Category Archives: {#100happydays #5thround}

#day419

{que afinal é #day420}

E dou por mim a esta hora na esplanada do café aqui da rua e sem vontade de voltar para casa. Não porque, como noutros tempos não tão longínquos assim, não me sinta bem lá. Mas apenas porque, como há muito tempo não acontecia, me sinto bem aqui. Mesmo que a mesa seja só para mim.

Há uma espécie de sossego, ainda que na mesa ao lado a conversa a três flua livremente e a música do Oceano Pacífico se faça presente.

Há uma espécie de aconchego, ainda que o termómetro me recorde que o Outono se instalou e os 18 graus com Real Feel de 16 obriguem a casaco e camisola interior.

Há uma espécie de tranquilidade. Não só pelo sossego das 23h25m. Mas especialmente porque, por dentro, vou percebendo que tanta coisa mudou. Cresci. Melhorei{-me}. Aprendi, finalmente, que mereço muito mais do que aquilo que tenho oferecido a mim mesma. Sei exactamente o que quero. E, especialmente, como quero. Quando quero. E, principalmente, por que motivo quero.

Também isto é aquilo de que me tenho esquecido. Amor, aquele do A maiúsculo. De mim para mim por mim.

E percebo, assim, que não sou mais a mesma que fui em tempos. E aceito-me assim. Mais calma. Mais tranquila. Mais…crescida.

Se sinto falta de ser impulsiva como já fui? Não.
Se sinto falta de ter mau feitio? Não.
Se sinto falta de reclamar por tudo e por nada? Não.

Porque gosto, muito mais, de ser quem sou hoje. Embora saiba que ainda não sou eu por completo. Mas um dia atrás do outro atrás do um… =) sem pressas e sem pressões.

E com tanto para dar e ainda tanto para receber também.

Eu. De todas as cores. Por inteiro. Sem pressas. Sem pressões.

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#day418

{que afinal é #day419}

Porque há dias assim.

E nem por isso são maus. É só seguir para onde a corrente me levar.

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#day417

{que afinal é #day418}

Ir.
Trabalhar.
Voltar.
Dormir. Descansar.

Chuva.

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#day416

{que afinal é #day417}

Cansada do pôr do Sol. Saudades do nascer do dia.

{e tuas…}

A que velocidade correm os dias?

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#day415

{que afinal é #day416}

“Nothing hunts us more than the things we don’t say”

E tenho, ainda, tanto que queria dizer{-te}. Que preciso, de facto.

Guardo para mim, no entanto. E a cada novo dia acrescento mais um motivo ao porquê de o querer fazer. De o precisar. Porque não gosto de alinhavos. Não gosto de deixar as coisas por terminar. E preciso de terminar. Mas, para isso, preciso de soltar tudo o que está cá dentro. Ainda.

Não o vou fazer, já sei. Não {te} vou dizer tudo aquilo que {ainda} trago comigo. Não me sufoca. Já não me sufoca. Mas pesa. Ainda.

Não. Não vou dizer{-te} nada. Porque tu não vais, não queres, ouvir. E, também, porque nunca me irás dizer o que gostaria de {te} ouvir. O que, sinto, preciso de {te} ouvir dizer.  Ainda.

Mas, ao mesmo tempo que todos os dias a vontade aumenta, também todos os dias me afasto mais um pouco. Não por vontade. Mas por opção de uma espécie de sobrevivência.

Um dia. Um dia vou perceber que os meus alinhavos acabaram por se tornar costuras finais. E que, mesmo sem {te} ter dito o que ainda preciso, termino sem saber exactamente o quê.

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#day414

{que afinal é #day415}

Cansada.

De dias mais ou menos, pessoas mais ou menos, histórias mais ou menos, tudo mais ou menos.

Cansada.

De um dia cheio, com pessoas que nunca mais voltarei a ver, mas que me encheram de sorrisos e palavras bonitas quando simplesmente fazia o meu trabalho. E que me pegavam nas mãos enquanto me sorriam, que me agradeciam por uma cábula nas costas de um bilhete ou me adoptavam por termos um apelido em comum apesar de duas gerações de diferença e milhares de quilómetros de distância.

Pessoas, centenas de pessoas, que me sorriam felizes por estarem cá, a mim que podia não estar cá. Que me recordaram que as pequeninas coisas, como um sorriso sincero ou um simples obrigado, podem ter tanto significado e ser tão únicas e especiais como uma viagem num navio de 290 metros de comprimento e 36 de altura.

