Category Archives: {#2021.Dezembro}

{#345.21.2021}

Sábado. Manhã de consulta com o terapeuta fofinho. É sempre bom começar o fim de semana assim. Já não passo sem essa conversa de sábado de manhã, mesmo quando não tenho muito para trabalhar em terapia. Ou mesmo quando não tenho nada, como hoje. Mas dá sempre para reflectir sobre alguns pontos e até comparar com outras sessões mais difíceis de outros tempos.

Mas terminei a sessão da mesma forma que comecei: apetece-me fazer alguma coisa, participar de alguma coisa que faça sentido. Ele diz que é normal eu querer isso. E eu também acho. Mas ainda não surgiu o que fazer. E isso chateia-me. Porque estou cansada de fins de semana sem actividades, sem objectivos. Não ter objectivos não me faz bem. Deixa-me impaciente. E não gosto de me sentir assim.

Sei que tenho uma porta aberta, ou semi aberta, para fazer parte de algo. Mas também sei das minhas limitações que acabariam por pôr em causa a minha participação activa e regular. E sei que, se avançar, a regularidade é um ponto assente. Tem que acontecer. E neste momento estou limitada.

Não participando em nada, resta-me sair de casa porque sim. Porque é preciso sair para não ficar sempre fechada em casa. Porque não me faz bem.

E saí. E ganhei o dia por ter saído e por olhar para cima e encontrar a minha Lua logo ali.

Mas quero mais.

Na realidade preciso de mais.

Amanhã será melhor. Será dia de recolher e descansar, é para isso que servem os domingos. Não havendo programa melhor, e o programa que eu queria não vai acontecer, será um dia dedicado a nada.

Apesar de tudo, hoje não foi um dia mau. E amanhã também não será.

{#344.22.2021}

Sexta feira. E a vontade de perguntar coisas que não são mais do que preocupação pura. “E tu? Onde ficas tu no meio de tudo?” É uma pergunta simples, mas a resposta será mais complexa, de certo. Mas tenho curiosidade em saber a resposta. Talvez um dia consiga fazer a pergunta, mas terá que ser ao vivo, só assim faz sentido.

O mote de ontem foi mais ou menos lançado. Se foi entendido, não sei. Não irei insistir para já. Irei manter-me como sempre: presente.

Amanhã será dia de consulta de manhã e a tarde, à falta de programa melhor, será para descansar: mantas, sofá e televisão. E muita ronha. Mas sempre com vontade de fazer acontecer mais.

Hoje foi mais um dia igual aos outros, mas agora não me queixo, porque por muito iguais que os dias sejam, há sempre algo diferente porque o trabalho assim o dita. E gosto muito do meu trabalho. A única coisa que me custa? As três horas que perco em deslocações. São uma perda de tempo. E eu não tenho tempo para perder Tempo.

Enfim…seja o que for que o dia de amanhã me reserva, estou cá. Presente por inteiro.

Agora desligo. Estou cansada. E amanhã também é dia.

{#343.23.2021}

Às vezes, perder o autocarro pode ser bom. Dá aquele tempo extra para fazer um telefonema e pôr a conversa em dia. E ir sabendo daquele local que já não é meu e que já não deixa saudades pelo caos que se revelou.

Estou bem onde estou agora. E ainda bem que estou ali e já não lá.

E hoje voltou a haver retorno. Está tudo bem e só isso importa. Mas faz-me falta, também aqui, pôr a conversa em dia. Irei lançar o mote. E depois logo se vê.

É o que é. E o que tiver que ser, será. Estou bem como estou. Mas claro que gostaria de mais. Não o peço e menos ainda exijo. Porque, lá está, é o que é.

E de repente lembro-me da minha Lua. Há muito tempo que não a via. E ter perdido o autocarro para casa hoje permitiu-me vê-la e recordar que ela está lá sempre para me ouvir e sentir. E sei que não está só para mim. Quem sabe se não está também disponível para enviar o que trago comigo e guardo cá dentro a quem eu gostava de entregar tudo isto.

Lance-se o mote. Veremos o que dá e quando dá. Porque dará alguma coisa, não interessa tanto o quê mas sim o quando.

Amanhã? É sexta feira. E só por isso vai ser bom. E por hoje já chega.

{#342.24.2021}

Acordar com uma mensagem de retorno. Sabe bem. Mas ainda ficou a faltar tanto…

Almoçar tarde e adormecer no sofá depois do almoço. E passar a tarde assim, debaixo das mantas. Não tinha nada previsto para este feriado, mas gostava de ter feito alguma coisa. Não fiz, mas se adormeci e assim fiquei tanto tempo é porque, de alguma forma, estava a precisar.

Amanhã regressa-se à rotina. E ainda hoje regresso ao ritual nocturno. Quem sabe agora consiga confirmar que está tudo bem.

{#341.25.2021}

O silêncio mói. E dói.

…e continua presente…

Sei que o retorno irá acontecer. Só não sei quando. Até lá, o silêncio. E eu não sei lidar com o silêncio.

