Correu muito bem. Correu de forma quase perfeita e com a promessa de um jantar para breve. E não podia ter corrido assim. Mas, já o disse antes, deixei de fazer planos há muito tempo e não acredito em promessas. Portanto, quanto ao jantar veremos. E os planos que eu tinha para uma espécie de despedida não aconteceram.

O pior no meio disto tudo? É a confusão que vai na minha cabeça neste momento. É já não saber o que quero. Se é para me afastar de vez ou se é para me manter por perto como habitualmente.

Para já, é esperar para ver. Vou querer esse tal jantar. Mas também vou querer conversar e falar do que não falei. Hoje não era de todo possível falar sem pressas. Havia horários e compromissos. Foi tempo apenas para um café e transferência de ficheiros e um bocadinho de conversa. Conversa que me soube tão bem…que fluiu naturalmente, novamente momentos de partilha, uma conversa de amigos. Que, ao contrário do que me fizeram sentir na semana passada, afinal parece que somos.

Já não sei mesmo o que quero fazer neste momento. Sei que não quero deitar fora uma amizade de cinco anos. Porque, para mim, é de uma amizade que se trata. E isso não quero perder. Mesmo sabendo das condicionantes. Mesmo sabendo que há quem não esteja confortável com essa amizade. Mas aí temos pena. Não tem que deixar de existir uma amizade entre duas pessoas simplesmente porque alguém exterior não se sente confortável.

Não notei hoje uma mudança de comportamento. Não notei um distanciamento. Notei, sim, a relação de sempre. E isso é bom. Mas era tão mais fácil se não tivesse sido desta forma.

Confusa. Muito confusa. Agora quem precisa de tempo sou eu. E esperar para ver se o jantar acontece ou não em breve. E, acontecendo, tentar então pegar em assuntos que sinto necessidade de esclarecer. Ou sentia…depois de hoje, do que vi e senti, já não sei nada…

Vou manter-me longe como nas últimas semanas. Sei que essa ausência de alguém que estava presente todos os dias não é notada. Mas é disso que preciso: manter-me longe. Por mim. Unicamente por mim. E é isso que vou fazer.

E pensar. Pensar muito no que quero. E como quero. Depois? Logo se vê…

{#327.39.2022}

Quarta feira e o dia do meio, dia nim, nem não nem sim, que só fica pior por ser um dia de férias sem nada para fazer.

Mais um dia de contagem decrescente. Para a última vez. É assim que encaro o que está previsto para amanhã. Se não for, novamente, desmarcado. Que, acredito, é o mais provável que aconteça. E a mim, aconteça o que acontecer, resta-me encolher os ombros, sorrir e acenar.

Já não há borboletas na barriga. Já não permito que se manifestem na antecipação. Já não fazem sentido. Tenho saudades delas, mas morreram um bocadinho desde aquele murro no estômago há seis meses. E foram morrendo aos poucos com a contagem dos dias de silêncio e ausência do Verão. Reanimaram um pouco quando passou a haver mais disponibilidade do outro lado. Ou, pelo menos, uma suposta disponibilidade. Que se concretizou em partilha de momento menos bom e que me mostrou que eu me preocupo demais com quem se dá de menos.

Agora, a mudança de comportamento. E o meu estúpido gut feeling que me diz qual a razão para essa mudança. E, desta vez, não tenho dúvidas nenhumas de que está certo. E, estando, isso entristece-me. E deixa-me zangada. Como ainda estou.

Por isso, não. Não há borboletas. E se houver alguma coisa amanhã, como era para ter havido ontem e não houve, vai continuar a não haver borboletas. Porque, agora, sou eu que não as quero por perto.

Estou cansada disto. E, por isso mesmo, decido pôr um ponto final. Em quê? Nem sei. Afinal, não passo de uma simples presença online. E acho que é isso mesmo que vai acabar. Vou passar de presença a ausência. E quem quiser, sabe onde e como me encontrar. Basta querer. Mas também sei que não vai acontecer.

Por isso, amanhã não vai ser fácil, partindo do princípio que vai acontecer o que está previsto. Mas é algo que me é necessário. Para meu bem. E neste momento só eu importo. O resto, dada toda a mudança das últimas semanas, não me merece muito mais.

