Sábado, aquele dia aborrecido da semana em que nada acontece. Ando há muito, demasiado, tempo a dizer que tenho que começar a fazer alguma que dê sentido aos Sábados inúteis. Sei até o que gostaria de fazer. Mas não depende (só) de mim.
Já tive uma conversa sobre isso. Em Novembro. Disseram-me na altura “ok, em Março falamos novamente para apontarmos Setembro como o início”. Na altura pareceu-me bem.
Era Novembro. Mas de 2021. Veio Março. De 2022. Nada foi falado como combinado. Passou Setembro. De 2022. As actividades retomaram o seu curso normal depois das férias. E os meus Sábados permaneceram inúteis e aborrecidos.
Ou seja, o “falamos em Março para iniciares em Setembro” foi só mais uma coisa que foi dita por dizer. Sem intenção de concretizar. Março de 2023 está aí à porta. E esse “falamos em Março” não vai, mais uma vez, acontecer. É encolher os ombros, sorrir e acenar.
Estou cansada de frases ditas por dizer, daquelas sem intenção de concretizar. Isso e proclamadas to-do lists. Mais uma coisa dita por dizer, concluo eu três meses depois. Quando na realidade soube no primeiro momento que não era mais do que dizer por dizer.
Não façam isso. É preferível não dizerem nada…
Os meus Sábados continuam aborrecidos. Mas não dependem da (boa) vontade de ninguém quando, afinal, não há vontade sequer.
Foi mais um dia aborrecido? Foi. Mas deu para descansar. E só isso já foi bom. Ao final do dia, sair em busca das cores de final de dia. E depois café na esplanada.
O resto? É só mesmo isso: resto. E nesse campo eu sou melhor: não digo nada só por dizer. Se não estou confortável, prefiro manter o silêncio. E há muita gente a precisar de aprender a ficar em silêncio em vez de ser apanhado em falso com o que diz sem intenção de concretizar.
