Category Archives: {#2025.Junho}

{#161.205.2025}

Começar o dia, feriado, com 2 horas de Yoga. Que me pareceram 20 minutos. Que, por mim, podiam ter sido 2 dias.

O resto do dia? Sem energia para nada. Hoje, que não esteve calor, estava perfeito para ir fazer aquilo que quero tanto há tanto tempo: ir caminhar no Parque à tarde. Mas energia? A zero, foi toda consumida de manhã.

Tenho que fazer uma gestão muito rigorosa da energia que vou tendo. Que, já se sabe, está longe, muito longe!, de chegar para tudo…

E tenho que reencontrar o meu caminho. Ia dizer que tenho que o reencaminhar rapidamente, mas depois lembrei-me que deixei de ter pressa seja para o que for. Porque tudo tem o seu tempo, o seu ritmo. Tudo acontece quando tiver que acontecer. Por isso, o meu caminho será reencontrado quando tiver que ser. Não tenho pressa.

E o Mundo lá fora continua a ser um lugar tão feio…cada vez tenho menos vontade de o enfrentar. Porque se está a construir um Mundo com base no Ódio. E eu sou pelo Amor.

{#160.206.2025} – parte II

Frustração? Também é isto! É querer escrever um postal. É querer escrever de forma legível um postal! É escrever o curto texto numa folha à parte para depois copiar para o postal e perceber a quase ilegibilidade do que escrevi. Letras que não foram escritas deturpando várias sílabas das poucas palavras escritas. Passar do rascunho para o postal e escrever devagar, com calma. Mas a caneta teima em voar da minha mão direita. Aquela que escreve, apressada ou calmamente, roubando letras ou criando novos hieróglifos para, eventualmente, serem traduzidos pelo destinatário.

…e entre a caneta que me voa dos dedos, a visão dupla em força a distorcer o que vejo à minha frente, a hiper-estimulação sensorial que tanto me incomoda, o calor que o meu corpo já não consegue regular…entre tudo isso, a frustração de já não ser quem era, de ter dificuldade em coisas tão básicas como escrever…! A frustração que me desperta a revolta, a zanga, tudo o que tenho cá dentro e que precisa de sair rapidamente…! Sim. A frustração também é isto…

…e também é querer esconder-me no abraço dele por um momento até me reencontrar e não posso porque a distância não o permite…

…também é querer, e precisar tanto de, chorar. E não conseguir. E diz-me a Neuropsicóloga que o trabalho de casa é começar a delinear esse processo que tem que acontecer muito em breve porque não me está a fazer nada bem não chorar…e também é a frustração de saber que não vai acontecer como eu gostaria, como me faria todo o sentido, como eu na realidade preciso tanto…

Sim, a frustração também é tudo isto. Mas também é tanto mais…

…e eu só queria, agora, o colo e o abraço dele para me reencontrar…e a frustração também é saber que não tenho comigo o colo e o abraço dele que preciso tanto…

{#160.206.2025} – parte I

O Mundo lá fora está um lugar muito feio. Eu ia dizer que está um lugar estranho, mas estranho sempre foi. Agora, e cada vez mais!, está um lugar feio. Muito feio. Demasiado feio!

Não me vou alongar sobre TUDO o que está a acontecer. Pelo Mundo inteiro! Não é só aqui ou ali. É em todo o lado. E incomoda-me. Muito! Porque, por detrás do que está a acontecer em todo o lado, existe um denominador comum: o ser humano. Que, em tantos casos, demasiados casos!, perdeu toda e qualquer humanidade que ainda poderia ter. E eu não entendo. Não entendo o porquê e muito menos aceito o que está a tornar o Mundo num lugar tão feio…

Sinto-me demasiado pequena no meio disto tudo. E, não pode ser mudar o Mundo lá fora, refugio-me no MEU Mundo cá dentro. No meu Jardim das Leguminosas, que eu teimo em querer chamar de Jardim das Buganvílias. O tal meu Jardim que não tem nem Leguminosas nem Buganvílias. Mas é o MEU Jardim. É o MEU refúgio. Onde as notícias do Mundo lá fora me chegam. Todas. E me fazem, cada vez mais, não querer sair daqui.

Digo que não entendo o que se passa no Mundo lá fora. Mas entendo. Até bem demais. E precisamente por entender, até bem demais, não quero largar o meu Jardim. Baptizado das Leguminosas quando eu queria Buganvílias e proliferam as Suculentas.

