Monthly Archives: January 2022

{#11.355.2022}

Terça feira e nunca mais é sábado…

Ando cansada, por nada mais do que as noites interrompidas. Sono o dia todo e o trabalho que se faz a partir de casa da mesma forma que se faz no escritório. E novamente a ideia de não querer voltar ao escritório tão cedo. Pelo menos até ter a dose de reforço da vacina, para me sentir mais segura ao enfrentar os transportes públicos. Da maneira que as coisas andam lá fora, só me sinto segura em casa. Mesmo sabendo que a rotina diária de ir para o trabalho me faz falta. Mas não lhe sinto a falta agora, não agora. Não neste momento.

Numa outra nota, novamente o orgulho. Ou ainda o orgulho. Nada meu, nada que tenha a haver comigo (nem remotamente!), mas o orgulho. E a confirmação de que há coisas sobre as quais não posso falar com toda a gente. Se no sábado tive uma conversa de raparigas em que tive todo o apoio, como já sabia que tinha, hoje numa outra conversa também de raparigas tive contacto com os antípodas. Que também já sabia que era assim, mas que me magoa cada vez que se repete e me confirma o que já sei.

Não interessa. O que trago comigo cá dentro, comigo e em mim, é bonito. E o que há, e que é o que é, também não é mau. É uma amizade desinteressada, sem duplos significados, sem outras intenções que não apenas a amizade. E isso é bom. E foi a melhor coisa que me podia ter acontecido e realmente aconteceu nos últimos anos.

Se tiver que acontecer mais alguma coisa, acontece. E acredito que o tempo irá acabar por dar razão ao meu gut feeling. Há coisas que levam o seu tempo. E eu não me importo de esperar. Porque também não consigo fazer de conta que não existe e seguir em frente. Não sei funcionar assim. Não sei desligar o que sinto. E o que sinto sabe-me bem e, mais importante, faz-me bem.

Mas magoa-me quem acha que “é uma parvoíce”…

Enfim. Amanhã será mais um dia em que o que trago comigo, cá dentro, em mim se vai manifestar de alguma maneira e será bom na mesma. Se um dia deixar de sentir o que sinto, vou ter pena. Muita. Mas por agora mantenho-me firme. Porque, mais uma vez o digo, é bom o que sinto. E faz-me bem. E é bonito.

Sim, amanhã será mais um dia bom e bonito. E eu vou continuar a sorrir aquele sorriso ao canto da boca e com brilhozinho nos olhos. Mesmo que haja quem me diga que “é uma parvoíce”…

{#10.356.2022}

Segunda feira e não saí de casa depois do trabalho como costumo fazer. O frio falou mais alto. E também não me apeteceu a esplanada takeaway Covid cheia de gente sem máscara.

Mas a vontade de sair existe. Com a condição de sair com a companhia certa, para um café que se pode traduzir, para o outro lado, num chocolate quente.

E podíamos conversar sobre os actuais tempos de mudança e rir como sempre rimos. Sinto falta desses momentos. Que são poucos e sempre com intervalos muito espaçados, mas que podiam ser mais frequentes. Houvesse, do outro lado, tempo e vontade. Contra a falta de tempo não posso fazer muito nem criticar. Quanto à falta de vontade…bem, é o que é. Já o sei há muito tempo, já foi falado, entendido e aceite.

Mas há sempre uma esperança de que as coisas mudem. E sim, um dia ainda podem mudar. Acredito que não só podem como vão mudar.

Anyway, segunda feira e não saí de casa. Amanhã logo se vê se saio, se vou à rua aproveitar o final do dia.

Mas o que queria mesmo era companhia para um chocolate quente. E eu nem gosto de chocolate quente…

{#09.357.2022}

Domingo. E muito frio. Que, claro, resultou em muita ronha. Mas ainda deu para apanhar um bocadinho de luz do dia na rua. De manhã houve Sol que só vi da janela, à tarde um dia cinzento, fechado, pesado. E frio. Muito frio.

E eu que não aqueço. Ou demoro a aquecer. É assim Janeiro. Mas depois lembro-me de outro Janeiro em que julguei que me seria quase impossível aquecer e sobreviver e, afinal, sobrevivi. Por isso, este ano não será diferente. Só tenho que recordar estratégias, especialmente enquanto me mantenho a trabalhar em casa. E recordo que, há um ano, também a trabalhar em casa, estava muito mais frio e sobrevivi.

Não gosto de dizer que “sobrevivi”, como se há um ano estivesse em risco. Há 7 anos sim, estava em risco e aplica-se. Há um ano apenas tinha frio. Como este ano. Não estou em risco, muito pelo contrário, estou bem, segura e tranquila.

Só voltarei a ver a luz do dia na rua no próximo fim de semana. Com sorte, também dará para saborear o Sol. Até lá, vou aproveitando a janela.

De resto, mais um dia. De ronha, de mantas e muita preguiça. E hoje essa preguiça soube bem.

Amanhã, regresso à rotina que se deseja possa continuar a ser em casa por mais algum tempo.

