Category Archives: {#2023.Junho}

{#161.205.2023}

Sábado que começou cedo e Yoga para acordar. Não para relaxar, como era suposto, porque não consigo relaxar…

O resto do dia? A preguiça. E uma coisa que não sai da minha cabeça: estou a exigir de mim mesma aquilo que não consigo dar… Estou a exigir de mim estar bem o mais depressa possível. Não posso. Preciso de tempo e ajuda. Já estou nisto há algum tempo. E a ajuda vai aparecendo de várias formas distintas. De vários sítios. De várias pessoas. E sim, sabe muito bem saber que não estou sozinha. Que posso sussurrar baixinho um pedido de socorro e, mesmo assim, será ouvido.

Não, ainda não estou bem. Longe disso. Ainda estou a encaixar na minha cabeça todas as peças deste puzzle complicado. Não tenho nenhum mapa ou desenho que me diga qual a imagem final que devo completar. Sei apenas que as peças são muito mais do que pensava inicialmente. E são demasiado complexas. Demasiado confusas…

Estou a exigir de mim completar o puzzle o quanto antes e a esquecer-me de tratar cada uma das peças antes de encaixar…

Estou cansada…física e mentalmente. Tanta coisa a acontecer nos últimos meses… Que, se for a ver friamente, não aconteceu nada. Nada!

Não, hoje não consigo desenvolver o que vai cá dentro. Vai ter que ficar comigo. A ser, como sempre, sentido. Moído até à exaustão. Porque até eu me perco em mim mesma com o que sinto e que não sei processar de outra forma.

Enfim…por hoje não consigo. Amanhã? Logo se vê…

{#160.206.2023}

Sexta feira. Ou mais um dia igual aos outros. Ontem foi feriado? O calendário assim o diz. Se dei por isso? No, not really, no.

Estou cansada de dias iguais uns aos outros, mas não consigo fazer do momento presente algo diferente ou melhor. Hoje, por exemplo, tinha programado fazer o que tenho que fazer para encontrar alternativas. Queria também pegar na loja online e tratar da página de stand-by. Não consegui fazer nem uma coisa nem outra. Toda a semana tive exercícios de Yoga para fazer. Não fui capaz. Simplesmente porque tenho estado a procrastinar tudo. Seja o que for. Vou adiando. Porque não consigo concentrar-me em rigorosamente nada…

Sei que preciso de ajuda para sair disto. E tenho procurado quem me estenda a mão para lá da medicação e das consultas com o terapeuta fofinho. Mas não tem sido suficiente. Nada disto tem sido suficiente. Sei que a recuperação começa, passa e termina em mim. Mas também sei que me sinto perdida no percurso.

Continuo a não conseguir chorar. Continuo a sentir a pressão em cima de mim. Continuo a sentir que, de todos os lados, todos me exigem tudo. E a minha vontade é perguntar “e eu?”…

Não, não dei pelo feriado de ontem, não fiz de hoje um dia diferente e amanhã, com excepção da aula de Yoga logo pela manhã, será mais um dia igual aos outros. E eu estou cansada disso…

Mas, não me posso esquecer, um dia de cada vez, baby steps, sentir tudo o que tiver que sentir, e em primeiro lugar estou eu. Parece simples? Parece pouco? Não é. Nem simples nem pouco. Estou cansada. E apetece-me gritar isso mesmo! Estou CANSADA! Larguem-me por um bocadinho. Mas, ao mesmo tempo, não me deixem cair…por favor, não me exijam demasiado, mas não me deixem cair.

Não sei até quando vou aguentar isto tudo. E, já percebi, quem coloca mais pressão em cima de mim para ultrapassar isto…sou eu… E não posso. Mas sou. Porque quero ser mais do que isto. Porque quero estar mais do que isto. E novamente a diferença entre o ser e o estar… Não me posso esquecer que estou assim, não sou assim. Sou tão mais do que isso… Mas não posso, não posso, não posso!, pôr esta pressão em cima de mim. Mas ponho…

Não, não sei até quando vou aguentar isto. Isto que nem sei bem o que é ou, sequer, como definir. Só sei que não o quero para mim e estou cansada. Tanto. Queria acordar um dia e estar tudo bem outra vez. Como se andasse para trás no tempo. Mas não é possível. Por isso agora tenho que me concentrar apenas e só em mim. Sem pressa. Sem pressão. Muito menos auto-imposta. E essa pressão auto-imposta existe. E não pode…

Estou tão cansada… E farta disto. Quero, muito, sentir a diferença entre os dias. Que há muito tempo, demasiado tempo!, não sinto. Não sei como vou sair daqui. Disto. Toda a gente me diz que vai passar. Mas ninguém me diz como é que passa. This too shall pass. It may pass like a kidney stone, but this too shall pass.