Não, não vai ser fácil. Mas vai ter que ser. Depois? Prevê-se um longo caminho a percorrer. E que vai ser a doer. E depois logo se vê…mas por agora chega.

{#326.40.2022}

Era para ser hoje… Mas, como eu já suspeitava, depois de marcado ontem foi desmarcado hoje, ou adiado para quinta feira. Nada que me surpreenda por aí além. E já lá vai o tempo de ficar magoada. Porque para mim não é um adiamento, é uma desmarcação. Fico apenas desiludida, mas não surpreendida.

Surpreendida fiquei com a reacção à última semana que eu própria tive na consulta com o terapeuta fofinho. Percebi que continuo zangada. Muito zangada. E isso não é bom. Mas é o que sinto. E, provavelmente, era o que a minha cara transparecia no Domingo de manhã, quando me perguntou várias vezes “que cara é essa?”…respondi sempre que era cara de sono, apenas. Sabia que não era nem o lugar nem o momento para dizer nada. Mas se, na quinta feira, me voltar a perguntar, é possível que diga que estou zangada. E diga porquê.

Sei que quinta feira será, muito provavelmente, a última vez que terei possibilidade de dizer seja o que for pessoalmente. E recuso-me a dizer seja o que for por escrito. Há tanto que se perde nessa comunicação instantânea. Se é verdade que dá a ideia de proximidade, também é verdade que pode ser uma excelente ferramenta que leva a mal entendidos. Ou a nada entendidos! Porque há tanto que se perde. Que se confunde. Que simplesmente não se lê a não ser na diagonal.

É, quinta feira (se não for desmarcado de novo…), será a última oportunidade para uma conversa. Depois disso, logo se vê. Mas nada voltará a ser o que já foi. Pelo menos da minha parte. Se é uma decisão fácil? Não para mim. Mas já percebi que para o outro lado é indiferente. Por isso mesmo decido que já chega. Não é só a falta de iniciativa, a falta de retorno, a falta de interesse, a falta de vontade. Não é só isso que me incomoda. É tudo. É a diferença de comportamento acima de tudo. E eu só vejo um motivo para essa diferença. E não aceito. Porque, na verdade, eu não prejudiquei ninguém. Eu já existia antes das novas circunstâncias. Temos pena.

Mas chega. Não tenho que me contentar com menos do que migalhas. Mereço mais. Sempre o disse e repito-o até à exaustão. Mereço mais.

Se há quem permita essa influência, então não me terá por perto. Eu própria me afasto.

Quinta feira ainda está longe. Não tanto assim, é verdade, mas amanhã sendo quarta ainda tanto pode acontecer. A ver vamos. Mas, neste momento, o mais importante sou eu. Por isso é em mim que penso. E é por mim que me afasto. Doa o que doer…

Amanhã? Logo se vê. Mas de cancelamentos, desmarcações, adiamentos e faltas de tanta coisa estou eu. Por isso, siga!

{#325.41.2022}

Final do ano 22 do século XXI e ainda há quem ache normal criticar formas de amor. Ouvido no sábado na esplanada do costume, onde não se aprende nada de jeito. Juntou-se um grupo de várias pessoas a comentar um apartamento que está à venda no meu prédio apenas porque os actuais donos são um casal do mesmo sexo.

Pergunto eu: o que é que isso interessa? Como assim, “não encaixam”? Desde quando é que o amor entre duas pessoas tem que “encaixar”? Só porque são do mesmo sexo têm que sentir amor da mesma forma que vocês?

Quem acha isso não percebe nada de nada, muito menos de amor. Porque é de amor que se fala aqui, não de sexo. Porque sexo é outro assunto e não interessa a ninguém a não ser aos envolvidos.
E pergunto eu: e se fossem os vossos filhos? Iam rejeitá-los? Criticá-los? Renegá-los? Apenas pelo amor que sentem de forma diferente da vossa?

Estas coisas incomodam-me. E não é nada comigo directamente. Mas eu sou pelo amor. Tenha ele a forma que tiver.

