Category Archives: {#2022.Maio}

{#130.236.2022}

Terça feira. Ainda a semana não vai a meio.

E eu estou exausta…

{#129.237.2022}

Começo a semana cansada e sem saber muito bem porquê. Afinal, não adormeci demasiado tarde, não fiquei na conversa até depois da hora, descansei no fim de semana, a noite não foi muito diferente das anteriores, apenas acordei meia hora mais cedo do que era suposto.

O corpo, esse, está cansado. E dá sinais de que algo não está a 100%. Talvez seja apenas o início da mudança…

Há mudanças que não podemos evitar, por muito que não as queiramos. Porque são biológicas. Mais do que apenas físicas. São daquelas mudanças inevitáveis, que sabemos que vão acontecer mas para as quais nunca se está preparada. Eu sei que não estou…mas desconfio que essa mudança está mais próxima do que eu gostaria.

Não estou preparada hoje, como não estava preparada há 35 anos aquando da primeira grande mudança. São etapas, dizem. São marcos. Sei que não sou grande fã de mudança, mas desta em especial não sou mesmo. E não a quero. Não já. Não ainda…

Logo agora que há planos, que há sonhos que não sei se quero seguir, logo agora…agora não. Não quero isto que nem sei se já está, de facto, a chegar. Simplesmente não quero.

Quero continuar a ser uma miúda, com tudo o que isso implica. E sinto-me a ser obrigada a crescer à força.

Não, não estou preparada. Nem quero estar, apesar de saber que tenho que me preparar. Pelo menos psicologicamente tenho que me preparar. E não sei como fazê-lo.

Se estou assustada com tudo o que essa mudança implica? Estou. Já tinha sido chamada a essa realidade, a essa proximidade e não gostei. Lembro-me que na altura não gostei nada por achar que ainda estaria longe. Mas hoje, porque algo me faltou e falta há uns dias, caiu-me a ficha de que, afinal, pode estar mais perto do que esse longe que eu quis que fosse verdade.

Não. Não estou preparada. Não quero esta mudança. Mas não a posso evitar…e isso, a simples ideia da proximidade, não me está a fazer bem. Está a deixar-me muito desconfortável porque estou a ver o tempo passar demasiado depressa e o meu tempo a terminar…

Não. Não está a ser fácil. Não agora. Não já. Não ainda…

Não quero. Mas não há como evitar…

{#128.238.2022}

Domingo com sabor a Domingo? Mais ou menos…

De manhã, a consulta semanal com o terapeuta fofinho. Almoço com os sobrinhos. Descansar um bocadinho entre a consulta e o almoço, depois de ter acordado duas horas antes do despertador tocar. Ganhar coragem para me dedicar ao estudo…

Conseguir terminar um capítulo monótono, daqueles cheios de alíneas, que são demasiadas até para as contar, de um assunto que tenho que ficar a conhecer mas que me vai servir de zero.

De manhã, um retorno que surpreende apesar de ter sido eu a quebrar o silêncio. Surpreende apenas pela iniciativa de, mais uma vez, me falar num jantar que tarda em acontecer. Mas já não espero ou antecipo. Só quando estiver de facto marcado é que as borboletas na barriga se devem manifestar. Por agora é só mais uma promessa. E eu não acredito em promessas embora cumpra as minhas. Mas é o retorno possível de um porto de abrigo que não leva a lado nenhum…

E a ausência da tempestade perfeita. Que não incomoda mas, percebo agora, gera alguma ansiedade. Ansiedade que não tem razão de existir porque não existem borboletas na barriga neste caso. Mas existe, sempre e em qualquer caso, o medo da rejeição. Que aqui não faz sentido, a menos, claro, que se tenha uma perturbação de personalidade borderline. E eu tenho. E, mesmo não acreditando em promessas, neste caso há muitas. E planos que não faço, não quero fazer, mas que estão a ser feitos por mim sobre algo que me é sensível e é maior do que eu. E muito maior do que um simples jantar…

Enfim…o fim de semana terminou e eu continuo cansada. Vai ser uma longa semana outra vez. Mas vai ser boa. Porque eu quero que o seja. E é isso que importa.

O resto? O retorno ou as ausências? O porto de abrigo ou a tempestade perfeita? São o que são e não posso permitir que me condicionem.

A vida segue. E eu estou a dar uma oportunidade à vida. Vamos ver como corre…

{#127.239.2022}

Sábado, dia de sobrinhos e calor. Manhã de praia, claro. Primeiro dia de pé na areia e Sol na pele. Não houve coragem para corpo no mar.