Do outro lado do Mundo, num fuso horário com 5 horas de diferença, neste momento esperam por mim. E, por muito que me esteja a saber bem, hoje não me apetece…

Amanhã. Amanhã logo se vê. De manhã cedo Yoga. Depois? É o que o dia me trouxer. Por hoje fica a vontade de chorar e o não conseguir pôr essa vontade em prática… Amanhã será melhor. E logo se vê…

{#159.207.2023}

Não, acordar cedo quando não há necessidade não tem piada. Menos ainda quando se acorda às 6h da manhã depois de uma noite mal dormida com tosse provocada pelo calor no quarto.

O tempo vai passando, vou contando os dias e vou-me lembrando que, um dia, vou ter que voltar ao trabalho. E não me sinto, ainda, com coragem para isso. Mas, para já, tenho que me focar em mim. Só em mim. Fazer o que tenho que fazer para encontrar alternativas. E ir vivendo um dia de cada vez.

Quinta feira e feriado. Lá fora tempo cinzento, ventoso e quase frio. Desagradável, portanto. Com momentos de chuva. Nenhum Sol. E sem fazer nada que se veja o dia todo. Podia (ou devia…) aproveitar estes dias para, por exemplo, ler o livro que espera por mim desde o Natal. Mas a verdade é que não consigo concentrar-me e manter-me focada em seja o que for por muito tempo. Por isso, o livro continua por abrir.

Entretanto, daqui até ao outro lado do Mundo é um instantinho, mesmo com um fuso horário com 5 horas de diferença. Mas, todos os dias, o outro lado do Mundo está presente.

O cansaço dá-me sono. Dormir mal também. E a medicação que tomo à noite completa o ramalhete ensonado. Por isso, mesmo sendo só 22h30, dou o dia por terminado. Amanhã? Logo se vê. Mas irei, de novo, procurar alternativas e fazer o que tenho que fazer. Que é uma espécie de me colocar em bicos de pés para ser vista. Mas é o que tem que ser feito agora. Porque eu mereço melhor.

Sim, amanhã logo se vê. Agora volto a focar-me em mim e vou em busca de uma boa noite de sono.

{#158.208.2023}

Pode uma quarta feira em que não se fez nada ser tão extremamente cansativo? Se acordamos às 7h da manhã, ou se formos acordados às 7h da manhã sem necessidade (…!), sim, pode ser um dia tão extremamente cansativo.

O dia resume-se ao envio de CV e pouco ou nada mais. No entanto, há já alguns dias que não me sentia tão estupidamente cansada. É urgente repôr os níveis de Ferritina, Ácido Fólico e Vitamina D. Só assim os níveis de energia melhoram. Porque, estar de baixa, tem-me permitido recuperar do desgaste físico. Agora é importante também recuperar do desgaste mental e, acima de tudo, emocional.

Decidi que está na altura de começar a disparar em várias direcções. E já comecei. Primeiro por uma dica que me chegou. Depois por livre iniciativa para outros no mesmo campo de acção. Agora é acreditar que alguma coisa irá sair daqui e de forma positiva.

É esperar para ver. Amanhã é feriado. Sexta feira logo se vê. Agora é tentar recuperar o dia de hoje em que não fiz nada que justificasse tanto cansaço e tentar não acordar, ou ser acordada (…!), amanhã às 7h da manhã…

{#157.209.2023}

Dia longo, a começar cedo e com tanto a acontecer. Ou um tanto cheio de nadas ou quase nadas.

De manhã, esperar por uma chamada do Hospital para confirmar o prolongamento da baixa. Claro que não estava lá. Falar com quem consegue desbloquear situações não tem preço. E eu pude fazê-lo. Pouco tempo depois, a baixa estava pronta a ser levantada.

Ir a Lisboa, até ao hospital com o jardim mais bonito de Lisboa. Custou-me a ir, não nego. Mas soube bem voltar.

Mais 30 dias fora daquele que é, agora, o último sítio onde quero estar. Apesar de gostar muito do meu trabalho, as pessoas supostamente responsáveis são o que me está a fazer mal. Por isso, mais 30 dias e depois logo se vê…

Amanhã? Será melhor. Ou então logo se vê. A verdade é que são 23h15m e o sono está a deixar-me completamente KO. E, apesar de já não ter a companhia da minha gata durante a noite uma vez que tem o acesso vedado ao quarto à noite, continuo a acordar a meio da noite para depois acordar muito cedo. Demasiado cedo, para quem pode dormir um bocadinho mais. Enfim…

Sim, amanhã será melhor. Menos cansativo será de certeza. Agora é hora de recolher e enroscar para aninhar e apagar em menos de nada. O resto? Logo se vê…

{#156.210.2023}

Segunda feira. Mais um dia em casa, igual aos últimos muitos. Provavelmente 40 dias, talvez um bocadinho mais. Não sei. Não quero saber. Desta vez não conto dias de coisa nenhuma. Já lá vai o tempo em que contar os dias me ajudava no processo de cura.