{#324.42.2022}

Hoje, o regresso a algo que, mesmo 30 anos depois, continua a fazer sentido. De há cinco anos para cá, tenho tido a possibilidade de, uma vez por ano, voltar a sentir de perto todo o espírito que envolve o escutismo. E sabe sempre tão bem.

E hoje soube ainda melhor porque voltei a pegar na máquina fotográfica. E, da melhor forma possível, registei momentos que ficam para sempre.

Foi, em simultâneo, um dia estranho. Porque não duvido que seja a última vez que ali estive. E provavelmente uma das últimas vezes que estive com quem estive. Se não foi mesmo a última vez…

Tenho pena de não ter tido a oportunidade de me despedir. Pelo menos não como gostaria. Mas não foi de todo possível, sendo que o dia de hoje seria sempre um dia sem possibilidade de grande coisa, muito menos dois dedos de conversa.

Mas está na hora de não pensar mais no assunto. Soltar e deixar ir. Porque, agora, o mais importante sou eu. O resto? “A vida é gigante. E pessoas há muitas.”

Foi um dia bom, apesar de tudo. Amanhã? Logo se vê. É encolher os ombros, sorrir e acenar. As fotografias de hoje, de uma forma ou de outra, irão chegar ao destino. Só não sei como nem quando. Mas não é o mais importante. O mais importante neste momento sou eu. E estou aqui para quem me quiser presente. Para além da presença online.

{#323.43.2022}

Sábado e a véspera da data marcada. Acontece amanhã. Cheguei a acreditar que fosse demarcada em cima da hora. Ou simplesmente negada. Não foi. E ainda bem.

É uma data marcada que, cada vez mais, me sabe a despedida. Porque não acredito que volte a acontecer uma presença.

É um sentimento agridoce. Vai ser bom o que vou fazer. Mas não vai ser bom ser uma despedida. Despedida essa que, mais uma vez, só eu assumo. Porque tem que ser dessa forma.

Sei que existem novas condicionantes. Não é de agora. Mas é agora que sinto a diferença de comportamento, de atitude. E nada me convence que essa mudança não é influência dessas condicionantes.

Vai custar? Se fosse há um mês e meio ia custar mais. Mas, depois daquela conversa menos simpática de há uns dias, percebo que não vai custar tanto. Afinal, “somos o que somos”, que para mim é o mesmo que dizer que não somos nada.

Mas, e aprendi a detestar esta frase, é o que é. E, se é assim que tem que ser, seja. Assim será. Uma despedida consciente. Porque eu mereço mais. Porque eu sou mais do que uma simples presença online. Mas, se é aí que me querem, à distância de um clique, será aí que vou estar. Provavelmente com outra presença menos presente. Mas também sei que a minha ausência não é percebida. Por isso, será irrelevante estar ou não. Assim como já é.

Volto a dizer: nada me convence que essa mudança não é influência dessas condicionantes que agora existem. Afinal, já sei que, em tempos, se instalou a atitude “tu é que sabes”, criando logo ali uma certa pressão, um desconforto. Por isso, não me admira a eventual influência. Desilude-me. Claro que sim. Mas cada um sabe de si. E se há quem permita essa influência naquilo que se chamou, em tempos, de amizade, então essa pessoa não merece a minha presença. Porque desde o primeiro dia que eu saiba que nada se iria desenvolver para além da amizade e a única coisa que pedi, quando me expus, foi que nada mudasse. E, disseram-me, não havia razões para mudar. E, de facto, durante um tempo, nada mudou. Mas agora tudo mudou. E eu não gosto da mudança. Não desta mudança, assim.

Por isso, sim, vejo a data marcada como uma despedida.

Por outro lado, tenho uma descoberta em curso. Que, curiosamente, se iniciou há cinco anos, com uma mensagem de elogio que ficou por ali. Não desenvolveu. Até que, há uns meses, acordou. E que há poucas, muito poucas, semanas tem vindo a desenvolver. O que vem dali? O mais certo é não vir nada. E não vem, de certeza. Mas é uma grande massagem ao ego. E faz-me sentir viva.

