“- E depois daquele dia, o que é que te aconteceu? Como é que ficaste?
– …………doente…fiquei doente…”
Não é de ânimo leve que o digo, porque não {me} é fácil aceitá-lo. Verbalizar o que fiquei depois daquele primeiro dia depois de 42. Doente. Fiquei doente. Ainda estou doente. Muito mais do que gostaria, muito mais do que queria.
Sim. Estou doente. Não, não é fácil aceitá-lo. Especialmente quando pensava que o carrossel comboio fantasma montanha russa que não precisa de moedas começava a perder velocidade. Afinal era só mais uma daquelas voltas lentas antes de voltar a vertigem da queda. E desta vez uma queda demasiado rápida. Demasiado a pique. E perceber que preciso de mais ajuda do que aquela que já tenho.
Um dia o carrossel comboio fantasma montanha russa que não precisa de moedas vai abrandar de vez e acabará por parar. Mas não é já. Não ainda. Não agora.
Um dia.