E, num outro registo, a vontade de dizer, mais uma vez, o que trago cá dentro, comigo, em mim. Não o farei directamente. Mas há sempre tantas maneiras de o fazer. E o meu ritual nocturno é uma dessas maneiras. Por isso, repito-o. E hei-de repetir sempre. Já abri a oportunidade de me dizerem para não o fazer. Não disseram. Fico, dessa forma, com a certeza que esse ritual é bem-vindo. E isso sabe-me bem. Por isso mantenho.

Podia ficar aqui a noite toda a dissertar sobre este ponto. Para não chegar a conclusão nenhuma que não aquela que já conheço e sei de cor: é bonito o que trago comigo, em mim. Porque é puro, incondicional, desinteressado.

Enfim… É o que é. E pronto. As coisas são como são. E como está, está bom. Se for para mudar, que seja para melhor. Se não, fica como está. Está bom assim.

Até amanhã, que continuará a estar bom.

{#08.358.2022}

Tarde de conversa de raparigas. Estava a precisar disto. Ainda vi a luz do Sol, que também precisava e consegui apanhar as cores do final de dia.

Mas, acima de tudo, a conversa de raparigas. Poder dizer tudo o que trago cá dentro, comigo, sem julgamentos, sem receios, sem desvalorização do que é bom e bonito.

Poder desabafar, poder partilhar e ser valorizada e validada. É preciso fazer isto de vez em quando. É necessário. E faz bem.

Fico com uma certeza: não é só o meu gut feeling que acha que as coisas podem, ainda, mudar. E é bom saber e sentir isso. É sinal que não estou sozinha.

Foi um final de tarde tão bom. Voltei para casa mais leve e mais tranquila.

Tenho (temos) que fazer isto mais vezes.

{#07.359.2022}

Sexta feira e o orgulho e satisfação pelo alcance do outro lado.

E o teletrabalho que vai durar pelo menos mais uma semana.

Do que sinto mais falta nestes dias de trabalho em casa? Da luz do Sol e do céu azul. Que vou vendo pela janela apenas. Mas enquanto puder, prefiro manter-me em casa. O trabalho faz-se na mesma, sem maiores dificuldades, sem complicações e sem o stress dos transportes públicos que me assustam neste momento.

De resto, o outro lado. Sempre o outro lado, desde o primeiro dia, que me faz sorrir como há muito tempo não sorria. E que cada vez me dá mais certeza de que o caminho é por ali. E o gut feeling, esse, que não se cala e me diz que as coisas são como são mas o que são na verdade ainda não está fechado. Vão mudar e ser melhores do que são hoje.

Venha daí o fim de semana. E uma possível conversa de raparigas há muito adiada mas que faz falta e é necessária para me ajudar a orientar e desabafar sobre o que trago comigo, cá dentro.

Sim, amanhã será melhor. Amanhã será um dia bom. E vou poder ver o céu azul e sentir o Sol, mesmo que esteja frio.

{#06.360.2022}

Quinta feira. E mais uma noite interrompida, desta vez mais cedo do que o habitual. Mas interrompida ainda assim.

E quando devia estar a dormir, dou por mim a pensar no outro lado e a ter ideias para ajudar. Se resultaram? Não faço ideia.

Amanhã será melhor que hoje. E saberei se essas ideias resultaram ou foram apenas lidas. Não importa o resultado. O que importa é a partilha do outro lado e o retorno que vou tendo desde o primeiro dia.

Agora? Desligo e procuro o calor. De preferência numa noite sem interrupções.

{#05.361.2022}

Gosto de números. Especialmente daqueles que traduzem resultados. Mesmo que não sejam meus, gosto de os ver. E vibro com eles como se fossem meus.

Como hoje. Ver os resultados do outro lado, do trabalho bem executado e conseguido, deixa-me muito contente como se fosse comigo. E orgulhosa.

E hoje tive oportunidade de poder dizer, de viva voz, que estou orgulhosa. E muito contente. E soube bem poder dizê-lo como acredito que também soube bem do outro lado ouvi-lo.

E fico também muito contente pela partilha, especialmente sabendo que não há obrigação nenhuma de partilhar resultados de um trabalho pessoal. Mas essa partilha, como tantas outras partilhas, aconteceu. E isso deixou-me mais do que contente. Deixou-me aconchegada. Feliz porque existiu como existe desde o primeiro dia.

Sim, estou muito orgulhosa. E contente. E feliz. Pelo outro lado como se fosse comigo. E isso faz-me ganhar o dia.

Amanhã? Será, novamente, um bom dia. E Janeiro traz-me também os dias em crescendo. E isso é tão bom.

Mas o que realmente importa hoje é que estou contente e orgulhosa pelo outro lado e pude dizê-lo de viva voz. Fica a faltar poder dizê-lo ao vivo e a cores. Mas nada como dar a dica e beber um café. A ver vamos quando será possível.

Por mim era já amanhã.

