Quieta e (desas)sossegada no meu canto.
Se eu podia não ser assim? Devia. Mas não sei ser de outro modo.
Por isso espero. Quieta. Mas não sossegada.
Quieta e (desas)sossegada no meu canto.
Se eu podia não ser assim? Devia. Mas não sei ser de outro modo.
Por isso espero. Quieta. Mas não sossegada.
O medo é o que me consome. E eu não quero ter medo.
Chove…e depois? ♥
Trabalhar. Porque Dezembro está à porta.
Trabalhar. Porque os Castelos, aqueles que não são de areia, se constroem pedra a pedra. Dia a dia.
Sorrisinho parvo estampado no rosto. No olhar. Já não é só aquele sorriso ao canto da boca, mas também.
Aconchego. Protecção. Paz. Calmaria cá dentro porque nem tudo precisa de ser um furacão ou um turbilhão.
Peças que se encaixam a cada dia.
Palavras ditas, ouvidas, acima de tudo sentidas. Que por serem sentidas dispensavam ser ouvidas. Mas que sendo sabem tão bem. E tão certo.
Menina. Miúda. Mulher. Sim, sou um três em um. De um. E é tão bom.
E vai continuar a ser tão bom. Hoje, amanhã, depois de amanhã. Quem sabe. Enquanto for bom. Enquanto fizer sentido. E faz, tanto. E é tão certo.
Trabalhar. Porque Dezembro está à porta.
Trabalhar. Porque os Castelos, aqueles que não são de areia, se constroem pedra a pedra. Dia a dia.
De sorrisinho parvo estampado no rosto.
E com dias cheios de cor.
♥
Dizem as “regras”: take a picture everyday.
Mas nos happy days nem sempre há tempo, vontade ou até necessidade para take a picture. Das digitais ou analógicas, pelo menos. Porque das outras, que guardamos cá dentro, tira-se a cada momento, a cada partilha, a cada toque.
Por isso, aos 98 dias, vou buscar uma foto com alguns meses. Por ser de um pavimento bonito, antigo e com tanta História e histórias para contar. Podia ser de um Castelo, mas não é. Mas não é importante. O que é importante aqui, para mim, é a História e as histórias.
Porque, de certa forma, me relembra um percurso. O meu. Dos últimos 98 dias. Que me levaram a um Castelo na Lagoa.
Gosto de Castelos. Até mesmo dos de areia que em dias quentes construo com a sobrinhagem para logo depois destruir para voltar a construir, carregando baldes de areia que se enchem com cuidado para depois desenformar e voltar a ter Castelos.
Decorados com conchas e complementados com túneis que são mais fáceis de construir que pontes.
Mas o Castelo na Lagoa constrói-se de momentos. De partilhas. De sensações. De sentimentos. Genuínos, todos estes tijolos do Castelo na Lagoa.
E também estes eu gosto de construir. Mas para durarem mais que os castelos de areia dos dias quentes à beira mar. E não com túneis e sim com pontes. Pontes que ligam dois pontos inicialmente distantes. Pontes que aproximam pontos.
E essas pontes têm, também elas, um pavimento que se quer bonito. Que se quer com História e com histórias.
O Castelo na Lagoa constrói-se todos os dias. E já não é apenas para o aqui e agora. É também para amanhã de manhã, amanhã à tarde, amanhã à noite.
O Castelo na Lagoa ficou, fisicamente, lá. No sítio dele. Mas o Castelo na Lagoa fica também cá dentro, comigo, com tudo o que nos trouxe. E trouxe tanto. E soube a tanto sabendo a tão pouco porque, apesar do Mundo lá fora não ter entrado no Castelo na Lagoa, o tempo não soube parar e esperar.
Sim, hoje, mesmo tendo dito até já ao Castelo na Lagoa, foi mais um happy day. Daqueles que se querem muitos. Tantos.
Posso não sair do Castelo da Lagoa?
As árvores levam tempo a crescer.
As raízes levam tempo a criar.
