Sexta feira. Ou mais um dia igual aos outros. Ontem foi feriado? O calendário assim o diz. Se dei por isso? No, not really, no.
Estou cansada de dias iguais uns aos outros, mas não consigo fazer do momento presente algo diferente ou melhor. Hoje, por exemplo, tinha programado fazer o que tenho que fazer para encontrar alternativas. Queria também pegar na loja online e tratar da página de stand-by. Não consegui fazer nem uma coisa nem outra. Toda a semana tive exercícios de Yoga para fazer. Não fui capaz. Simplesmente porque tenho estado a procrastinar tudo. Seja o que for. Vou adiando. Porque não consigo concentrar-me em rigorosamente nada…
Sei que preciso de ajuda para sair disto. E tenho procurado quem me estenda a mão para lá da medicação e das consultas com o terapeuta fofinho. Mas não tem sido suficiente. Nada disto tem sido suficiente. Sei que a recuperação começa, passa e termina em mim. Mas também sei que me sinto perdida no percurso.
Continuo a não conseguir chorar. Continuo a sentir a pressão em cima de mim. Continuo a sentir que, de todos os lados, todos me exigem tudo. E a minha vontade é perguntar “e eu?”…
Não, não dei pelo feriado de ontem, não fiz de hoje um dia diferente e amanhã, com excepção da aula de Yoga logo pela manhã, será mais um dia igual aos outros. E eu estou cansada disso…
Mas, não me posso esquecer, um dia de cada vez, baby steps, sentir tudo o que tiver que sentir, e em primeiro lugar estou eu. Parece simples? Parece pouco? Não é. Nem simples nem pouco. Estou cansada. E apetece-me gritar isso mesmo! Estou CANSADA! Larguem-me por um bocadinho. Mas, ao mesmo tempo, não me deixem cair…por favor, não me exijam demasiado, mas não me deixem cair.
Não sei até quando vou aguentar isto tudo. E, já percebi, quem coloca mais pressão em cima de mim para ultrapassar isto…sou eu… E não posso. Mas sou. Porque quero ser mais do que isto. Porque quero estar mais do que isto. E novamente a diferença entre o ser e o estar… Não me posso esquecer que estou assim, não sou assim. Sou tão mais do que isso… Mas não posso, não posso, não posso!, pôr esta pressão em cima de mim. Mas ponho…
Não, não sei até quando vou aguentar isto. Isto que nem sei bem o que é ou, sequer, como definir. Só sei que não o quero para mim e estou cansada. Tanto. Queria acordar um dia e estar tudo bem outra vez. Como se andasse para trás no tempo. Mas não é possível. Por isso agora tenho que me concentrar apenas e só em mim. Sem pressa. Sem pressão. Muito menos auto-imposta. E essa pressão auto-imposta existe. E não pode…
Estou tão cansada… E farta disto. Quero, muito, sentir a diferença entre os dias. Que há muito tempo, demasiado tempo!, não sinto. Não sei como vou sair daqui. Disto. Toda a gente me diz que vai passar. Mas ninguém me diz como é que passa. This too shall pass. It may pass like a kidney stone, but this too shall pass.
Do outro lado do Mundo, num fuso horário com 5 horas de diferença, neste momento esperam por mim. E, por muito que me esteja a saber bem, hoje não me apetece…
Amanhã. Amanhã logo se vê. De manhã cedo Yoga. Depois? É o que o dia me trouxer. Por hoje fica a vontade de chorar e o não conseguir pôr essa vontade em prática… Amanhã será melhor. E logo se vê…