Desta vez não conto dias. Sinto-me perdida no tempo, nos dias, no calendário. Mas, apesar de tudo, não tenho pressa. Tenho, antes de tudo, encontrar-me para poder encontrar a saída disto. Que nem sei bem o que é ou como é. Só sei que é.

Continuo muito cansada, mas já sinto algumas melhoras nesse campo. Mas um simples banho continua a ser desesperante de tão cansativo que é. Nunca pensei que tomar banho pudesse ser algo assim…mas é. Depois do banho só estou bem no sofá. A recuperar forças. Mas também isto está ligeiramente melhor.

O que não está melhor é a ideia de voltar ao trabalho…não consigo sequer pensar em trabalho. Em enfrentar a chefia, não o trabalho em si. Trabalho que adoro, que faço com qualidade, bem feito dentro do que posso fazer. Mas a chefia…da supervisão à coordenação. Não tenho coragem para enfrentar nenhum deles. E foram eles, mais exactamente ele, o supervisor, que me trouxe aqui.

Tenho que encontrar uma solução rapidamente. Uma alternativa. Não posso continuar a refugiar-me numa baixa médica que não é nada mais do que uma forma de fugir.

Amanhã será dia de renovar a baixa. Já sei que vai ser renovada, só não sei por quanto tempo. Amanhã saberei. E depois logo se vê…

Espero, só, que obter o papel da baixa seja mais tranquilo do que foi a tentativa de contacto com o Hospital na semana passada. Logo se vê…

Mas, seja como for, amanhã será melhor. Todos os dias tendem a melhorar um bocadinho mais. Não me tenho esquecido de me colocar em primeiro lugar. Mas sei que ainda há muito trabalho a fazer para estar bem. Já não peço estar bem a 100%, já me contento com 90%. Mas, para isso, tem que continuar a ser um dia de cada vez. Sem pressa e sem pressão. Muito menos auto-imposta…

Sim, amanhã será um dia bom. Por hoje mantenho-me a olhar para cima e a pensar em mim. E tenho que começar também a tratar de mim estando em casa. Tenho exercícios de Yoga para fazer e já devia ter começado hoje. E, como em tudo o resto, se quero ver resultados tenho que fazer por isso.

Amanhã. Será um dia bom. Porque eu quero que assim seja. Nada mais do que isso.

{#155.211.2023}

Domingo estupidamente longo e preguiçoso. Acordar às 7h da manhã sem necessidade? Ninguém merece. Mas foi o que aconteceu depois de adormecer para lá da meia noite.

Manhã longa até à consulta com o terapeuta fofinho. Consulta tranquila. Pós consulta? Nada… Voltar para a cama por um bocadinho antes do almoço. Depois do almoço, enroscar no sofá. E decidir que iria sair à tarde, andar um bocadinho, esticar e mexer as pernas, apanhar ar, espairecer um bocadinho. Mas, por causa do calor, nunca seria antes das 18h. Mas a preguiça trocou-me as voltas. Enroscar no sofá depois de acordar cedo é o mesmo que garantir duas horas de sono. Como aconteceu.

Acordei como adormeci: preguiçosa. E sempre com a sensação de já ser segunda feira. Mas não, hoje ainda é Domingo. O dia está estupidamente longo, é verdade. Não aconteceu nada o dia todo. Só ao fim da tarde saí. Para beber um café. E, em cima da hora, decidi ir ao encontro das cores de final de dia no sítio do costume. Só para perceber que o Sol já não se põe ali. No Verão é um bocadinho mais à direita. Não interessa. Estiquei as pernas, andei, espaireci, apanhei ar antes de voltar para casa.

Amanhã começa uma nova semana. Que, para mim, vai ser igual às últimas, sem grandes novidades. Por agora, que é quase meia noite, dou o dia por terminado. O sono, que estava perdido, está a começar a chegar. O corpo está moído da Yoga de ontem e é preciso, aos poucos, recuperar os músculos que há muito tempo não sentia como sinto hoje.

Sim, dou o dia por terminado. Do outro lado do Mundo ainda é cedo e lidar com um fuso horário com 5 horas de diferença nem sempre é fácil. Mas é possível. E lá ainda vai ser hoje por mais 5 horas. Mas eu já não vou fazer parte desse dia. Porque o Hoje termina daqui a poucos minutos e eu vou dormir. O dia foi preguiçoso, mas também foi longo.

