Uma sombra do que já fui. Do que já não sou nem vou voltar a ser. E ainda não aceitei que não há como voltar atrás.
…e depois há as dores. Que todos os dias se fazem presentes. Nas pernas? No joelho esquerdo? Na anca esquerda? Na lombar por inteiro? Nas costas todas? No pescoço? Em todas essas opções. E ainda a dor de cabeça que há tanto tempo não me chateava.
Cansada? Muito. De quê…? Se tudo o que fiz hoje não foi mais do que simplesmente existir…
…ninguém me preparou para isto. Isto que me apanhou na curva, que eu nunca quis para mim, que eu nunca procurei mas que me encontrou e veio para ficar. E ao encontrar-me virou-me (a vida) do avesso. E, dizem, todos os dias é diferente. Todos os dias há uma novidade. E todos os dias são muitos dias. São tantos dias para todos os dias ter uma novidade…
Mas hoje…hoje são as dores que não me deixam sozinha. E que me fazem fazer de conta mais uma vez…
Amanhã é o regresso à Fisioterapia. E, não duvido, vai ser a doer. Mais uma vez. Mas agora…
…agora são as dores que prometem acompanhar a minha noite da mesma forma que acompanharam o meu dia: demasiado presentes.
