Monthly Archives: March 2022

{#90.276.2022}

Ainda da descoberta vs retorno. A descoberta é a tempestade perfeita. O retorno é o porto de abrigo seguro.

E eu estou cansada de tempestades. Procurei um porto de abrigo. E encontrei.

{#89.277.2022}

Ainda da descoberta e do retorno. Não tenho dúvidas quanto à escolha óbvia. Escolho o retorno. Porque me faz sentido. Porque me faz bem. Porque é seguro. Porque é tranquilo. Porque é bonito o que trago cá dentro, comigo, em mim.

A descoberta será só isso mesmo, uma descoberta do outro e de mim mesma. E de um caminho que sei ser possível mas que não quero seguir. Porque não me trará nada de bom. E não é um caminho bonito.

Mereço mais, seja relativo à descoberta ou até mesmo ao retorno. Que no fundo é o que é, ou seja nada ou muito pouco. Mas que me faz sentir segura. Mereço mais. Mas o que o retorno me dá, mesmo que seja apenas um conjunto de pequenos nadas, é mais importante do que a brincadeira da descoberta.

Escolho o retorno. Sem precisar de pensar duas vezes. Porque continuo com o gut feeling de que um dia as coisas ainda vão mudar. E porque prefiro a segurança ao risco.

{#88.278.2022}

A brincadeira da descoberta pode, rapidamente, tornar-se perigosa. Mas vou permitindo descobrir e descobrir-me. Por caminhos que não conheço. Mas que me deixam curiosa, como sempre deixaram. Desde sempre. Se gostava de desbravar esses caminhos? Sem dúvida. Se o farei? Não sei. Não sei até que ponto seria capaz de o fazer. Mas sei que a vontade sempre existiu… Mas tem tudo para correr mal.

Por outro lado, o retorno. Que, depois de uma curta ausência, se fez presente. E que acusa o meu distanciamento. E é bom sentir isso. E é no retorno que eu quero continuar a apostar. Porque ainda há coisas para descobrir, mesmo ao fim de 4 anos e meio. E é um porto seguro. E tem tudo para correr bem.

E é isto aquela coisa de dar uma oportunidade à vida… Vamos ver até quando e até onde.

{#87.279.2022}

Cada vez mais a olhar para cima. Mas nem por isso cabeça no ar.

Talvez só um bocadinho. Pelo menos enquanto o jogo dura.

Let’s see…

{#86.280.2022}

Domingo e o horário de Verão. Um dia que deu para descansar um pouco, mas ainda não tudo o que queria descansar. Esse dia irá chegar, se possível no próximo fim de semana…

A descoberta. Onde me vou descobrindo a mim própria também. Se tem tudo para correr mal? Tem. Mas se está a saber-me bem? Muito.

O retorno…bem, hoje ainda não houve retorno, porque ao Domingo é mesmo assim…

Um dia atrás do outro atrás do um. Novamente. Vamos ver o que sai daqui. Se é que sai alguma coisa. Se é que tem que sair alguma coisa. É um jogo perigoso, mas não deixa de ser interessante. Amanhã? Logo se vê. E sei que esta frase já me deixou em sarilhos antes. Mas tem mesmo que ser assim: logo se vê.

{#85.281.2022}

45. Não sei como, não sei onde. Mas são 45.

Continuo a dizer que sou uma miúda. De 27 anos com 18 de experiência. A experiência atingiu a maioridade e isso é bom. Mas continuo a não me ver com a idade que, pelos vistos, tenho.

Foi um dia tranquilo, com o Meu Um e o Meu Dois, os Meus Tudo. Presentes. Que me lembraram que a melhor prenda é estar presente. E tive vários presentes durante o dia, mesmo que não fisicamente. Afinal, são as pequenas coisas que contam e foi assim que tive presentes comigo.

O retorno esteve e disse presente. E soube bem. A descoberta também esteve e disse presente. E também soube bem. E a confusão na minha cabeça está instalada.