Pessoas, centenas de pessoas, que não voltarei a ver mas que tomo como minhas. Porque hoje, só por hoje, foram minhas. E só por isso, também por isso, a vontade de lhes acenar em despedida, de braços abertos e gritar-lhes para que me ouvissem à saída do Tejo: thank you so much!

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#day413

{que afinal é #day414}

Às vezes assim: pés na terra e cabeça prestes a voar.
Para longe, sempre. Seja para ontem, para o ano passado, para mais longe no tempo. Sejam memórias que se revisitam à distância, sejam histórias que se repetem ou, até, que nunca foram mais do que desejos. Fantasias? Talvez.

Às vezes assim: pés na terra e cabeça prestes a voar. Sem olhar para a frente quando é para a frente que devia olhar. Não para trás.

Por isso, deixa-me ser. Assim. Deixa-me estar. Aqui. Que não é aí. Nem lá. Nunca foi.

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#day412

{que afinal é #day413}

O dia todo, na minha cabeça. Como um mantra.

Quem quer, faz.
Quem quer, vai.
Quem quer, diz.
Quem quer, fala.
Quem não quer, nada.

E a confirmação que os primeiros dias de Outono me derrubam. Que me alteram. Que me doem. E moem.

{Quem quer, faz.
Quem quer, vai.}

A ansiedade que ataca, de mansinho, e me relembra que está sempre por perto. Demasiado perto quando a julgava já tão longe. E as ferramentas que agora tenho para a enfrentar, aceitar e acalmar. Mesmo sabendo que ela, a ansiedade, é também trazida de volta pelo que guardo cá dentro, para mim, que precisa sair.

{Quem quer, diz.
Quem quer, fala.}

E cá dentro cinzento como lá fora. Mesmo quando um dia de chuva termina com um anoitecer de Sol. Cá dentro cinzento. Sem chuva. Nem Sol.

{Quem não quer, nada.}

Amanhã, espera-se melhor.

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#day411

{que afinal é #day412}

Há dias que só assim……
Relaxante muscular e anti-inflamatório em grandes doses para as dores de fora, as físicas. As outras? Adormeceram.

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#day411

Dizem que hoje é dia de reflexão.
Reflecti, mas não flecti.

Se as dores de dentro vou suportando {quase} em silêncio, as de fora, as físicas, hoje estiveram presentes ao ponto de se tornarem {quase} insuportáveis.

Mixed feelings allover again. Das dores de dentro que se confundiam com as dores de fora, as físicas. Silêncios de dentro que teimam em querer sair, esgares de dores que inutilmente tentei guardar.

Aquilo que já não quero mais, que sempre quis. Aquilo que quero mais que tudo neste momento, ainda que recorrendo ao que procuro evitar, os químicos.

As dores. As de dentro e as de fora, as físicas. Ambas irão passar. As de dentro com a ajuda do Tempo. As de fora, as físicas, com a ajuda que for necessário.

E, no final do dia que é de reflexão, reflecti mas não flecti. E entendo, como já devia ter entendido, que tenho que conhecer e respeitar os meus limites. Os de dentro e os de fora, os físicos.

No final, apenas isto: mais um dia. Com tanto de bom como de mau. Numa espécie de equilíbrio.

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#day410

Silhuetas na cor dos dias.

Azuis, tranquilos, ocupados.

E cada vez mais a certeza, mesmo que não absoluta, que aquilo que sempre quis e que foi não sendo, não foi sendo, o que mais quis, não quero mais.

Não quero mais…

Assim, só.

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#day409

Sem poder garantir com 100% de certeza, acho que sei quem sou.

Mas cada vez sinto mais que não sei, de facto, o que sou.

Continuo à procura. De mim.

Um dia de cada vez. Um passo atrás do outro atrás do um.

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#day408

Tanto para dizer. Vontade nenhuma de o fazer.

Fico-me assim. Quieta.

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#day407

Há muito que não sentia o que senti hoje. Há muito tempo que não me sabia tão bem voltar para casa, para minha casa, ainda que não tivessem passado sequer 24 horas de ausência.

Sim, já tive alturas em que a vontade era poder estar em minha casa e não andar a correr entre casas que não são minhas, pernoitando na minha 1 ou 2 vezes por semana.

Não. Hoje foi diferente. Foi sentir, finalmente, que estava em casa. Onde pertenço. Onde sou. De onde sou. Há muito, demasiado tempo que um regresso não me sabia como hoje: tão bem.

