Dia de trabalho pesado, depois de uma noite difícil. Não é fácil começar a semana assim.
Mais difícil se torna quando o ritual matinal não tem retorno. O silêncio outra vez. Não gosto. Mas entendo que nem sempre seja possível haver retorno. Vamos ver como vai ser no ritual nocturno. Porque, da minha parte, vai haver ritual hoje. Amanhã logo se vê.
Dois anos passaram. E sim, naquela noite fiquei mais leve. E hoje repetia tudo o que disse, porque mantenho o que sinto. Não o vou repetir, claro. Não há necessidade. Até porque já o disse há relativamente pouco tempo, por duas vezes.
E nestes dois anos nada mudou. Como eu pedi que não mudasse e como não tinha que mudar. Cresceu uma amizade. E isso é bom, embora saiba que para algumas pessoas não passa de uma parvoíce. Parvoíce ou não, é bom ter ganho um amigo. E isso só por si não é, nem pode ser, uma parvoíce.
Passaram dois anos. Parecem dois dias. E o que trago comigo, cá dentro, continua a crescer e a ser bonito. Nada mudou. Ainda bem que não mudou quando o meu medo era que se perdesse. Nada mudou. É pena quando o meu desejo era que se transformasse em algo mais bonito.
Não deixa de ser bonito tal como é. Simplesmente é o que é. E está bom assim.
Só quero que não se estrague. Dure o tempo que durar. Apenas peço que não se estrague.
Amanhã? Será melhor. Hoje não foi mau, apenas difícil e pesado. Mas amanhã será melhor.