Domingo muito preguiçoso. Noite péssima, para variar. Interrompida, como sempre.
Manhã muito lenta, dia de consulta com o terapeuta fofinho. E falar sobre relações, novamente. Daquelas que eu não tenho e que poucas vezes experimentei e que sempre foram um fracasso. Olho para trás e nos exemplos que falámos e percebo que, apesar de eu ser o denominador comum, não falharam exclusivamente por minha culpa. Em todas faltou algo que agora procuro: equilíbrio. E neste momento é o que procuro e peço. Equilíbrio. Porque dou de mim, mas também procuro receber. E neste momento, que ainda não percebi ao certo como descrever, sei que não está a haver equilíbrio.
O equilíbrio é essencial em tudo. Já o consegui alcançar em mim, ou pelo menos melhorá-lo em mim, não posso permitir que factores externos me abalem o que alcancei a custo. E se é para assumir alguma coisa, encará-la, aceitá-la, então que haja equilíbrio.
Mas, se calhar, não passa apenas de um jogo. De um qualquer devaneio temporário. Que veio tocar em pontos sensíveis onde eu não permito que toquem com leveza. Mas que tocaram.
Talvez ainda venha a existir uma conversa, não sei. Não sei mesmo. Mas, a existir, irei eu tocar em todos os pontos que hoje me incomodam. Para evitar que mais tarde me façam mal.
Desde o início que o digo: uma tempestade perfeita tem tudo para correr mal. E, neste momento, é o que está a acontecer. E eu não quero. Não quero nem posso permitir que fique pior. Tudo porque está a faltar o essencial: equilíbrio.
Não peço muito. Ou, pelo menos, acho que não é muito. É algo simples. Pode eventualmente dar trabalho, não o nego. Mas é trabalho que vale a pena para fazer algo resultar. E tem que ser feito em equipa. A dois. Porque são dois a jogar o mesmo jogo. E para correr bem, para ser um jogo que vale a pena, tem que haver equilíbrio e trabalho de parte a parte.
Estou cansada. Não só fisicamente. Estou cansada da falta de equilíbrio constante em tanta coisa. E quando, finalmente, sei exactamente o que quero e o que procuro, é o equilíbrio que falta.
Não foi um Domingo tranquilo, foi pesado pelo cansaço e por estar incomodada pela falta de equilíbrio, pelo silêncio, pela ausência. Neste momento estou apenas incomodada. Mas não quero chegar ao ponto de estar magoada.
Mantenho a expectativa que tinha no primeiro dia: nenhuma. E sei que, conforme entrei no jogo, posso sair da mesma forma. Mas, por outro lado, também não quero sair.
Enfim…lidar com um porto de abrigo é tão mais fácil do que lidar com uma tempestade perfeita. Não me leva a lado nenhum, é um facto, mas é mais seguro e tranquilo. O equilíbrio também não é muito, mas não tem o mesmo potencial destrutivo que a tempestade perfeita ameaça trazer.
Por hoje chega. Estou cansada. Está a ficar tarde. Amanhã é dia de madrugar novamente. Não vou ficar à espera do que, já sei, não vem.
Amanhã será melhor. Nem que seja porque não vou ter tempo de pensar. E isso contribui para o meu equilíbrio. E neste momento o mais importante sou eu.