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Nos dias maus aprendi a olhar para cima para tirar os olhos do chão. Agora, nestes dias estranhos, não me posso esquecer de olhar para baixo. Não porque a vontade é de me esconder do Mundo, como fiz nos dias maus em que não queria ver o Mundo nem queria que o Mundo me visse. Hoje olho para o chão para não perder o equilíbrio e para obrigar as minhas pernas a seguir as oscilações do solo sem tropeçar. Coisa que é cada vez mais comum. E não gosto disso. Assim como não gosto da descoordenação das minhas pernas e do que isso pode significar…

Olho para baixo quando a vontade é olhar para cima. Ou até mesmo olhar em frente sem receio. Mas perco facilmente o equilíbrio. O físico, porque o emocional, apesar da vontade de chorar, está bom. Ou, pelo menos, não está (muito) mau…

Custa-me a ausência. Até porque a maior droga para um ser humano é outro ser humano. E é essa droga que me está a faltar. Não me está a falhar, apenas a faltar. Porque em tão pouco tempo ganhou dimensões inesperadas. E eu sou de sentir tudo. O bom e o menos bom. E, neste caso, é tão bom. Mas existe um mas. E tem, neste momento, que existir um timeout. O que virá depois desse timeout não faço ideia. Sei apenas que a ausência é notada. E com essa ausência os dias são tão diferentes e custam mais a passar.

Como o dia de hoje que teimou em não chegar ao fim… Felizmente está na hora de dar o dia por terminado. Vai-me faltar novamente aquele aconchego de final de dia, aquela conchinha ao estilo bichinho de conta, aqueles mimos antes de dormir e que ajudam a ter uma noite tranquila. É a ausência. É o timeout. E há que respeitar. Não vou impôr a minha presença porque não quero ser um problema para ninguém. Mas bolas…a vontade de impôr presença é enorme…

Amanhã será melhor. Regresso ao Yoga de manhã e o resto do dia logo se vê… Mas era tão bom um timeout do timeout. Porque, sei-o, não é só a mim que custa esta ausência.

Sim, amanhã será melhor. O resto? Logo se vê. E não, não me esqueci que foi há 6 anos que aprendi a esperar…

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