Category Archives: {#2023.Janeiro}

{#012.354.2023}

Esta semana está a ser um desafio como há muito tempo não tinha a nível de emoções. Não está a ser fácil gerir tudo e ainda conseguir ter cabeça para a formação que só termina amanhã e que vem muito carregada de informação.

Coração apertado de ansiedade e a querer pensar em coisas positivas mas sem conseguir, tal é o medo.

Cansada. Tanto. E cabeça absolutamente esgotada.

Vai correr tudo bem. O fim de semana está a chegar e aí vou ter tempo e ajuda para gerir e digerir tudo. Por agora tento ter uma noite tranquila. Amanhã será melhor. E, já o disse, vai correr tudo bem. Porque não pode ser de outra forma.

{#011.355.2023}

Começar o dia com mensagens já foi mais agradável. Não hoje…

Hoje foi só a confirmação de que estou, de facto, desiludida, magoada, chateada. Não diria zangada. Já o estive. Mas acho que agora estou, acima de tudo, desiludida. Muito desiludida. Nunca pensei que algum dia o estaria. Mas a verdade é que estou.

E cada vez tenho menos dúvidas do condicionamento. Ele existe. É real. E chega a ser gritante. Porque ninguém muda tanto em tão pouco tempo sem condicionamento. E é isso que me desilude, que me magoa.

A mudança de atitude é grande. De comportamento também. E tenho pena que alguém que se diz tão inteligente se deixe condicionar desta forma. E não, não sabe ler nas entrelinhas. Se soubesse tinha entendido a mensagem. E continua sem entender.

Mas agora, talvez por me sentir tão desiludida e magoada, não quero saber. Nunca gostei de pessoas que permitem o condicionamento, que o aceitam como algo normal quando não o é. E que mudam o comportamento sem motivo.

Estou zangada, afinal. Também estou zangada juntando a tudo o resto. E lamento, muito, que as coisas estejam como estão. Nunca pensei que viessem a estar desta forma. Mas estão. E não, a culpa não é minha…

Fazer o quê? Encolher os ombros, sorrir e acenar. E seguir em frente, continuando a olhar para cima. Recuso-me a voltar a ter os olhos no chão. Não fui eu que mudei. O resto? Logo se vê.

{#010.356.2023}

Fizemos o mais difícil. Dissemos adeus ao avô Zé.

E é nestas alturas que percebemos quem, de facto, está. Quem se importa.

Mais uma vez, palavras ditas só por dizer. Um “já te ligo” que nunca aconteceu…

Eu sei que fui eu que disse adeus. Talvez um adeus um bocadinho atabalhoado. Mas não fui eu quem reforçou a questão da amizade…

Areia para os olhos? Estou farta disso.

Amanhã? Será melhor. E só isso importa.

{#009.357.2023}

Sempre me chamou “Catarina da Rússia”. Desde que me lembro como gente que me lembro dele a chamar-me assim. Assim como me lembro dele ao fundo da sala no seu pullover amarelo a fumar o seu Português Suave ou a beber o seu café e respectivo xiripiti depois de almoço quando almoçávamos juntos.

Também me lembro do AVC. Do olhar assustado na maca quando chegou ao hospital e da forma como me agarrou a mão antes de entrar.
Passou pelo AVC sem grandes sequelas (se é que alguma!), passou com distinção por uma cirurgia que tinha tudo para correr mal (e correu até ele decidir que ainda era cedo), sobreviveu ao Covid duas vezes, em 2020 e 2022.

Trabalhou em farmácia toda a vida e tinha uma colecção de frascos de farmácia que eu adorava. E um dia, meio a sério, meio a brincar, disse-lhe “vô Zé, como herança posso ficar com os frascos?”. Disse-me que sim, mas nunca mais se falou nisso. Muitos anos depois, quando saiu de casa dele para o lar, ao desmontarmos a casa mandou o recado: “atenção que os frascos são para a Catarina”.

Não era meu avô de verdade. Mas sempre foi meu avô a sério.
Agora, fecha-se um ciclo. E a Catarina da Rússia segue órfã de avô…

{#008.358.2023}

O dia em que ficámos mais pobres… Toda a gente sabe que esta viagem tem um fim. E, aos 92 anos, é uma bonita idade para dizer que está na hora de parar.

