Category Archives: {#2020.Outubro}

{#285.82.2020}

Mais um Domingo que termina. Mais uma semana que se vai. Mais um dia, menos um dia. Este ano, apesar de tudo o que trouxe, está a passar rápido.

Amanhã mais uma semana que começa. Mais uma semana de trabalho que vai ser igual às outras dos últimos quase 7 meses.

Seja. Pelo menos tenho dias para contar. Não que tenha motivos para os contabilizar como já tive, mas são dias que são meus. Que me são alguma coisa. E espero ainda ter muitos pela frente.

Assim como espero que as coisas melhorem para poder recomeçar a ter dias diferentes.

Estou cansada disto. Mas não me vejo tão cedo a querer sair do meu perímetro de segurança para uma rotina dita normal.

Estou bem assim, no fundo. Apenas tenho dias em que tudo é igual. Mas não serei a única a sentir assim. Por isso, não estou sozinha.

Por agora, contento-me com breves saídas ao final do dia. É o que é possível. É o que há.

Mais um Domingo que termina. Passou como todos os outros Domingos. Demasiado depressa para lhe dar a devida importância e atenção. Quando a vontade é fazer do Domingo um dia digno de nota, vontade que tenho há muito tempo.

Enfim. Mais uma semana que termina. Mais uma semana que se aproxima.

Amanhã será melhor. Igual. Mas melhor.

{#284.83.2020}

Tirar um dia para não fazer nada, sem sequer sair de casa ao fim do dia como é habitual. Também é preciso. Também faz bem. Se é mau sinal? Talvez. Mas também faz parte. E também faz falta.

Hoje foi esse dia. Não foi totalmente perdido porque foi necessário. E foi bom ter sido assim. Porque dificilmente poderia ter sido diferente.

Amanhã será melhor.

{#283.84.2020}

Não sei porque continuo a escrever todos os dias quando já não digo nada. Já lá vai o tempo em que o que escrevia era sentido. Não que agora não seja, mas antes não era apenas sentido. Era sofrido, dorido, e em muitos casos bastante sofrido e dorido. Era a escrever que exorcisava o que sentia, o que vivia, numa fase muito doída que já passou.

Hoje escrevo muito menos do que antes, apesar de continuar a fazê-lo todos os dias, sem excepção. É uma espécie de ritual. Uma rotina. Fecho sempre o dia a escrever, por muito pouco que diga.

Como hoje. Não digo nada, só digo que antes escrevia de forma muito mais sentida do que hoje. E às vezes sinto falta dessa forma de escrever. Mas depois lembro-me que, se escrevia dessa forma, era por não estar bem. Escrevo melhor quando não estou bem. Há quem lhe chame síndrome de artista, rótulo que entendo mas que não vejo como sendo meu. Porque não sou artista e respeito quem o seja, mas não tenho pretensões a isso.

Mas tenho saudades de jogar com as palavras. De dizer tudo quando parecia não dizer nada. Ou não dizer nada dizendo tudo.

Na verdade tenho saudades de sentir intensamente. Mas apenas coisas boas, não as outras, que dispenso e não procuro nem preciso. Mas sim, tenho saudades de sentir intensamente. Nos últimos meses apenas vou sentindo devagarinho, sem grande intensidade, porque os novos tempos assim o exigem. Não há nada que me faça reagir um bocadinho mais. Estou como que adormecida e a precisar de algo bom que me acorde. Para voltar a sentir. Porque parece que não sinto nada. Adormecida. Aborrecida. Estagnada.

Estou cansada deste estado latente. E pouco ou nada posso fazer para sair dele. Porque os meus dias são só trabalho e nada mais. E falta-me algo para conseguir voltar a escrever.

Não sei mesmo porque é que continuo a escrever todos os dias quando o que vou escrevendo são apenas lamentações de dias vazios. Mas não passo sem esse momento de palavras no éter, mesmo que também elas sejam vazias.

Um dia deixo de escrever. Não agora, não em breve porque continuo a precisar de deixar no éter alguma coisa, mas um dia.

Até lá, continuo sem saber porque continuo a escrever. Até lá, continuo a procurar algo que me faça sentir intensamente. Mas só procuro coisas boas de sentir, como algumas que guardo comigo.

Um dia. Um dia deixo de escrever. Mas não hoje. Não agora. Não já. Não ainda.

{#282.85.2020}

Eu sei que não estou sozinha. Ou completamente sozinha. Alguém está? Há sempre alguém, mais ou menos próximo, mais ou menos presente, mas há sempre alguém. E por isso é injusto dizer que estou sozinha.

Mas é como me sinto. Como sempre me senti, na verdade. Como se me faltasse uma parte de mim mesma para me sentir menos sozinha. Mas talvez não seja exactamente uma parte de mim mesma que falta. Mas alguém.

Sim, é isso. Sinto falta de ter alguém. Não que complete, mas que me acompanhe e aconchegue.

E isso que me faz sentir sozinha… Não ter alguém do meu lado.

E é tão simples o que me falta. Mas que também sempre me faltou.

Sim, sinto-me sozinha na maior parte do tempo. Simplesmente uma vezes essa sensação pesa um bocadinho mais. Como agora.

Mas não é isso que me vai quebrar. No fundo, já estou habituada. Não me é estranho. Apenas incomoda um pouco em algumas alturas. Mas não me vai quebrar.

Se o meu caminho for para ser feito sozinha, então que seja. Continuo em frente. Sozinha ou não, mas em frente. Sempre. E sempre a olhar para cima. Não volto a ter os olhos fixos no chão.

