Monthly Archives: May 2015

#day286

5 gerações, talvez 6, talvez mais. A História, minha, e as histórias, nossas, também passam por aqui.
Hoje mais um pedaço de História com a geração mais nova. Reunião da geração anterior. E assaltarem-me as memórias das outras gerações que aqui passaram antes de nós e a rever mentalmente fotografias de outros tempos e a ouvir novamente as histórias da nossa História.

Há sítios assim. Que não tendo tido tanto de mim, fazem-me ser eu, fazem parte de mim.

Casamentos, baptizados, funerais, comunhões, crismas. Numa espécie de ponto de encontro, local de reuniões.11205511_10153075646063800_7652001104304488554_n

#day285

Já lhe chamam a minha sombra porque onde eu estiver ele tem que estar.
Eu chamo-lhe a minha luz porque é sempre ele quem vai à frente.
Seja para o que for, a tia tem que estar presente. Quando não está, ouve-se “tia! Onde estás? Anda!”. E eu vou ♥

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#day284

Esta noite no telhado faz frio. E vento. Não há converseta nem risota e a ginja já acabou.
Mas há finais de dia com vista sobre o Tejo, há Lua, há aviões tão perto que quase parece que os podemos tocar, há a coruja da Quintinha.

E há os Meus Dois. Que me chamam para brincar, para jantar, para lavar os dentes, para ir dormir.

“A tia faz, a tia dá, a tia fala, a tia veste, a tia ajuda”. Tudo é a tia ♥

E, no meio de tudo isto, começo a ter saudades de casa. Da minha casa. Do meu espaço. Do meu canto. Do meu tempo.
Contam-se pelos dedos da mão o número de noites passadas em casa, na minha casa, nas últimas três semanas. Três semanas em trânsito entre um jardim que é temporário e um telhado que é permanente. Em trânsito entre o que era para ser uma noite e passou a cinco e o que era para ser dois dias que passaram a dez e continuam a somar.
Com vinho de um lado, ginja do outro. Realidades tão diferentes quanto distantes.

E a minha casa, o meu canto, o meu espaço ali a marcar o meio geográfico ainda que não fique exactamente a meio.

Sim, começo a ter saudades de casa. Quase a ter saudades de mim…

Mas com mais ou menos saudades de casa, mais ou menos frio no telhado, mais ou menos “nem eu sei bem o quê” no jardim, têm sido três semanas intensas. E boas ♥11392901_10153072289998800_5437096341064784877_n

#day283

Telhado, Lua, estrelas, aviões, converseta, risota e ginja. 2a parte. De várias daqui para a frente. Haja mais ginja, que esta já acabou!11391495_10153070735438800_3274313318182515268_n

#day282

Conversas de telhado até às tantas.
Muita risota e parvoeira em família, daquela de sangue e da que se estende aos amigos.
Tudo iluminado apenas por uma Lua fantástica.

E assim seguem os dias mais ou menos tranquilos ♥11062263_10153066306303800_4779049997113715051_n

#day281

{e sempre lá, a minha Lua ♥ }

I’ll build a stairway to Paradise
With a new step ev’ry day!
I’m gonna get there at any price;
Step aside, I’m on my way!

I’ve got the blues
And up above it’s so fair.
Shoes! Come on and carry me there!

I’ll build a stairway to Paradise
With a new step every day.
Ok, with a new step every day.

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#day280

Tira dali, arrasta para aqui. Muda de um lado, põe no outro.
Lava, limpa, esfrega.
Carrega, acarta, desmonta, remonta.

No meio disto tudo, as costas que há mais de duas semanas me dizem que não tenho a postura correcta nem juízo nenhum. E um pé torcido que começa a doer e a inchar apenas 48 horas depois.

Cansada. Moída. Dorida. De corpo, não de alma.

E a noite que termina voltando ao telhado. A um telhado novo depois de um jardim novo, alternando entre um e outro. Um telhado permanente. Um jardim temporário, até um dia.11266654_10153052185318800_153948923421530939_n

#day276

Das vantagens de ir ao telhado: conseguir respirar e ter uma nova perspectiva do Mundo.

Dia mais tranquilo hoje. Pausa no filme surreal.10411826_10153041728688800_3143583194352541213_n

#day275

Tarde a sós. Mimos da tia em troca de inúmeros “não gosto de ti, mas é mesmo a sério” com um sorriso trocista ao canto da boca.

Ser pirata, brincar com Legos, ler histórias, ver desenhos animados. Terminar com uma “ida ao cabeleireiro” enquanto ele me escovava o cabelo. “Queres ficar como a Rapunzel? O teu cabelo já está tão comprido!”

Maquiagem, vestido de princesa, tiara, pestanas postiças e purpurinas. Tudo na imaginação dos 5 anos aplicada à realidade dos 38.

“Estás a ficar tão bonita! Todos os homens se vão apaixonar por ti e vais arranjar um namorado! Olha aquele a olhar para ti…já está apaixonado!”

Terminar com um casamento entre a tia vestida de branco e um brontossauro vestido de preto com banquete de peluches para alimentar o noivo.

E é tão fácil ter um dia cheio ainda que com cenas do episódio anterior ♥13407_10153038620393800_2762851550704569612_n

#day274

Hoje aterrei num filme surreal, ali a roçar o terror. Pode ter sido culpa do vento que baralhou ideias de quem não as tem muito certas. Ou então Mercúrio retrógrado. Ou maldade pura e dura.

Seja o que for, o que foi feito hoje não se faz a ninguém.