Diz que há um Castelo na Lagoa =)
♥
Dia escuro lá fora, hoje. Molhado. Muito.
Perceber numa hora de conversa que ainda trago cá dentro tanta coisa que não sendo muita é imensa que precisa de ser trabalhado. Mexido. Conversado.
Final do dia com mixed feelings.
Mas, no geral, mais um dia bom ♥
Porque é nos dias cinzentos que mais precisamos de cor. E sim, Teka, o vermelho esteve lá. Assim como a chuva que nos enviaste e bem tinhas avisado!
Cansada, tão cansada. De despedidas. Despedidas à força. De partidas. De idas sem volta.
Cansada emocionalmente. Desgastada pelos últimos meses. Mas focada, cada vez mais, no aqui e agora. Enquanto a cabeça anda a mil com estas coisas da vida e da morte. Das partidas e chegadas.
Aproveitar cada dia ao máximo. Fazer com que cada dia conte. Dizer aos nossos que gostamos deles. Estar lá quando nos precisam.
Fazer com que cada dia conte. Fazer com que cada dia conte. Fazer com que cada dia conte.
É isso o mais importante. É só isso. É isso que faz um happy day.
♥
Ciclos. Tudo são ciclos.
No mesmo dia, a notícia da confirmação do que já se esperava mesmo que nunca se espere estando à espera, o fim de um ciclo pela manhã. A notícia do início de outro ao início da noite.
São ciclos. O que quer que isso seja.
Triste pela manhã. Feliz, tanto, ao início da noite.
São ciclos.
São os dias bons seguidos dos dias maus seguidos dos dias bons e por aí segue.
São ciclos. E por agora mantemo-nos nos dias bons, mesmo que um único dia possa ser mau e bom, triste e feliz ao mesmo tempo.
Hoje, aos 91 dias, pouco me apetece dizer. Porque “a vida é mesmo assim”. É sempre a perder, já o tinha dito.
Mas é também a perder que se ganha de alguma forma. Se houver Amor.
Hoje, aos 91 dias, pouco me apetece dizer. Por isso vou buscar palavras que, não sendo minhas, pertencem-me também.
“É urgente o amor
É urgente um barco no mar
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos, muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.”
Eugénio de Andrade, in “Até Amanhã”
#makeeachdaycount
Dias azuis. Dias cor de rosa. Dias às cores. Tantas. Todas. Em curvas ascendentes, que se querem manter.
As curvas ascendentes e as cores.
Sempre um dia após o outro, sempre sem pressa, claro. Mas, hoje, com uma vontade louca de avançar uns dias no tempo para construir novos dias azuis, cor de rosa, às cores.
Dias bons, desejam-se. Querem-se. E sim, são possíveis.
E enquanto penso nos meus dias bons, lembro-me também dos dias maus de outros e penso sempre que nessas equações há, cada vez mais, um factor que não me faz sentido.
Mas continuo em processo, já não sozinha, de “recuperação de dias bons”. E se sozinha já sabia que esse processo era possível, hoje já não sozinha sei que é mais fácil. Mesmo quando os dias menos bons, como o de ontem, ainda me visitam.
E o estar não sozinha contribui também, muito, tanto, para que os dias às cores sejam cada vez mais assíduos e estejam cada vez mais presentes. E é tão bom estar assim. É tão bom ser assim.
{e assim te deixo um beijo por me colorires os dias mesmo quando teimam em ser cinzentos}
E olho para trás………90 dias é tanto tempo. E no entanto parece que foi ontem.
*packaging*
Dizem os entendidos que a embalagem é um factor importante para o sucesso de vendas do conteúdo. Em termos comerciais estou de acordo.
No entanto, lamento que muita gente ache que o mesmo se aplique às pessoas quando, na verdade, é tão o oposto. Também por isso sou como sou. Sem maquiagem, sem preocupações com a roupa da moda, sem o politicamente correcto porque parece bem e é mais atraente para quem está de fora.
