Category Archives: {#2024.Março}

{#072.295.2024}

Acho que estou chateada. Ou zangada. Ou o que for. Mas é, acima de tudo, comigo mesma.

Mais uma voltinha, mais uma viagem ao Hospital, mais uma análise, desta vez mais rotineira e cujo resultado irei saber na consulta da próxima semana. Menos mal. Mas nunca me imaginei a ir tantas vezes ao Hospital com no último mês e meio…

Tirando isso, estou chateada. Ou zangada. Ou, pior do que tudo isso, é uma grande dose de insegurança aliada a uma pitadinha de ciúmes. There, I said it.

Não gosto de silêncios. Não dizem nada de bom. Não vou marcar presença. Não me vou impor. Eu em primeiro lugar, certo? Seja. Mesmo depois de 9 meses, pela primeira vez a dúvida, desde sempre a insegurança.

Não. Não serei eu a quebrar o silêncio. Depois? Logo se vê. A insegurança fala muito alto. Chega a gritar. E, neste momento, não quero dar-lhe ouvidos.

Tenho muito com que me preocupar. E toda essa preocupação é comigo. Só comigo. Por isso, quem quer estar, está. Quem não quer, siga viagem. Em primeiro lugar estou eu.

Hoje o dia foi comprido e cansativo. Pelo menos a manhã. A tarde, que tinha destinado ao Photoshop, acabou por ser de recuperação da manhã. Estava exausta 4 autocarros depois.

Amanhã. Depois da fisioterapia, antes do Yoga, não posso ceder ao sofá.

Tudo o resto? O silêncio, a insegurança? Ficam para depois. Não agora. Mas não vou, nem posso!, ser eu a quebrar o silêncio…

9 meses depois, a dúvida, a insegurança e aquela pitadinha azeda de ciúmes…

Whatever!

Amanhã logo se vê. Hoje não. Não quero. Amanhã.

{#071.296.2024}

Fisioterapia terminada por hoje. Muitos saltos no mini trampolim, passadeira e passagem de bolas de vários tamanhos, passagem pelo corredor em ziguezague a contornar obstáculos e um bocadinho de Yoga para trabalhar o equilíbrio no final.

5 estrelas como sempre, graças ao Daniel e ao Ricardo, os estagiários a quem, de bom grado, chamo meus meninos e que me fazem rir muito durante as sessões de fisioterapia. Hoje avisei à chegada que estava de mau humor e muito zangada com os resultados de ontem. O Ricardo foi trabalhar com o sr. João e, como sempre, o Daniel ficou comigo. E sim, estivemos a falar dos resultados e do que aí pode vir.

O Daniel tem, literalmente, metade da minha idade, 23 anos. É aquilo a quem ainda nos atrevemos a chamar de miúdo. Mas, pelo que conversámos hoje sobre o resultado das eleições, o Daniel tem a cabeça no sítio. E fico muito contente por ele.

O estágio do Daniel e do Ricardo neste hospital termina sexta feira. Já lhes disse (várias vezes) que lhes vou sentir muito a falta. Eles riem-se e dizem sempre que quem vem a seguir, o Miguel e o Alexandre, também me vão tratar bem, ao que eu respondo sempre que não é a mesma coisa.

Sexta feira vai ser dia de despedidas e eu não gosto nem um bocadinho de me despedir de ninguém, muito menos de quem me marca pela positiva. Como estes dois.

Muito trabalho feito e feito a sério, diz o Daniel que já mostro progressos. E, no meio destas sessões em que houve sempre muito trabalho e que desde a semana passada tem aumentado de intensidade, o que nunca faltou foi risota. Presente desde o primeiro dia. E a risota ajuda MUITO nos exercícios propostos, que tantas vezes se pareceram com pura brincadeira.

Ao Daniel e ao Ricardo tenho que agradecer. E agradeço MUITO. E, do fundo do coração, desejo-lhes TUDO de bom. Seja a nível profissional ou a nível pessoal. Só desejo que sejam muito felizes. E que continuem a rir! Muito!

