Monthly Archives: February 2022

{#59.307.2022}

Hoje instalou-se a dúvida. Mas sem sentido. Claro que não faz sentido quando o que me fez tremer foi uma coisa que eu apenas assumi mas que não confirmei e que hoje me veio em jeito de confirmação de que não há nada do que presumir alguma coisa sem confirmar.

Não, não confirmei e não, não há motivos para achar outra coisa. Sou parva? Talvez. Insegura? Muito. E por isso tremi.

Não vou tremer mais. Nem sei se vou confirmar seja o que for. Confio desde o primeiro dia. Por que raio não hei-de confiar agora? E, lá está, do que sei apenas sei uma parte. O resto não tenho obrigação de saber nem há obrigação de me fazerem saber.

Hoje também não houve mensagens de manhã nem a outra hora. É normal. É uma ausência programada, já sei que o importante é poupar bateria e estar focado. E não há obrigação nenhuma de nada.

O retorno vai voltar a acontecer quando for tempo disso.

Por agora, despeço-me do trabalho a partir de casa. Vai custar, muito, regressar à rotina dos transportes públicos de madrugada. Chegar a casa à hora de jantar para logo de seguida dar o dia por terminado. Não ter tempo para grande coisa. Mas vai correr bem.

Amanhã? É carnaval, não se trabalha por aqui. Por isso vai ser bom. E vai ser a preparação para o regresso ao local de trabalho.

E vai ser dia de voltar a haver retorno. E também por isso vai ser bom.

O dia de hoje chegou ao fim, não foi mau e passou a correr. Amanhã será melhor.

{#58.308.2022}

Domingo com sabor a Domingo depois de mais uma noite interrompida.

O meu Mundo lá fora continua feio…faço por me manter informada, mas recuso a ansiedade de estar permanentemente ligada às notícias. E ter o meu irmão em minha casa significa que a televisão está sempre ligada em canais de qualidade duvidosa em permanente ligação com as notícias que vão chegando.

Eu sei que o que se passa é grave. Mas, até pela presença dos meus sobrinhos, acho que a ansiedade pode e deve ser evitada.

Durou a manhã toda, como durou ontem o dia todo. E por isso refugiei-me no meu quarto. As noticias vão chegando. E eu vou sabendo do que se passa. Não preciso da ansiedade.

De resto, a tarde foi mais tranquila dentro da normalidade possível. Retomei o controlo da televisão. Dediquei-me ao sofá e às mantas. E preparei-me para o regresso à rotina de trabalho amanhã. Último dia de trabalho em casa. E isso vai ser difícil de lidar também.

Hoje, como esperado, não houve mensagens nem notícias do outro lado. Não duvido que está bem. Mas o desejo é sempre de ter notícias.

Sei esperar. E é isso que vou fazer. Como tenho feito nos últimos 4 anos.

Agora desligo, mas mantenho-me atenta. Amanhã será melhor.

{#57.309.2022}

Dia de aniversário da minha Mãe. Com a presença dos netos. Um número redondo. Foi um dia bom.

Começou demasiado cedo, resultado de mais uma noite interrompida de madrugada. Mas valeu-me um retorno matinal ainda de noite que me soube bem. E, quando esperava pela ausência programada, tive retorno e notícias sem perguntar por elas. Sabe sempre bem quando a iniciativa parte do outro lado. E hoje soube particularmente bem por ser uma presença inesperada.

Hoje já não devo ter mais notícias nem espero ter antes do regresso marcado para terça feira. Mas não há ansiedade instalada nem filmes na minha cabeça mesmo que nos próximos dias não haja presença. Porque, já percebi, do outro lado também há vontade de estar presente.

Amanhã é Domingo. Dia de descanso, ronha, mantas e sofá. Será um dia bom também.

{#56.310.2022}

Sexta feira e a semana que chega ao fim.

Foi uma semana longa, de começo atribulado a confundir dias de calendário, mas que começou quase todos os dias com mensagens matinais, bem cedo, para começar bem o dia. Tão bem. E tão bom.