Amanhã? Logo se vê. Não vou pensar muito nisso. Que venha o que tiver que vir. Que seja o que tiver que ser. Mas, seja o que for e como for, vai ser bom. Porque eu quero que assim seja. O resto? É só isso mesmo: o resto…

{#154.212.2023}

Sábado, dia de tomar conta de mim. Regresso à prática de Yoga depois de vários anos. Foi duro, mas foi tão bom.

Percebi que existe muito trabalho físico a fazer. E que tanto se reflecte também no campo espiritual. No campo mental já sabia que, sim, há muito trabalho a fazer. Mas tanto o campo físico como o espiritual têm sido negligenciados.

Foi uma hora com dores nos músculos que há muito tempo não trabalho, muitos desequilíbrios, tonturas ao mudar de posição, tanto a precisar disto, tão simples como isto: Yoga.

Sei que o lado espiritual acaba por ser influenciado por este trabalho, mas também sei que tenho que me disciplinar para fazer o que tenho que fazer. E que é tão simples de fazer. E que traz resultados, mesmo que sejam resultados que não se vêem, apenas se sentem. E, neste momento, eu apenas sinto a necessidade de trabalhar em mim, mas não o estou a fazer tanto como devia. Tenho que me disciplinar. Tenho que fazer o que é preciso ser feito e que me vai ajudar em tanto que está emaranhado num novelo por cima de mim.

Para já, o Yoga. Que me moeu o corpo mas acalmou o espírito. Amanhã? Não sei se o irei fazer, mas tenho mesmo que começar a fazer o que é preciso ser feito. E não me esquecer: baby steps. Um dia de cada vez. E aceitar as coisas como elas são, mesmo que o que é me faça chegar ao ponto a que cheguei.

Por hoje o dia já vai muito longo, mesmo com um intervalo de mais de duas horas em que morri um bocadinho no sofá. Estou moída e cansada. Mas sinto-me aconchegada. E isso sabe tão bem. Amanhã, dia de consulta com o terapeuta fofinho, já sei que me vai custar voltar a pegar no que me fez mal esta semana. Depois? Vou dedicar o dia a mim. O resto logo se vê.

{#153.213.2023}

Sexta feira e um dia mais tranquilo que o dia de ontem. Em que as coisas se mexeram como previsto, como se deviam ter mexido ontem.

Sexta feira e os resultados de Abril que chegam agora. Porque os meus resultados são fracos. Mas desde Dezembro que todos os meses atinjo prémio de produtividade. Go figure.

Sexta feira e almoçar fora, junto à praia. Almoço de mãe e filha. Porque também merecemos.

Sexta feira e uma tarde muito, muito, muito cansada. Um cansaço e um sono sem explicação…mas acho que faz parte, ainda faz parte.

Sexta feira e a inscrição no Yoga. Vai-me fazer bem. Já o fez antes. Fará agora novamente. Será só ao sábado de manhã porque o restante horário não é compatível com o meu regresso ao trabalho.

Ainda não há previsão para o regresso ao trabalho. Sei, sim, que a baixa que termina dia 6 vai ser prolongada. Não sei ainda até quando. Mas neste momento também não quero saber…

E, do outro lado do Mundo, naquele fuso horário com 5 horas de diferença, chegam sinais interessantes. Se são sinceros ou é apenas para passar o tempo? Não sei, mas mais facilmente aposto na segunda hipótese. Seja o que for, o tempo o dirá. Por agora, é um dia de cada vez e saborear o que me sabe bem.

Amanhã, dia de acordar cedo e iniciar a prática do Yoga num sítio novo para mim. Vai ser bom estar com novas pessoas, mesmo que não pense propriamente em socializar. A prioridade é relaxar e descomprimir, focando-me no que é mais importante: eu.

Agora? É continuar no fuso horário de 5 horas de diferença por mais um bocadinho até adormecer. Amanhã? Logo se vê. Mas será um bom dia. Porque eu quero que assim seja.

{#152.214.2023}

Não se brinca com a saúde de ninguém. Muito menos com a saúde mental! E hoje brincaram. Com a minha. E não posso aceitar que o tenham feito. Menos ainda da forma como o fizeram. Menos ainda quando se trata de um hospital de saúde mental que deveria zelar pelo bem estar dos doentes… Hoje falharam. Não os profissionais de saúde, mas aqueles que não estão preparados para lidar com a fragilidade de quem recorre a esse serviço.

Não. Não se brinca com a saúde de ninguém. Muito menos com a saúde mental. E hoje brincaram. Com a minha…