Fazes-me falta.
Fazes-me bem.
Falta muito para te ver de novo?
Fazes-me falta.
Fazes-me bem.
Falta muito para te ver de novo?
Enquanto um me chama miúda, o outro diz que eu ainda sou menina.
Hoje, a excitação da preparação do regresso às aulas de um, a excitação da preparação da entrada na escola do outro.
Estão uns crescidos, os meus Dois. E eu vou crescendo com eles.
Resistir à facilidade com que os pensamentos negativos se apresentam. Acreditar, sempre, que nem tudo é assim tão mau. Mesmo que existam erros pelo meio, que existem.
Assumir os erros, tentar não repetir e seguir caminho.
Não sou perfeita, longe disso. Mas também não sou um erro.
Resistir, sempre. E acreditar que há coisas boas no caminho.
E tudo está bem.
Sereno. Tranquilo.
Como se quer.
Às vezes sinto-me como se fosse uma peça de um puzzle, mas no puzzle errado…
Não encaixo.
{………}
Há dias em que uma pessoa tem que se dedicar à preguiça. Como hoje.
Sem culpa.
Pequenas partilhas também são pequenos nadas. Mas também essas eu acolho e guardo.
Agora só me resta esperar mais um pouco. Está quase…estou quase a deitar tudo cá para fora. É só esperar mais um bocadinho.
Sorrir. Porque posso.
Sabe bem. E faz bem.
Não gosto de me sentir impotente. Mesmo quando “não tenho o direito” de querer fazer alguém sentir-se melhor. “Não tenho o direito” é uma expressão muito forte, mas é a única que me ocorre neste momento. Porque saber que alguém está a ter dias menos bons também mexe comigo sem poder fazer nada.
Mantenho-me por aqui, por perto. Se puder fazer alguma coisa, diz-me…
Dar espaço aos outros para respirar. Quando tudo o que queria era estar lá, ao lado.
Para quando novamente uma esplanada ao fim do dia?
A ver os dias passar. Depressa e lentamente ao mesmo tempo. Se há uns tempos achava que os dias corriam o risco de simplesmente não passar por estar presa num carrossel comboio fantasma montanha russa que não precisa de moedas, hoje vejo-os a passar à frente dos meus olhos sem conseguir agarrá-los para os aproveitar.
Gente estranha, esta, que nunca está satisfeita. Gente estranha, eu, que nunca estou contente com a velocidade dos dias.
Por outro lado, são dias serenos. Quase tranquilos. Melhores hoje do que há uns tempos.
E são dias melhores assim.
Coisas pequeninas. Continuo a guardá-las todas. Um dia deixo de ser totó a frio e mando tudo cá para fora.
Hoje ainda não foi o dia. Mas a vontade é muita… Com mais ou menos receio, a vontade é muita.
Domingo com sabor a domingo.
Estar sem rede é quase como estar sem pé…
Dou por mim, muitas vezes, a perguntar-me como é que cheguei aqui. Especialmente desde há 5 anos. Especialmente desde há 3 anos, altura em que caí num buraco ainda mais negro e feio.
Mas foi há 3 anos que comecei um percurso a dois e que me trouxe até onde estou hoje. Com muito trabalho de ambas as partes, terapeuta ele, paciente eu. Muita dedicação e sempre a promessa de não me deixar sozinha. E nunca deixou, mesmo agora a 300 km de distância permanece semanalmente ali ao lado, à distância de um click.
Têm sido 3 anos intensos. Mas a verdade é que cheguei onde duvidei que conseguisse chegar. Não gosto de dizer muito alto que hoje estou bem, mas a verdade é que estou melhor.
3 anos de trabalho. Árduo muitas vezes. Mas que valeu a pena o esforço.
Obrigada. Digo-lhe sempre. Mas hoje especialmente.
Tem valido a pena a viagem.
Mais um dia. Menos um dia.
Perdido, como tantos. Necessário, como tantos outros.
E a vontade de deixar sair o que guardo comigo.
Está quase. Digo-o tantas vezes a mim mesma que quase acredito em mim. Mas neste momento não depende só de mim… Mas sim, está quase.
Tem que estar quase.
Toda a adaptação leva o seu tempo…
Até ver, a mudança está a correr bem.
Às vezes ainda faço comparações e penso “e se”.
O “e se” não existe, já sei. Mas é ainda demasiado fácil cair por aí.
No entanto, estou bem. Começo a aceitar que é mesmo assim.
E se…
Não estou preparada para mais uma semana. Mas vou tentar fazer com que seja boa e passe rápido.
O tempo dos dias maus ou menos bons já lá vai. Agora é tempo de sorrir aos dias de um Verão tímido.