…e, noutro tema: faltam exactamente 15 dias para o meu aniversário. Se já fiz e enviei os convites? Claro que não. Mas de amanhã não pode passar, embora ande a dizer isto há demasiados dias. Mas amanhã vai!

{#070.297.2024}

Há um ano, escrevia isto nas redes:

“Tão mas tão zangada…
Critérios que não fazem sentido? É ali. Como se o trabalho presencial fosse garantia de melhoria nos resultados. Sendo que o único resultado a precisar de ser melhorado é o tempo médio de chamada. Resumindo, preferem ter clientes a ligar duas e três vezes pelo mesmo motivo e porque não lhes foi explicado nada, é isso? Tá bem. Então quando regressar ao trabalho presencial na segunda feira vou começar a despachar clientes sem explicar nada só porque, como estarei em trabalho presencial, vou automaticamente melhorar o resultado do tempo médio de chamada. Faz sentido. Só que não.

Tão mas tão zangada. Mesmo. Quando as coisas não fazem sentido (porque não fazem!) fico zangada. Mas tá bem, pronto. Só que não!”

No blog também desabafei…ainda sem contar com os dias que se seguiriam…

Este ano, ao recordar este dia, escrevi isto também nas redes:

“E foi há precisamente um ano que me zanguei como nunca me tinha zangado antes. Completamente virada do avesso. Ao ponto de não me reconhecer. Era sexta feira. O fim de semana serviu para tentar digerir a decisão daquele que, nesse mesmo dia, ganhou o cognome de Calhau Com Olhos. Tentei digerir mas era tudo de tal forma indigesto que não consegui. Virada do avesso o fim de semana todo e mais além. Há atitudes que ainda hoje, um ano depois, continuam a não fazer sentido. Para ninguém. E para mim não fizeram mesmo. A verdade é que me atingiu de uma forma que não sabia possível. Não me reconheci a mim mesma. Mas na segunda feira apresentei-me no loca de trabalho (presencial) ainda a tentar digerir e ainda virada do avesso.
Foi, até hoje, a primeira e única vez, que alguém me alterou ao ponto de não me reconhecer a mim mesma.
As dores de cabeça intensas e persistentes começaram aí. E mantiveram-se durante meses. Até fazer TAC e Ressonância Magnética Craneo Encefálicas que descobriram aquilo que, ainda hoje, não passa de uma suspeita porque o diagnóstico ainda não está completamente fechado.
Já existiam sinais. Muito leves. Mas depois desse dia, há um ano atrás, foi vê-los cada dia mais presentes e mais intensos.
Se há uma relação entre uma coisa e outra? Ainda não sei. Mas acredito que este episódio possa ter despoletado algo que estivesse latente. Porque, naqueles dias em que me viraram do avesso, não tenho dúvidas absolutamente nenhumas que tenha feito estragos, dada a violência do que senti dentro de mim.
Foi há um ano. E não me esqueço.”

E, diz quem sabe disto mais do que eu, sim, é possível que tenha sido uma grande ajuda para iniciar este processo em que me encontro agora, ter despertado o que estava latente com sinais ainda muito ténues mas que agravaram substancialmente depois deste episódio que me virou do avesso…e também não esqueço.”

…….a respirar fundo pelo desfecho do dia de hoje, dia de Eleições Autárquicas. Com resultados que são difíceis de entender, até de aceitar. Fascismo? Sempre lhe disse não, mesmo quando ainda pouco sabia sobre ele. Mas depois cresci e aprendi. E reforcei: NÃO!

Mas os resultados de hoje são medonhos. E eu, claro, tenho medo. Só me resta dizer que é preciso sair à rua, lutar e fazer valer Abril.