O fim de semana promete ser longo pela ausência programada do outro lado, num fim de semana de quatro dias. Vai-me custar não ter retorno nos rituais habituais. Mas sei que há coisas que são importantes e que fazem parte. Não vai haver ansiedade parva nem filmes na minha cabeça. Vai ser uma ausência programada, como sei que acontece de tempos a tempos. E que podia também ser minha, noutros tempos, noutra vida.

Começar o dia com mensagens de bom dia, recebidas em primeiro lugar e só depois enviadas por mim, ao contrário do que costuma acontecer, sabe muito bem. É bom. E essas mensagens matinais são uma espécie de progresso. Vamos ver até quando se mantêm. O meu ritual matinal vai-se manter. O ritual nocturno também. E o retorno, sinto, está cada vez mais presente.

E tudo isto é tão bom…mesmo que o café esteja difícil de acontecer. Mas sei que vai acontecer, mais dia menos dia.

Agora é hora de recolher. Ainda vai haver ritual nocturno, claro que sim. Mas dou por terminada uma semana longa e demorada.

{#55.311.2022}

O dia acordou cinzento. Não houve mensagem às 7h30 da manhã. Mas houve notícias, más, vindas lá de longe, um longe que pode ser tão perto.

Rebentou a guerra lá longe. Mas é um longe que pode vir a ser tão perto. Vamos ver como corre…

Não entendo como é que o Mundo pode ser um lugar tão feio. E talvez por isso eu continuo a preferir o Amor, aquele do A maiúsculo. Que abraça tudo e todos. Mas que, sei, não resolve o que se passa lá fora agora.

Mais uma vez: vamos ver como corre.

Entretanto, por cá, continuo à espera de um café numa mesa para dois. Ou um jantar. Ou os dois.

De resto, e depois de mais uma conversa de raparigas ontem à noite por telefone, a certeza de que estou bem assim. Sinto-me bem e percebi que foi também este assim que me ajudou, e muito, a hoje estar bem. A querer estar bem. E hoje sei que estou. E muito por ter um outro lado que me motivou, ainda que não saiba, a querer estar todos os dias um bocadinho melhor quando ainda não estava bem.

Sim, gosto muito do que sinto, do que trago comigo, em mim. E gosto muito do que sou e estou hoje.

Amanhã? O dia vai continuar cinzento lá longe que pode ser tão perto, o Mundo vai continuar a ser um lugar feio, mas enquanto trouxer comigo o que guardo comigo, em mim, vai valer a pena. E vai ser bom.

{#54.312.2022}

7h28m da manhã. É uma boa hora para receber os bons dias. E uma boa forma de começar mais um dia do meio.

Só por isso já valeu a pena acordar antes do despertador tocar.

Soube-me bem. Muito.

E fez-me bem. Muito.

{#53.313.2022}

Acordar e saber, sem dúvida, que dia é. Terça feira. Ritual matinal de bom dia. Começar o trabalho com o problema técnico já habitual e ter que ligar a quem resolve e ter o apoio necessário enquanto se tem uma conversa boa onda para começar bem o dia.

Ritual matinal sem resposta pronta de manhã, mas sincera já de tarde. E a nítida sensação que a vontade era ter respondido mais cedo. Desde que haja resposta, desde que haja retorno, já não me queixo. E sim, acredito que a vontade era, de facto, de responder mais cedo.

Céu azul com pedaços de cor de rosa ao final do dia. Recordam-me que o tempo está a querer aquecer aos poucos e que o Inverno não dura para sempre.

Foi mais um dia. Não muito diferente de outros dias. Mas não foi mau. Não me queixo. Cansada, claro, como sempre, mas satisfeita.

Amanhã? A semana chega a meio. Será bom também. Mas por hoje chega. Haverá ainda tempo para o ritual nocturno e, se acontecer, dois dedos de conversa. E depois tentar ter uma noite mais sossegada.

Mas os pedaços de cor de rosa no céu azul ficam comigo. E as borboletas na barriga também.

{#52.314.2022}

Acordar cedo para ter uma desilusão ninguém merece. Mesmo que essa desilusão seja apenas perceber que o Domingo foi ontem e hoje é dia de trabalho. Sim, estava convencida que era Domingo quando o despertador tocou e cheguei a pensar “por que raio tenho o despertador a tocar ao Domingo e ainda por cima tão cedo?”

