Monthly Archives: December 2023

{#345.021.2023}

Segunda feira, dia de consulta de enfermagem para mudar o penso da omoplata e ver o estado da costura. Está a cicatrizar, dois pontos já foram tirados mas os restantes provavelmente terão que ficar mais tempo do que o previsto. Seja. É da forma que, ao ter que ir ao centro de saúde, saio de casa e animo um pouco mais os meus dias. O importante é que a costura feche bem e cicatrize por completo.

Tarde de preguiça, entre o sofá e o cadeirão. Um desafio para cumprir, que aceitei mesmo sabendo que vai doer: ler e gravar textos do blog de datas específicas. Não o fiz durante a tarde, adiei sempre. Mas agora, à noite, vou começar a fazê-lo. E seja o que tiver que ser…

{#344.022.2023}

Domingo aborrecido, sem histórias ou História. Deu para descansar depois da consulta com o terapeuta fofinho. Mas não deixou de ser um dia aborrecido…

Amanhã, penúltima mudança de penso na omoplata e visita ao mercado de Natal de Almada. O resto do dia? Logo se vê…

{#343.023.2023}

Sábado. Que, já se sabe, é o dia mais aborrecido da semana. E hoje não foi excepção.

Dia de não fazer absolutamente nada, excepto passar pelo café e ir onde tinha que ir fazer o que tinha que fazer para confirmar os meus desequilíbrios e o risco que é caminhar sozinha. Hoje não foi tanto o caminhar na rua, mas o subir escadas de acesso ao prédio… Escadas sem corrimão, sem qualquer apoio que não as paredes. Chegar ao topo das escadas e o desequilíbrio a fazer-se presente. A reacção foi encostar-me à parede para não cair de costas pelas escadas… E, já lá dentro de casa, onde o chão é liso, a cada novo passo incerto e inseguro mais um desequilíbrio. A parede, sempre a parede para me amparar…

Tudo isto me faz sentir uma enorme frustração. Porque todos os dias tenho que lidar com esta nova realidade e não sei como…se até trazer um garrafão de água para casa se mostrou um desafio.

Sim, é frustração que sinto. Porque o que estou a perder são coisas básicas que dava por adquiridas. E que agora se mostram como um desafio que tenho que superar todos os dias.

A vontade de chorar, essa, continua cá. Mas, como sempre, não consigo chorar…

Ainda falta tanto tempo para Fevereiro…a consulta já está marcada, mas ainda estamos a 2 meses da data marcada…

Toda a gente que sabe o que se passa me diz a mesma coisa: calma. Eu estou calma, curiosamente. Acho que, se for para perder a calma, só irá acontecer depois da consulta… Até lá, é um dia de cada vez. O de hoje já está no fim. E amanhã será melhor…

{#342.024.2023}

Reminder to self: hoje não é sábado! É sexta feira e feriado! Ter-se mudado a aula de Yoga de sábado para hoje contribuiu, e muito, para a confusão! Depois da aula, almoço de Natal da turma. Foi bom. E fez-me bem. Estar fora de casa, socializar, ver gente.

Depois do almoço, chegar a casa e adormecer no sofá. Estava a precisar depois de mais uma noite dormida a correr para acordar cedo. Amanhã ainda é sábado, o que quer dizer que não tenho que ligar o despertador para a consulta com o terapeuta fofinho que só vai acontecer no Domingo.

Os meus dias podem ser sempre iguais. Não se passar nada de extraordinário. Mas hoje sempre o peso da ausência. O querer perguntar “como estás?” mas não querer impôr presença quando me dizem que precisam desse intervalo. Mas, há pouco, já noite, o intervalo é interrompido por momentos e não por mim. O suficiente para saber que o outro lado está (muito) cansado…

E a letra da música que não me sai da cabeça…”Nobody said it was easy, no one ever said it would be this hard…”.

É esperar. Dar tempo e espaço. O que tiver que ser, será.

Amanhã? Nada programado, por isso logo se vê. Mas, antes de mais, dormir. Quando acordar acordei.

{#341.025.2023}

Dia longo. Daqueles dias que se tornam infindáveis porque falta alguém.