Isso e dizer palavrões feios, daqueles típicos de quem está ainda incrédula quase 4 horas depois das primeiras projecções. E a vontade é fugir. Para um sítio melhor do que aquele que se prevê para aqui…

{#069.298.2024}

Sábado, aquele dia aborrecido da semana, menos para o meu momento actual que não dá tempo para aborrecimentos. É acordar cedo, tomar o pequeno almoço, mudar de roupa, ir beber um café se houver tempo, ir até ao Yoga, fazer a aula, fazer o caminho de volta, voltar ao café por um bocadinho, começar a chover a sério com vento gelado e forte no momento de voltar sozinha para casa, tentar andar mais rápido e não conseguir sempre com medo de me desequilibrar e cair, chegar a casa gelada e encharcada, mudar de roupa para algo seco e quentinho, aquecer as almofadas térmicas de trigo e enroscar no sofá até ao regresso da minha mãe. Ficar ali a aquecer até que ela volta, almoço ligeiro, voltar a aquecer as almofadas que ainda estavam mornas, voltar a enroscar no sofá e apagar ali. A tarde toda. Ainda houve tempo, quando acordei, para lanchar. Mas não houve coragem para sair do quentinho do sofá até ao jantar.

Agora, jantar terminado, acabar de escrever no blog sobre um sábado que não teve tempo para ser aborrecido e, daqui a uns minutos, rumar à cama. Uma coisa que não me posso esquecer e já começa a acontecer demasiadas vezes: ligar o carregador do telemóvel. Amanhã de manhã é dia de consulta com o terapeuta fofinho, o telemóvel tem que estar totalmente funcional quando acordar.

Ainda tenho um trabalho em Photoshop para fazer, que já devia estar terminado e ainda nem sequer comecei, mas ainda não foi hoje que consegui ter energia para pegar no computador. Os meus dias têm sido isto: completamente esgotada depois de fazer um esforço por mínimo que seja, a energia esgota-se logo. Daí aterrar no sofá tão facilmente e por tanto tempo. Mas amanhã, mesmo sabendo que no final da consulta vou estar esgotada mesmo sem sair de casa, vou ter que evitar enroscar no sofá e agarrar no computador.

É esta a minha vida agora… Mas, um dia que não sei quando, vai melhorar. Ou pelo menos espero que sim.

Amanhã? Não posso enroscar no sofá até estar tudo terminado e enviado. Depois disso, logo se vê.

{#067.300.2024}

Mais uma manhã de Hospital, e desta vez a começar muito cedo, ao ponto de chegar ao Hospital antes das 8h da manhã. Porque, logo às 8h10 houve electromiograma para avaliar braços e pernas e perceber a velocidade de reacção aos estímulos eléctricos primeiro e magnéticos para terminar.

Um exame extenso e demorado para, de imediato, passar a consulta de fisiatria. Avaliação do pavimento pélvico. Que, digo eu, já apresenta algumas dificuldades. E, pela primeira vez, foi nesta consulta que me informaram que alguns dos milhentos exames que já fiz estão muito atrasados. Portanto, está demorado até ser fechado o diagnóstico.

Estou cansada das constantes idas ao Hospital, seja 3 vezes por semana para a fisioterapia, seja para exames ou consultas. É cansativo. Desde a data de internamento passou (apenas) um mês. Mas, e tenho que admitir, estou a ser estudada ao extremo. As pessoas queixam-se muito da saúde em Portugal e terão as suas razões. Mas, neste último mês, o meu processo não parou. E tem-se mexido a uma velocidade impressionante. Os resultados estão a demorar, eu sei. Mas tudo o resto está a mexer.

E estou muito satisfeita com todos os profissionais com quem me tenho cruzado. Com excepção, claro. para a equipa de seguranças do Hospital. Foram escolhidos a dedo para serem, todos eles, mal dispostos e trombudos…

Amanhã lá estarei novamente à tarde, com os meus meninos, os estagiários da fisioterapia que, de tanto rir com eles, o trabalho fica mais fácil de suportar tanta coisa. E, esta manhã, na sala de espera antes da consulta de fisiatria, encontrei-os de passagem e claro que tive que os chamar para cumprimentar e rir mais um bocadinho com eles.