Muito cansada. Duas horas de cama depois de almoço para recuperar de uma semana intensa e preparar-me para estudar. Há muitos anos que não estudo, não sei se ainda sei como se faz para além de ler manuais. Mas desta vez, mesmo que não apeteça entrar em Ordenamento Jurídico que dá muito sono, vai ter que ser. Dia 12 de Julho vai ter que correr bem. Só pode correr bem, não há outra hipótese. Se mexe com a ansiedade? Mexe. Muito. Já sei, por experiência, que quanto mais próximo da data, mais vai mexer. Por isso mesmo tenho em papel um curso inteiro que é para fazer online no local de trabalho. Sendo que em horário laboral não dá para aprender muito, porque as condições são perfeitas para me desconcentrar. Se até em casa, em papel, me desconcentro, online e com demasiado ruído à minha volta não dá para assimilar tudo o que preciso de saber. Vamos ver…

Ainda o silêncio do porto de abrigo, que me faz falta e deixa saudades. E me entristece. Mas, não posso esquecer-me, é o que é. A lista de prioridades está bem definida e aceite e eu não faço parte dela. Siga. Um dia destes quebro o silêncio, só porque sim e para confirmar que está tudo bem.

A tempestade perfeita um bocadinho mais ausente também. Mas essa ausência não me preocupa nem entristece. Simplesmente sinto falta dessa presença que tem sido constante nas últimas semanas. Mas não cobro nem ressaco.

Enfim. É tudo muito “é o que é”. E é só isso mesmo. Um dia aprendo a lidar com isso. Hoje ainda não é o dia. Mas um dia chego lá.

Ainda é cedo, mas sinto-me cansada e não sei se volto ao Ordenamento Jurídico para adormecer mais depressa ou se opto por pegar nele amanhã com a cabeça mais fresca para conseguir avançar. Sei apenas que me apetecem retornos de porto de abrigo que não tenho…

Amanhã será melhor. Ainda hoje é sábado, amanhã é dia de consulta com o terapeuta fofinho, vai ser um bom dia.

Por hoje chega…

{#126.240.2022}

Sexta feira e pensei que nunca mais cá chegava. Tão cansada…não posso continuar a ir dormir tarde todas as noites. Mas é mais forte que eu…

Sexta feira e nem porto de abrigo nem tempestade perfeita. Sem sinais de nenhum dos dois jogos. Silêncio. E é tão estranho esta espécie de vazio. E se o silêncio da tempestade perfeita não magoa, no caso do porto de abrigo dói. Muito.

Enfim. É o que é. Tanto um caso como o outro, apenas é o que é. E tenho que me habituar a isto. Ao silêncio. À ausência. E à distância, mesmo que sejam duas distâncias tão distintas, tão diferentes.

Aproveito para descansar. E preciso tanto de o fazer.

Amanhã será dia de sobrinhos que ainda chegam hoje. E para eles preciso de ter alguma energia. Para os sentir e saborear. Por eles? Tudo. Para eles? Tudo também.

Mas o silêncio das distâncias bem que podia ser quebrado…mas não o será por mim.

{#125.241.2022}

Mais um dia muito cansada…dormir mal, culpa de noites interrompidas, mesmo quando adormeço relativamente mais cedo, não está a ser bom. O corpo exige descanso e não tem. Ou horas de sono recuperadoras. Que não existem. Falta muito para sábado?

Continuo com saudades, claro, mas mantenho a distância. Disponível, sempre, mas mais ausente. Se quiserem, sabem onde me encontrar. Afinal, não mudei para o outro lado do mundo. Continuo exactamente no mesmo sítio. E tão fácil de encontrar hoje como desde o primeiro dia há 4 anos e meio. Um dia alguém vai dar pela distância, pela ausência. E a minha resposta vai ser que continuo no mesmo sítio… Quem quiser que se toque.

Não estou chateada, porque não há motivos para isso. Triste? Talvez um pouco, fruto das minhas próprias expectativas. Altas, como sempre. E isso não é bom para ninguém.

Por outro lado, a tempestade perfeita continua por perto. Como se nada fosse, mas com planos que eu sempre quis fazer. A dois, quando os fiz tantas vezes sozinha, durante tanto tempo. Até que correu mal, ou correu como correu. Encolho os ombros para já. Mais para a frente logo se vê.