Seja. Se o Mundo lá fora me bater à porta é no MEU Jardim que mesmo vai encontrar. Mas a vontade é de lhe abrir a porta SÓ se trouxer boas notícias. Porque, como está, não o quero…

{#159.207.2025}

Sair de casa às 19h porque, ingenuamente, “já deve estar menos calor” era o que pensava… Não saí de casa no Sábado o dia todo por estar calor. Sabia que hoje estaria pior. Mas às 19h queria muito que já não estivesse tanto calor na rua. A vontade de sair de casa, dar uso às pernas, arejar as ideias, enfim, existir para lá destas quatro paredes…era praticamente obrigatório sair de casa! Mas o tal “já deve estar menos calor” às 19h foi completamente refutado pelo argumento da app de meteorologia que ditava 27 graus. E 27 graus é muito calor…!

Pelo menos para mim é. Ia para beber um café. Mas a minha mãe teve a ideia mais acertada: um gelado! Claro que sim! E hoje tinha que experimentar o Cornetto Perna de Pau. E posso dizer que foi uma escolha muito acertada! Porque um Perna de Pau é sempre bom. Mas aliado ao Cornetto? É só muito melhor do que isso!

A verdade é que ajudou, bastante!, a refrescar. A baixar a minha temperatura. Aquela que, à conta disto que me apanhou na curva, não consigo regular…

Voltar para casa às 21h com 24 graus lá fora. Ainda estava calor na rua. Pelo menos para mim. E voltar a baixar a minha temperatura depois de chegar a casa não foi nem fácil nem rápido…

Começo a achar que tenho que fazer um qualquer contrato de fornecimento directo de Cornetto Perna de Pau com a Olá para conseguir suportar o Verão que ainda nem sequer começou…

{#158.208.2025}

Sábado e depois de almoço estavam 26 graus lá fora. Dia perfeito para ficar em casa, claro. Escondida do calor, mesmo que estivessem “só” 26 graus. Não interessa. É demasiado para isto que me apanhou na curva e que se dá muito mal com o calor. Apanhar Sol para recarregar a Vitamina D? Era bom, mas só se as pernas estiverem à sombra. Por muito que goste muito de sentir o Sol na minha pele, as minhas pernas dizem que não. Porque o calor faz doer. Muito. As pernas doem com o calor, como doem com o frio e a meia estação já não é como era antes…

Ficar em casa também é sinónimo de estar a curtir uma mega dose de…fadiga! E fadiga não é o mesmo que cansaço. É pior! É mais pesado. Quase violento. No cansaço, uma pessoa pára, descansa um pouco e recupera. Normalmente acorda de manhã com a bateria recarregada. Na fadiga? Acordar com 75% de bateria já é muito bom, 100% é coisa que não acontece. E para descarregar essa bateria viciada e avariada não é preciso muito.

Quaisquer 90 minutos ao telefone com quem está do outro lado com as ferramentas certas para me ajudar e a bateria desce para uns 10% de energia. E não, não estou a exagerar. E também não exagero se disser que antes de segunda feira não reponho os níveis. Ainda hoje é Sábado, eu sei. Mas…com a previsão de 31 graus para amanhã? Não me apanham na rua mas também não me apanham nos 75% de energia. 65% e já é uma sorte para começar o dia…

Ela, a gata, claro que tinha que vir dormir no meu colo. E, já sei, não é só o calor do Sol que me faz doer as pernas. O peso e o calor dela também…

Agora? Passa das 19h e cheguei finalmente ao sofá! Por isso, com licença! Vou só ali e já volto…!

{#157.209.2025}

Mais uma voltinha, mais uma viagem!

Depois do fiasco que foram as consultas com o Psicólogo Sem Empatia, apresentei um pedido de mudança de profissional. E nem podia ter sido de outra forma. Maus profissionais existem em todo o lado, é verdade. Mas, quando temos a possibilidade de pedir para mudar, nada como aproveitar!

Fiz o pedido. Foi aceite e nem eu via outra opção. Agora, em vez de um Psicólogo Sem Empatia, tenho uma Neuropsicóloga que é um raio de luz no meio da tempestade e que, já percebi, me vai ajudar a chegar a bom porto.

Para primeira consulta correu muito bem. Não era suposto ter já trabalho de casa para fazer, mas ambas chegámos à conclusão que é preciso avançar já com alguma coisa.

