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O problema é a minha cabeça quando tem demasiado tempo sozinha com ela mesma. Faz filmes, leituras, confunde-se ainda mais do que já está. Enrola-se, embrulha-se, perde-se por aí. Não foca. 

Não sossega. Ainda não aprendeu a manter-se quieta. Focada num só ponto de cada vez. Ainda não encaixou que andar em constante turbilhão não deixa avançar para lado nenhum. 

O problema é a minha cabeça quando tem demasiado tempo sozinha com ela mesma. Analisa tudo. Desde a postura corporal dos outros às palavras ditas de forma espontânea passando por pequenos gestos que têm a pouca importância que têm. 

Porquê analisar tudo? Porquê querer decifrar tudo? Tudo tem um porquê, é certo. E eu ainda não saí da idade dos porquês. Mas porquê querer forçar uma interpretação quando não há razão para tal…? 

O problema é, de facto, a minha cabeça. Que vagueia por aí, baralha-se, enrola-se, confunde-se e Inevitavelmente acaba por se perder. Simplesmente porque tem demasiado tempo para estar sozinha com ela mesma. 

Vão ser umas longas férias a tentar obrigar a minha cabeça a focar-se… Por muito que planifique antecipadamente cada um dos 15 dias que tenho pela frente, conquistar e manter o foco adivinha-se tarefa pouco fácil. E ainda hoje é o primeiro domingo de férias…

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