Já tenho idade para não me confundir. Já tenho idade para ter juízo, essa é que é essa. Mas vou deixar que o tempo me guie e resolva.

Amanhã é dia de consulta. Finalmente. Porque tenho muita coisa para contar. E preciso de falar sobre isto para me ajudar a esclarecer a confusão que aqui vai. Que na realidade não é assim tão grande, porque sei exactamente o que quero e sei também a dimensão da diferença entre o retorno e a descoberta. Mas que me está a deixar baralhada sobre o caminho a seguir.

A ver vamos. Amanhã será melhor? Provavelmente. Embora o dia de hoje tenha sido bom. Mas amanhã vai dar para descansar. E estou tão a precisar disso. Dormir e descansar.

Parabéns também ao meu filho que faria hoje 7 anos. Não o tenho fisicamente comigo, mas está comigo sempre. E sempre estará.

{#84.282.2022}

Os últimos dias têm sido uma viagem. Interessante, no mínimo. E estou a gostar do jogo.

Mas ao mesmo tempo estou algo confusa…porque existe um outro lado. Que já devia ter largado, é um facto. E que me tem feito bem, ainda assim. Mas este novo jogo tem o seu quê de interessante e faz-me uma espécie de massagem ao ego. E por isso estou a gostar.

O tempo irá ajudar-me. E o que vier, vem. Desde que venha por bem.

Mas continuo a dizer: tem tudo para correr mal…

{#83.283.2022}

Semana a passar ligeira, quinta feira no fim. Muito cansada. Sem nada de novo para além do processo de descoberta e em simultâneo uma espécie de retorno. Duas coisas tão diferentes, que podiam ter algo mais em comum para além de mim.

Não têm. Nada. Uma coisa é o que eu sei que não é, a outra é o que não vai ser.

Confuso? Também estou… Mas apesar de estar confusa sei que não estou perdida. Sei o que quero (e não posso ter), sei o que não quero (e só preciso de dizer sim).

Dar uma oportunidade à vida. É o que estou a fazer.

Amanhã? É sexta feira. Depois logo se vê.

{#82.284.2022}

Ainda na fase de descoberta. E propostas curiosas e tentadoras. Mas que dificilmente terão bom resultado. Porque, já o disse, tem tudo para correr mal.

E porque existe um outro lado. Em mim existe, mesmo que na prática não exista nada. Mas existe em mim…

Dar uma oportunidade à vida. É o que me aconselharam a fazer. É o que estou a fazer. Não sei até quando nem até onde. Mas, se por um lado sei que é para parar, também sei que é bom o jogo da descoberta. Descobrir o outro, descobrir-me a mim, ser descoberta.

Tenho que encarar isto como um jogo. Daqueles em que ninguém ganha. Mas que sabe bem enquanto dura.

Ninguém vai ganhar. Mas também ninguém vai perder. E, enquanto for assim, mantenho a descoberta. Até ver. Até um dia.

{#81.285.2022}

A dar uma oportunidade à vida. E a vontade de dizer ao outro lado habitual “não me deixes fazer isto”…

Não o vou fazer, claro. Porque mesmo que o dissesse não ia servir de nada.

Falta muito para a consulta com o terapeuta fofinho? Tenho tanto para lhe contar. E tanto para ouvir sobre isto… Sei que isto é perfeito para me queimar em vários níveis. Mas estou a achar alguma piada, confesso. Só não me posso esquecer de ter os pés na terra e não ser absolutamente cabeça no ar. Tem tudo para correr mal. On so many levels.

Vamos ver até onde isto vai. E até quando tem pernas para andar. Se é que tem, de facto.

Mas já sabemos que não tem, não sabemos?

{#80.286.2022}

Semana que chega com chuva. E a confusão a instalar-se na minha cabeça.

Desde ontem, a descoberta. As partilhas. Tem sido giro. E de certa forma interessante. Mas sigo a medo. Não me quero queimar. Só estou a dar uma oportunidade à vida, como me recomendaram há pouco tempo. Mas vou a medo, claro.

