De 16 de Agosto a 16 de Novembro são 93 dias. 3 meses.
Não parece nada de especial. Mas, não parecendo (nem sendo!) nada de especial, são 3 meses sem fumar. 93 dias sem um único cigarro. 93 dias sem o conforto do cigarro, especialmente nos momentos muito mais difíceis e que foram tantos e em que fumar um cigarro, quando não se consegue chorar, não iria resolver nada mas iria ajudar a aliviar o stress…
Falo do conforto do cigarro e fumadores e/ou ex-fumadores entendem o que quero dizer. É quase como se, naqueles momentos difíceis, complicados, doridos, o fumo do cigarro nos envolvesse num abraço confortável. Porque é tão isso assim, tal e qual…
Já o tenho dito: o tabaco nunca me falhou, nunca me deixou sozinha, esteve sempre lá para mim. Ao contrário de toda aquela gente que simplesmente desapareceu, o tabaco esteve sempre lá, seja esse “lá” onde for…
93 dias sem o conforto do abraço de um cigarro. 3 meses hoje. E o microsobrinho muito feliz e profundamente orgulhoso do esforço da tia e que me diz ao telefone “se eu imaginar que tens nem que seja um bocadinho dessa porcaria aí em casa, vou aí buscar a tua gata e levo-a para minha casa!”. E depois ri-se sabendo que não leva a minha gata para lado nenhum mas deixa de me falar se eu voltar a fumar. E eu não duvido nem por um bocadinho de que ele seria muito capaz disso!
Mas 93 dias que são 3 meses são motivo para comemorar. O abraço do cigarro vou ter que procurar substituir por algo saudável. Mas, se tenho sobrevivido a dias complicados sem o abraço ou sequer a presença de quem simplesmente virou as costas, também irei sobreviver a 3 meses que são 93 dias sem fumar.
E, na sexta feira que vem, em mais uma consulta de Cessação Tabágica sei que o Dr. Salvador vai ficar muito contente e, novamente, orgulhoso do meu percurso.
…mas não nego nem escondo que tantas vezes tenho uma gigante vontade de ceder e fumar um cigarro…