E, ao mesmo tempo, receber uma mensagem do outro lado e pensar “alguém acorda cedo ao Domingo…”……

Mas não, hoje não é Domingo. Segunda feira, isso sim, dia de trabalho. Felizmente um dia que passou depressa e sem stress. Mas que iria saber muito bem se ainda fosse Domingo.

Apesar da desilusão do dia da semana, começar o dia com retorno soube muito bem. Foi resposta à mensagem de ontem à noite, mas foi também um “bom dia” que me soube bem porque é raro ser da iniciativa do outro lado.

Seja como for, seja o que for, foi um despertar diferente. Por um lado a confusão de calendário, por outro o retorno para ajudar a acordar e a entrar no registo da segunda feira.

Há maneiras piores de começar o dia. Podia, por exemplo, ter apenas acontecido ter pensado que era Domingo sem um “bom dia” para me chamar à realidade.

Enfim…o dia passou a correr, felizmente, sem demasiado trabalho, tudo num registo tranquilo. Agora dou por terminado o Domingo que não o foi. E não me posso esquecer que amanhã é terça feira.

Amanhã será melhor. E, se acordar a pensar que é segunda feira, não será muito grave.

{#51.315.2022}

Domingo e mais uma noite interrompida e difícil.

Um dia que deu para tudo, desde acordar cedo, voltar para a cama, almoçar tarde, sair para apanhar Sol e calor, voltar para casa para uma hora de ronha no sofá e dedicar-me ao compromisso semanal do costume que é uma espécie de jogo em equipa para um objectivo que não é meu. Mas que continuo a fazer até me dizerem que não querem mais.

Domingo com sabor a Domingo, no fundo. E uma dor de cabeça que se instalou ao fim do dia e ainda não desapareceu.

É altura de começar a entrar no novo ritmo e horário que se vai impôr daqui a uma semana. É altura de começar a ir para a cama muito cedo novamente, para voltar a acordar de madrugada para sair de casa ainda de noite.

Enfim. É o que é e o que tem que ser. É necessário regressar à normalidade devagarinho. Mas continuo a achar que trabalhar em casa é tão mais lógico. E cómodo, claro.

Amanhã ainda se trabalha em casa, durante a próxima semana ainda não vou para os transportes públicos. Mas tenho mesmo que começar a mentalizar-me que as coisas vão mudar rapidamente.

Vou saborear o que me resta do Domingo e ver se a dor de cabeça se vai embora e depois tentar dormir cedo.

Amanhã regressa-se à rotina de trabalho em casa. Está tudo pronto para correr bem nestes últimos dias de trabalho em casa. E eu cá vou andando.

Nada do que escrevo hoje faz muito sentido. Nem tem que fazer. Não há muito para dizer. Mas houve retorno durante o dia e uma vontade enorme de dizer “vem até cá”. Que foi dito de forma indirecta. E resultou em nada, claro.

Enfim. Chega por hoje. Ainda vai haver ritual nocturno e, com sorte, um bocadinho de conversa.

Amanhã será melhor. Só não será fim de semana.

{#50.316.2022}

Sábado. Aquele que é, por norma, o dia mais aborrecido da semana. Hoje não foi, não houve tempo para isso. De manhã, a habitual consulta com o terapeuta fofinho. Depois, voltar para a cama para recuperar de mais uma noite interrompida. Descansar. E mais perto do final da tarde, tirar duas horas para tratar de mim apenas.

Também preciso desse tempo. Também mereço esse tempo.

E partilhar uma foto desse tempo para mim e ser lembrada de tirar um tempo também para tratar do coração.

Trato dele todos os dias. Todos os dias lhe dou atenção. Mas esse reminder, vindo de um estranho, soube bem. Porque é bom ser relembrada, de vez em quando, que há coisas importantes que não devemos descurar.

Sim, todos os dias trato do coração, do que trago comigo, cá dentro. E isso não só é importante como é muito bom. É sinal de que há algo de bom para cuidar. Felizmente não me sinto vazia. E é também por isso que mantenho isto que já dura há mais de 4 anos. Porque me sabe bem. E me faz bem.