Por isso, entre uma despedida e uma descoberta o Universo faz-se presente e mostra-me, outra vez, o equilíbrio.

Sim, sábado é o dia mais aborrecido da semana. Mas hoje até nem foi muito. Permitiu-me reflectir. E encaixar o que ando a pensar há vários dias: amanhã será dia de despedida. Só eu é que o assumo. Mas também sei que para o outro lado é indiferente que seja uma despedida ou mais um dia igual aos outros.

Por isso, amanhã logo se vê. Vou fazer algo que gosto muito. Mas também vou dizer adeus a alguém de quem gostei muito.

E não vai ser fácil… Mas vai acontecer.

{#322.44.2022}

Sexta feira e ainda em fase de descoberta. E a gostar, muito, desta espécie de massagem ao ego. Sei exactamente o que vem dali, sei exactamente como pode terminar. Afinal, a tempestade perfeita que desapareceu tão depressa como apareceu não foi assim há tanto tempo.

Mas, se calhar, era precisamente disto que estava a precisar neste momento. Meio perdida, sei perfeitamente que esta descoberta tem tudo para não dar em nada. Pode até dar em alguma experiência interessante, mas não mais do que isso. Uma coisa de momento, apenas isso. E é por isso que vou permitindo aquilo que nem posso chamar de avanços mas que também não sei bem como lhe chamar. Atitude, talvez… Ou, e isto é de certeza, iniciativa. Coisa de que já sentia falta.

Vou soltando aquilo que trouxe em mim nos últimos cinco anos. E sinto que algo se está a desvanecer. Muito por conta de uma atitude talvez irreflectida da outra parte numa resposta que tomei como excessivamente agressiva sem necessidade. E, cereja no topo do bolo, a frase que marcou a semana: “somos o que somos”. Ou seja, nada. Pois bem, então sejamos isso mesmo.

Já estive zangada. Agora acho que estou magoada, mas não tenho a certeza. O que estou, e muito, é desiludida. Como foi possível, durante tanto tempo, acreditar que existia uma amizade quando, pelos vistos, não somos nada. Ou “somos o que somos”. Seja lá isso o que for. Porque, neste momento, não sei mesmo o que somos. Mas também não vou perguntar. Para quê? Para que a intenção da minha pergunta não seja entendida? Não vale a pena.

Também por tudo isto permito-me partir à descoberta. Até porque foi essa mesma descoberta que me disse que a vida é gigante. E pessoas há muitas. E está mais do que na hora de dar uma oportunidade à vida. A outras pessoas. Mas, sobretudo, a mim mesma.

Mereço mais do que recebi nestes últimos cinco anos. E esses cinco anos, já percebi, não significaram absolutamente nada para o outro lado. Tempo tão facilmente descartado. Deitado ao lixo. E não por mim.

É altura de seguir em frente. Deixar para trás o que, pelos vistos, nunca existiu: uma amizade. Fazer o luto necessário. E voltar a focar-me no mais importante: eu. E tenho-me esquecido de mim demasiadas vezes. Pois bem, já chega de me esquecer.

Vou à descoberta. Venha o que vier. Sei que não vou ganhar nada de especial com isso. Mas vou sentir-me viva novamente. E eu mereço sentir-me viva. E viver também, não apenas sobreviver. Chega de coleccionar migalhas. Não são as migalhas que me sustentam. Mereço muito mais do que apenas isso. E, no presente processo de descoberta, sei exactamente ao que vou. E sim, quero ir. Muito. Porque estou a gostar de todo o processo. E por isso vou.

{#321.45.2022}

Disseram-me ontem, depois de um desabafo meu: “a vida é gigante. As pessoas são mais que muitas! Go ahead!”.

E é bem verdade. Eu é que tenho andado esquecida. Durante cinco anos andei esquecida. Mas agora que me lembraram não vou esquecer. E por isso mesmo vou à descoberta. Já sei o que vem dali, mas uma massagem ao ego sabe sempre bem.

E, de facto, as pessoas são mais que muitas. E eu estou aberta à descoberta. Venha o que vier.