Que eu preciso, muito!, de chorar, é mais do que sabido. Que eu tenho um bloqueio que não me deixa chorar, até ela já percebeu logo na primeira consulta. Que eu preciso de o conseguir rapidamente, ninguém duvida.

Falámos nas Rage Rooms Ou Sala da Raiva. Onde é possível descarregar tudo o que de negativo trazemos cá dentro. E se for para partir alguma coisa, ali seria o sítio certo para isso. Mas acho que não existe disso em Portugal. E devia.

O meu processo de descarga precisa de passar por barafustar. Muito. Será intenso? Claro que sim. E será muito físico também. E aí assusta-me um bocadinho. Mas faz-me todo o sentido.

Uma Rage Room era tão, mas tão perfeita… Mas, já sei, vai ser precisa a presença de alguém. Porque, no final, vou precisar, muito!, de um abraço. Apertado…

Foi a primeira consulta com a Neuropsicóloga. Mas, com ela, consigo ver-me neste processo. De descarga emocional, primeiro. De aceitação, depois.

Agora? É um dia de cada vez. E quem me acompanhar vai precisar de alguma paciência. Sendo que “alguma” significa “muita”. E eu? Vou precisar de força e coragem. E de um abraço apertado…

{#156.210.2025}

Faz hoje exactamente 2 anos, mais ou menos a esta hora (16h50), que decidi fazer uma coisa que raramente faço, embora desde essa data tenha feito mais vezes do que fazia antes: decidi publicar uma selfie e dizer Olá a quem estava, na altura, desse lado. Foram poucas, muito poucas, as respostas. Mas não procurava nenhuma resposta. Simplesmente me apeteceu dizer Olá. Estava aborrecida, de baixa desde o final de Abril e com vontade de conversar. Vai daí, saiu uma selfie e um Olá.

E foi aí que se abriu o caminho para reencontrar aquela metade de mim que eu não sabia que me faltava. Foi aí que ele, ao fim de nos cruzarmos aleatoriamente há 11 anos, deu o primeiro passo e me deu um Olá de volta.

Ao fim de 2 anos, 720 dias, não sei quantas horas porque não me apeteceu fazer as contas, é de mão dada que juntos seguimos caminho. Até porque ele, quando informado do que ainda era só uma suspeita e não já um diagnóstico fechado, me garantiu que o caminho seria feito pelos dois, sempre de mão dada e se o caminho se tornasse mesmo muito difícil ele levar-me-ia ao colo.

Ao fim de 2 anos que são 720 dias não sei se ele se apercebeu das tantas vezes que já me levou ao colo. Mas levou. Nos momentos mais difíceis nunca virou as costas nem me largou a mão. E, à nossa maneira, vamos fazendo o nosso caminho juntos.

Há condicionantes? Muitas. Mas se há um Tsunami no Mar da Caparica é por causa de um Terremoto com epicentro a 135km daqui.

Reconhecemo-nos rapidamente. De outros tempos, de outras vidas, não sei nem interessa. Sei, sim!, que encaixamos na perfeição como duas peças de Lego. Temos uma história que é nossa e que construímos à nossa maneira todos os dias sem esforço de tão natural que é. Tão simples que é. Tão pura que é.

É a nossa história. E que começou porque ela que sou eu decidiu dizer Olá a quem estava desse lado na altura e ele estava. No sítio certo à hora certa.

2 anos hoje. E parece que foi ontem. E tem sido sempre tão bom. E nestes 2 anos já tanta gente chegou, já outros tantos se foram embora, tanto para mim como para ele. Mas 720 dias depois, que são 2 anos, continuamos juntos. Sempre de mão dada. A construir a nossa história. Um dia de cada vez.

{#155.211.2025}

Fisioterapia de manhã, para começar o dia logo a dar tudo e sair de lá de rastos…

Yoga ao final da tarde, para dar o dia por terminado pouco depois e sair de lá de rastos…

Pelo meio, tentar recarregar um pouco a minha bateria interna que já começa o dia a 75%.

O que me chateia mesmo? É este meu hábito de fazer prolongar o tempo, esticar o dia e ir dormir bem mais tarde do que gostaria e do que me é recomendado…

Ainda não é hoje que vou dormir cedo…e já sei que, amanhã, esta coisa que me apanhou na curva me apresenta a factura. E, já se sabe, o meu corpo é que paga…

…e eu não aprendo nada com isto porquê? Até quando…?