Hoje perdemos o avô Zé. Ficámos, todos, mais pobres. Eu perdi um avô. Que me adoptou e deixou que eu o adoptasse também. Mais presente na minha vida do que o meu “avô de verdade”, desde sempre que me lembro da presença do avô Zé.

Sim, hoje ficámos, todos, mais pobres. Obrigada, vô Zé. Não me esqueço daquela passagem de ano em que, à meia noite e pondo um ponto final num ano difícil, me deu a mão e me pôs o braço por cima dos ombros quando, finalmente, consegui chorar. E ali ficámos os dois, sentados no sofá, de mãos dadas tal como verdadeiros avô e neta.

Dia triste, claro que sim. Mas que termina sabendo que foram 92 anos muito bons, dos quais 45 perto de mim.

Amanhã? Será um novo dia. O lugar que agora vagou não será preenchido. Deixa saudades. Mas amanhã será um novo dia. E, só porque sim, será bom. Vou ali dar uns mergulhos e umas braçadas até ao Bugio mesmo sem sair do sofá como fiz tantas vezes com o avô Zé. Daquelas coisas que só nós entendiamos e nos faziam rir cúmplices. Era uma coisa só nossa.

E, só porque tive este avô de adopção na minha vida, já valeu a pena.

{#007.359.2023}

Sábado, aquele dia aborrecido da semana. Hoje não teve tempo de ser aborrecido. Começar logo de manhã com três horas e meia de formação. Trabalho que acontece ao fim de semana. Seja. Estou sempre disponível para aprender e permitir-me ser melhor no que faço. Custou acordar com hora marcada quando o que precisava era não ter horário? Custou. Mas a manhã passou a correr.

À tarde, e apesar da chuva, sair. E terminar a tarde numa esplanada em conversa de raparigas.

Não houve tempo para ser um dia aborrecido como os Sábados sabem ser. E, só por isso, foi um dia bom.

A descoberta continua. Devagar. E muito focada num único ponto. Mas, enquanto fizer sentido, será para continuar. É um enorme “logo se vê”? É. Mas não me apetece que seja de outra forma. Para já está a ser bom. Quando deixar de o ser, logo se vê.

Claro que continuo a pensar no que não devo. Ainda não consigo não me lembrar, não pensar, não sentir. Continuo zangada, mas agora por outro motivo. Estou zangada porque a mensagem que queria passar não chego lá. E é pena. Mas, quando a mensagem é passada apenas por escrito, há muita coisa que se perde pelo caminho. Um dia talvez venha a acontecer o tal jantar que foi falado há um mês e meio. E, se acontecer, talvez a mensagem seja entregue. Mas cada vez mais acho que esse jantar está numa to do list muito pouco verdadeira… Eu sei que a lista de prioridades é extensa e sei que o meu lugar nessa lista é muito lá para baixo. Mas não gosto que me atirem areia para os olhos com falsas promessas. Não sou assim. Não sei ser assim. E por isso custa quando me fazem isso…

Sábado à noite e a vontade de concretizar novamente um pouco mais da descoberta. Ao mesmo tempo, muito cansada. E com a cabeça a fugir para onde não devia. O melhor a fazer é desligar e enroscar para aquecer. E descansar. Amanhã? Dia de consulta com o terapeuta fofinho. E depois voltar para a ronha e tirar o dia para mim.

Depois? Logo se vê.

{#006.360.2023}

Sexta feira e, outra vez, o frio. Muito frio. Difícil de sair da cama logo de manhã por causa do frio…mas receber mensagens para começar o dia sabe bem e ajuda no impulso necessário para arrancar. É ir à descoberta. E logo se vê.

Dia sossegado, apesar de tudo. E a cabeça a começar a entrar nos eixos. Agora? É aproveitar o fim de semana, aquecer e descansar. E continuar a ir à descoberta.

{#005.361.2023}

Quinta feira e o frio. Lá fora e cá dentro.

E uma frase em loop na minha cabeça: “if you think I’m too much for you, go find less”… E esta frase resume os últimos dias. E define os próximos tempos.

