Frio. Muito frio. Daquele frio que tira a vontade de fazer seja o que for. Mas que a presença à distância de um clique atenua. Sim, fico mais aconchegada e, de certa forma, mais quentinha.
E, de repente, a vontade de fazer acontecer traz ideias de como concretizar. Parece ser algo muito simples de realizar, mas existe sempre um Mas nesta história… Estamos a um mês de distância. Ideias irão surgir. Têm que surgir. Porque a vontade de fazer acontecer é muito grande. E, se não for agora, não sei se alguma vez será…
Há 29 anos nesta mesma data também estava a fazer acontecer de mochila às costas e botas Doc Martens nos pés. Foram 27 horas de comboio para cada lado, sozinha. Aos 17 anos já sabia o que queria. Já acreditava que a distância não era impedimento para duas pessoas que se gostam desta maneira. E por isso fui. Agora já não tenho Doc Martens nos pés nem mochila às costas. E muito menos tenho 17 anos. Mas continuo a acreditar que a distância não é impedimento. E, desta vez, quaisquer duas horas (ou menos) de Expresso e o encontro acontece. Acontece o toque. O abraço. O beijo. O sorriso cúmplice. O olhar olhos nos olhos. O sussurro ao ouvido porque o Mundo não tem que ouvir as palavras que quero dizer. Mas, sem dúvida, o abraço. Aquele que aconchega. Que segura. Que protege.
Sim, a vontade de fazer acontecer é muito grande. A um mês de distância ainda é possível tentar encontrar o que falta para que tudo isto possa acontecer. Ainda acredito que é possível.
E de novo, ou ainda?, o frio que me gela as mãos. Amanhã não se prevê que melhore. Mas, à distância de um clique, está alguém que me aconchega e me aquece. E só por isso já sei que o dia vai ser bom. Como tem sido todos os dias desde há 6 meses. E o brilhozinho nos olhos e sorriso ao canto da boca estão cá desde o primeiro dia. E isso é tão bom…
Sim, amanhã será um dia bom. Frio, de certeza. Mas bom.
