Zangada. Muito zangada. Tão mas tão zangada. Comigo! Apenas comigo. Porque, aos 46 anos, preciso de ajuda da minha mãe para ir até ao Yoga. E para regressar a casa. Não é justo, nem para mim nem para ela. Mas os dias têm sido difíceis e hoje foi mais difícil ainda.
Não posso permitir que as dificuldades e os desequilíbrios me façam já dependente de ninguém.
Fiz o caminho para lá e de volta para casa sempre a resmungar. Porque estou muito zangada… E só me apetece chorar. Mas, mais uma vez, não consigo…
Faltam 19 dias para a consulta. E todos os dias um bocadinho pior. Não sei se é a isto que chamam surto. Ainda não estou informada. Mas é desesperante perceber a evolução das dificuldades…
Vou ter que aprender a aceitar o diagnóstico e lidar com a frustração e a revolta. Não está fácil…
E o tempo passa tão devagar. E a mim só me resta vê-lo passar…
Quero muito acreditar que amanhã vai ser melhor. Vamos ver… Só sei que não vou desistir de mim. Não posso. Venha o que vier. Farei sempre o que me for possível para contrariar as contrariedades que, já sei, irão surgir. Mesmo que não ache justo. Porquê eu? Porquê a mim? Porquê isto?
Amanhã logo se vê…