{#320.46.2022}

Depois de ontem, hoje percebi que estou zangada. Com a conversa de ontem que me fez sentir que foram cinco anos deitados fora. Foram absolutamente descartados. Com uma facilidade que me surpreende cada vez que me lembro da forma como a mensagem chegou a mim.

Zangada. Nem desiludida nem magoada. Simplesmente zangada. E, em parte, zangada comigo. Desde o primeiro dia que sabia que não podia querer mais do que tinha. Ou do que julgava ter. Afinal, depois de ontem, chego à conclusão de que afinal não tinha absolutamente nada. Porque “somos o somos”. Tão fácil dizer isso para não dizer que somos nada.

Zangada. Claro que sim. E com vontade de virar costas simplesmente, sem mais. Mas há uma data marcada que já está confirmada. Com condicionantes menos agradáveis. Mas que não me fazem voltar atrás. Há, para essa data, um objectivo muito específico para mim. Muito simples, mas que tenho vontade de concretizar há muito tempo. Por isso, não são as condicionantes menos agradáveis que me vão fazer desistir. Depois dessa data, logo se vê se viro costas simplesmente. Talvez o faça. É o mais certo. Até porque, para o outro lado, será completamente indiferente. Porque, afinal, somos o que somos: nada.

Há cinco anos éramos estranhos um para o outro. Podemos continuar a sê-lo. Porque, lá está, somos o que somos: nada.

Não, não foi um dia bom. Muito trabalho foi o que me permitiu não sentir tudo de forma tão intensa. Mas sim, senti que estou zangada. Muito zangada.

Amanhã? Vou continuar a sentir tudo o que tenho que sentir. E se esse sentir continuar a ser zangada, então seja. Porque é zangada que estou. Muito.

{#319.47.2022}

Cantam por aí que a vida é sempre a perder. E é. E hoje, não duvido, percebi que perdi alguém. Não foi um murro no estômago como há seis meses. Não era nada que não esperasse. Sabia que não só podia acontecer como tinha a certeza que iria acontecer. Era tudo uma questão de (pouco) tempo. E aconteceu. E o saber que, de facto, aconteceu só vem confirmar o que eu já sabia, que posso overthink tudo e mais alguma coisa mas dificilmente (e muito raramente) me engano.

Não gostei da conversa de hoje. Onde via uma amizade, hoje percebi que, se calhar, nunca o foi. E que facilmente se descarta a possibilidade de conhecer melhor alguém como eu, que se esconde quando se quer dar a conhecer e tem dificuldade em fazê-lo. Por medo de desiludir. Por medo de ser rejeitada. Por medo de não se encaixar.

Foram cinco anos. De investimento naquilo que sempre chamei de amizade. Mas que, sei agora, não passou de uma simples presença online. Afinal, nunca fui mais do que apenas isso.

Tinha que ser eu. E não é fácil ser eu. Mas tinha que ser eu. O eterno denominador comum.

Não foi um murro no estômago o que recebi hoje. Mas foi uma desilusão. É assim que sinto. Cinco anos que, para mim, foram tanto e que para o outro lado, ao que parece, não foram nada. Como é que me perdi tanto durante todo este tempo?

Não, não é fácil ser eu. E agora perdi. Perdi o porto de abrigo. Perdi o que achava ser uma amizade. Simplesmente perdi. E não quero sequer pensar que perdi o mais importante: tempo. Cinco anos. Que vejo postos no lixo por alguém que não eu com tremenda facilidade. Não quero pensar que isso de facto aconteceu. Mas é isso que me fazem sentir. E eu quero tanto estar errada quanto a isso. Mas não costumo enganar-me em relação ao que sinto. Mas quero tanto estar errada…

Não é fácil ser eu. Preferia, mil vezes, ser alguém que não sente nem metade do que sinto. Com a intensidade que sinto. E se, há seis meses, não foi fácil acreditar que não tinha perdido ninguém, hoje é quase impossível. Porque sinto que está para muito breve um último encontro…

“Somos o que somos” é tão diferente de “a amizade não tem que se perder”. Perdeu-se pelo caminho…afinal, não somos amigos, apenas somos o que somos. E é o mesmo que dizer que não somos nada.

