Sexta feira e falta exactamente um mês para a consulta que me vai dizer como será daqui para a frente. Para já é apenas uma suspeita e o exame que vou fazer amanhã vai confirmar o que vários médicos suspeitam. Mas, para mim e apontando os vários sinais que tenho, é já uma certeza. Prefiro ir vendo já como sendo uma certeza e depois verificar que não é nada disso do que o contrário, pensar que não é nada e depois confirmar que, afinal, é o pior cenário.
Esta dúvida tem mexido comigo. E a ansiedade da espera não me tem feito bem nenhum. Mas já só faltam umas poucas horas para o exame e um mês para a consulta. Depois do resultado do exame logo se vê.
Hoje deito-me cedo. Dor de cabeça infernal como há muitos meses não tinha. Nariz entupido e a dúvida se é constipação ou alergia depois de uma sessão intensa de espirros. Não me sinto em grandes condições para ficar na sala muito mais tempo, especialmente se não consigo prestar atenção à televisão por não ter paciência para nada do que dá. E passar horas no cadeirão com o frio que está não me apetece. Pelo menos na cama estou quentinha e aconchegada. Agora é acreditar que o nariz vai desentupir e vou conseguir respirar normalmente.
Continuo com medo de usar as palavras certas para nomear o que sinto. Por isso hoje pedi palavras emprestadas para dizer exactamente o que eu quero dizer há tanto tempo. Tanto tempo que são 7 meses hoje. E nunca nenhum dos dois imaginou que ia ser assim como está a ser. E, só por isso, um dia perco o medo e dou uso às palavras certas. Porque, ao fim de 7 meses, já não devia haver motivo para ter medo. Mas tenho…
Hora de desligar e enroscar para aquecer. Aninhar numa conchinha de bichinho de conta. E amanhã logo se vê. Mas de uma coisa eu não duvido: vou fazer o exame, mas vou de mão dada com quem me garante que não estou sozinha em nada. E só isso já é muito bom.