Deixei de fazer planos há muito tempo. E agora que há quem os faça e queira fazê-los comigo é para mim novidade.

Mas por hoje não quero pensar nisso. Estou demasiado cansada. Quero apenas desligar, enroscar e descansar. Amanhã? Logo se vê se volto a pensar nisso. Nisso tudo que me tem preenchido os últimos dias. E é tanto…

Logo se vê… Por hoje? Por hoje já chega. Amanhã também é dia.

{#124.242.2022}

Quarta feira, dia do meio, dia nim, nem não nem sim. E o teletrabalho. Temporário, porque amanhã já não há, é dia de regresso ao escritório. Mas eu gosto mesmo é de trabalhar em casa. Não perder 3 horas por dia em deslocações, não andar metida nos transportes públicos, não ter que madrugar. Mas não pode ser, por isso siga.

E ainda a ressacar da segurança do porto de abrigo. Ausente eu, ausente o outro lado também. Se calhar faz parte. É mesmo assim que tem que ser, passar pela ressaca para finalmente desintoxicar. Não que alguma vez tenha sido algo tóxico, nunca foi. Muito pelo contrário. Eu é que tenho que desapegar, deixar ir. Como um vício, vai ser preciso tempo para a desabituação. Não está a ser fácil. Mas um dia de cada vez vou conseguir. Até porque (e não me posso esquecer) um porto de abrigo traz segurança, mas não leva a lado nenhum…

A tempestade perfeita está instalada. E, para além do inicialmente previsto, está a tornar-se algo mais sério. Com grandes implicações futuras, se isto se concretizar. Grandes mudanças para as quais não sei se estou preparada. Mas que já quis muito. Hoje não sei se ainda quero. Tenho medo? Claro que sim. Do que pode correr mal e até do que pode correr bem. É algo maior que eu e já sei, por experiência noutro tempo, que não posso passar por isso sozinha. Dizem-me que não ficarei sozinha. Mas a distância a isso obrigaria. E eu não sei…não sei mesmo se quero avançar ou sequer se consigo passar por isto que me está a ser proposto.

Enfim…num caso não posso fazer nada, no outro está nas minhas mãos. E eu estou no meio. Perdida, claro. Desorientada. Sem saber o que fazer. E sem conseguir falar com ninguém. Porque é algo demasiado meu. E a magnitude que tem assusta-me. Gostava tanto de uma conversa de raparigas para esclarecer ideias…

Vamos ver. Ainda vou a tempo de voltar atrás. Ainda é possível recuar. Mas a questão é: será que quero recuar…?

{#123.243.2022}

Às vezes, tenho saudades do porto de abrigo. Como agora.

Mas deixo que a tempestade perfeita se aproxime. Já sei o que me pode levar a algum lado. E não é a segurança do porto de abrigo…

Dar uma oportunidade à vida. Porque a vida segue…

{#122.244.2022}

Set boundaries. Criar limites. Valorizar-me. É necessário sempre. Mas especialmente no meio de uma tempestade perfeita.

Hoje foi o dia.

{#121.245.2022}

Dar uma oportunidade à vida. Aceitar o que a vida me dá.

Mas e quando o que a vida me dá é muito, quase demasiado, de uma forma absolutamente inesperada? Assusta. Muito.

Conheço as regras do jogo. Mas não sei se consigo jogar. Sei que não existe um prémio no final do jogo, mas o que me está a ser oferecido assim parece. Um prémio, uma recompensa. Ou será apenas uma troca? Não sei. E não sei se gosto de todas as regras.

Sei, sim, que está tudo a ficar demasiado pessoal. Quando não era suposto, começa-se a entrar em campos demasiado pessoais e sensíveis. E o que sinto sobre isso é tudo menos pacífico e claro. Estou confusa, muito confusa. Com vontade de dizer sim, já o tendo dito. Com vontade de esperar. Com vontade nem eu sei de quê.

Sei que uma tempestade perfeita mexe com muita coisa. Nunca pensei que mexesse com tanto. Só tenho medo, muito medo, do potencial de destruição que uma tempestade perfeita pode trazer.

O porto de abrigo? É só isso mesmo, um sítio de protecção. Mas que não leva a lado nenhum. E também ele, a outro nível, tem potencial destrutivo pela estagnação.

Enfim…nunca pensei estar onde estou hoje. E não sei mesmo se quero avançar ou recuar. Não sei mesmo. E é isso que me está a incomodar e a consumir. Porque uma tempestade perfeita tem tudo para correr mal.

Mas não pode…