Mais um dia mais ou menos igual aos outros. A única diferença foi não ter adormecido no sofá depois do almoço…acho eu. Agora que penso nisso, e tive que pensar muito para me lembrar, de facto não tive oportunidade de adormecer no sofá. Muita papelada para rever, organizar e enviar. A tarde passou e eu não dei por ela…
Quarta feira e hoje seria dia de Yoga ao final do dia. Mas mudando o local (mantendo o professor!), muda também o horário. Ou pelo menos passa de quarta para quinta feira. Ainda não tive oportunidade de saber exactamente onde fica, sei qual é a rua e, para lá chegar, terei que ir de autocarro. Não sei, ainda, qual o melhor a apanhar, nem horários de ida e muito menos de vinda. Mas vai correr bem. Nada que o GPS e o Google Maps não me ajudem.
De resto, fui demasiado confrontada com a minha realidade actual e com o que pode vir a ser daqui a uns tempos. Não sei, obviamente, quanto tempo, mas sei que o que me espera é algo que, definitivamente, não quero! Ainda não sei, claro, a que velocidade o tempo vai passar e a progressão avançar. Só sei que não quero!
Tenho tantas perguntas para fazer a quem me devia acompanhar clinicamente e que simplesmente não responde aos meus pedidos de esclarecimentos e ponto de situação. E eu precisava tanto que esse alguém, o meu médico de especialidade, olhasse para mim como um ser humano e não como um número. Para ser um número já basta no emprego…e na realidade eu sou um ser humano que, neste momento, precisa de respostas a todas as perguntas que só o médico pode dar, sou um ser humano em sofrimento por uma espera sem prazo para terminar…no fundo, sou um ser humano, não um número. Mas estou a ser tratada como tal. E não posso…
Amanhã é dia de consulta mensal na única especialidade que me tem dado conhecimento do estado do meu processo. E, apesar de ser uma especialidade que faz sentido, não é aqui que vou ter as respostas às minhas questões…
E já não sei o que mais fazer, mas sei bem o que não quero para o meu futuro. Seja ele próximo ou longínquo, não interessa. Só interessa que sei o que não quero! E preciso que me digam o que posso eu fazer para desacelerar esta coisa! Isto enquanto não me chega a medicação que, diz quem sabe, ajuda a travar ou a desacelerar a progressão disto que me apanhou na curva, que eu não procurei mas que me encontrou!
A única frase que me vem à cabeça quando penso em todas as possibilidades é “não quero!”. Não quero! Não quero! Não quero! Mas porra! Preciso de ajuda que tarda em chegar até mim!
Para variar, já é muito mais tarde do que gostaria para ainda andar por aqui. A noite começa a roçar a madrugada e amanhã é dia de acordar cedo. Vai ser mais uma noite dormida a correr. E a vontade de chorar insiste em fazer-se presente e em força. E eu continuo a não conseguir chorar…
Amanhã logo se vê. Não vou pensar nisso agora. Não interessa. Amanhã o dia será preenchido, mas há ali um intervalo de tempo que me vai permitir recuperar antes de me fazer ao caminho do Yoga. Caminho que ainda nem sei qual será…