Category Archives: {#100happydays #4thround}

#day340

Já faltou mais para voltar a isto. Tanta tecnologia e afinal…também ela falha =)

Por outro lado, estar “desligada do mundo”, mesmo que à força, nem sempre é mau.WP_004608

#day339

É sempre importante voltar à casa de partida. Não andando para trás, mas na continuação da volta ao tabuleiro. Ao passar na casa de partida novamente recebemos um bónus. Não necessariamente os dois mil escudos do Monopólio de infância. Mas a certeza que se continua a avançar.

Regresso, portanto, à casa de partida. Ou melhor: volto a passar na casa de partida. E recolho o meu bónus. Confesso que tive receio de não voltar a passar lá. Receio de continuar a avançar sem voltar a passar por ali. Por ter tomado outro caminho no tabuleiro. Ou por me ter calhado alguma carta com sanção que me dissesse “não voltas a passar lá”. Mas passei. Recebi o bónus. E continuo a avançar.

#day338

Visitas habituais por caminhos diferentes. Caminhos habituais em horários diferentes. Andamos nisto há uns dias. Andamos? Ando. Eu. Que por cada nova alteração de percurso ou de horário fico com um sorriso no canto da boca. Porque caminhos diferentes podem levar-nos, e levam-nos, aos sítios de sempre. Porque horários diferentes em que se percorrem caminhos de sempre levam-nos a sítios onde pertencemos de uma ou outra forma.

Não, não tem que fazer sentido para mais ninguém que não eu mesma. Como acordar cedo depois de dormir pouco e ainda assim andar em passo de saltarico, em pontas dos pés. Só não salto de poça em poça porque não está a chover, mas chovesse e seria eu a primeira a não abrir o guarda-chuva e iria saltar de poça em poça cantarolando por aí com um brilhozinho nos olhos e um sorriso ao canto da boca.

Brilhozinho nos olhos e um sorriso ao canto da boca…? Sim. Brilhozinho nos olhos e um sorriso ao canto da boca por ter fechado uma porta. Por ter decidido perder a chave, porque é uma porta que não me interessa reabrir. Porque, por trás dessa porta, vem uma corrente de ar resultado de uma instabilidade pior que a atmosférica ou marítima. Vem uma instabilidade que de manhã diz, docemente, “branco” e poucas horas depois agride com “preto”. Fecho a porta e não olho para trás. Não por receio, não por mais nada que não seja isto: aquela corrente de ar é provocada por uma energia que não é para mim. Fecho a porta. Fecho o capítulo e termino o livro. Fica lá, na prateleira da memória. Porque, apesar de tudo, faz parte da minha História apesar das histórias. Mal contadas, mal vividas. Sentidas, todas elas, como tinha que as sentir. Mas agora, agora é memória, apenas. Não quero. Não mais. Mas sigo serena. Em paz. Comigo. Com o Mundo.

Fechar uma porta, reabrir outra. Seguir conforme a corrente. Ir. Reagir. Pedir. Aceder. Fazer. Estar. No fundo, viver. O momento, acima de tudo o momento, seja ele quando for. Porque sobreviver já não é o meu caminho. Foi. Durante o tempo que teve que ser, foi sobreviver. Hoje, hoje é viver. De novo. Novamente, um dia de cada vez. O hoje, o agora. Relembro-me todos os dias: ontem já foi, hoje estou cá, e amanhã? Estarei? O aqui. O agora. O já, se assim for. E vou.

E é tudo isso, tudo isso num só dia, num só fim de dia, num início de noite. E é tudo isso, portas que se fecham, que se abrem, que se reabrem, caminhos que se percorrem, habituais a horas diferentes, diferentes para chegar ao mesmo destino. Seja! É tudo isso que me faz ter um brilhozinho nos olhos e um sorriso ao canto da boca. E que me faz saborear cada minuto de espera pelo barco que se perdeu por dez minutos e ainda faltam 50 para partir o próximo. E que me faz deixar ficar dentro do carro com o rádio ligado alto enquanto canto a acompanhar o ritmo da travessia do Tejo, os 30 minutos de travessia. Mas sempre, sempre, com um sorriso ao canto da boca.

