Daily Archives: 06/11/2015

#day445

Não faço perguntas. Mas dou respostas, se mas pedirem.
Mergulho no trabalho para compensar o Tempo perdido de ontem. Eu, que não tenho Tempo para perder Tempo!
Trabalho que, felizmente, não pára de chegar. E que a cada novo projecto me apresenta um desafio. Desafio aceite, sempre. Como sempre. E com resultados tão positivos em tantos pontos.

O meu caminho é por aqui. Também é por aqui. Mas não posso distrair-me e perder-me do outro caminho. Aquele que é percorrido um dia atrás do outro atrás do um. Como ontem. Em que me distraí e me perdi e recuei uns largos meses nas memórias.

Não apago memórias, nunca apaguei nem quero. Fazem parte de mim, do que sou mais do que quem sou. Arrumo-as, isso sim, em gavetas. Ou tento, pelo menos. Ponho as memórias nas respectivas gavetas e, em algumas, faço por deixar a chave longe dos alcance de terceiros. Porque são eles, os terceiros, os outros, que abrem as gavetas. E há gavetas que, apesar de cheias, não estão ainda arrumadas. Organizadas.

Hoje apetece-me gostar. Gostar muito. Nunca demasiado. Porque não se gosta demasiado. Ou se gosta ou não se gosta. E quando se gosta pode gostar-se pouco, pode gostar-se muito. Mas não pode, nunca, gostar-se “mais do que devia”. Gosta-se e pronto. E eu gosto. E não entendo o conceito de quantidade do gostar. Por isso opto por gostar muito. Como se gostar, muito ou pouco, fosse opção. Gosta-se na exacta medida em que se gosta e pronto. E hoje apetece-me gostar. Gostar muito. Também não é opção o quando se gosta. Gosta-se quando se gosta e pronto. E, confesso, gosto todos os dias. Desde há muitos dias, semanas, meses. Anos? Não sei. Não sei quando deixei de apenas gostar para começar a gostar muito. Aconteceu algures no Tempo e pronto. Só me apercebi recentemente de que, afinal, gosto muito. Que já é mais do que simplesmente gostar. Mas não é mais do que devia.

Gosto de gostar assim. Mesmo que seja só assim e que só assim continue a gostar.

Gosto de ti e de ti e de ti e de ti muito e de ti tanto e de ti também. Mas nunca demais.

Mas guardo esse gostar muito numa gaveta própria. Que não está arrumada, mas está organizada. E deixo ficar por lá esse gostar. Pode ser que um dia a gaveta seja aberta. E, aí, sem fazer perguntas, dou as respostas todas se mas pedirem.
Até lá faço a gestão das outras gavetas. E do meu Tempo.

Porque não tenho Tempo para perder Tempo. E até disso gosto.

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