Intervalo | Timeout | Intermezzo

E eu respeito. Saudades? Muitas. E uma vontade doida de dizer “estou aqui”. E, na verdade, disse-o. Não quero, de todo, impôr a minha presença quando sei que do outro lado as coisas não estão bem. Mas as saudades…

Não. Não posso impôr a minha presença. Estou cá, de braços abertos, claro que sim. Mas não serei eu a ir pôr-me no caminho de quem não está bem. Assim me queira presente, assim estarei.

Teimo em não querer nomear isto que começou com um simples “olá” numa rede social. Mas é algo sincero. Bonito. Intenso. E por isso mesmo é que a ausência, o intervalo, o timeout, o intermezzo, custa tanto…

Amanhã será melhor…o dia de hoje não foi mau, mas amanhã será melhor. Yoga seguida de almoço de Natal. E, se não chover, provavelmente um passeio pelo paredão. O passeio não me será fácil, mas preciso de estar com gente. Socializar. E mexer-me. A ausência, a continuar, será sentida, claro que sim. Mas há que respeitar quando é preciso tempo e espaço. O que vai sair daqui? Não sei… Mas, dê o que der, estou cá se precisarem de mim…

{#340.026.2023}

Um jantar como noutros tempos. Como se nada se tivesse passado. E na verdade não passou. Por isso um jantar como noutros tempos. E foi bom. Demorou mais de um ano a acontecer, mas foi bom.

Amanhã logo se vê.

{#339.027.2023}

Dia longo sem máquina de café. E a explicação para a ausência no dia de ontem. Intervalo. Ou timeout, como lhe quiserem chamar. Do outro lado as coisas parecem não estar bem. Respeito o intervalo, claro que sim. Mas, ao fim de 6 meses de algo que não me atrevo a nomear, fica difícil a desabituação.

Não vou impôr a minha presença, claro. Mas vou sentir a falta. E já deixei bem claro que vou continuar aqui. E a conchinha de bichinho de conta tem um lugar cativo reservado.

Noutro registo, que também já não é o mesmo de há um ano, amanhã acontece aquele jantar prometido há mais de um ano e que em Janeiro estava numa to-do list. Foi preciso eu partilhar o que se está a passar comigo para, de repente, já haver disponibilidade. Seja. Acho que vai ser bom. E acho importante que este jantar aconteça. O meu registo já pode ser outro mas as borboletas na barriga já se fizeram presentes. Vamos ver como corre.

Enfim. Amanhã não há Yoga. Hoje não há conchinha de bichinho de conta. Amanhã logo se vê. Há jantar. Há conversa. O resto logo se vê. Mas hoje ficou um vazio…

{#338.028.2023}

Era uma vez uma consulta marcada para o meio dia e meia com a médica de família e consulta de enfermagem para o meio dia. Até que, às 8h06, o telemóvel tocou. Consulta desmarcada porque a médica está doente. E não há quem substitua. Mas há um baixa para prorrogar, disse eu. Ah é? Então consegue estar aqui às 10h? Claro que sim.

Sair da cama e enfrentar o frio. Despachar-me a correr. Sair de casa e o autocarro que não aparece. Chamaram um Uber. O autocarro que aparece 20 minutos depois da hora prevista. Cancelar o Uber.

Chegaram ao destino em cima da hora. Não tem consulta marcada, dizem-me. Tenho que ter. Ligaram-me de manhã e marcaram por causa da baixa. Vou ver com a minha colega. Tem consulta, sim, é só aguardar que a chamem.

Não aguardei muito tempo, felizmente. E o forno que estava o gabinete da médica não tem explicação. Baixa prorrogada por mais um mês, sem perguntas. Este ano já não volto ao trabalho.

Tarde preguiçosa de quem acordou à força e não tem nada para fazer à tarde. Sozinha em casa, não quis ir ao Fórum, estava demasiado cansada.

Jantar. Beber café. Como assim, a máquina do café está a perder água pôr tudo quanto é sítio? Era o que faltava agora, a máquina do café avariar…nem sei se é possível arranjar. Só sei que não tenho dinheiro para comprar uma máquina nova…

Faltou-me hoje a presença habitual à distância de um clique. Presente despacho manhã depois de uma noite em serviço, desaparecido a tarde toda e agora à noite também. A única coisa que peço é que esteja tudo bem.