Terei mais momentos dedicados apenas a mim. E continuarei a dedicar tempo ao coração. E tanto uma coisa como a outra me sabem e fazem bem.

E pouco mais importa.

{#49.317.2022}

Sexta feira depois de uma semana de noites interrompidas e complicadas. É altura de parar para recuperar da semana e apreciar dois dias que são só meus.

Apesar dos sábados serem aborrecidos, é tempo que posso dedicar unicamente a mim. E amanhã a tarde vai ser dedicada a isso mesmo, a mim.

Gostava de concretizar uma ideia que me persegue há várias semanas, que passa por um jantar em mesa para dois. Que até poderia ser uma mesa para quatro, porque não? Porque não vejo apenas dois quando um mais um podem, de facto, ser quatro.

Mas isso, claro, sou eu a viajar na minha cabeça. Não a fazer filmes porque normalmente os que faço são de terror. Mas apenas a viajar, a dar asas à imaginação. Uma expressão de uma vontade grande de ver algo a transformar-se em algo ainda maior.

Mas esse desejo dificilmente se vai realizar, por isso não adianta dar asas à imaginação. Fica comigo a vontade, não irei insistir demasiado em tentar concretizar algo.

Sexta feira e recolho cedo. Para aquecer e, pelo que me parece, para dois dedos de conversa que pode até ser curta mas que sabe sempre bem.

Amanhã? Dedico o dia a mim. Consulta de manhã com o terapeuta fofinho, tarde para tratar do exterior.

Será bom. E se o céu puder estar azul, será melhor ainda.

{#48.318.2022}

Quinta feira e a confirmação de que o teletrabalho está a chegar ao fim. Menos de duas semanas para regressar aos transportes públicos e aos horários difíceis da manhã que começa de madrugada. Não vai ser fácil regressar a esses horários e essa rotina dos transportes públicos vai gerar muita ansiedade pelo medo. Mas vai ter que ser.

E o café prometido para um final de tarde depois do trabalho corre o risco de não acontecer. Pode ser que se transforme noutra coisa qualquer, como por exemplo um jantar. Isso ia saber muito bem. Mas não será fácil também. Veremos como corre e o que acontece. A dica está dada. Ainda sem resposta, mas dada.

Vou saboreando, entretanto, os últimos dias de esplanada depois do trabalho. Sozinha, sempre, em mesa para um. Mas que é um momento só meu, que dá para pensar simplesmente ou para pôr a conversa em dia por telefone ou através de uma qualquer app. No fundo, um bocadinho como faço quando venho no autocarro para casa.

Enfim. A normalidade tem que regressar aos poucos e admito que é importante a interacção com os outros no trabalho, especialmente quando se gosta do ambiente e da equipa, como agora. Mas esse regresso à normalidade devia vir devagar. Foram só dois meses em casa em teletrabalho, mas que foram muito bons e positivos. E com a confirmação de que o trabalho se pode fazer de casa da mesma forma que se faz na empresa.

É pouca coisa a acontecer, mas é muita coisa para gerir cá dentro. Vai ter que haver um período de adaptação aos novos horários e essa ainda é a parte que mais me preocupa porque as minhas noites são uma animação, sempre interrompidas a horas impróprias, o que faz com que acordar de madrugada seja difícil.

Mas vai correr tudo bem. É só levar tudo um dia de cada vez. E lembrar-me que o fim de semana vai continuar a existir para descansar.

Agora é ir adaptando os horários devagarinho para não custar tanto daqui a menos de duas semanas. E continuar a acreditar que o café vai acontecer.

Amanhã? Só por ser sexta feira já vai ser melhor.

{#47.319.2022}

Quarta feira, dia do meio. Dia de partilha numa inesperada conversa de raparigas à distância de uma app. E poder falar sobre o que vou escrevendo por aqui é muito bom.

Falou-se de raios que não caem duas vezes no mesmo sítio, ou que às vezes até caem. Falou-se de desilusão que, no meu caso actual, eu não conheço por não haver razão para isso. Falou-se de tudo o que é importante, na verdade, mesmo que para quem está de fora pudesse parecer que não se falou de nada.