Mas depois, depois há um gato de telhado que resiste ao vento e que me recorda que apesar de tudo estamos unidos. Muito. E em força. Para seja o que for que vier aí.

E há amizades que merecem tanto um A maiúsculo porque estão onde e quando são precisos, ainda que levem por tabela.

Respira, Kooka. Respira. E acredita. Porque o que vai, volta sempre.

E sim, mesmo num filme surreal ali a roçar o terror há motivos para um happy day.10423687_10153036746828800_174458370686335567_n

#day272

Deitar-me às 22h. Adormecer, finalmente, perto da 1h. Despertador a tocar às 3h.
Sair de casa às 4h35. Atravessar a ponte às 4h50. Chegar ao Cais às 5h. Noite cerrada, ainda. Mas muita agitação na gare marítima ao som da música das Docas.

744 pessoas para desembarcar até às 10h da manhã.

Acompanhar o ritmo da mudança da noite para o dia. Dizendo sempre com um sorriso “good morning”, mesmo quando o Sol ainda dormia.

Recepcionar, orientar, desembarcar. Sorrir, rir, respirar, sentir.

O Sol que nasce quente. O vento que refresca. A sombra fugidia das gruas. As horas que passam devagar ao ritmo de quem acorda de madrugada. As horas, 5, que passam a correr ao ritmo das bagagens entregues no desembarque.

As dores. Nos pés. Nos joelhos. Nos rins. Mas o sorriso sempre. “Good morning! Do you still have luggage to pick up?” ou “your colour and number, please” ou ainda “you’re a green 5/red 6/pink 1, this way please”, sempre sem dores mesmo que a presença morda.

Pausa depois de 744. Preparar para 950.

Briefing. Embarcar. Almoçar com vista para o Tejo, ainda que a hora de almoço ainda não tenha chegado embora o relógio interno já marque a hora do lanche.

Passaportes. Etiquetas. Listagens. Scans. Conversa. Converseta. Risota. Gargalhadas. De ir às lágrimas porque a equipa de 4 não podia ser melhor.
O cansaço a acumular, a fazer-se sentir depois das primeiras 8 horas. Já não dizer coisa com coisa depois das 9. Continuar a rir para não quebrar depois das 11. Conversa de bêbados de sono às 12. E “what happens in the ship, stays in the ship”, receber como resposta da encarregada do navio “what we say now is ‘what happens in Vegas, DON’T POST IT ON FACEBOOK!'” e ir novamente às lágrimas porque rir é a melhor arma contra o sono e o cansaço acumulado às 13 horas de trabalho. Ordenar alfabeticamente 950 passaportes e perceber que às 14 horas já não se sabe o alfabeto para além da letra E. E rir com isso porque parece que fomos para os copos porque já nem as letrinhas das etiquetas conseguimos ler.
Despedirmo-nos “see you in two months” às 14 horas e meia de trabalho.

E é assim que se passam 14 horas e meia a ver navios na terra de ninguém… ♥ venha o próximo, rapidamente, e com a mesma equipa de bordo!
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#day271

Quando uma noite passa a cinco. Que podiam, tanto, ser multiplicadas por outras tantas. E mais outras. E tantas mais. Facilmente.

Tão facilmente. Porque o ali que podia ser noutro lado qualquer fez sentido. Faz sentido. Sei-o. Sinto-o. E, novamente, não só a mim.

Uma noite multiplicada por cinco, multiplicada por dias e horas, 24 sobre 24. Descobertas. Redescobertas. Descanso. Trabalho. Surpresas. Boas, más, boas, assim-assim, boas.

Cor de rosa. Tanto e sempre lá. Que também é aqui.

Mas já se regressou ao aqui e agora. Porque uma noite que se multiplicou por cinco, apenas porque “me lembrei do que disseste dos teus fins de semana”, já passou, já está lá atrás. Guardada essa noite multiplicada por cinco, por dias e horas, 24 sobre 24, no lugar a que pertence. Na memória.

Se é de regressar ao presente de lá? Será, com certeza. Mas quando tiver que ser. Se tiver que se ser. Como tiver que ser.

Aqui e agora, de regresso a casa. Quando estar em casa já me é em tantos sítios. Porque os sinto. Porque me sinto.

Aqui e agora. Aconchegada. Recarregada. Mimada, até. E apaixonada por um sítio que não conhecia por dentro, mesmo estando aqui tão perto. E apaixonada por tanta outra coisa que agora não interessa. Porque “aqui e agora e amanhã quem sabe se sequer cá estou”.

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#day270

Seja lá o que for, faz{-me} sentido. E, sei-o, percebo-o, não é só a mim.

…posso não ir embora…?

Cor de rosa. Claro. Nem podia ser de outra forma. Seja qual for o tom.

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#day269

Gosto de espaços com História e com histórias.
Com gente que nos trata bem e pelo nome.
Com um sorriso nos lábios e nos olhos.

Sim, tem sido uma semana de descobertas e surpresas. Amanhã? Seja o que tiver que ser.10996665_10153023425548800_1073739289136039443_n

#day268

Dia cheio. Em cheio. De nada no que toca a horários. De tudo o que é de surpresas boas.

“Come what may”, o que interessa é o aqui e agora. E sabe bem. Tanto.

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#day267

Just sitting around, doing nothing at all.

Porque “lembrei-me do que disseste sobre os teus fins de semana e achei que te ia fazer bem”.

Sim, há quem ainda me consiga surpreender pela positiva =)

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