E recordo-me que ontem, ontem dia de fechar uma porta, me irritei profundamente ao decidir-me, de vez, a bater com ela. E poucas horas depois ria. Não um riso de gargalhada, mas risadinhas que se podiam confundir com álcool do vinho gelado, ou até mesmo com risinho nervoso. Mas que não era nada disso. Ou não era apenas isso. Era a certeza. A certeza que rir é tão melhor que me irritar. A certeza que, afinal, ainda sei rir. E ainda consigo rir. Pensei durante demasiado tempo que não voltaria a ter vontade. Mas aos poucos fui recuperando essa vontade de rir e fui-me permitindo fazê-lo. E o risinho de ontem, 9 graus de risinho, dizem, foi mais uma certeza. Que, sim, tudo está bem. E que, se por um lado há coisas que mudam, outras há que se mantêm. E é-me tão importante que algumas coisas não mudem. Não tenham mudado. Enquanto outras tenham que mudar terminando.

“Ainda bem”…ainda bem, sim. Ainda bem que volto aos saltaricos de poça em poça mesmo quando não chove, ao brilhozinho nos olhos e o sorriso ao canto da boca. Ainda bem. E sabe tão bem o ainda bem.

Nada disto tem que fazer sentido, mas para mim faz. Tanto. Porque é meu. Porque é para mim. Porque é de mim, de dentro.

E repito(-me): ainda bem.

Sim, hoje foi mais um dia bom. Ainda bem. E, penso agora nisso, são já mais os dias bons do que os outros. Ainda bem. São dias de bolas de sabão, como aquela em que decidi viver, abrindo a porta só para o que me faz bem, enquanto me envolvo de todas as cores do arco-íris.

E é assim que embarco neste foco: não há mais pontos de fuga. Mas mantêm-se os pirilampos, as luzes de presença e a minha Lua.

Tranquila. Calma. Serena. Acima de tudo? Em Paz. “Ainda bem”. Ainda bem ♥11036617_10153186945353800_8797878582806270080_n

#day337

A minha sorte: gostar do que faço e fazer o que gosto. Concentro-me, portanto, no que me faz bem.

O que não me faz bem nem traz nada de bom: que vá para não voltar. Já chegou o que chegou. Foi o que tinha que ser quando teve que ser. Mas o tempo já passou. E, percebo agora, algum desse tempo foi perdido. Desperdiçado por quem não mereceu um segundo que lhe foi dado.

Agora? Sorriso no rosto. E no olhar também. Porque fecho uma porta para, decididamente, não voltar a abrir. E abro outra, nova e tão mais colorida: a do meu tempo. Que não tenho tempo para perder tempo.

No fundo, estou bem. E estou feliz.

#day336

E há um gato. Um gato que não é meu mas é. Que dormiu comigo meses a fio quando era pequeno mas já não bebé. Que fazia ninho no meu cabelo e me arranhava o pescoço enquanto “amassava pão”.
E há um gato. Que não é meu mas dormia ao meu ombro entre indecisões dos donos. E brincávamos com bolas, elásticos, sacos onde se escondia de orelhas de fora.
E há um gato que acolhi como meu até que os donos finalmente encontraram casa. Para eles e para o gato que não é meu mas é também um bocadinho.

O tempo foi passando, o gato foi crescendo. Aquele gato que era doce e simpático passou a antipático e quase anti-social. Escondeu a doçura, passou a ser quase indiferente. Mas nunca mau, porque nunca o foi.
De repente, nova mudança na vida do gato que não é meu. Deixa de ter dois donos, passa a ter um. Casa nova com telhado para passar horas ao sol a ver as andorinhas.

Lentamente voltou o gato simpático. Lentamente voltou a miar à porta à nossa chegada. E se antes vinha cumprimentar-nos à chegada só se lhe apetecesse e ainda assim só de passagem sem paragem, hoje mia à porta e não pára até lhe tocarmos e dizermos olá.
Lentamente voltou a ronronar e a dormir comigo nas minhas visitas de sofá. Lentamente voltou a deixar-se pegar ao colo quando foge para explorar as escadas que lhe são, ainda, novas.

E há um gato. Que não é meu mas que age como se fosse. Que vem em meu auxílio quando me ouve gritar por uma pancada na coluna que me fez mudar de cor e me molhou os olhos enquanto todo o corpo tremia de dor. Um gato que me defende da minha mãe por pensar que era ela a causa do meu grito, da minha dor. Há um gato que arranha de aviso à primeira. Que morde à segunda. Porque me defendeu numa atitude de lealdade que desconhecia nos gatos mas conhecia nos cães.

E há um gato que não é meu mas eu sou dele.

Há um gato que se chama Gaspar e se ao longo destes últimos 8 anos já gostava muito dele, mesmo quando estava armado em GasParvo,depois de ontem e do dia de hoje ainda gosto mais.

#day335

De volta ao telhado. Onde pousam bichos estranhos. Ainda assim bem menos estranhos que muitas pessoas.
Estes, os bichos, pelo menos não me fazem gastar tempo que se torna perdido.