A partilha sabe sempre bem. E quando é inesperada consegue saber ainda melhor.

Também de partilha vou sabendo do outro lado, no ritual matinal mas especialmente, porque com mais tempo, no ritual nocturno. É partilha e é retorno e é tudo isso que me aconchega. E cada vez mais tenho a certeza que está bom assim. E não quero perder o que tenho ganho ao longo destes 4 anos de partilha, retorno, descoberta porque continuo a descobrir. Quatro anos de uma amizade que todos os dias se vai construindo mais um bocadinho.

Sim, quase posso dizer que tenho uma relação estável com alguém, ainda que ou mesmo que seja uma relação de amizade. Desinteressada. Sem segundas intenções de parte a parte. Mas não deixa de ser uma relação.

Se eu queria que fosse mais? Claro que sim, afinal o que sinto, o que trago cá dentro, em mim, daria para muito mais do que uma simples amizade. Mas, não sendo possível, então que se mantenha como está. Está muito bom.

Para haver lugar à desilusão teria que vir de alguém que não correspondesse ao que parece ser. E isso não acontece. Se há dois anos, quando me expus, as coisas não mudaram é que dificilmente me irei desiludir. Porque a acontecer desilusão aquele seria o momento perfeito. E não aconteceu.

Não me fecho para o mundo, no entanto. Mas acredito mesmo que um raio não cai duas vezes no mesmo sítio. E dificilmente encontrarei algo parecido com o que tenho agora.

O que vier, que venha. Estou cá. Mas também está cá aquele meu teimoso gut feeling que continua a dizer que daquele lado há mais qualquer coisa e as coisas ainda podem mudar. Não sou só eu a fazer disto uma relação. Estável. Somos dois. E ambos sabemos que não é mais do que uma amizade.

Mas podia ser…

{#46.320.2022}

Terça feira. E o retorno ontem que resultou numa boa conversa de fim de noite. Ainda não à mesa do café ou do jantar, mas uma conversa ainda assim. E boa. Partilhas de momentos. Partilhas que acontecem desde o primeiro dia sem que eu as peça, mas que acontecem amiúde.

Gosto de conversar com o outro lado. Desde o primeiro dia. Se não tivesse gostado logo no primeiro dia, não estaria aqui a falar dessas conversas ou de como me custa a sua ausência tanto tempo depois da primeira conversa.

Fevereiro vai a meio. E o teletrabalho está a chegar ao fim. E custa-me pensar que dentro de pouco tempo irei regressar à rotina dos transportes públicos logo de manhã cedo.

Não quero pensar muito nisso para já. Sei que não falta muito tempo e sei que vai ter que acontecer. Mas para já aproveito o tempo que ainda tenho para trabalhar em casa. Vai ser bom rever a equipa de trabalho, mas seria melhor não ter que lidar com os transportes públicos.

Enfim… Valem as conversas fora de horas para me aconchegar e acompanhar. Não sei se hoje vai haver conversa novamente, mas vai haver ritual nocturno. E poder voltar a esse ritual sabe muito bem.

Amanhã? Será bom também.

{#45.321.2022}

Segunda feira e o retorno. E uma espécie de pedido de desculpas pela ausência. E uma sugestão de arranjar alternativa para que as respostas me cheguem mais depressa. Gostei de saber que existe essa vontade de possibilidade de aumentar o ritmo das respostas. Gostei de saber que há interesse em manter a comunicação.

Vamos ver se essa alternativa surge e se resulta. O café e/ou o jantar é que continua difícil de sair. Mas continuo a acreditar que vai acontecer.

No fundo acho que sou só eu a alimentar as borboletas na barriga. Mas também acho que sou só eu que as sinto.

Seja o que for, ter retorno é melhor do que o silêncio que me acompanhou durante uma longa semana.

Amanhã? Será melhor.

{#44.322.2022}

Domingo sem História ou histórias. Curto e estranho, que começou muito cedo para voltar para a cama até à hora de almoço. Tarde que passou a correr, sem direito a ronha de sofá, televisão e mantas.

Não sei para onde foi o Domingo. Sei apenas que já passou.

