“Desejo-te toda a coragem” e eu agradeço. Porque é coragem que preciso e não encontro. Não sei sequer onde a procurar, quanto mais encontrar…
E ao mesmo tempo penso que estupidez! Já passei por tanto e enfrentei tanto cheia de força, porque raio não consigo agora dar um simples passo? É medo, eu sei. Medo do não porque acho que não estou preparada para isso. A auto estima baixa, sempre a auto estima a derrubar a força que sei que tenho. E afinal é uma coisa tão simples que quero dizer. Mas e se “não”? É isso… É isso que me prende e me deixa totó e me impede de dizer o que quero.
Toda a coragem… Onde é que se encontra? Procuro-a em mim mas talvez não no sítio certo porque não a encontro.
De repente dou por mim adolescente novamente. Cheia de borboletas na barriga e sonhos e desejos e medo e falta de coragem.
Mostra-me o caminho para essa coragem que me desejam e que eu preciso mas não encontro… Porque é que tem de ser tão difícil? Não devia ser.
Afinal, não é nada de extraordinário o que quero. É tão simples quanto falar. Expor. Dizer.
Mas é também mostrar-me vulnerável, mostrar fraquezas, mostrar-me por completo. E é por isso que me falta a coragem de dizer o que trago cá dentro. E é tão bonito o que trago cá dentro… Porque é que é tão difícil…?
Toda a coragem… Falta-me toda a coragem. E depois lembro-me que basta respirar fundo e saltar. Mas tenho pavor de cair e arrastar-me no abismo desse salto.
Tenho medo. Do não. E é esse medo do não que me faz perder a coragem que sei que tenho para tanta coisa.
Tenho medo. Quando devia ter coragem.
Do não. É disso que tenho medo. E é por isso que pareço mais totó do que sou na realidade.
Tenho medo. Do não. Quando devia ter coragem. Mesmo podendo haver um não.
Porque é que teimo em perder tempo a ser cobarde quando não quero perder tempo que não tenho a perder?
A coragem vai chegar. Vai ter que chegar. Até lá é o medo…
O medo… Do não.