Seja o que for que daí venha, que seja bom.

{#79.287.2022}

Domingo, dia de consulta. Acordar cedo para voltar para a cama depois de mais uma conversa terapêutica que hoje foi ligeira e que já se programou que a próxima não o seja. Vamos ver como corre…

Dia de descobertas também. Pessoas novas são sempre bem vindas. E se forem interessantes melhor ainda. Estava a precisar de novidades nesse campo. Vamos também ver como corre…

De resto, Domingo com sabor a Domingo em formato mais reduzido no tempo de descanso. Promete ser uma longa semana…

Hoje sem muito para dizer ou reflectir. É o que é. Amanhã será melhor.

{#78.288.2022}

Dia do Pai. E eu, órfã de pai vivo, tentei esquecer. Como tento todos os dias.

Adiante…

Sábado que não teve muito tempo para ser aborrecido. Almoço de e com vizinhos. Algumas horas de conversa. E o cansaço a pesar. Muito.

Ainda tive tempo para me enroscar no sofá. Mas sem conseguir descansar o que e como precisava. E amanhã também não terei grande oportunidade de me dedicar a isso. Enfim…Vai ser uma longa semana.

Houve tempo também para o retorno habitual. E isso é, para mim, muito importante. Ao fim de semana, por decisão minha praticamente desde o início, não é muito habitual haver rituais. Mas hoje, também por ser dia do Pai, fiz questão de dizer algo. E houve retorno. E foi tão bom poder, a esse retorno, dizer o que disse. E perceber que do outro lado foi bem recebido.

Enfim. O fim de semana está a passar demasiado rápido. E não gosto de sentir isso. Claro que foi bom sair e conviver, tornar o Sábado menos aborrecido, aproveitar o dia que esteve bonito. Mas estou cansada de sentir o tempo a passar tão rápido e eu sem fazer desse tempo algo de útil.

Seja como for, amanhã ainda é fim de semana. Domingo com despertador marcado para acordar, consulta de manhã, uma saída programada para depois de almoço e o compromisso semanal à tarde. Se vou ter tempo de enroscar no sofá? Duvido. Mas é o que é. E é de aproveitar.

Será um Domingo preenchido. E será bom. E haverá retorno. E presença, mesmo que só à distância. E só por isso já vale a pena.

{#77.289.2022}

Sexta feira e mesa para um. Muito, muito, muito cansada.

Mas sempre presente e com retorno ao ritmo que pode ser, mas que existe.

Dia difícil por pouco trabalho e muito sono. Difícil conciliar os dois. Difícil aguentar sem bocejar a cada 30 segundos. E vontade de me deixar dormir mesmo ali. Mas, claro, sem demonstrar e sem dar parte fraca.

Perceber que misturei informação e troquei horários. Nada de grave, nada que fosse realmente importante. Mas que me levou a fazer um pedido que há muito queria fazer. E fiz. Sem resposta, mas lido. E que de alguma forma fica registado.

Fim de semana. E eu a sonhar acordada, com tantas ideias que sei que não se vão concretizar nem têm como acontecer. Mas uma vontade doida de as realizar. Um dia… Acredito que um dia será possível e irá de facto acontecer. Até lá vou desfiando sonhos de adolescente à beira dos 45.

Gosto tanto disto. Dele. De nós, mesmo sabendo que é um nós que não existe. Mas gosto mesmo muito. E por isso sonho. Acordada, mas sonho.

Muito, muito, muito cansada. Fisicamente, apenas. Mas cansada. E por isso recolho cedo. Amanhã? Será melhor. E será bom. E será Sábado, o dia mais aborrecido da semana. Mas vai dar para descansar. E estou tão a precisar de descansar. A semana foi dura, depois de alguns dias em casa. Quebrei o ritmo, ainda que recente, de quem acorda cedo e sai de casa de madrugada para chegar tarde. Quebrei o ritmo e vai demorar até o recuperar. Por isso amanhã descanso e tento recuperar.