{#281.86.2020}

Sozinha. Sempre. Como sempre.

Mas ninguém larga a mão de ninguém.

Ou larga…?

Não sei. Só sei que sozinha. Sempre. Como sempre.

{#280.87.2020}

Sair de casa todos os dias um bocadinho ao final do dia. Para mudar o chip, dizia eu no início. Cada vez me apetece menos, digo eu agora.

Apetece-me dizer que estou bem como estou, mesmo sabendo que esse estar bem é relativo. Não posso, no entanto dizer que estou mal. Porque não estou. Mas queria estar melhor nesse bem que chamo para mim.

E depois continuo com saudades tuas. But it is what it is. Já me devia ter habituado, não devia? Vai ficar assim, aqui, guardado comigo como todos os sonhos que tenho acordada todos os dias.

Um dia, quem sabe? Não sei…mas quem sabe um dia possa dizer que sim, estou realmente bem e que não, já não tenho saudades tuas.

Até lá, continuar a sair todos os dias um bocadinho. Para mudar o chip. Ou simplesmente para criar uma nova rotina nestes novos tempos tão pouco normais e que já se arrastam há mais de 6 meses e não têm previsão para terminar.

{#279.88.2020}

Dia três de três. Segunda feira. Feriado. E sempre a sensação de que devia estar a trabalhar. Mas depois lembro-me que é feriado.

Sendo feriado, foi mais um dia de nada e de coisa nenhuma. Igual aos outros todos, feriados ou fim de semana ou até mesmo dias úteis.

O que me cansa mais é ter dias sempre iguais. Falta-me tanta coisa neste novo normal. Falta-me a rotina diária de trabalho para conseguir perceber o fim de semana como algo diferente.

6 meses e meio e ainda não me habituei totalmente à falta de interacção com o que tinha antes. Mas sei que estou melhor em casa.

Vou aproveitando o fim de dia para sair de casa um bocadinho. Aproveito enquanto ainda há luz do dia. Depois da mudança para o horário de Inverno não sei se vou continuar a sair.

A ver vamos como vai ser lá mais para a frente. Por agora vou vivendo um dia de cada vez, como sempre. Devagarinho. Sem pressa. Sempre sem pressa. E a olhar para cima.

Dia três de três. Mais um dia, menos um dia.

{#278.89.2020}

Dia dois de três. Mais um dia igual aos outros, sem nada a registar. Mais um domingo de nada e de coisa nenhuma.

Hoje não me apetece reflectir sobre nada. Foi só mais um dia. Nem ganho nem perdido. Apenas passou.

Amanhã é feriado. Amanhã será melhor.

{#277.90.2020}

Dia um de três. Preguiça e mantas depois da sessão de terapia semanal matinal.

Sabe bem um dia de preguiça. Mas saber-me-ia melhor poder reunir um grupo de amigos numa esplanada ao fim do dia.

Um dia vai voltar a ser possível. Por enquanto tenho que me habituar ao chamado novo normal que não é assim tão diferente do meu normal habitual. Mas fazem-me falta as pessoas e poder sair por aí. Não que saísse muito antes. Mas antes era possível estar com alguém sem grandes preocupações. Agora não…

Dia um de três. Amanhã prevê-se novo uso das mantas aliado à preguiça típica de domingo.

Nem sempre sabe bem tanto tempo sem fazer nada. Faz-me falta o resto.

{#276.91.2020}

Vento, frio e chuva. Lá fora, claro. Cá dentro, só algum vento na minha cabeça que se traduz em alguma confusão de vez em quando.

E o vento, seja ele lá fora ou cá dentro, incomoda-me. Porque espalha tudo o que tento trazer organizado.

Mas não espalha o que sinto, o que carrego comigo. O que trago em mim. E ainda bem. Porque não me iria ser fácil ter que lidar com mais coisas espalhadas por aí.

E o frio lá de fora consigo contornar com mantas e cobertores. Enquanto não consigo imaginar como seria ter frio cá por dentro. Nunca consegui atingir a frieza, nem mesmo em situações que a mereciam.

E chover, claro, só lá fora. Há muito tempo que não chove cá dentro. Porque já não choro nem tenho vontade de o fazer. E isso é tão bom.

O caminho tem sido longo. Mas tem valido a pena. Agora é aceitar que o Outono chegou e já se instalou e habituar-me ao que se passa lá fora: vento, frio e chuva.

{#275.92.2020}

Gosto de dias que correm sem pressa, mas que se apressam a chegar ao fim quando se trata de dias de trabalho. Dias que se cumprem. E onde os objectivos de trabalho são cumpridos. É interessante perceber como uma simples alteração quase imperceptível pode fazer tanta diferença no gosto pelo que se faz.

E amanhã cumpre-se mais um dia de trabalho e fecha-se uma semana que passou a correr, para abraçar um fim de semana de três dias.

Os dias podem estar a passar todos iguais. Já era assim antes deste tempo novo de trabalho em casa. Mas há sempre pequenas coisas que fazem a diferença. Nem sei se me atrevo a chamar-lhes pequenos nadas ou se não lhes chamo nada. Mas que existem pequenas coisas que fazem a diferença no correr dos dias, existem.

Por outro lado, seria importante voltar a ter noites de sono não interrompidas. Como foi, mais uma vez, a última noite. Acordar uma vez durante a noite já não é bom, acordar 3 vezes não é melhor.

Sabe bem chegar ao fim do dia. Agora é tentar dormir uma noite inteira para amanhã cumprir mais um dia e os seus objectivos.