Cinco anos. E eu, que sempre vi esse tempo como algo de positivo, hoje percebi que foi tempo desvalorizado pelo outro lado. Não foi absolutamente nada. Significou zero.

Se estou bem com esta perda? Claro que não. Mas também esta perda hei-de superar. Se serei a mesma? Não. Decididamente não. Agora é altura de sentir, novamente, tudo o que há a sentir. E depois é tempo de fazer o luto. E eu estou cansada de fazer lutos por tantas pessoas que já perdi. Agora vai ser mais uma pessoa nesse lote. Vai ser mais um luto. Se vai ser fácil? Não, não vai. Mas vai ser necessário.

Hoje foi o que foi. Amanhã? Logo se vê.

Mas sim, a vida é sempre a perder… E hoje voltei a perder alguém que não queria, de maneira nenhuma, perder. Mas perdi…e, se calhar, perdi algo que nunca tive: um amigo…

{#318.48.2022}

Segunda feira e um dia de loucos no trabalho. Há muito tempo que não tinha um dia assim. Mas, por hoje, está feito.

Senti a falta do retorno? Senti, claro. Apesar do muito trabalho, tenho sempre tempo para pensar no que não devo. Assim como pensei também na descoberta, que hoje não se fez presente. E cada vez mais comparo esta nova descoberta à tempestade perfeita de há uns meses. Ainda não tenho toda a informação necessária para ter certezas, mas já tenho o suficiente para torcer um bocadinho o nariz.

Seja o que for que vier dali, não vou recuar. Não avançarei demasiado, claro. Sei até onde posso e devo ir. Mas vou permitir a descoberta. Sem pressa de coisa nenhuma, sem pressão, e o que for será. Já o disse antes: é uma massagem ao ego. Faz bem. Sabe bem. E permite-me não pensar tanto no que não devo.

Amanhã? Espero que, no trabalho, o dia seja mais tranquilo. Quanto ao resto, é o que for. O silêncio e a ausência de retorno irão manter-se, não tenho dúvidas. E a descoberta logo se vê se se faz presente. Se não fizer, também não é demasiado importante.

Sim, amanhã será melhor. E será um dia bom. Porque eu quero que assim seja.

{#317.49.2022}

Domingo e dia de consulta com o terapeuta fofinho. Voltar a pôr as coisas em perspectiva, parar para pensar em outras justificações que não eu, o denominador comum, para o silêncio e ausência. Sim, eu sei que podem existir mil razões que me escapam. E sei que há a necessidade de tempo e espaço. E pode ser o suficiente para a falta de disponibilidade para uma resposta. Mas há uma data marcada que se aproxima…e eu tenho que me organizar. E perceber se sou ou não bem vinda…

E o início da noite e novamente a descoberta. Sei o que vem dali. Vem sempre o mesmo… E, mais uma vez, vou ver até onde isto vai. É uma massagem ao ego? É. Mas também mereço ir à descoberta.

Amanhã, o regresso à rotina de trabalho. Ainda em casa. E a contar os poucos dias que faltam para as férias.

Mas será um dia bom. Porque eu quero que assim seja. Com ou sem retorno. É o que for…

{#316.50.2022}

Sábado pode ser o dia mais aborrecido da semana. Mas, de há uns meses para cá, tem sido também sinónimo de descoberta. Ou redescoberta, porque na verdade é reencontrar um caminho que já se tinha cruzado comigo e que, já não sei muito bem porquê, acabei por colocar de parte. Ou até sei: não estava em condições para trilhar este caminho que é exigente e pede serenidade.

É muito curioso quando pessoas que não se conhecem me dizem exactamente o mesmo. Na semana passada era sobre a zona de conforto. Esta semana é sobre o caminho a seguir. E, quando o que me apontam vem de alguém que vê para além do que é palpável, é só mais uma confirmação do que eu sempre soube.