Por hoje chega, não dá mais. Vou ao ritual nocturno e não vou esperar, como aprendi a não esperar, por retorno. Por muito que goste dessa forma de presença, aprendi, há muito tempo, a não ficar à espera.

Sexta feira à noite. E eu demasiado cansada. Seja para o que for. Amanhã também é dia e, como já disse, vai ser bom também.

{#76.290.2022}

Quinta feira e a luz boa a querer voltar devagarinho. Hoje muito melhor que ontem. Menos deprimente, menos opressiva.

E cá dentro o mesmo de sempre. A presença, o retorno, os pequenos nadas que vou guardando.

Cansada, claro. Mas de bem com tudo. Sem pressa, como sempre. E sem tempo para perder Tempo.

E hoje, ainda, o ritual nocturno e um pedido que vou fazer. Porque me preocupo e porque tenho medo. E esse medo não é bom. Mas faz-me mexer na direcção certa. E por isso mesmo faço hoje um pedido. Que sei que será atendido porque não é nada de extraordinário ou impossível de concretizar.

A semana a chegar ao fim. Foi um começo duro, ainda a recuperar dos dias de cama forçada. Mas a compôr-se a seu tempo.

Mais uma vez sem planos para o fim de semana. Mas, claro, uma vontade grande de fazer acontecer. Sei que nas próximas semanas vai ser impossível, por causa de uma agenda que não é minha mas que está preenchida e apertada. Mas ainda assim haverá presença, rituais e retorno.

Agora é descansar. Amanhã será bom novamente. E enquanto houver retorno será bom sempre.

{#75.291.2022}

Quarta feira e a poeira no céu. Um dia de luz estranha em tons laranja. Deprimente de manhã, à hora de almoço, ao final do dia. Pior do que dias de nuvens cinzentas, a luz laranja para além de deprimente chega a ser opressiva. E ainda será assim mais um ou dois dias. E eu sinto falta do céu azul e dos dias claros e luminosos.

Ontem, o retorno. Ainda e até tarde. Já quando achava que a agenda preenchida não ia permitir grande troca de palavras, ainda houve tempo para um bocadinho de conversa. Para saber mais sobre as novidades do momento. Mais um pequeno nada, portanto. Mas são estes momentos pequeninos no tempo que me aconchegam. É tempo que é meu, para mim. E é tempo que não se perde, ganha-se. E em 4 anos e meio tem sido sempre a ganhar, nunca a perder.

Todos os dias invisto mais um bocadinho de tempo. E todos os dias ganho mais um bocadinho. Porque, já o disse várias vezes e digo há alguns anos: eu não tenho tempo para perder Tempo. Uma frase que se tornou uma referência para mim, mas também para o outro lado que também a adoptou e faz chegar a outros.

Enfim, mais uma quarta feira, mais um dia do meio, mais um dia nim, que foi precisamente isso: nim, nem não nem sim.

E a semana vai passando e a vontade de uma mesa para dois continua cá em crescendo. Mas está difícil de conseguir alcançar…Sei, no entanto, que um dia irá acontecer. Nem que eu tenha que fazer acontecer. E será isso que vai acontecer, mais dia menos dia. Afinal, já tenho saudades da presença física. Porque a outra presença, felizmente, acontece todos os dias.

E hoje dificilmente haverá muito tempo para conversar. Mas há tempo para o ritual nocturno. Porque já não passo sem esse ritual. É uma forma de terminar o dia. E termino em bem, mesmo nos dias mais difíceis. E é, também, uma forma bonita de terminar o dia. E sei que, se faltar esse ritual nocturno, o outro lado também sentirá a ausência. Porque sei que faz sentido e não só a mim.

Não me vou alongar muito mais. Escrevo muito para não dizer nada, na verdade. Mas tenho em mim esta vontade imensa de partilhar algo que é bom, que é bonito, puro e desinteressado. E só aqui tenho espaço para bater sempre na mesma tecla. Mas até a mim me cansa, por vezes, estar sempre a escrever sobre o mesmo. But then again, ninguém lê.