Mesmo que o fim do dia de ontem e manhã e principio da tarde tenham sido passados com o meu Um. Faltou-me apenas a presença do meu Dois para estar com os meus Tudo.

Não explico, apenas sinto. E hoje, hoje pela primeira vez em tanto tempo, demasiado tempo que já lhe perdi a conta dos dias, meses? Anos? Hoje finalmente senti-me EM CASA.

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#day406

Como assim, perder o eclipse da SuperLua só por ser às 3h47 da madrugada?
Há coisas que não se explicam, sentem-se. E, só por isso, às 3h30 saí de casa. Sozinha. E deixei-me ficar ali. A ouvir o mar ali tão perto mas demasiado longe para ir até lá sozinha àquela hora.
Deixei-me ficar. A olhar. E sobretudo a sentir. Porque não se explica. Sente-se.

E hoje, hoje novamente a Lua, de volta ao telhado em noite de Lua Cheia.

São coisas tão pequeninas para uns. Enormes de tão grandes para mim.

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#day405

When building a house {or anything else}, never forget to add the most important thing: Love.

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#day404

“Se não tentares nunca saberás se és capaz.”

Sempre gostei de rabiscos. Admiro, muito, quem facilmente pega num lápis e passa imagens mentais para o papel.

Sempre rabisquei aqui e ali. Pequenas garatujas sem importância nem significado muitas das vezes.
Com o passar dos anos fui deixando os lápis de lado. “Sou mais letras que desenhos”, digo tantas vezes.

Até que um dia me dizem “tens que coser isto e isto, mas não temos moldes, só fotos”. Está bem, disse eu. E sentei-me à mesa. E se há desenhos muito fáceis de fazer com régua e esquadro, outros há que são de mão livre.
E de mão livre nunca me tinha atrevido a fazer desenhos maiores do 5, 7, vá, 10 cm. Mas as almofadas têm que ter, pelo menos, 45cm.

Colo folhas A4 para passarem a A2. Respiro fundo. E de repente lembro-me que o lápis desliza muito melhor se deitado. E deixo fluir. E o resultado deixa-me com um sorriso no rosto. Porque é exactamente isto que se pretende.

E, afinal, é tão simples. É só respirar fundo e deixar fluir. Seja o lápis no papel, seja o que for “lá fora”. Deixar fluir.

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#day403

“Trust the process”

Não há Tempo para dias maus ou menos bons. Os bons, daqueles de sorriso ao canto da boca e brilhozinho nos olhos também estão numa espécie de stand-by.

Entrego e confio. Só isso.

Mas, confesso, às vezes sinto uma força que me puxa para um dia mau. Porque também tenho direito a esses dias. E porque, sei, preciso de uma espécie de catarse. De descarga.

Sim, apetece-me, muito, falar. Falar daquilo que “não é para ser falado” porque simplesmente não foi. Mas apetece-me. Preciso. Guardo para mim, no entanto. Tudo.

Trust the process.

O processo é, continua a ser, diário. Sempre um dia atrás do outro, um passo atrás do outro atrás do um. E não há, neste momento, nenhum “ainda bem” que me acalme o silêncio.

Entrego e confio. Só isso.

Mas há, claro que sim, pessoas que fazem a diferença. Ainda que em nada relacionado com o silêncio que grita cá dentro.

Mas há.

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#day402

Hoje, mais uma vez pessoas que fazem pessoas perder Tempo. Daquele que eu não tenho Tempo para perder.

E chegar a casa e encontrar vestígios do fim de semana e relembrar-me que nunca devíamos crescer. Porque as coisas podem ser tão simples como uma brincadeira de molas num triciclo.

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#day401

Há dias que fazem mal. Como hoje.

Não foi a chegada do Outono, talvez seja culpa de Mercúrio, não foi ausência de Lua, nem falta de estrelas.

Foi o que foi. Mau. Ou, apenas, menos bom.

Outono, Mabon, Equinócio-que-cientificamente-só-acontece-no-sábado.
Novo ciclo. Como o dia 401 é o início de um outro novo ciclo que, curiosamente, se prevê que dure até ao final de outro ciclo. Talvez aí, no fim desses dois ciclos simultâneos, paralelos, talvez aí já não sinta a necessidade de continuar a contar dias, os meus dias. Talvez.

Até lá conto um por um. Para distinguir os dias bons dos outros. Porque ainda me faz sentido. Ainda me faz sentir.

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