Quinta feira e mais um dia igual aos outros. E, novamente (ou ainda…?), aquela vontade de chorar sem motivo aparente e sem conseguir fazê-lo. Sei que não resolve nada. Mas alivia. A pressão de sei lá o quê.
A verdade é que já me senti melhor, a todos os níveis, comparando com o que sinto hoje. Também já me senti, e estive de facto, pior. Mas aí era apenas (apenas…? “Apenas”…) a parte emocional que não estava bem. Hoje, parece-me, é a parte física que não está bem. Sei que há um estudo que tem que ser realizado, sei que há um exame que tem que ser analisado. E sei que tudo isto me assusta. Se, em relação ao exame, sei mais ou menos o que esperar, relativamente ao estudo não sei nada. Nem sequer se existem sintomas associados aos quais deva estar alerta. Sei, sim, que existem em mim neste momento situações que me deixam alerta sem saber ao certo a que se devem e como ultrapassar. E tudo isso, todas essas coisas que me incomodam neste momento, preocupam-me, assustam-me e frustram-me. Porque continuo à espera de uma consulta e não sei o que esperar.
Dou por mim a caminhar e a ter vontade de parar, desistir ali no meio do caminho e simplesmente chorar. Chorar porquê? Para além do medo? Não sei. Mas acima de tudo é o medo. Do que pode ser e não sei.
No meio disto tudo não estou sozinha. E é tão importante não estar e saber que não estou. E sentir esse apoio, saber que tenho uma mão que me guia e um colo disponível se o caminho se tornar mais difícil, é tão importante. E tudo isso à distância de um clique.
Resiliente. Sei que o sou. E tenho que continuar a ser. Não me basta ser forte. Tenho que ser forte e saber como me adaptar a tudo o que vier. O bom e o menos bom. Felizmente não estou sozinha e isso é o que de bom surgiu de forma inesperada nos últimos meses e que também obrigou a alguma adaptação. E é essa distância de um clique que tem feito a diferença todos os dias e vai continuar a fazer.
Sim, tenho medo. Não, não estou sozinha. Sim, sou forte e resiliente. Não, não faço ideia do que pode vir aí depois do estudo a realizar e da análise do exame. Mas tenho que me lembrar que é tudo um dia de cada vez. É o aqui e agora. O hoje. E, mais uma vez, já estou preocupada com o que está para vir. Ainda não veio. Mas o medo…
Amanhã será melhor. E, se me esquecer de pensar apenas no aqui e agora, sei que à distância de um clique me vão trazer de novo para o momento presente. Por isso, sim, amanhã será melhor. Porque eu quero que assim seja. E por hoje chega de pensar no que ainda não veio…