E, mais uma vez, adormeci a escrever o post. Deixei por aqui uma linha de caracteres soltos sem sentido. Já começa a ser recorrente. Assim como facilmente adormecer no sofá a qualquer hora. Eu gostava de estar mais activa. Mas, pelos vistos, não é possível…

{#066.301.2024}

Quarta feira e os horários marados do transporte do Bombeiros até à fisioterapia. Que chegaram quase meia hora mais cedo, no momento exacto em que comecei a almoçar. Tiveram que esperar, claro. Não volto à fisioterapia sem almoçar, como já aconteceu…

E a fisioterapia hoje já foi um bocadinho mais puxada, com bolas contra a parede, bolas pelo ar, bolas ao cesto de basket, passagem de bola pelo chão, mini trampolim, passadeira e, para terminar, um bocadinho de Yoga. Claro que, pelo meio, muita risota. Eu sei que eram exercícios importantes para trabalhar o meu equilíbrio, mas aquela hora e meia mais pareceu que estávamos no intervalo da escola e a divertirmo-nos muito. E quando é assim, é tão melhor.

Claro que cheguei a casa exausta. E não tive como não aceitar a sugestão da minha mãe: não ir ao Yoga. Não estava, de facto, em condições para ir a pé, fazer a aula e regressar a pé. Não é muito longe, fica a 1km de casa, mas para mim, neste momento e depois do esforço da tarde e sendo que teria que fazer 1km para cada lado, ou seja 2km, seria uma distância imensa…

Amanhã é dia de madrugar com exames no hospital logo às 8h10 e consulta às 10h. O despertador vai tocar às 6h e eu já devia estar a dormir.

Depois do exame e da consulta, ao chegar a casa é certo que vou enroscar no sofá. Tenho coisas para fazer relacionadas com o que quero que aconteça no final do mês: o meu jantar de aniversário. Para celebrar a vida. Dê por onde der, seja em que margem for, vai ter que acontecer. E não pode passar de amanhã tratar do que está em falta…

Mas por hoje já chega. Estou cansada, tenho frio e preciso de acordar de madrugada…

O resto? Logo se vê…

{#065.302.2024}

Diz quem sabe que o mantra é “um dia de cada vez”. Antes de mo dizerem já eu repetia isso a mim mesma quando este carrocel começou. E a verdade é que tem mesmo que ser um dia de cada vez, sendo que nenhum dia é igual ao outro. E essa parte já começo a entender. Porque um dia, mesmo com apoio, até consigo andar sem grandes problemas e no dia seguinte só o apoio da muleta não é suficiente e volto a ter como apoio para não me desequilibrar o braço da minha mãe. A muleta ajuda a apoiar quando descaio para a esquerda, mas o braço da minha mãe ajuda-me a não perder o equilíbrio por completo.

Caminhar está cada vez mais difícil. Dores, pernas descoordenadas e desobedientes, sem muita força.

Mas, lá está, é um dia de cada vez.

Cada coisa que faço me deixa estoirada. Até coisas básicas como tomar banho. Fico de rastos.

Hoje vou tentar dormir cedo lembrando-me que há quem não desista de mim. E tentando lembrar-me que também eu não posso desistir de mim.

Hoje mais uma consulta. E recomendação de vacinas que não fazem parte do plano nacional de vacinação. E, pelo que já percebi, não sei onde vou arranjar o dinheiro para as comprar. Só sei que as vou tomar, dê por onde der.

Hoje é tentar dormir cedo. Amanhã é dia de regresso à fisioterapia e ao Yoga. Não sei como me vou aguentar. Mas arranjarei maneira de o conseguir. Por isso, amanhã logo se vê…

{#064.303.2024}

Segunda feira e acordar já (muito) cansada. Ir para a fisioterapia e, ao chegar, informar que “hoje o bom humor não veio”, mas, logo no começo dos exercícios, começar a rir com os meus estagiários de estimação. A rir de mim própria, claro.

Mas sempre muito cansada. Com muito sono. E desejosa de voltar para casa direitinha para o sofá, claro.

