Terça feira de Carnaval, dia em que não se trabalha. Dia de ficar em casa e pôr o descanso em dia.
Ainda de ontem: manter a porta aberta a novas descobertas pode ser interessante. Já encontrei caminhos que não quero seguir porque não interessam nem trazem nada de bom. Mas também já encontrei aquilo que, à partida, parece valer a pena o esforço de conhecer. Pelo menos isso, ir conhecendo e dar-me a conhecer também. Como ontem em que a conversa se desenrolou muito facilmente até depois das 2h da manhã. Conversa pela conversa, sem objectivos duvidosos. E perceber que sim, é possível conversar sem que esses objectivos duvidosos se façam presentes. Posso estar enganada, claro. Mas, enquanto for possível manter uma conversa normal, será esse o caminho.
Já tenho encontrado várias descobertas. A grande maioria ficou pelo caminho. E não vou andar a correr atrás de nada nem ninguém. Vou deixando fluir. Como sempre, um dia de cada vez. Mantém-me a cabeça ocupada e ajuda-me a pôr as coisas em perspectiva. Ou a vê-las de uma nova perspectiva.
Ao mesmo tempo, vou vivendo os dias um de cada vez com tudo o que me vai chegando. Com as preocupações habituais. Com aquela ansiedade que o medo provoca. Como quando o que está em jogo são as minhas pessoas. Como, desde ontem, a ansiedade pelo meu sobrinho mais velho.
Se ontem não passava de suspeita, hoje confirmou-se a apendicite. Internado desde ontem para observação, transferido hoje para outro hospital e cirurgia ao final do dia. Correu bem. Mas eu só vou conseguir diminuir a ansiedade quando conseguir falar com ele amanhã…
O dia, porque não ter trabalhado e ainda estarmos no início da semana, teve um sabor estranho. Não foi mau, a conversa que ontem se estendeu até de madrugada continuou hoje todo o dia. Foi possível descansar e também ir até à praia para ver o pôr do Sol. Deu para tanta coisa que parece tão pouca. Mas não deixou de ser um dia estranho.
Amanhã regressa-se ao ritmo normal dos dias de semana. Regressa-se ao trabalho. E, a mim, faz-me falta o ritmo certo da rotina. Mas também me fazem falta as férias e essas estão quase aí. Daqui até às férias vai ser rápido. E estou a precisar delas.
Por agora, que já é mais tarde do que tinha programado para quem sai de casa de madrugada, é hora de recolher e enroscar. Hoje não há conversa até de madrugada, nem poderia haver porque o despertador toca demasiado cedo. É mesmo enroscar e desligar.
Amanhã será melhor. Nem que seja porque será um novo dia. E vai ser o dia do meio, dia nim, nem não nem sim. E só isso já é bom. Sim, amanhã será melhor. Amanhã será um dia bom. Porque eu quero que assim seja.