23h07m de um dia longo e cansativo, ainda que só tenhas havidos agitação de manhã. Horário de desligar e enroscar para aquecer. Amanhã será melhor.

{#337.029.2023}

Dia de viajar no tempo e no espaço até ao Jardim da Estrela e (re)visitar o Mercado. E confirmar o que sempre soube: tenho muitas saudades desta vida. Incerta, é verdade, mas sempre com um grande retorno, nem que seja uma palavra de apreço. E foram muitas ao longo dos anos, vindas de clientes e não clientes.

Rever algumas caras conhecidas. Conversar. Interagir com pessoas! Foi bom ter ido. Custou-me a viagem e o estar muito tempo de pé. E, como sempre, os desequilíbrios. Sempre presentes e difíceis de esconder.

Mas, no final, o que conta é o bem que me soube. De repetir, se tudo correr bem. Daqui a duas semanas.

Agora, e depois de uma passagem pelo Fórum no caminho de regresso para comprar café, estou muito cansada. E com uma promessa de jantar depois de amanhã. É o mesmo jantar que foi prometido há um ano. A ver se é desta que se realiza.

Hora de desligar e enroscar para dormir o mais rapidamente possível. A última noite também foi interrompida entre as 6h e as 8h. Depois só dormi perto de 2 horas a correr para começar este dia longo. Cansada, tão cansada. E, como sempre, aquela vontade imensa de chorar e não conseguir. Mas não vou pensar nisso agora. Amanhã.

{#336.030.2023}

Sábado e dia de tratar de mim. Tratar de mudar o penso da omoplata logo de manhã cedo, Yoga logo de seguida, cabeleireiro depois de almoço. Dia dedicado a mim, de mim para mim.

…e aquele sentir saudades de alguém. Forte. Intenso. Como se não nos víssemos há muito tempo quando na verdade nunca nos vimos. Nunca nos tocámos. Nunca nos beijámos. E é disso tudo que tenho saudades. Porque é tão certo. É tão bom. É tão bonito precisamente por tudo isto. Continuo a não querer nomear o que sinto, muito menos meu atrevo a nomear o que temos. Mas sinto. E temos!

Saudades, tantas. E uma vontade doida de experienciar tudo aquilo de que tenho saudades.

Não sendo possível no imediato, recolho, enrosco e aninho como sei e como posso. E não sei quando mas sei que um dia vai acontecer.

Se dependesse só de mim, acontecia já amanhã. Ou até mesmo hoje…

{#335.031.2023}

Sexta feira. Feriado. Um dia não muito diferente dos outros. À tarde, criar um convite para as bodas de ouro dos meus tios. 50 anos…uma vida inteira.

Gosto do processo criativo e tenho pena de não saber utilizar melhor as ferramentas às quais tenho acesso.

Desta vez, o texto não é meu, foi a minha mãe que o criou, eu fiz o mais fácil: inserir as imagens.

À noite, um jantar de aniversário. Mariana fez anos, fomos comemorar, claro. Foi bom ter saído de casa, mas o medo está sempre presente, porque o desequilíbrio está sempre presente. Podia ter ido com o grupo percorrer as ruas da noite de Almada. Mas isso implicava ter que andar. Caminhar. O meu maior medo neste momento…

Diverti-me, ainda assim. Foi bom. Agora só falta a Mariana ter tempo para mim, para eu poder falar. E preciso muito. Preciso tanto…

Durante o dia, a presença de quem está à distância de um clique. E que, quando está ausente, faz-me falta. A corujinha da noite, que sou eu, sente a falta do seu polvinho da sua conchinha de bichinho de conta, que é ele.

Foi um dia longo, mas também foi um dia bom. Amanhã é dia de acordar cedo. Mudar o penso. Aula de Yoga. Esteticista. Almoço. Cabeleireiro. Vai ser outro longo dia. Todo ele dedicado a trataram de mim. Por isso, agora é hora de enroscar e aninhar para dormir a correr. E amanhã, mesmo sendo um dia longo, será também um dia bom. Porque não há outra opção que não essa.