Daily Archives: 09/02/2023

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Há dias que simplesmente são bons. E hoje foi um desses dias.

Começou igual aos outros, mas rapidamente me trouxe uma boa surpresa. Um encontro inesperado ao atravessar na passadeira de uma avenida movimentada. Vi-o ao longe e reconheci-o de imediato. E, percebi logo, também me viu e reconheceu. Um sorriso que se aproximava. Parar no meio da passadeira sem tempo para mais do que dois beijinhos e sorrisos de ambos os lados. Há mais de dez anos que não nos víamos, embora mantenhamos contacto facilmente e com alguma regularidade irregular. E vou fazer de conta que não nos conhecemos há quase vinte anos…

Naquela passadeira, àquela hora, não deu para mais. Seguíamos em direcções opostas, com horários a cumprir. Mas falámos pouco depois. Que foi bom ver-te, estás muito bem e temos que combinar um café after work. Afinal, estamos tão perto. Sim, havemos de beber um café depois do trabalho. E foi tão bom começar o dia assim. Encontros inesperados são o melhor para começar o dia.

O dia continuou sem História ou histórias. Excepto quando, há pouco, muito perto das 23h, o telefone tocou. “Estamos por cá e de caminho para casa pensámos em passar por aí para um café”. Soube muito bem, mas tive que recusar com muita pena minha. Sei que seria difícil ser um café rápido. E sei, também, que amanhã é sexta feira mas o despertador vai continuar a tocar a horas impróprias. Não houve café, é verdade, mas houve o reforço do convite que se repete há muito tempo. “Tens que ir ao Porto passar o fim de semana.” E tenho mesmo. Só preciso de me organizar. Mas o desafio inesperado para o café a horas tardias e o reforço do convite para o fim de semana souberam muito bem. Como, aliás, o que é inesperado devia saber sempre.

Um encontro na passadeira e um telefonema a horas tardias. Foi um bom começo de dia. Foi um bom fecho de noite. Não, hoje não foi um dia mau. Muito pelo contrário. Foi um dia que me aconchegou. Muito. Estava a precisar de um dia destes. Com sorrisos genuínos. Com amigos dos bons. Que se mantêm no tempo. Vinte anos num caso, quase vinte anos no outro. Tanto um caso como o outro, aquilo a que posso, de facto, chamar de amigos de longa data.

Hoje termino o dia com um sorriso. E perfeitamente aconchegada. Porque estes são daqueles amigos que me deram o que precisava: tempo e paciência. Para me dar a conhecer. E, vinte anos depois, continuam por perto. E sorriem-me. E aceitam-me como sou. Afinal, mesmo sendo bicho do mato, consigo manter por perto quem interessa: os que realmente gostam de mim.