Sei, também, que nem sempre há disponibilidade ou disposição. Tenho consciência disso. Sei que, do outro lado, os dias também podem ser difíceis. Tenho perfeita noção e acredito que estes dias possam estar a ser complexos.

…mas eu nem peço muito. Já só preciso de saber que está tudo bem…

{#340.26.2021}

Segunda feira com sabor a quinta. E o silêncio que me assusta sempre. Sei que o retorno não é obrigatório e acabará por acontecer. Mas enquanto não acontece, mil cenários formam-se na minha cabeça, cenários de filmes que só aí fazem sentido e só aí são possíveis.

Sim, eu sei que o retorno não é obrigatório e que voltará a acontecer. Mas sinto-lhe sempre a falta. E muita. E vai crescendo o medo de que algo possa estar errado. E se um dia acertar nesses receios?

{#339.27.2021}

Domingo que se queria de preguiça e começou cedo. Preguiçou-se um bocadinho depois de acordar cedo, mas a tarde foi preenchida. Estudar o manual que veio do trabalho e sentir que ficou tudo na mesma. Será a prática a grande mestre. Como em tudo, aliás.

Foi um domingo que passou rápido demais e que no final pouco se viu. Um bocadinho como todo o fim de semana no geral. Passou demasiado depressa. Não deixou nada para mostrar.

Amanhã é o regresso à rotina. Mais uma semana que será interrompida a meio por mais um feriado. Que, apesar de bem vindo, acaba por me baralhar.

Agora é hora de recolher e desligar enquanto ainda espero pelo retorno de hoje. Que já não deve vir. Mas não faz mal. Se estiver tudo bem, eu estou bem também. E amanhã também é dia.

{#338.28.2021}

Sábado. E ninguém merece acordar duas horas do despertador tocar. Mas aconteceu. Mais uma vez.

Manhã de consulta, tarde de assistência técnica e um jantar fora inesperado de última hora. Estudar, que é necessário, ainda não aconteceu. Vai ter que acontecer amanhã.

De resto, mais do mesmo. Mais um sábado desinteressante. Mas que, apesar de acordar demasiado cedo, deu para descansar.

Amanhã será desinteressante também. Mas será um dia bom. Como o de hoje também foi. Com retorno de manhã cedo e uma vontade grande de retorno a todas as horas. Como sempre.

Não acontecendo, fico-me pela vontade. Sabendo que o retorno acontece sempre, mesmo que por vezes possa demorar um pouco a acontecer. E estou bem assim.

Agora desligo. Esta noite não há ritual nocturno. Como acontece aos fins de semana, aliás. É raro haver ritual nocturno ao sábado. O que, por sinal, acaba por também ser uma espécie de ritual, o não haver ritual. Eu sei, eu sou estranha. Mas não seria eu se não fosse assim.

{#337.29.2021}

Semana, que foi mais curta, terminada. Apesar do feriado a meio da semana, sinto-me cansada. As noites continuam mal dormidas e interrompidas e o frio não ajuda na hora de recuperar. Mas não me queixo, porque tudo isto sabe bem no final do dia.

Tempo de pôr conversa em dia. E as memórias de um tempo que foi da fusão de cores. Esse tempo já lá vai, foi bom enquanto durou, fica a amizade, o carinho e o respeito, acima de tudo pelo que foi bom em tempo que era de ser tempo. Mas as memórias, todas elas positivas, sabem bem. É bom ter boas memórias.

Venha o fim de semana. Para descansar o que é de descansar e estudar o que é para estudar.

Desejosa de regressar ao teletrabalho, mesmo sabendo que perderia (perderei) as cores do dia que amanhece. Mas também sei que seriam (serão) menos 3 horas perdidas em deslocações. E 3 horas é muito tempo.

E eu não tenho tempo para perder Tempo.

E pensando em tempo que não tenho para perder Tempo, olho para os últimos quatro anos e confirmo que não tem sido tempo perdido. Tem sido tempo investido. E tenho saído sempre a ganhar. Que continue assim.

{#336.30.2021}

Frio. Muito.

Tanto…

{#335.31.2021}

Surpresa do dia: um encontro inesperado. Ainda na sequência do retorno habitual, hoje esse retorno traduziu-se em algo parecido com “estou aqui”. E eu, claro, fui. E ainda bem que fui.

Foi pouco tempo, foi em missão, mas foi como é sempre: bom. E novamente o meu gut feeling me diz que há algo mais ali. Porque podia não ter dito nada, sabendo que seria sempre pouco tempo. Mas disse. E ainda bem que disse.

Assim termina o feriado que tinha sido pensado para descansar e estudar. Descansei, mas o estudo vai ter que esperar pelo fim de semana. Seja como for, no trabalho há cábulas e apoios. Pode esperar mais um pouco.

Agora desligo. Amanhã é dia de regresso à rotina. Mas desligo aconchegada por aquele período de pouco mais de meia hora que veio de surpresa e me soube tão bem.