Como previsto, os bombeiros trouxeram a casa. E qual foi a primeira coisa a fazer? Ir à esplanada do costume beber um café.

Hoje não foi fácil. Alguma coisa se perdeu no fim de semana. Provavelmente por ter passado dois dias a dormir mais do que a andar. E eu preciso muito de andar. Não tenho ido ao paredão. Primeiro porque está a chover, depois porque está frio, ainda porque está vento e depois porque o acesso ao paredão ficou condicionado quando as ondas lá chegaram e o encheram de areia. Desculpas, portanto, porque em vez de ir ao paredão podia ter ido ao parque. Ou à vila. Ou a outro sítio qualquer. Mas não fui. E tenho que ir.

O dia hoje começou muito difícil. Dores e desequilíbrios em barda. Ao ponto de, quando entrei na carrinha dos bombeiros, o sr. Rui, motorista habitual que só não me acompanhou na sexta feira, me perguntar “então? O que é que aconteceu? Na semana passada estava melhor…”. Pois estava…mas por algum motivo hoje não estou.

Amanhã volto ao hospital para uma consulta. Mas, quando voltar, não posso permitir-me voltar para o sofá, como hoje. Com tanta coisa para preparar para o que eu quero que aconteça, o meu jantar de aniversário, ainda não consegui começar nada… Não pode ser.

Amanhã logo se vê, mas vou ter que me dedicar ao computador e fazer o que tenho a fazer.

Não é esta a vida que eu quero. Dizem-me que com a medicação melhora. Mas para ter acesso à medicação preciso de ter um diagnóstico fechado. Que ainda não tenho…

É continuar a esperar, não é? Pois…

Amanhã logo se vê. Resta-me encolher os ombros, sorrir e acenar. Um dia de cada vez. Sem pressa. Mas com alguma ansiedade por estar à espera há tantos meses desde que se levantou a suspeita. Foi em Julho…é verdade que só tive consulta faz amanhã um mês, com internamento directo e muitos exames feitos. Mas ainda não tenho os resultados nem consulta marcada para neurologia nem diagnóstico fechado…

Vou continuar à espera. Um dia a coisa acontece…

{#063.304.2024}

Domingo, aquele dia em que o movimento é opcional. E hoje foi.

Acordar quase em cima da hora da consulta com o terapeuta fofinho, tomar o pequeno almoço quase a correr, ligar-me ao Skype já depois dos 15 minutos habituais dele. Falar um bocadinho de tudo. Mas, para ser honesta, não me lembro de metade do que falámos hoje… O sono não me deixou registar grande coisa. A verdade é que, assim que a consulta terminou, fui aquecer as almofadas de trigo, aninhei-me no sofá, em menos de nada, adormeci…

Desta vez das 13h (ou até antes) até às 16h…

Já me têm dito que nesta minha nova condição (que só chamarei de doença – que é de facto – quando finalmente tiver o diagnóstico fechado), dizia eu que já me têm dito, entre médicos, fisioterapeutas e quem já tem o diagnóstico fechado, já me têm dito que o sono constante faz parte, é normal. E não é cansaço. É fadiga…

Ainda tenho muita coisa para aprender, como por exemplo a diferença entre cansaço e fadiga. E como lidar com isto, sobretudo o sono. Porque eu tenho coisas para fazer que vou adiando porque depois de almoço ou saio para a fisioterapia ou apago no sofá. E, nos dias de fisioterapia, quando chego o destino é sempre o mesmo, o sofá. E claro que adormeço.