{#04.362.2022}

Facto: não quero voltar ao escritório na próxima segunda feira. Não me sinto segura nos transportes públicos com os números loucos que andam aí. Não quero ser mais um número na estatística. E já são demasiados nãos juntos.

O trabalho, a partir de casa, faz-se tão bem como lá. Não há razão plausível para voltar agora. Amanhã vou perguntar se as orientações se mantêm: regressar segunda feira. Mas não quero…não quero mesmo… Sei que o meu não querer não vai adiantar de nada. E vou ter que fazer o que me disserem. Mas, se me perguntarem (e ninguém vai perguntar), a resposta é simples: não quero. Já o disse lá em cima: não me sinto segura. Não quero fazer parte da estatística. Não quero uma infecção que não sei que efeito terá em mim. Se tenho medo? Claro que sim. Já lá vai o tempo em que dizia que não se perdia muito se comigo corresse mal. Neste momento já não digo o mesmo.

Sim, tenho a vacina, aguardo pela terceira dose, mas ainda assim…

Enfim…amanhã logo se vê. Mas não quero voltar na segunda feira…estou melhor em casa. E o trabalho faz-se de forma igual.

{#03.363.2022}

Dia de nevoeiro lá fora. Noite de calor cá dentro.

Foi um regresso à normalidade no trabalho, com as chamadas a entrarem em força. E a confirmação de que há tanta gente de mal com a vida.

Felizmente não faço parte desse grupo. Não me queixo nem descarrego nos outros, mesmo sabendo que podia queixar-me de algumas coisas. Mas não, simplesmente aceito que as coisas são como são e sigo de sorriso fácil. Mesmo que me insultem quando estou apenas a fazer o meu trabalho. Não me afecta. Não me incomoda. Porque sei que o problema não sou eu.

Cansada, claro, depois de uma noite difícil. De calor e interrompida mais uma vez. Mas de bem com a vida.

O nevoeiro continua lá fora. Cá dentro irei fazer o possível para fugir ao calor da noite. Esta noite preciso de dormir. O melhor possível e, de preferência, sem interrupções.

Amanhã? Amanhã volto a sair de casa depois do trabalho, já que hoje não o pude fazer. Dia de consulta, mudei o chip à força. E a vontade de sair de casa aumentou.

Sim, amanhã será um dia bom. Venha quem vier, vai ser bom. Simplesmente porque sim.

{#02.364.2022}

Domingo sempre com a sensação de que é segunda feira e que me deixei dormir e não fui trabalhar. Não é bom. Não gosto de me sentir perdida nos dias. Não faz bem a ninguém. E deixa-me a sentir-me culpada. Na verdade culpada de nada porque não aconteceu nada de errado. Simplesmente é Domingo.

Mantas, sofá e televisão. E uma saída de casa para apanhar um bocadinho de luz. Uma das desvantagens de trabalhar em casa é nunca apanhar a luz do dia na rua, só através da janela. E por isso, para compensar essa falta de luz do dia, saí. Não fui longe, como ontem. Não me apeteceu. Fiquei-me pelo café de Domingo que não é o mesmo da esplanada dos dias de semana.

Silêncio. Claro que sim. É Domingo. E também por ser Domingo foi dia de fazer aquilo que começou no início do Verão como forma de ocupar o meu tempo livre, que era demasiado na altura, e que mantenho numa espécie de parceria, um pouco de forma de ajudar e participar. Ou simplesmente uma forma de ocupar um pouco do tempo livre que tenho ao fim de semana…

Não posso continuar com fins de semana vazios, sem ter nada para fazer, sem ver gente, sem participar de nada. Tenho que arranjar forma de ocupar esse tempo, ou parte dele, pelo menos. Não faz sentido passar o fim de semana a ver o tempo passar.

Enfim…amanhã é dia de regresso à rotina, continuando em casa e esperando que seja por mais tempo do que apenas a próxima semana. Não me sinto segura em voltar aos transportes públicos. Já não sentia antes, mas o cenário piorou e não quero mesmo correr riscos sem necessidade. O trabalho faz-se tão bem em casa como no escritório. Por isso, deixem-me estar aqui…

{#01.365.2022}

Ano Novo. Primeiro dia. Deixar-me dormir até tarde depois de acordar demasiado cedo.

Sair de casa um bocadinho para ver o céu azul, o Mar e o pôr do Sol.

Soube a pouco. Mas é sábado. É normal saber a pouco. Os sábados sabem-me sempre a pouco. E isso vai ter que mudar. Não sei como nem quando. Só sei que tem que mudar.

De resto, o silêncio mas também sem iniciativa do meu lado. É habitual ao sábado o silêncio. É habitual também eu ficar quieta ao sábado. E este é um campo que eu gostava que mudasse este ano. Mas a haver mudança que seja para melhor. Caso contrário prefiro manter tudo como está. Já está muito bom. E não quero perder o que tenho, mesmo que seja pouco. Mas é recheado de pequenos nadas. Que me sabem sempre a tanto.

Amanhã é Domingo. Não será mau. E se for igual a hoje já não é mau. Por isso que venha ele, o Domingo. E o resto do ano também.