Porque o tempo, para ser bem gasto, não pode ser perdido. E volto a dizer: não tenho Tempo para perder Tempo.

Venham daí mais bichos, então. E menos pessoas que desperdiçam o Tempo que lhes dou. As outras, as que, como eu dão valor ao Tempo, são muito bem vindas.

#day334

Em modo “anda comigo beber café e ouvir os aviões, mas deixa passar este que não te oiço”.

#day333

Nunca achei bom alguém estar-se nas tintas para outro alguém.
Mas depois cresci e aprendi que, por vezes, estar-me nas tintas é a melhor forma de estar.

Por isso, bom dia para mim =)

#day332

Cores. Em qualquer formato. Quero-as e tomo-as todas.

{digo-me em paz. No meio de um turbilhão interior por tempestades exteriores.}

#day331

Onde há uns meses via tons de cinzento escuro e tempestades, hoje vejo cores e calmaria.

Porque em paz. Porque com certezas. Não sou eu que estou errada, sei-o hoje. Duvidei há 6 meses. Já não ponho essa hipótese.

Paz em mim. Paz comigo.

#day330

O dia 330 foi (e continua a ser) dedicado ao trabalho. Para desligar a cabeça, nada melhor do que esfolar-me a trabalhar. Uma bolha com mais de um cm que rebenta e esfola a pele por causa do uso de um cortador 228 vezes.

Porque, se não fosse isso, o que vai nesta cabeça iria doer muito mais. Porque aos 330 dias percebo, finalmente, que me esqueci do que achava ter aprendido aos
163. Mas, desta vez, fica o registo físico para que a memória não me traia novamente.

“E aprendi. Ou recordei. Ou reafirmei. O que quero mas, mais importante, o que decididamente não quero.”

Note to self: à primeira, qualquer um cai; à segunda, só cai quem quer.

Não, não vai haver uma terceira. Porque hoje sou eu quem diz “não estou para isto”. E mereço tão mais que isto. E sou tão mais importante que isto.

Por isso, siga. Em frente, sempre. E sem olhar para trás.

#day329

Hoje, dia de ressaca pós-navio.
Hoje, dia de assinalar uma década de um projecto que é meu.
Hoje, dia em que não me apetece muito mais para além de fazer ronha.

Amanhã, dia de regressar à normalidade =)

#day328

O Embarkation Day foi paixão à primeira vez.

Não me peçam para explicar porque é que é giro ser runner num posto de check in e ficar ali, horas a fio em pé, à espera que alguém precise de preencher um papel que a grande maioria já entregou. Ou distribuir o Health Questionnaire a quem vai chegando. Ou, como mais recentemente, apenas lê-lo, ainda que centenas de vezes, e aguardar as respostas ao mesmo tempo que se acompanha a fila de pessoas e malas.

Não me peçam para explicar porque é que é giro recolher passaportes logo após o posto de fronteira, sentindo o vento gelado de Inverno que entra por aquela porta que nos leva à Terra de Ninguém.
Ou, já em ambiente de temperatura condicionada nas entranhas do navio, etiquetar centenas de passaportes ao mesmo tempo que se sente o tremor dos motores que movimentam aquele edifício marítimo. Para, logo em seguida, partir naquele labirinto interior da Conference Room para a sala do Phone Operator para fazer a leitura digital dos documentos etiquetados e terminar colocando 900+ passaportes por ordem alfabética.

Podia dizer que é o almoço no Bistro com vista para o Tejo. Ou para os contentores da Gare, conforme posição de atracagem. Mas o almoço é sempre o mesmo: salmão fumado, carnes frias, fruta da época que tantas vezes está verde, pão de cereais, sumo de laranja ou maçã.
Ou pelas sobremesas, tantas vezes quase intragáveis porque a cultura gastronómica é tão diferente. Com clara excepção para o cheesecake de limão, daquele cheesecake americano que vai ao forno e que, para mim, é “O” cheesecake. Ou as mini tarteletes de morango que se desfazem na boca.
Podia até ser pelo Red Velvet Cupcake, o único que até hoje me convenceu. Ou as típicas bolachas americanas.

Podia tentar explicar tudo isto e justificar com o Bistro. Mas não…

Porque, ao fim de alguns anos de Embarkation Days esporádicos, vieram os Debarkation Days.