Fiz o trabalho que me comprometi a fazer há meses, dei a conhecer o resultado, dei feedback resumido do silêncio que não gosto. Mas que se mantém.

Enfim. Não gosto de falar sozinha. E hoje disse-o. Se vou ter resposta? Duvido.

Mas amanhã será melhor e o trabalho vai-me ajudar a ocupar a cabeça para não pensar demasiado.

Vamos ver como vai ser até amanhã. Afinal, ainda é cedo.

Mas, no meio disto tudo, sinto o que sinto sem culpa. Sempre sem culpa. Porque não fiz nada que levasse a este silêncio, esta ausência de retorno, este estranho afastamento.

E vou seguindo. Encolhendo os ombros e seguindo. Mantenho o mote de há vários anos: um dia atrás do outro atrás do um.

{#43.323.2022}

Sábado. E o silêncio. Ainda. E que parece estar para durar.

A vontade é quebrar o silêncio. Não o farei. Não ainda, pelo menos. Amanhã depois do compromisso que assumi irei dar feedback do que foi feito, como faço sempre. Mas não irei dizer mais nada. Não gosto de falar sozinha. E gosto ainda menos de ser ignorada. Como sinto que estou a ser.

Não é justo… Até porque não peço muito. A única coisa que pedi foi atendida durante algum tempo, mas parece que esse tempo está a chegar ao fim. E eu não gosto de sentir isso.

Já aprendia alguma coisa, não? Parece que não aprendo nada. Ou aprendo e faço de conta que não é bem assim, que as coisas ainda vão mudar.

Já não sei nada. E sem retorno ainda sei menos.

Enfim…um dia aprendo e mudo. Quem sabe se esse dia, o dia em que decididamente mudo, não está próximo?

Vamos ver. Amanhã será melhor. Tem que ser melhor.

{#42.324.2022}

Sexta feira. O silêncio. E um desaparecido em combate.

E eu sem saber até quando fico à espera…

{#41.325.2022}

Quinta feira. E o silêncio mantém-se.

Estou cansada. Não sei ao certo de quê, só sei que estou cansada. As noites interrompidas não ajudam a que me sinta de outra forma, o silêncio também não.

Falta muito para o fim de semana? Eu sei que Sábado é o dia mais aborrecido da semana, mas desta vez estou desejosa que chegue. Para tentar recuperar não sei bem do quê.

Já estive mais certa e mais segura e serena do que estou hoje. Mas amanhã será melhor.

{#40.326.2022}

Quarta feira, dia do meio, dia nim, nem não nem sim.

E de novo o silêncio. Se é assim, respeito. Também não gosto de falar sozinha. O recado está dado, o repto para o café está lançado e a dica do jantar está dada. O silêncio predomina. Que seja assim, então. Mas se me voltarem a chamar desaparecida, vou responder e dizer que não fui eu quem deixou de responder.

Não irei estar zangada nem irei ser bruta, não há razão para tanto. Mas vou chamar as coisas pelos nomes e dizer que quem desaparece de tempos a tempos não sou eu.

E eu até entendo o silêncio. Até porque não há obrigação nenhuma de retorno. Mas custa, claro que custa. Mas custa ainda mais dizerem-me que desapareci quando estive sempre lá, sem resposta.

Não gosto de falar sozinha. E por isso deixo de parte os rituais, pelo menos por agora. Não tenho retorno, para quê passar por alguém desejoso de atenção quando não é disso que se trata?

Reli hoje o que escrevi há dois anos, depois de me ter exposto e depois de uma conversa que me surpreendeu pela positiva. E recordei que já naquela altura havia um gut feeling e uma certeza de que o tempo iria dar-me razão. Hoje sinto o mesmo. Mesmo com silêncio à mistura, sinto o mesmo, tenho o mesmo gut feeling e a mesma certeza do tempo. Mas não sei até quando vou continuar a esperar. Seja por um café, seja por um jantar ou seja pela mudança em que confio tanto.

Não sei nada. Essa é que é a verdade. Sei apenas que o que trago comigo, em mim, é bonito. E é um desperdício se não for apanhado a tempo.

Enfim. Amanhã será melhor. Sem rituais. Sem retorno. Em silêncio. Será o que tiver que ser.