Hoje jantei cedo. Antes das 20h30 estava pronta para ir para a cama. Mas não pode ser. É demasiado cedo para ceder. São agora 22h e tenho estado no cadeirão a adiar a ida para a cama. Porque, já sei, assim que deitar a cabeça na almofada é caso para dizer “já foste!”. E fui mesmo…

Ao final da tarde obriguei-me a sair de casa para beber um café. Não fui muito longe. Diz-me o telemóvel que hoje, o dia inteiro, fiz uns meros 380 metros. E o fim do dia tinha tudo para ter um pôr do Sol na praia lindo. Mas eu não tinha, nem tenho, pernas e equilíbrio para chegar lá…

Amanhã, depois da fisioterapia, logo se vê. Agora o destino é a minha cama. Amanhã é só mais um dia daqueles que se vive um dia de cada vez. Porque, diz quem sabe, que não há dois dias iguais… E eu já estou farta disto, especialmente de ainda não ter um diagnóstico fechado. E, como tal, não ter qualquer medicação que me ajude a enfrentar esta coisa…

Amanhã será melhor. Espero eu. Depois? Logo se vê…

{#062.305.2024}

E depois há aquele dia em que sais da cama quase à hora de sair de casa, tomas o pequeno almoço a correr, ganhas coragem para te mexer apesar das (muitas) dores, envias mensagem ao professor de Yoga a dizer que vais chegar atrasada mas que vais estar presente.

Tentas ir à maior velocidade possível para não chegares demasiado atrasada. Custa para caraças desafiar as dores, os desequilíbrios, o vento forte e o frio. Mas faz-se. E fez-se.

Cheguei com 20 minutos de atraso, mas cheguei. Contornei as dores e fiz os exercícios o melhor que me foi possível. Mas fiz.

No final da aula, a recomendação do professor: “quando chegares a casa, comes qualquer coisa ligeira e vais dormir! Nem que seja no sofá!”.


Primeiro café do dia depois do meio dia em esplanada alheia. Ainda fui só ali tratar de mim rapidamente e depois casa! E sofá, claro.

Foi chegar a casa, comer qualquer coisa, sofá e, 6 horas depois, voltar ao mundo dos vivos. Ou dos acordados, pelo menos.

Seria de pensar que, depois de 6 horas de sono profundo no sofá, não houvesse sono para a noite. Mas há. Muito. Uma imensidão de sono. Tanto que ainda não são 22h30 e já vou para a cama. Faz parte, dizem-me. Seja. O importante é ouvir o meu corpo, obedecer-lhe e tomar conta de mim. Amanhã? Logo se vê.

Sei que tenho coisas para fazer que queria ter feito hoje e não fiz. Vão ter que esperar.

Amanhã. Logo se vê, mas amanhã também é dia. Agora é cama.

{#061.306.2024}

Fisioterapia terminada por hoje.

Dei pela falta de um dos meus estagiários, mas dos dois mantém-se presente aquele com quem posso rir mais facilmente. E sim, nas sessões de fisioterapia, custe mais ou custe menos (e às vezes custa bastante) com ele estou sempre a rir. E ele também se ri. Muito. Já lhe disse que sou palerma, até um bocadinho pateta. E, quando lhe digo isto, o que é que ele faz? Ri-se, claro.

Já sei que o estágio dele termina daqui a duas semanas. É mais um bom profissional que vou perder. Mas, lamento, vou continuar a rir durante as sessões e nos exercícios. Vão doer. Mas eu vou continuar a rir-me da dor.

Entretanto era preciso que aquela porta de acesso à sala de espera se abrisse para dar entrada aos bombeiros que me vão devolver à procedência. Disseram que estavam cá às 15h para me levarem para casa. São quase 15h20 e nem sinal deles. E eu quero muito ir almoçar. Além disso, as salas de espera dos hospitais são dos sítios mais solitários que conheço.

E agora que sou Utente Frequente (mesmo sem cartão para acumular milhas) do Hospital Garcia de Orta tenho conhecido várias salas de espera e são sempre iguais. Denominador comum? A dor. E da minha dor a mim dá-me para rir para a enfrentar. Mas não me atrevo a rir da dor de quem está na sala de espera…

Não me perguntem qual é o meu fascínio com o Cristo Rei, não saberia explicar porque, na verdade, nem eu entendo. Mas, sempre que o vejo, tenho que o registar. E hoje na companhia de uma das obras que gosto tanto e que está irremediavelmente danificada. Gente sem noção, portanto…