E também aqui vos peço para que não me tentem entender quando digo que gosto, muito, de acordar às 3 da manhã para entrar na Terra de Ninguém às 5 e abandonar o navio às 19h30 como em Maio. Ou acordar às 5h30 para orientar desembarcados a partir das 7h30. Sendo que, num caso ou noutro, até às 10h temos que nos manter ali, em pé, ao sol e já com um calor abrasador, de sorriso no rosto para indicar “Pink 1, this way please” ou “Brown 4, the last row to your right” e ver que, de repente, as centenas de malas que estavam atrás de nós alinhadas e ordenadas desapareceram porque os mais de 900 passageiros já estão de regresso a casa.

Podia tentar explicar que uma hora é mais do que suficiente para descansar os pés doridos de tantas horas em pé e com calor, é suficiente para sentar um bocadinho e ganhar novo fôlego para, às 11h, iniciar o Embarkation Day. E às 11h rumamos ao navio depois de nova passagem no posto de fronteira com pórticos de raio-x e detectores de metais, identificação entregue à entrada ao Conciérge do navio de apelido Fernandes natural de Mumbai.
É regressar às entranhas daquele monstro recheado de quartos que são cabines, suítes, salas de reuniões, halls com slot machines, lojas de roupa e jóias, um piano de cauda transparente e um quarteto de cordas, um deck twelve, o mais alto, com restaurante em cima do Tejo e piscinas para vários tamanhos.

É chegar a casa depois de 14 horas e meia ou apenas 10, moída, cansada, dorida, mas com um sorriso.

Podia tentar explicar porque é que, se já gostava do Embarkation Day, agora que vem antecedido pelo Debarkation ainda gosto mais. Mas há coisas que não se explicam. Sentem-se, apenas.

Posso, no entanto, garantir que não é pelo café. Americano. Que, mesmo em formato espresso, é impossível de beber. Nem tampouco pelo fato preto+camisa branca+lenço de seda ao pescoço que me deixam com ar de adulta séria mas que não sou eu. 11141182_10153166335573800_6918244566090493868_n

#day327

É tristeza. Uma espécie de desalento. Uma espécie de frustração. Por não entender, ainda hoje, o que há uns meses tanto questionei sem obter resposta.
Encerrei o capítulo assim, sem resposta e aceitei não saber. Decidi não querer saber. Decidi não querer mais.

Mas de repente a História retomou o seu curso como se aqueles meses, que foram três, não tivessem acontecido. Para, agora, novamente três meses depois, ter novamente as mesmas perguntas acrescidas de um punhado de outras novas.

É. É tristeza, sim. Desalento também. E sem dúvida que será frustração também. Porque me responsabilizo sempre, mesmo quando a responsabilidade não é minha. E as perguntas que faço questão de fazer novamente temo que novamente fiquem sem resposta.

Eu, que preciso de perceber. Tudo. Como funciona um automóvel ou como se faz crochet mesmo que não me vá ser preciso para nada esse conhecimento. E, acima de tudo, preciso de saber porquês.

Até lá, concentro-me no que me preenche, me faz bem, me acalma: o trabalho.

E sim, são estas as linhas com que me coso.11178066_10153164218048800_8488030171371612148_n

#day326

Há conversas cá em casa que, volta e meia, se repetem. A última, a de ontem, hoje não me largou todo o dia.
Ingenuamente cheguei a pensar, há uns tempos largos, que não seria necessário repetir porque o motivo dessas conversas estaria longe.

Não está, afinal. E ontem repetiram-se as perguntas. Especialmente a mais ouvida, “porquê isto?”, que nunca tinha tido resposta a não ser silêncio. Mas ontem teve. “Não sei”. E eu sei que não sabes. Acredito nisso. Porque nem eu sei. Nunca soube.

Acrescentei uma nova pergunta que me assaltou há uns dias, “desde quando?”. E a resposta, sincera, foi novamente “Não sei”. E acrescida de “vocês parece que têm uma barreira que vos separa”.

E temos. Desde sempre. Ou desde aquele momento em que nem tu nem eu sabemos identificar no Tempo.

Mas sei, eu, e tu também, que eu apenas reajo. Voltei a lembrar-te, uma vez mais, que o modo como ajo com os outros, sejam os outros quem forem, é apenas o reflexo da forma como os outros me tratam. Pela primeira vez concordaste.

Falámos do meu feitio. Que, sei, nem sempre é fácil. Especialmente em momentos de tempestade como agora. Em que rebento facilmente. “Acção -> reacção”, digo-te. E eu sei que me entendes. E me aceitas tal e qual assim, como sou.

Sei que nem toda a gente entende o meu feitio. E disse-te que há quem me pinte de forma mais negra do que na realidade sou, julgando que me conhece quando não conhece nada. Para quem o outro lado sempre foi o Mar da Tranquilidade enquanto eu nunca fui mais do que o Cabo das Tormentas.