A minha embalagem é o que é. Quem quiser conhecer o produto dentro da mesma não tem que se esforçar muito. Porque “what you see is what you get, no strings attached”.
De resto, dedico-me agora à embalagem. Não a minha. E percebo que cortar 50+ quadrados de cartolina com um padrão em espinha pode ser complicado. Não o processo de corte em si, mas o padrão que entorta os olhos, cansa a vista e faz uma régua parecer curva. Mas é o padrão que eu escolhi para as embalagens dos meus artigos e que, acredito, resulta bem. E que me está a deixar satisfeita com o resultado final, apesar da dificuldade visual.
E dou por mim a pensar naquelas pessoas que investem tanto na sua embalagem para depois terem um conteúdo tão pobre. Ou até inexistente.
Sim, hoje foi dia de reflexão. Não, não foi um dia bom. Especialmente depois de uma noite muito má como há várias semanas não tinha. Mas o dia, mesmo não sendo bom, não foi mau. Foi só menos bom. E deu para reflectir, pensar, sentir.
E isso, sim, é importante. Mesmo que só faça sentido para mim.
♥
Cada vez mais a bicharada.
Em Agosto, os cavalos e os póneis do festival do Limão e ainda as ovelhas que me acordavam todos os dias naquele meu ponto de fuga temporário.
No domingo passado as cabrinhas. Que, passada a vedação, se vieram encostar às minhas pernas a pedir festas.
Todos os meses os patos e os gansos que me dizem bom dia bem cedo no Jardim da Estrela.
Hoje o burro que me faz companhia sonora desde o Verão. E que hoje veio receber mimos como se o visitasse todos os dias desde que aqui chegou.
E todos os cães e gatos com que me cruzo todos os dias e a quem digo olá com um sorriso.
E também as aranhas que os outros temem e me fascinam.
E os mainá-de-crista que são uma praga mas que me fazem parar para ficar a vê-los voar.
Sim, cada vez mais a bicharada. Fazem-me sorrir sem pedir nada em troca. Fazem-me sorrir e fazem-me sentir bem, muito.
E o Gaiato, o burrico simpático cá do bairro, é delicioso ♥
Vem aí o Inverno. Dizem.
Vem aí o Natal. Seja isso o que for.
Vem aí trabalho. Muito. Tanto.
Vem aí tanta coisa. Boa, espera-se. Acredita-se. Quer-se.
Vem também a vontade de fazer aquilo que prometi a mim mesma nunca mais fazer: planos. Mas desta vez não os quero fazer sozinha. Só para mim.
Para já concentro-me no trabalho. Nos prazos. Nas datas.
Os planos, que não sozinha? Um dia de cada vez. Um dia após o outro.
E há o friozinho bom na barriga. E há a espera. E há a antecipação. E há o tempo que não pára. E há o medo, claro que sim. Mas também há mais para além desse medo. E o que há é bom e sabe bem.
Concentremo-nos, portanto, no trabalho. Ainda falta tanto para amanhã.
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105}
Todos os dias contam. Especialmente os bons. Ou apenas menos maus. Ou não-maus.
Um dia após o outro. Um dia de cada vez. E já são 86. E já são 18. E já são tantos sendo tão poucos sendo tantos.
Todo o santo dia nisto. Assim.
Ela a dormir enrolada na manta. Eu também enrolada na manta, mas nem por isso a dormir.
Com a cabeça a mil, cheia de ideias e projectos. E intenções. Porque planos deixei de fazer. Assim, tudo o que vier é bem vindo.
♥
Porque mesmo nos dias cinzentos aparece o arco-íris.
E não, não me apetece falar do cinzento. Prefiro lembrar o arco-íris que trago comigo.
Hoje, um ano.
Hoje, dia de homenagear.
Hoje, dia de recordar a vulnerabilidade, a fragilidade dos dias.
Hoje, acreditar sempre.
Hoje, agarrar com força o aqui e agora.
Porque amanhã quem nos garante sequer que chega…?