E, ainda, uma certeza: no fim não serei eu quem sairá a perder…

{#004.362.2023}

Quarta feira, dia do meio, dia nim, nem não nem sim. E sinto falta dos rituais. O matinal para começar bem o dia. O nocturno para terminar o dia com um aconchego. Tudo isto me fazia sentido. Tudo isto me fazia sentir bem. Tudo isto me fazia bem. Agora resta-me aprender a não ter nada disso. Começar o dia de forma quase vazia. Ir dormir quase desamparada. Mas, sei agora, foram rituais que duraram cinco anos e só a mim faziam bem. Para o outro lado era indiferente. Sempre foi indiferente. E, quando pensei em terminar com o ritual nocturno há seis meses, perguntei sobre isso e foi transferida para mim a decisão de o fazer ou não. A responsabilidade passou para mim porque, para o outro lado, interessava o que me fizesse feliz. Não foi isso que perguntei, lembro-me de pensar. Mas foi essa a resposta que tive. O politicamente correcto sem querer assumir a responsabilidade de uma situação que era tão simples de resolver. Bastava uma resposta sincera, fosse ela qual fosse.

Mantive o ritual ainda uns meses. Mas forcei-me a acabar com ele quando percebi que, em dado momento, já não estava a ser bem recebido. Acho até que, nesse momento, a minha presença, ainda que simplesmente online, não estava a ser bem recebida. Por isso, forcei-me a afastar-me. Cortei com o ritual nocturno, comecei a espaçar o ritual matinal até que acabei por cortar com esse também. Depois de cinco anos, em que esses rituais foram diários, cortar com eles não foi fácil. E todos os dias tenho vontade de os repetir. Mas não vão acontecer. Não só porque sei que não serão bem recebidos mas também porque sei que, neste momento, já não me vão fazer bem. E agora só me importa focar-me no que realmente me faz bem. Porque, percebo agora, estes cinco anos podem ter-me feito muito bem no início, mas nos últimos tempos só me têm feito mal. E isso eu não quero. Não preciso disso.

Ainda estou a gerir o que sinto sobre a decisão de dizer adeus. Um adeus que foi escrito, mas não foi entendido. Bastava ler nas entrelinhas. Mas, pelos vistos, não foi mesmo percebida a mensagem que quis transmitir. No entanto, vou-me afastando. Mas nem esse afastamento é entendido. Não vou sequer tentar fazer entender nada. Irá chegar o dia em que o outro lado vai perceber que não estou por perto. Não vai mudar nada, eu sei. Mas o que eu queria mesmo era que a leitura nas entrelinhas fosse feita correctamente e a mensagem chegasse ao destino…

Continua a ser tristeza aquilo que sinto. E um vazio pela ausência daqueles rituais diários que durante cinco anos me faziam sentir que havia alguém do outro lado. Hoje não há ninguém. E percebo que, se calhar, há muito tempo que esse alguém do outro lado estava apenas a ser politicamente correcto. E eu não gosto do politicamente correcto. Prefiro uma atitude sincera, doa ou não. Mas já percebi que é assim que o outro lado é. Nada a fazer, portanto…

Foi, portanto, mais um dia vazio. Amanhã não terei com quem realizar o ritual matinal, mas nem por isso o dia deixará de ser um bom dia. Simplesmente porque eu quero que assim seja. E porque a partir de agora só irei procurar o que me faz bem. A despedida foi feita. Entenda quem souber, de facto, ler nas entrelinhas…

{#003.363.2023}

Cansada de sair mais forte das situações. Porque implica ter que passar pela perda. Já devia estar habituada a perder, mas acho que nunca nos habituamos.

Já não estou (tão) zangada. Estou triste. Porque o fim está aí, se é que não veio já. A verdade é que já me despedi. Mas essa despedida não foi percebida. A mensagem seguiu, extensa. Onde estava tudo dito. Era só ler nas entrelinhas. Mas, ou as minhas entrelinhas são ilegíveis, ou então a mensagem não foi mesmo percebida.