{#154.212.2025}

Como sempre, um passo de cada vez, um dia de cada vez. Sem pressa. Sem pressão. Mas cada vez mais com muita vontade de me superar…!

A fisioterapia diária é absolutamente necessária para que eu não perca o básico: poder andar. Será com o apoio da bengala, claro que sim. Mas andar? Sempre. Faço questão de não parar. De não permitir que o meu corpo decida por mim.

O equilíbrio também é para ser muito trabalhado. Até porque caminhar está muito dependente do equilíbrio, claro. E esta manhã, na fisioterapia, depois dos exercícios de reforço muscular na marquesa foi altura de trabalhar o equilíbrio e introduzir exercícios neurológicos que trabalham o equilíbrio e o movimento consciente. E ao perceber que um dos exercícios estava a desafiar o meu equilíbrio e não estava a conseguir realizar o movimento com sucesso, parei, respirei fundo e disse ao Zé, o meu fisioterapeuta: “vou repetir. Vou tentar novamente. Porque quem manda no meu equilíbrio sou eu!”

Respirei fundo. Endireitei as costas. Cabeça erguida. E repeti. Com sucesso!

E é assim que quero que continue a ser! Mesmo que as minhas pernas me digam que não. Mesmo que o meu equilíbrio me faça tremer, me abane. Mesmo que tudo esteja contra mim! Quem manda no meu equilíbrio sou eu! E hei de encontrar sempre o movimento certo para concretizar o que me proponho!

…nem aceito que seja de outra forma! Mesmo que seja um passo de cada vez. Um dia de cada vez. Sem pressa. Sem pressão. Ou, talvez, precisamente por isso!

{#153.213.2025}

Se eu sou uma miúda de sorte? Cada vez tenho mais a certeza que sou, nem que seja só pelas pessoas que me são. Que me são aqueles amigos com um A maior do que maiúsculo, porque ser apenas um A maiúsculo não é suficiente.

Sou também uma miúda com imensos Pedros na minha vida. Nunca pensei que fosse possível ter tantos, mas tenho! E desde há minutos tenho mais um! Acabado de chegar. Acabado de nascer! Um Pedro filho de um daqueles Amigos que falei acima, com um A maior do que maiúsculo porque só maiúsculo não é suficiente!

Tinha ficado combinado com o pai que quando o Pedro chegasse bastava uma mensagem a dizer que chegou. Não queria nem fazia questão de um telefonema. Sei que este momento é especial e há muita gente para avisar. A mim bastava-me uma simples mensagem. Mas há poucos minutos o telemóvel tocou…

Quando vi quem me ligava, soube no momento o que era. E atendi a dizer “vais-me dizer que nasceu!”. E disse-o! Tinha nascido há poucos minutos! Um Pedro grande! Pesado! Perfeito! E que se vai juntar à minha enorme lista de Pedros na minha vida. E sobrinhos do coração!

O pai ainda estava a tremer, com um sorriso enorme na voz. Quando lhe disse que não era preciso ter ligado, simplesmente me disse “Liguei porque tu mereces!” E eu fiquei tão feliz pela chegada de mais um Pedro como o pai sabia que eu ia ficar! Esse pai que todos os dias me ligava depois do trabalho, em 2017, quando sabia tão bem que eu estava tudo menos bem. Não me falhou um dia durante tantos meses que lhes perdi a conta!

Recordo que, na altura, todas as noites se cruzava com uma raposinha e que falávamos sobre ela. Agora, já não há raposinha. Mas há um novo Pedro. E iremos sempre falar sobre o Pedro e eu, tia babada!, faço questão de o acompanhar mesmo que à distância de 250km.

Bem-vindo, Pedro! E um beijo enorme ao pai e à mãe! E que sejam MUITO felizes os 3! E eu cá estarei para te acompanhar! Sempre!

{#152.214.2025}

Conversar. Falar abertamente. Colocar questões. Tirar dúvidas. Ouvir. Ainda sou das pessoas que dá valor a tudo isto. Seja em que contexto for. E fico feliz por saber que, como hoje, é possível pôr tudo isto em prática.

Acredito que é a conversar que conseguimos crescer. Limpam-se as nuvens que nos podem desorientar. E seguimos em passo mais firme e seguro.

E tem sido um crescimento bonito. Sem pressa. Mas com vontade. E com certeza. E segurança.

Agora é continuar assim. E, sem tabus, conversar. Sempre.