Dizem-me que existem dois caminhos possíveis: o caminho da dor e o caminho do amor. Ainda não estou no caminho certo, eu sei, que escolho todos os dias, o caminho do amor. Há ainda muito trabalho para fazer. E sou eu que tenho que o fazer. Trabalhar o perdão e o desapego. Soltar e deixar ir. Este é o trabalho mais simples, não necessariamente fácil. Já o perdão vai exigir bastante de mim. Mas cada vez entendo melhor a necessidade de aprender a perdoar mesmo aqueles que aparentemente não têm perdão. Não é por eles que tenho que o fazer. É por mim. E se quero mesmo pensar em mim em primeiro lugar, se quero trilhar o caminho do amor, tenho que aprender a perdoar. Por muito que doa. E sei que vai doer. Mas vai-me permitir crescer. Vai-me permitir trilhar o caminho que, para mim, é certo.

Tudo são opções. Posso, claro, optar por não perdoar. Mas, se o fizer, nada vai mudar. Eu não vou mudar. E o cenário vai ser sempre o mesmo: o caminho da dor. Não é isso que eu quero. Mas, claro, estou a boicotar-me a mim mesma. Porque, lá está, permaneço na zona de conforto. Não posso.

Sei qual o caminho que quero seguir. Sei o trabalho que tenho que fazer. Sei o que trago em mim que, de certa forma, é perceptível a quem vê mais além. Tenho tudo. Só falta encher o peito de ar, ganhar coragem e dar o primeiro passo. O segundo passo ainda vai demorar, o terceiro ainda pode vir a medo, mas com o tempo vai-se tornar mais fácil. E, acredito, a mudança vai ser boa. E positiva.

Aceitar que tenho que perdoar. Que preciso de o fazer. E começar a trabalhar para o fazer. Sei que o trabalho será exclusivamente meu. Mas também sei que não estou sozinha e posso recorrer a quem me mostrou o caminho para me assegurar que vai correr tudo bem.

De resto, tudo igual. A ausência. E o silêncio. Não por falta de tentativas de contacto. Mas por falta de retorno e, muito provavelmente, de vontade do outro lado. Mas há uma data marcada que está cada vez mais próxima. E não me vou esquecer dela nem abrir mão do que ficou combinado e até acertado.

Mais uma vez: existem dois caminhos, o caminho da dor e o caminho do amor. E eu estou cansada do caminho da dor. Por isso, agora procuro o conhecimento que me vai ajudar a trilhar um caminho que, de certa forma, iniciei ou tentei iniciar quando não era o tempo certo. Mas hoje dizem-me que estou pronta. Por isso, sem pressa, é por ali que vou.

Eu em primeiro lugar, com retorno ou silêncio e ausência, mas eu em primeiro lugar. E trabalhar o perdão. E depois tudo se irá encaixar no que for o melhor para mim e para todos.

É, o sábado foi diferente. E, por mim, podem continuar a ser sábados de redescoberta. Que, no fundo, são de descoberta de mim mesma. E isso é bom.

Amanhã? Logo se vê. Mas será um dia bom. Porque eu quero que assim seja.

{#315.51.2022}

Sexta feira e a semana que chega ao fim. Não foi uma semana fácil mas, apesar da inquietação causada pelo silêncio e pela ausência, foi estranhamente tranquila. Não sei se faz sentido ter sido, em simultâneo, duas coisas tão distintas. Mas foi isso que foi…

Ontem à noite nova tentativa de contacto. Sem retorno até esta tarde, quando eu não podia responder. Ontem atirei o barro à parede sobre a data que está marcada, hoje nem uma palavra sobre isso. Ainda vou tentar novamente esta noite. Quando é que vou ter resposta? Não sei…

Não quero, novamente, pensar demais. Porque eu sou mais do que uma simples presença online e tenho pena que não me vejam como tal. Mas não quero, nem posso!, pensar demasiado. Já sei onde o meu pensamento me leva e não é a nenhum lugar agradável.

Mas esta sou eu. Muito mais do que o pouco que muitos vêem. E, apesar de tudo, nem tão complicada assim. Nem tão difícil como posso parecer. Mas poucos são os que arriscam ver mais além.

Sim, vou tentar novamente ainda hoje. Depois? É esperar um retorno que, já sei, vai tardar a chegar. E amanhã, sábado, logo se vê. Mas não pode ser pior do que hoje, do que os últimos dias. Logo se vê…