Triste. É assim que me sinto. Mas sei que, agora, o tempo irá ajudar a amenizar o que sinto. E tudo o que sempre precisei foi de tempo. E não o tive. Tempo para deixar de ser o que sou: bicho do mato. Para poder sentir confiança em mim para conseguir mostrar-me como e quem sou. Tempo. Nunca pedi mais do que isso. E, na verdade, não o tive…

Mas agora terei esse tempo. Todo o tempo que for preciso para deixar de me sentir assim. Porque eu preciso desse tempo. E vou dar-me essa oportunidade. Depois de cinco anos, acho que mereço ter tempo para mim. Para lamber as feridas. Para recuperar. Para reerguer a cabeça. Para não me preocupar com mais ninguém que não eu mesma.

Um dia deixo de ser bicho do mato. Um dia, não sei quando nem como, deixo de ter medo de me dar a conhecer. Até lá, vou mantendo a armadura que carrego comigo. Aquela armadura que tenho desde sempre e que, nos últimos anos, se tornou quase impenetrável depois de tantas pancadas. E é dessa armadura que tenho que me desfazer se quero deixar de ser alguém que se esconde ao mínimo sinal de tentativa de aproximação.

Sim, preciso sempre de tempo. E desta vez não me deram o tempo que precisava. Foram cinco anos? De presença online sim. Mas de presença ao vivo foi apenas uma curta viagem que não me permitiu mostrar-me, não me permitiu ir despindo a armadura, dar-me a conhecer.

Sei que o fim está a chegar. Ou já chegou. Sei que a última vez até já deve ter acontecido, embora gostasse de ter um último momento para, de certa forma, me despedir. Já me despedi da única forma que me é permitido despedir. Mas essa despedida não foi percebida. Por isso, que aconteça essa última vez para poder definitivamente dizer adeus.

Triste. Posso sentir-me triste. Mas, com esta despedida, há uma coisa que eu sei: no fim não serei a perder. Já perdi o que tinha a perder, não posso perder mais. Por isso não serei eu quem sairá a perder. Porque há quem me vá perder a mim. Mas ainda não o percebeu…

Não sou perfeita, estou muito longe disso. Sou, estupidamente, bicho do mato. Mas não serei eu quem sairá a perder…

{#002.364.2023}

Dia de voltar ao trabalho. Sair de casa muito cedo, chegar a Lisboa bem mais cedo do que o habitual. Fazer tudo demasiado cedo. Previa-se um longo dia. E foi…

Receber resposta à mensagem que enviei. Não ter coragem para a ler…respirar fundo à hora de almoço, várias horas depois de saber que a mensagem tinha entrado. Entrar num estúpido estado de ansiedade simplesmente porque recebi resposta à minha mensagem. Ler. Tentar, no pouco tempo que tinha, assimilar tudo. Tentar, pelo meio, respirar e acalmar a ansiedade. Não responder a tua logo porque o tempo estava contado. Dizer apenas que responderia mais tarde, com tempo. E ter que gerir a ansiedade que se instalou até ser hora de apanhar o autocarro e aí sim, com tempo, começar a responder.

Ponto por ponto. Com calma. E tentar não me perder novamente e fazer entender o que originalmente quis transmitir. Não sei se consegui. Acabei por não ter tempo para responder a todos os pontos. Disse que continuaria mais tarde, quando chegasse a casa. Não o fiz. Ainda.

A ansiedade acalmou mas, por dentro, ainda tenho a sensação de estar a precisar de esclarecer tudo sem saber bem como o fazer. Acho que não vale a pena. Não vai mudar nada, nem eu quero que nada mude, com excepção do comportamento condicionado.

Era uma despedida. A minha mensagem era uma tentativa de colocar um ponto final naquilo que já não é. Mas já percebi que a mensagem não passou, não foi entendida como tal. Não sei se isso é bom. Também não sei até que ponto é que foi entendida e há algo ali que quer evitar que seja assim.

Ficou no ar a promessa de que o jantar vai acontecer. Mas eu não acredito em promessas há muito tempo. Têm tendência a não passar de palavras atiradas ao ar. Como me pareceu quando surgiu a ideia do jantar. Vamos ver…

Vou, ainda hoje, tentar concluir o que comecei esta tarde no caminho para casa. Não sei se o vou conseguir. Não hoje. Porque não gosto de esclarecer situações por mensagem… Prefiro uma conversa de viva voz. Presencial, de preferência. Talvez venha a acontecer. Não sei quando. Nem se vai realmente acontecer. Mas mantenho a minha vontade de colocar um ponto final naquilo que já não é.