Vi a tua desilusão, vi-te magoada quando me perguntaste “disse-te mesmo isso? Assim?” e te confirmei que sim, foi essa a comparação. Riste sarcástica, respiraste fundo e disseste-me, segura de ti, segura de mim, “as pessoas não te conhecem. Acham que sim, mas não te conhecem de todo”.
Desta vez fiquei eu em silêncio. Não soube o que responder. E percebi que ias continuar a falar. De mim. Para mim. Abertamente. “As pessoas têm medo da tua frontalidade. Porque tu és assim, frontal, desde pequenina. Sempre disseste tudo, apontaste erros e falhas. E ninguém gosta de ser confrontado com os seus erros. Mas tu sempre foste assim e continuas a ser. Não queiras ser de outra forma, porque esta és tu”.

E foi aí, foi aí, Mãe, que tantas peças se encaixaram, tanta coisa começou a fazer sentido.

Obrigada, Mãe. Por tudo. E, especialmente, por me aceitares como sou e me pedires para não ser de outra forma.11709851_10153162599093800_4446612950074340374_n

#day325

Cores? Quero-as todas. Mas há uma que supera todas as outras.

Seja nos lápis, seja no mundo lá fora.11693812_10153160564108800_5614566156236422988_n

#day324

{ainda em modo ventania. Hoje peço as palavras emprestadas. Porque “por vezes os braços que apertamos nunca mais são os mesmos”…}

E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos

David Mourão-Ferreira11667256_10153158465128800_4336915795141401305_n

#day323

Dizem que faz bem. Ando desde Agosto a tentar resistir-lhes. O mau humor de hoje fez-me entregar os pontos.

O desenho é proporcional ao mau estado de espírito de hoje. Porque há quem tenha memória demasiado curta. E com tendência a achar-se com o Rei na barriga e que todos lhe devem subserviência.
Lamento. Para esse peditório já dei. Durante muitos anos. E há quem simplesmente não mude, não consiga ser melhor.

A não esquecer: voltar a pôr-me de parte para benefício de terceiros? Já chega.

Preciso, muito, de tempo para mim. Volto à velha questão dos outros. Tenho que estar sempre disponível para os outros. E de preferência com um sorriso. Os outros sempre em primeiro lugar. Porque se impõem, não porque eu quero. Mas quando preciso que esses outros me dêem o espaço que preciso, o tempo que preciso, quando preciso, não acontece. Nunca percebi realmente porquê. Mas é sempre assim. E ando há meses a dedicar o meu tempo aos outros, dispendendo tantas vezes do meu tempo que devia ser usado a trabalhar {quantas vezes……} ou a usufruir de tempo livre só para mim. Já chega. Importam-se que possa parar de estar aí para vocês, os outros, quando preciso mesmo muito de me dedicar unicamente a mim…?

Ainda assim, ao chegar ao final do dia, prefiro lembrar-me do que foi bom ao longo deste dia de tempestade.

Agora? Venha daí mais uma noitada de trabalho para compensar as muitas horas que me fizeram perder hoje.11665444_10153156527683800_2784652348167467906_n

#day322

São dois. São meus. Sempre. Para sempre. Os meus Tudo.

De férias em casa da tia. E só eles importam. Meus. Para sempre.

{note to self: nada mais importa que não estes meus Tudo. Refocus. Please refocus.}11659226_10153154420903800_2666292636118731823_n

#day321

Cada vez mais: os bichos e as crianças.
Cada vez menos: as pessoas de idade adulta.

Hoje de manhã o dia acordou azul. Mas rapidamente choveu. Grande parte da manhã.
Ainda assim agradeço a honestidade que pecou por tardia. E que, tardia ou não, me recordou que sim, eram apenas moinhos de vento. Só eu insisti em {querer} ver de outra forma. Mas também, em grande parte, porque foi de outra forma que esboçaram o que, afinal, eram apenas moinhos de vento.

Mas depois há isto: as crianças e os bichos. O Nuno que me acompanhou grande parte do dia como se fosse um guarda chuva mantendo-me seca. O Jungle, um cão de montanha dos Pirinéus com o seu tamanho imponente e doçura proporcional ao tamanho que encostou a sua testa à minha, aninhou o focinho no meu ombro, encheu-me de mimos e sussurrou ao meu ouvido “vais ficar bem, vai ficar tudo bem”.

Sim, há magia naquele jardim. Sim, cada vez mais os bichos e as crianças. Sim, perdi o Norte. Sim, vou reencontrá-lo em breve. Porque mereço melhor.11403356_10153152148833800_487555159713000251_n