Por hoje chega. Amanhã será melhor. E de preferência com menos poeira no ar. E com sorte um bocadinho mais de presença e tempo para retorno. Embora saiba já que a agenda preenchida amanhã será apertada novamente. Mas havendo retorno quando a agenda aperta é bom sinal. Lá está, mais um pequeno nada que guardo. Guardo-os todos, mas estes em tempo contado são especiais por existirem quando se espera não haver tempo.

Enfim. Amanhã será melhor. E será mais um dia a contar no meu investimento de Tempo, e será mais um ganho de Tempo. Nunca uma perda. Porque, desde o primeiro dia, nunca o foi.

E uma perda de Tempo nunca será.

{#74.292.2022}

Terça feira e a monumental dor de cabeça que se instalou de manhã e teima em não ir embora.

E a certeza de que, por vezes, um resultado negativo é o que de mais positivo pode acontecer. Como hoje.

O outro lado que ontem me acompanhou quase até adormecer. E, cada vez mais, a vontade de adormecer a dois. Assim, sem mais. Apenas partilhar o espaço, acompanhar a respiração e simplesmente adormecer.

Ainda acredito que um dia irá acontecer. Se calhar estou apenas a sonhar acordada, but then again that goddamn gut feeling…

E mais uma vez digo: fico de facto feliz pelo sucesso dos outros. E enche-me de orgulho perceber a evolução do caminho que leva à concretização de objectivos com sucesso. Cá estarei para aplaudir o sucesso. Mas também estarei para apoiar se, por algum motivo, as coisas não corram tão bem.

Enfim. Mais um dia, menos um dia. Trabalho, claro, num dia difícil por causa da dor de cabeça. E aquela vontade de estar lá em mais um passo para a concretização.

Não me movo por interesses, ou por outros interesses além do que trago comigo, cá dentro, em mim. Movo-me apenas pelo que sinto e por me sentir bem em mover-me desse modo. E por isso mantenho os passos que dou todos os dias, com rituais definidos em horários estabelecidos, mesmo que por vezes não haja retorno ou tempo/disponibilidade/vontade do outro lado para muito mais. Sei o que me move. E não duvido que sigo o caminho certo. E isso faz-me bem. E há muito tempo que não me sentia tão bem.

Amanhã? Dia do meio, dia nim, nem não nem sim. Será melhor do que hoje desde que não haja dor de cabeça que teima em não abrandar. Agora é descansar. Sei que a disponibilidade do outro lado hoje está mais reduzida e não haverá retorno ao ritual nocturno, não haverá a recomendação de descansar. Mas sei que amanhã esse retorno vai acontecer. E saber essas pequenas coisas é importante. Por isso, desligo, enrosco e descanso. Amanhã terei notícias de mais um passo para a concretização do sucesso.

{#73.293.2022}

Segunda feira. E o regresso ao trabalho mesmo não estando a 100%. Não foi fácil. Mas foi um dia ligeiro, sem demasiado stress.

E ao final do dia, do outro lado, a demonstração de preocupação, carinho, o que for. Nada de especial, apenas a recomendação de descansar e ficar bem. Mesmo sendo um pequeno nada, é só mais um que me aconchega. E eu recolho e valorizo todos os pequenos nadas.

Agora é hora de seguir a recomendação. E ir descansar para tratar de mim.

Amanhã? Será melhor. De hoje guardo os pequenos nadas e as cores do final de dia ao chegar a casa. Amanhã haverá mais.