Vamos ver. Se não concluir hoje, concluo amanhã ao final do dia, depois do trabalho que vai ser novamente a partir de casa durante este mês. Vou ter tempo para o meu momento comigo mesma na esplanada do costume. Vou ter tempo para pensar no que não devo. Vou ter tempo para reflectir. E logo se vê a que conclusões chego.

Amanhã? Logo se vê. Mas, dependendo de mim, será um dia bom. Porque eu quero e porque eu estou em primeiro lugar. Depois o resto. Primeiro estou eu. E por isso mesmo é que decidi colocar um ponto final naquilo que já não é. A amizade? Logo se vê se resiste…

{#001.365.2023}

Primeiro dia do ano. Domingo. Tinha tudo para ser um dia para descansar. Afinal, amanhã é dia de regresso ao trabalho depois de uma semana doente. E depois de uma noite com apenas quatro horas dormidas seria de esperar que tirasse o dia para me enroscar no sofá. Mas não foi isso que aconteceu, claro…

O primeiro dia do ano é dia de aniversário de um sobrinho do coração, sobrinho com sabor a Limão. Foi dia de ir almoçar com a família de adopção, que adoptámos e nos adoptou. Foi tranquilo, mas o que eu precisava mesmo era de recuperar da noite estupidamente curta.

Noite estupidamente curta porque durante todo o dia de ontem adiei escrever a mensagem que queria. Veio a passagem de ano (a mais solitária de sempre porque só eu estava acordada à meia noite…), veio o barulho e o fogo de artifício, veio a agitação na rua. E a mensagem continuava por escrever. Mas escrevi. E enviei.

Escrevi aquilo que chamo de mensagem mas que se tornou em algo extenso. Muito extenso. Como se fosse uma carta. Foi um email que, se fosse para imprimir, seriam três páginas. Onde expus tudo o que trago cá dentro. Onde falei do que sinto (sentia? Já não sei…) como nunca tinha falado antes a quem está do outro lado. Falei, pela primeira vez, do medo que senti tantas vezes. Perdi um pouco o rumo do que queria resumir. Porque não sei, nunca soube!, fazer resumos. Mas falei de tudo o que me levou ao momento de escrever a mensagem.

Enviei o email às 3h40 da manhã. Tinha começado a escrever pouco depois da meia noite e meia. Informei do envio. Disse “se quiseres ler”… Houve um muito breve retorno ao aviso já muito para lá das 5h da manhã. Como que a dizer “já sei que enviaste o email”.

Se foi lido? Se vai ser lido? Não faço ideia. Mas também sei que, devido à extensão do que escrevi, para ser lido vai ser necessário tempo. Disponibilidade. Quando é que vai haver essa disponibilidade? Ou até mesmo essa vontade? Não sei. Sei apenas que dificilmente haverá resposta. E não tem problema não haver resposta. Só gostava de saber que foi lido. Porque resposta não preciso.

Foi um fechar de ciclo. Foi o encerramento de algo que já não é. Foi uma despedida? Talvez. Não sei mesmo . Mas foi, de facto, não deixar nada por dizer.

É possível que esteja um bocadinho confuso, não no sentido do que quero dizer, mas na estrutura. Foram 3 horas. Cansada. Com sono. A escrever via telemóvel. Sim, é possível que a estrutura esteja estranha, confusa. Mas a mensagem que queria passar está lá. Se houver resposta, tudo bem. Lê-se e parte-se daí para onde tiver que ser. Se não houver resposta, que é o mais provável, sigo o meu caminho com a confirmação de que cinco anos foram descartados com enorme facilidade.

Hoje não vou pensar mais nessa mensagem. O que vier a partir daí, vem. Amanhã logo se vê…

Mas não podia ser de outra forma. Tinha que mandar cá para fora tudo o que trago cá dentro. Caso contrário, sei que não ficaria bem e acabaria consumida por isto

Não deixar nada por dizer. E não deixo. A mensagem seguiu, foi entregue. Se será lida? Não depende de mim.

Estou muito cansada. Por hoje chega. Amanhã? Logo se vê. Mas será um dia bom. Porque eu quero que assim seja. De resto, irei continuar a encolher os ombros, sorrir e acenar…