{#72.294.2022}

Domingo, novo dia de consulta. Implica ter hora para acordar, dar uso ao despertador naquele dia em que toda a gente o tem desligado. Mas vale a pena. Como sempre, correu bem e foi bom. É sempre bom conversar com alguém que, de facto, nos ouve. Mesmo que esse ouvir seja profissional, que devolva respostas terapêuticas. O momento da consulta é, provavelmente, o melhor momento da semana. Porque dá para tudo, dá para falar, dá para ouvir também porque todas as semanas há momento de partilha, dá para rir, rir muito, dá também para chorar se for caso disso. E há muito, muito, muito tempo que não choro, nem em consulta nem fora dela. E isso é tão importante para mim. Porque ainda me lembro daquele tempo em que chorava todos os dias. Ou, não chorando, tinha sempre o nó na garganta.

Não choro há muito, muito, muito tempo. Nem tenho saudades. Nem vontade ou necessidade de o fazer. E isso é tão importante…saber que ultrapassei aquela fase que julguei que não conseguiria ultrapassar. Foi preciso muito trabalho. Meu, é certo, mas não exclusivamente meu. Tive, e tenho, ao meu lado, do meu lado, o profissional certo. Que se tornou em mais do que apenas o profissional que é. Tornou-se um amigo também. Alguém em que confio plenamente. Curiosamente desde o primeiro dia. E ainda me lembro desse primeiro dia. Em que lhe cheguei em pedaços, disse directa e abertamente o que me levava até ele, contei tudo de uma vez, chorei muito como chorava tanto naquele tempo e no final recebi um abraço. Que não esperava mas que me fez voltar para casa um bocadinho menos despedaçada.

Já lá vão 5 anos e meio. Em que todas as semanas conversamos. Porque não é só falar. É, de facto, conversar. Já passámos muito, porque ele passou comigo e não acredito que nos meus piores momentos ele não tenha sofrido também pelo que tinha à frente. E foi também com ele que consegui ir bem fundo ao que me doía para conseguir deitar tudo cá para fora para exorcizar o que me consumia.

Domingo…e com ele já não choro. Mas sei que, se um dia precisar, ele está lá. Como está mesmo agora que já não choro.

Sim, foi o ponto alto do meu Domingo, a hora da consulta. Ainda que tenha saído de casa à tarde, depois de tantos dias de cama. Ainda que me tenha sentido perdida ao abrir o ficheiro de trabalho de Domingo por ver o trabalho perdido por ter sido mexido por alguém novo na equipa. Mas que será para manter e continuar.

Enfim, foi quase um Domingo com sabor a Domingo. Não houve tempo para mantas, sofá e televisão, mas soube bem ter um dia que não foi mau. Amanhã? Dia de regresso ao trabalho depois de estar doente. Dia de madrugar e avançar. Por hoje chega. Ainda vou ao ritual nocturno, claro, mas é preciso dormir. Sem sono…

Amanhã será melhor. E hoje não foi mau.

{#71.295.2022}

Sábado. Dia aborrecido. A chover. Dia perfeito para fazer uma coisa: nada. E foi isso exactamente que foi feito. Nada.

Se gosto dos meus sábados assim? Não. Nem um bocadinho. Mas é o que é. E depois de três dias doente, de cama, soube bem um dia sem grande agitação para me ir habituando devagarinho à ideia de que segunda feira volto à rotina dos horários da madrugada.

Entretanto, a consulta habitual dos sábados passou para domingo. Será já amanhã que vou ter que acordar cedo com o despertador. Mas vai ser bom. Porque a consulta faz-me falta. Continua a fazer. Por muito que já possa dizer que estou bem, sei que não posso prescindir desse acompanhamento, dessa conversa terapêutica para pôr as coisas em perspectiva. Não ainda. Porque ainda me é muito fácil dar um passo atrás. Ainda me é muito fácil cair. E não quero. Nem posso.

Do outro lado, nova ausência programada, debaixo das estrelas. Ou será debaixo da chuva? Seja como for, esta é uma ausência mais breve. Mas seja mais ou menos breve, é algo que não me incomoda e que apoio. Porque conheço. Porque entendo. Porque aceito.

Amanhã? Será um dia bom. Com ou sem chuva, será um dia bom.